domingo, 16 de dezembro de 2012

DE QUE FORMA O MAGNETISMO PODE AUXILIAR NOS CASOS DE OBSESSÃO



O desrespeito com que o Magnetismo vem sendo tratado pelo Movimento Espírita já chegou ao ponto de se duvidar de sua ação nos processos desobsessivos. Raciocinemos: o corpo físico é, em sua base primordial, fluido; o perispírito também é "feito" de fluído; o canal de conexão entre o obsessor e obsidiado é o perispírito, logo este é igualmente fluídico. O mundo em que nos movemos e vivemos, estejamos encarnados ou desencarnados, também é fluídico. O elemento que gera atração e repulsão é fluídico e todos os fluidos são, em última instância, a matéria fundamental do Magnetismo. Ora, se o Magnetismo pode ser até definido como vida, tamanha é sua repercussão em todos os fenômenos vitais, como se pensar em dissociar o Magnetismo das influências espirituais?

Temos sido ensinados que a questão moral é quem se apresenta como o mais relevante fator de relação entre encarnados e desencarnados; embora isso possa ser plenamente verdadeiro, como diminuir a influência fluídica nesse processo?

Se apenas a moral predominasse no processo obsessivo, todo individuo mau seria completamente dominado pelos obsessores; na prática isso não se verifica. Por outro lado, pessoas notoriamente boas e de paz jamais sofreriam assédios e influências perniciosas dos Espíritos imperfeitos, o que não condiz com as observações do dia a dia. Portanto, se as influências ocorrem e nem sempre estão contidas nos limites apenas morais é porque outro ou outros elementos influem nessa ação. Para mim parece óbvio se tratar dos campos fluídicos, portanto, magnéticos.

Isto posto, fica bastante evidente que pode haver, sim, muita influência da ação magnética na terapia desobsessiva. Se assim não fosse, Allan Kardec não teria indicado o que se segue:
A Subjugação corporal tira muitas vezes do obsidiado a energia necessária para dominar o mau Espírito. Daí o tornar-se precisa a intervenção de um terceiro, que atue, ou pelo magnetismo, ou pelo império da sua vontade.

Em falta do concurso do obsidiado, essa terceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito; porém, como este ascendente só pode ser moral, só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo e seu poder será tanto maior, quanto maior for a sua superioridade moral, porque, então, se impõe àquele, que se vê forçado a inclinar-se diante dele. Por isso é que Jesus tinha tão grande poder para expulsar o a que naquela época se chamava demônio, isto é, os maus Espíritos obsessores.

Aqui, não podemos oferecer mais do que conselhos gerais, porquanto nenhum processo material existe, como, sobretudo, nenhuma fórmula, nenhuma palavra sacramental, com o poder de expelir os Espíritos obsessores. Às vezes, o que falta ao obsidiado é força fluídica suficiente; nesse caso, a ação magnética de um bom magnetizador lhe pode ser de grande proveito. Contudo, é sempre conveniente procurar, por um médium de confiança, os conselhos de um Espírito superior, ou do anjo guardião. (grifos meus). (Livro dos Médiuns, cap. 23, item 251). Embora tratando de um caso grave (a subjugação) fica bastante evidente que a ação de um magnetizador, nos casos de desobsessão, é por demais importante.

O que deve fazer o magnetizador, então?
Atuar magnetizando apropriadamente. Quando quiser que o obsidiado expresse o que o Espírito transmite, ampliem-se os campos magnéticos apropriados (no caso da obsessão quase sempre se trata do centro umeral, que fica no alto da coluna); para suspender sua interferência, passes dispersivos nos mesmos locais onde se acionou a "atração e fixação do comunicante".

O problema maior fica por conta do obsidiado que quase nunca pode ou é convidado a participar da sessão mediúnica ou, quando vai, apenas recebe um singular "passe espiritual", sem os devidos reforços fluídicos em seu sistema como um todo (que pode ser obtido com os concentrados nos centros menos vitalizados, sempre seguidos de muitos dispersivos a fim de evitar congestões fluídicas ou concentrados desequilibrantes, o que poderia vir a favorecer ao hospedeiro obsessor).

Num artigo como este não dá para maiores detalhamentos, daí ser conveniente que os interessados estudem bem o Magnetismo para aplicá-lo com sabedoria e eficiência.Uma última observação: o Magnetismo pode e deve ser um reforço, uma verdadeira alavanca na superação dos casos de desobsessão, todavia, jamais se menospreze a oração, as boas e bem dirigidas orientações morais e a indução à melhoria íntima tanto do obsidiado como do(s) obsessor(es).

