- Significa: Ciência do Espírito ou ensino dos
Espíritos, porque são os próprios Espíritos que no-lo revelaram.
O Espiritismo é uma ciência ou uma crença?
- O
Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência positiva, uma filosofia, uma
doutrina social; é também uma crença, porém, baseada na ciência experimental.
É uma ciência, uma filosofia, uma doutrina,
uma crença nova?
- De
modo algum; é a ciência integral, a filosofia humana, a doutrina universal. Ele
é o antigo e novo, como a Verdade, que é eterna.
Por que espiritualismo experimental?
- Porque
essa doutrina repousa sobre fatos positivos, controlados pela experimentação
científica.
Prove que o Espiritismo é uma ciência.
- O
Espiritismo é uma ciência porque repousa em princípios positivos de onde se
podem tirar deduções científicas incontestáveis. Além disso, ele é a própria
razão da ciência, porque a ciência que não esclarece o homem sobre sua natureza
íntima e sobre seu destino é uma ciência incompleta e estéril, como o
positivismo. Ora, o Espiritismo é a ciência completa do homem; ela lhe indica
sua verdadeira natureza, seu princípio fundamental, seu destino final e, por
consequência, se esforça, dando-lhe toda a luz sobre sua vida para torná-la
mais feliz e melhor.
Quais são as provas científicas atuais do Espiritismo?
- As
provas atuais do Espiritismo são as descobertas recentes da radioatividade de
todos os corpos e de todos os seres, a hipnose, o magnetismo, os fenômenos
múltiplos da telepatia, do desdobramento, os fantasmas dos vivos e dos mortos,
em uma palavra, todo o conjunto dos fenômenos de ordem psíquica. As descobertas
futuras, das quais estas são apenas o prefácio, darão ao Espiritismo
experimental uma consagração definitiva.
Se o Espiritismo é uma ciência positiva, por
que encontra tanta oposição, hostilidade mesmo, entre os sábios?
- O
Espiritismo só é combatido, geralmente, pelos sábios oficiais, precisamente
porque ele é uma revolução na ciência oficial. A maioria dos sábios livres e
independentes é, ao contrário, favorável ao Espiritismo e vem engrossar nossas
fileiras.
Como o Espiritismo, que é uma ciência, é, ao
mesmo tempo, uma filosofia e uma moral?
- Porque
o Espiritismo é uma ciência eminentemente prática, que ensina aos homens as
duas grandes virtudes sobre as quais repousa toda a moral humana: a justiça e a
solidariedade, isto é, o progresso na ordem e o amor.
O Cristianismo não explica essa moral?
- Sim, é
a moral universal escrita, em todos os tempos, na consciência humana. Jesus a
ensinou ao mundo, há vinte séculos, mas os sacerdócios e as teologias a
desnaturaram e alteraram por meio de acréscimos interesseiros ou de
interpretações sutis. O Espiritismo lhe restitui sua pureza primitiva, a apóia
em provas sensíveis e a apresenta ao gênero humano com toda a amplitude que
convém à sua evolução atual e a seus progressos futuros.
Entretanto, toda moral pede uma sanção, isto é, uma recompensa para o bem, um castigo para o mal?
- A
recompensa do bem cumprido é o próprio bem, como o castigo do mal cometido é a
consciência de o ter praticado com premeditação; daí o remorso. O espírito
humano é para consigo mesmo seu próprio recompensador ou seu algoz. Deus não
pune nem recompensa ninguém. Uma lei imutável, uma justiça imanente presidem a
ordem do universo e as ações dos homens. Todo ato cumprido encerra suas
consequências. Deus deixa ao tempo o cuidado de realizá-las.
Não há, portanto, céu nem inferno?
- O céu
ou o inferno estão na consciência de cada um de nós; toda alma traz em si e
consigo sua alegria ou seu sofrimento, sua glória ou sua miséria, conforme seus
méritos ou seus deméritos.
Então, por que fazer o bem e evitar o mal, se
não se é recompensado pelo céu, nem punido pelo inferno?