JACOB MELO


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sábado, 15 de dezembro de 2012

O PASSE


Jacob Melo,
Entrevista Para "A Jornada"
17/07/2001

     Jacob Melo, esta entrevista não pretende esgotar o assunto e sim dar uma visão geral e esclarecer algumas dúvidas e tabus sobre o Passe.
Desde já agradecemos sua colaboração.

A Jornada: — O passe é somente uma prática Espírita?

Jacob Melo: Não. Muitas religiões, seitas e mesmo terapias alternativas usam o passe como um dos seus mecanismos de cura, apesar de normalmente usarem nomes diferentes e, por vezes, princípios estranhos e confusos.

AJ: — Os passes dos Espíritas são mais ou menos eficientes dos que não crêem no Espiritismo?

JM: Conforme propuseram os Espíritos a Allan Kardec, quando acreditamos nos Espíritos temos condições de realizar verdadeiros "milagres". Mas não são apenas os espíritas que acreditam nos Espíritos. Portanto...

AJ: — Quais são os objetivos do passe? Além do físico, ele pode influir na Moral do receptor?

JM: Em tese, melhorar o paciente em vários níveis: orgânico, emocional, psíquico e espiritual. A moral pode ser alcançada em conseqüência da melhora geral obtida pelo passe, mas não que o passe, por si só, tenha em si condições de modificar a moral de alguém pelo simples fato de recebê-lo.

AJ: — É comum o passista sentir fadiga após uma sessão de passes?

JM: Sendo o passe com doação de fluidos do próprio passista (passe magnético), isto é sempre provável de ocorrer, podendo o mesmo chegar à delicada situação de fadiga fluídica (sugiro, a respeito, a leitura do capítulo referente ao tema em algum dos meus livros sobre passes: "O Passe", editado pela FEB ou "Manual do Passista", pela Minémio Túlio).

AJ: — Quando isso ocorre pode significar algum desequilíbrio do passista?

JM: Pode significar doação em excesso, uso indevido de técnicas ou mesmo congestão fluídica.

AJ: — Ao aplicar passe em uma pessoa obsidiada, o obsessor também se beneficia?

JM: Obviamente que sim, daí eles tentarem afastar suas presas dos tratamentos fluidoterápicos.

AJ: — Sabemos que no passe parte dos fluidos emanam do Passista e parte emana dos Espíritos. Qual é a porção de cada um (%)?

JM: Não é possível definir isso. Posso dizer que os chamados passes espirituais são aqueles onde os fluidos espirituais predominam, enquanto que os magnéticos são os predominantemente anímicos.

AJ: — Porque os Espíritos precisam dos passistas?

JM: Principalmente por conta da cola psíquica (recomendo a leitura dos meus livros já citados).

AJ: — Qual é a "dose" certa de fluidos a serem doados no passe? Como podemos saber?

JM: Só mesmo a prática e a observação criteriosa, apoiada no estudo, pode dizer o quanto e como se realizar certos tratamentos com fluidos.

AJ: — Qual é a duração ideal na aplicação do passe?

JM: Para os chamados passes espirituais, usualmente varia de 1 a 2 minutos. Os magnéticos são quase sempre muito mais demorados.

AJ: — Por quanto tempo os benefícios do passe podem agir sobre o receptor?

JM: Se tudo for bem assimilado e as "dosagens" forem aplicadas corretamente, os benefícios diretos chegam a mais de setenta e duas horas. Por isso se recomenda, especialmente a quem faz tratamento semanal, tomar água fluidificada ao longo da semana, como complemento indispensável do mesmo.

AJ: — O passe tem o mesmo efeito nos animais?

JM: Não. Dependendo do fluido que se aplica, pode o passe no animal chegar a matá-lo. O próprio Allan Kardec fulminou um cachorro dele.

AJ: — O passe age diferentemente nos centros de força (Chakras)?

JM: Tanto neles quanto fora deles.

AJ: — Muitos centros aplicam o passe apenas com a imposição de mãos sobre o Centro de Força Coronário, dizendo que este se encarrega de distribuir os fluidos para os outros de acordo com a necessidade. Isso é correto?

JM: Não concordo, pois se houver aplicação de fluidos magnéticos (humanos) em dosagem elevada ou com densidade muito baixa, pode haver congestionamento do centro e isso seria muito desconfortável e mesmo prejudicial ao paciente. O ideal é que após as imposições sejam aplicados dispersivos localizados para evitar essas congestões. Apenas os passes eminentemente espirituais em tese não congestionam os centros vitais por imposições.

AJ: — A fé influencia na qualidade do passe?

JM: Certamente. O Evangelho está cheio de evidências e registros.

 AJ: — O passe age sobre todas as pessoas ou somente beneficia os que têm merecimento?

JM: Age sobre todos nós, pois, de uma forma direta ou indireta, todos temos merecimento, já que todos somos filhos de Deus. Mas é preciso que se considere que nem todos receberão os benefícios na mesma intensidade nem do mesmo modo.

AJ: — Qual o cuidado ao aplicar passes em pessoas enfermas?

JM: Primeiro, saber o que está fazendo; depois, evitar os riscos decorrentes de doenças infecto contagiosas; por fim, não expô-la a situações perigosas ou constrangedoras.

AJ: — Quando a origem do problema é cármica, o passe pode interferir?

JM: Entendendo por "cármica" a expressão decorrente da lei de causa e efeito, pode sim. Veja-se que uma doença, qualquer uma, normalmente tem uma origem cármica — seja de um passado distante, seja de um passado imediato. E como os passes atuam com relativa eficiência em muitas destas, obviamente ele interfere no carma.

AJ: — Qual deve ser a condição física e moral do passista?

JM: Fisicamente o passista deve estar com o organismo isento de vícios, não contaminado nem congestionado, medianamente alimentado e ser "usinador" de fluidos, para o caso do passista magnético (abstração feita a mulher gestante, crianças, pessoas com problemas mentais e/ou obsessivos, indivíduos tomando remédios controlados ou que atuem no sistema nervoso central, crianças, jovens e idosos em carência fluídica). Em termos morais, o ideal é que ele esteja bem harmonizado, em estado de oração e com a consciência tranqüila.

AJ: — Há pessoas "viciadas" em passes, são os conhecidos "Papa passes", isso pode ser prejudicial a eles?

JM: Todas as vezes que nos apropriamos indevidamente de algo que poderia ser destinado com maior proveito a outrem, estamos, por isso mesmo, contraindo compromissos. Isto, por si só, já indica que o "papa passes" está se prejudicando. Depois, em termos mais diretos, tomar muitos e seguidos passes pode congestioná-lo ou sugestioná-lo negativamente, de sorte que quando vier realmente a precisar dos passes os mesmos não façam o efeito desejado.

AJ: — Como funciona o passe a distância?

JM: Mais conhecido como irradiação, sua ocorrência ideal se verifica quando emissor (passista) e paciente estão sintonizados, ao mesmo tempo, no sentido de dar e receber os fluidos em trânsito. Esta sintonia favorece significativamente os resultados.

AJ: — Quais são os tipos de passe e qual a diferença entre eles?

JM: Podemos generalizar e considerar apenas três: os espirituais, os magnéticos e os mistos. Nos primeiros, os fluidos são predominantemente dos Espíritos; nos magnéticos, preponderam os fluidos do magnetizador; e nos mistos, há uma espécie de equilíbrio entre as duas fontes de fluidos.

AJ: — O passe aplicado em pessoas inconscientes tem o mesmo efeito?

JM: Dependendo da inconsciência, sim ou não. Se se trata de alguém dormindo ou em coma, por exemplo, o resultado pode ser considerado muito bom, mas se a causa da inconsciência é motivada por bebidas ou efeitos de drogas, haverá uma perda substancial dos benefícios.

AJ: — Como a alimentação influencia na qualidade do passe (Passista e Receptor)?

JM: Para ambos os envolvidos, uma alimentação pesada, muito carnívora, hiperácida, muito condimentada ou muito volumosa, há embaraços de diversos matrizes, todos eles prejudicando tanto a doação quanto a captação. Para o passista, o jejum também é potencialmente prejudicial, tanto na "usinagem" quanto para seu próprio aparelho digestivo. O ideal é fazer uma refeição leve antes do passe, de preferência sem carnes e sem estimulantes.

AJ: — Qual a importância das Palestras que ocorrem antes dos Passes?