- É
necessário fazer o bem e evitar o mal, não com o fim egoístico de uma
recompensa, nem pelo temor servil de um castigo, mas unicamente porque é a lei
de nosso adiantamento. O progresso dos seres é o resultado de seu esforço
individual; assim se anulam o dogma injurioso da graça e a teoria fatalista da
predestinação.
Como é formulada a lei do destino?
- Cada
um de nossos atos, bom ou mau, temos dito, recai sobre nós. A vida presente,
feliz ou infeliz, é o resultado de nossos atos passados e a preparação de
nossas vidas futuras. Colhemos, matematicamente, através dos séculos o que
semeamos. A lembrança de nossas vidas anteriores se apaga por ocasião da volta
da alma à carne; mas o passado subsiste nas profundezas do ser. Essa lembrança
se recobra na morte e até durante a vida, quando a alma se desprende do corpo
material, nos diferentes estados do sono. Então, o encadeamento de nossas vidas
e, por conseguinte, o das causas e dos efeitos que as rege se reconstituem. A
realização nelas de uma lei soberana de justiça torna-se evidente para nós.
Como ciência, o Espiritismo se dirige à razão; mas como se dirige ao coração humano?
1)
Consolando-o na provação; 2) fazendo-o amar a vida, a natureza, o universo,
como uma obra solidária e harmoniosa, toda impregnada de amor, de poesia, de
beleza.
Como o Espiritismo consola o homem em suas
provas?
-
Fazendo-o compreender que o sofrimento é uma educação necessária ao seu
destino; que ele engrandece a alma, forma o juízo, tempera o caráter, apura as
sensações e inspira o nobre sentimento da piedade, pelo qual nos assemelhamos
mais a Deus.
Isso são consolações que se dirigem mais à
razão; mas as verdadeiras penas do coração, tais como a perda daqueles que
amamos, de uma mãe, de um filho, de um amigo etc. não são penas inconsoláveis?
- Não há
penas inconsoláveis. São precisamente essas que o Espiritismo consola melhor,
porque graças a seu ensino e a suas práticas, sentimos em torno de nós a
presença de nossos mortos bem amados. Seu fluido nos envolve; eles nos falam,
por vezes se deixam ver e até fotografar. A fé religiosa dá somente a
esperança; o Espiritismo dá a certeza e faz tocar a realidade.
O Espiritismo nega, então, a morte?
- Não,
mas a livra dos terrores e dos temores cujos prejuízos a cercam. O Espiritismo
nos faz amar a vida e nos ensina a não temer a morte.
Como o Espiritismo nos faz amar a vida?
-
Apresentando-a como uma das etapas necessárias de nosso destino. Além disso,
ele nos faz compreender como a existência humana, apesar de sua duração e suas
aparências efêmeras, se liga ao plano geral da evolução, do amor e da beleza,
que constitui o universo.
Como o Espiritismo compreende a solidariedade
humana?
- Em seu mais alto e mais amplo sentido.
Cada homem, devendo renascer um dia para reparar suas faltas ou aperfeiçoar sua
vida nesta mesma Terra, que é o campo de batalha de suas lutas e o terreno de
seus labores, não tem ele todo o interesse de aí fazer o bem em torno de si, de
amar seus semelhantes, lhes prestar serviço, a fim de preparar para si próprio
um retorno feliz neste mundo de provas?
Acabamos de ver que o Espiritismo é uma ciência positiva e uma filosofia moral; como, além disso, é uma doutrina social?
- Porque
o Espiritismo bem compreendido e bem praticado torna o indivíduo melhor e que é
somente pela melhoria do indivíduo que se pode obter a da sociedade.
Como o Espiritismo torna o indivíduo melhor?
-
Dando-lhe a verdadeira noção da vida e, portanto, a do seu destino, isto é,
realizando a educação moral do homem individual e do homem social.
Retirado do livro
'Síntese Doutrinária' – Léon Denis
Fonte; http://espiritananet.blogspot.com.br/2009/02/doutrina-do-espiritismo.html
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