JM: Muito grande. Pelas palestras doutrinárias podemos dar o complemento indispensável que o "bom passe" solicita. Como o passe deve atender a um tratamento integral, holístico, a explanação evangélica, tratando da moral e das idéias, favorece a que as reformas interiores sejam analisadas e mais facilmente assimiladas.

AJ: — O passe pode ser aplicado em qualquer local ou somente nas Casas Espíritas?

JM: Observadas as questões de conveniências e de condições gerais de equilíbrio e bom senso, o passe pode ser aplicado em qualquer lugar, a qualquer hora. Todavia, ressalto que o local ideal será sempre a Casa Espírita.

AJ: — Os passes coletivo surtem o mesmo efeito?

JM: Em tese sim, mas casos que requeiram tratamento especializado e com a presença e a atuação direta de um magnetizador serão melhor resolvidos se contarem com outras condições mais apropriadas.

AJ: — Qual deve ser a postura do passista ao aplicar o passe? (Postura, respiração, atitude mental, roupas, etc.)

JM: Sobretudo, a da coerência com a moral ensinada pela Doutrina Espírita. Nada de excessos nem de faltas; nada de exageros ou despropósitos. O equilíbrio é a posição mais sensata. Com ele, nada de respirações ofegantes nem excessivas gesticulações (salvo os casos que requeiram técnicas, as quais devem ser sabidas, conhecidas e bem realizadas). A atitude mental deve ser de oração e comunhão com o mundo espiritual superior; de fé, confiança e de conhecimento acerca do que realiza.

AJ: — No momento do passe como devem ser os "Pensamentos" do Passista?

JM: De amor; pelo que faz, pelo paciente, pelos Espíritos e por si mesmo. Só quem ama verdadeiramente está habilitada a transmitir com eficiência projeções amorosas. Para se conseguir esse estado, deve-se amar continuamente. E como ponte, a oração e a fé são fundamentos básicos.

AJ: — Qual é a distância ideal entre as mãos do passista e o receptor?

JM: Depende do que pretenda realizar. Sugiro o estudo do magnetismo para saber o que de fato deve ser feito — particularmente, posso recomendar meus dois livros já mencionados.
  
AJ: — Uma pessoa pode aplicar passe em si mesmo?

JM: Pode, mas nem sempre é eficaz. Se a necessidade do auto passe prende-se a problemas emocionais, psicológicos e/ou espirituais, dificilmente uma técnica de passes, que não seja a meditação e/ou a oração, resultará positiva. Mas para casos orgânicos e/ou perispirituais localizados pode ser que o auto passe desempenhe relevante papel. Mais uma vez, será necessário o estudo detido do assunto para se ter certeza do que, como, quando e onde fazer.

AJ: — Os passes devem ser aplicados de uma maneira diferente nas crianças?

JM: Normalmente o são. As crianças recebem, via de regra, fluidos muito subtis, bem menos densos do que os adultos e idosos. Assim, é conveniente evitar-se demorados concentrados fluídicos em crianças (principalmente por imposições) e, por medida de segurança, terminar os passes nelas com técnicas dispersivas.

AJ: — Os passes podem interferir na mediunidade da pessoa que está recebendo, despertando ou interferindo? Como agir no caso de manifestação mediúnica no momento do passe?

JM: Se for numa cabine, tentar evitar aplicando-se dispersivos sobre o coronário, frontal e laríngeo ou mesmo sobre o umeral (vide "Manual do Passista"). Mas se for numa reunião mediúnica, onde se pretenda uma manifestação, fazer-se concentrados fluídicos nesses mesmos centros.

AJ: — Pode-se aplicar passe em desdobramento (viagem astral)?

JM: Pode sim e temos disso vários depoimentos.

AJ: — Como os remédios podem interferir no Passe (Passista e receptor)?

JM: Positivamente, quando favorecendo ao refazimento do organismo; negativamente, quando agindo de forma contrária ou congestionando o paciente. Vejamos um exemplo. Os compostos e tratamentos radioterápicos resolvem partes dos problemas a que se destinam, mas seus efeitos colaterais são "terríveis". Passistas harmonizados podem ajudar sobremaneira nesses tratamentos. Mas quando o passista toma ou ingere alguns medicamentos que atacam o sistema nervoso, podem vir a prejudicar os pacientes, pelo que deve ser observado muito critério para tais casos.

AJ: — Se por acaso um passista cobra pelo seu "serviço" (soube que isto ocorre nos EUA), isto influi na qualidade de seu passe?

JM: Duas coisas: a moral ou a ausência dela não interfere diretamente no magnetismo, mas as desarmonias que uma ausência de moral provoca pode afetar negativamente as usinagens fluídicas, vindo a desnaturá-las. A cobrança pelo serviço do "passe espírita" é totalmente despropositada e anti-doutrinária, pelo que deve ser evitada. Mas pessoas que estudam o magnetismo e suas variantes e se "formam", por assim dizer, podem exercer a faculdade, que é como uma outra qualquer. Um outro ponto a destacar é que tenho visitado regularmente os Estados Unidos e não tenho visto nem sabido de grupos e/ou passistas que cobrem pelos seus serviços de passes. A exceção de dá por aqueles que não são espíritas e praticam toda sorte de técnicas em nome de cursos e treinamentos os mais variados possíveis que fazem.

 AJ: — No caso das gestantes, como devemos agir? Elas podem aplicar ou receber passes?

JM: A prudência recomenda que elas se abstenham de aplicar, principalmente se elas forem magnetizadoras. Como pacientes, normalmente lhes são indicados passes dispersivos.

AJ: — Pode-se aplicar passe na criança ainda no período de gestação?

JM: Pode sim, mas usualmente aplicamos passes na mãe e os fluidos, por ela, atingem a criança naquilo que elas necessitam.

AJ: — Muitas pessoas mantém as mãos viradas para cima para "receber" melhor o passe. Isso faz diferença?

JM: Nenhuma, a não ser pelo atavismo de que possam estar envolvidas. As mãos abertas para cima indicam que a mente está "pedindo", não passando, portanto, de uma resposta fisiológica para uma atitude psicológica.

AJ: — No momento do passe o passista deve manter os olhos abertos?

JM: O ideal é que ele esteja de olhos semicerrados. É mais seguro.

AJ: — Há casas Espíritas que dizem que o passe só pode ser aplicado por uma pessoa do mesmo sexo do receptor, alegando que há diferenças no tipo de fluidos de homens e mulheres. Isso é correto?

JM: No meu modo de ver e sentir a realidade do magnetismo, esse argumento não passa pelo crivo do bom senso nem da lógica.

AJ: — No centro em que atuo, a Câmara de Passes possui até 22 passistas trabalhando ao mesmo tempo. Já que as pessoas atendidas têm necessidades diferentes, pode haver algum tipo de "interferência" ou "mistura" de fluidos?

JM: Não creio. Além do direcionamento feito por cada passista, o Mundo Espiritual normalmente atua com muita eficiência nessas ocasiões.

AJ: — Fora do Espiritismo existem as Benzedeiras. O que elas fazem pode ser chamado de Passe?

JM: Pode sim. A diferença é que elas não estudam, mas, se observarmos com cuidado, elas fazem a aplicação das técnicas do magnetismo com muita propriedade e riqueza, dando verdadeiros "banhos" de conhecimentos em muitos passistas espíritas.

AJ: — Qual deve ser o comportamento do passista no dia em que for aplicar passes em termos de alimentação, atividades físicas, sexo, vícios, etc.?

JM: O de moderação. Alimentação leve e quantidades menores do que as habituais, atividades físicas nunca além do necessário, evitar-se práticas sexuais ou mesmo provocações da libido, abster-se dos vícios, inclusive os mentais e orar bastante, policiando-se para não se stressar ou se descontrolar emocionalmente.

AJ: — Para finalizar, gostaríamos de saber sua opinião sobre a atuação dos sites Espíritas quanto a divulgação e o estudo da Doutrina Espírita?

 JM: Estão muito bons, mas para ótimos ainda teremos um longo caminho a percorrer. Mas isso é natural. Apenas não deveríamos nos acomodar, pensando que já temos e fazemos o melhor.

AJ: — Considerações finais.

JM: Muito obrigado pela oportunidade desta entrevista. Quero dizer aos amigos que nos leram que em fins de agosto de 2001 estaremos lançando um novo trabalho sobre passes, pela editora Martin Claret (de São Paulo). Trata-se do livro: "Cure-se e cure pelo passe". Um livro feito à base de perguntas e respostas e muitas ilustrações de primeiríssima qualidade. Aguardo vocês nas páginas desse novo livro. Até lá!!!
Muita Paz!

Abraço,

Jacob Melo
Fonte: A Jornada
Postado por Daniel de Almeida Giroto 


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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O MAGNETISMO E O ESPIRITISMO COMPARADOS.


DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS
O MAGNETISMO E O ESPIRITISMO COMPARADOS.
(Sociedade de Paris, 17 de maio de 1867, méd, Sr. Desliens.)

PALAVRAS do Codificador
Revista Espírita, junho de 1867

"Quando vivo, ocupei-me da prática do magnetismo do ponto de vista exclusivamente material; pelo menos, assim eu o acreditava; sei hoje que a elevação voluntária ou involuntária da alma que faz desejar a cura do doente, é uma verdadeira magnetização espiritual.

"A cura prende-se a causas excessivamente variáveis: Tal doença, tratada de tal maneira, cede diante da força de ação material; tal outra, que é idêntica, mas menos acentuada, não sofre nenhuma espécie de melhora, se bem que os meios curativos empregados sejam talvez mais poderosos ainda. A que se prendem, pois, essas variações de influências? - A uma causa ignorada da maioria dos magnetizadores que não atacam senão os princípios mórbidos materiais; elas são a conseqüência da situação moral do indivíduo.

"A doença material é um efeito; para destruir este efeito, não basta atacá-lo, tomá-lo corpo a corpo e aniquilá-lo; a causa existindo sempre, reproduzirá de novo efeitos mórbidos enquanto a ação curativa estiver longe.

"O fluido transmissor da saúde no magnetizador é um intermediário entre a matéria e a parte espiritual do ser, e que se poderia comparar ao perispírito. Ele une dois corpos um ao outro; é um ponto sobre o qual passam os elementos que devem levar a cura nos órgãos doentes.
Sendo um intermediário entre o Espírito e a matéria, em consequência de sua constituição molecular, esse fluido pode transmitir tão bem uma influência espiritual quanto uma influência puramente animal.

"Em definitivo, o que é o Espiritismo, ou antes, o que é a mediunidade, esta faculdade incompreendida até aqui, e cuja extensão considerável estabeleceu sobre bases incontestáveis os princípios fundamentais da nova revelação? É puramente e simplesmente uma variedade da ação magnética exercida por um ou por vários magnetizadores desencarnados, sobre um sujeito humano agindo no estado de vigília ou no estado extático, conscientemente ou inconscientemente.

"O que é, de outra parte, o magnetismo? Uma variedade do Espiritismo na qual os Espíritos encarnados agem sobre outros Espíritos encarnados.
"Existe, enfim, uma terceira variedade do magnetismo ou do Espiritismo, segundo se o tome por ponto de partida da ação de encarnados sobre desencarnados, ou a de Espíritos relativamente livres sobre Espíritos aprisionados num corpo; essa terceira variedade, que tem por princípio a ação dos encarnados sobre os Espíritos, se revela no tratamento e na moralização dos Espíritos obsessores.

"O Espiritismo não é, pois, senão do magnetismo espiritual, e o magnetismo não é outra coisa senão do Espiritismo humano.
"Com efeito, como procede o magnetizador que quer submeter à sua influência um sujeito sonambúlico? Ele o envolve com o seu fluido; o possui numa certa medida, e, notai-o, sem jamais chegar a aniquilar seu livre arbítrio, sem poder dele fazer sua coisa, um instrumento puramente passivo.

Frequentemente o magnetizado resiste à influência do magnetizador e age num sentido quando este desejaria que a ação fosse diametralmente oposta. Embora geralmente o sonâmbulo esteja adormecido, e que o seu próprio Espírito age enquanto seu corpo permanece mais ou menos inerte, ocorre também, porém mais raramente, que o sujeito simplesmente fascinado, iluminado, permanece num estado de vigília, se bem que com uma maior tensão de espírito e uma exaltação desabituada de suas faculdades.

"E agora, como procede o Espírito que deseja se comunicar? Ele envolve o médium com seu fluido; ele o possui numa certa medida, sem jamais chegar a dele fazer sua coisa, um instrumento puramente passivo. Vós me objetareis talvez que, nos casos de obsessão, de possessão, a aniquilação do livre arbítrio parece ser completa. Haveria muito a dizer sobre esta questão, porque a ação anulatória pesa mais sobre as forças vitais materiais do que sobre o Espírito que pode se encontrar paralisado, abatido e na impossibilidade de resistir, mas cujo pensamento jamais está aniquilado, assim como se pode notá-lo em muitas ocasiões. Eu acho no próprio fato da obsessão uma confirmação, uma prova em apoio de minha teoria, lembrando que a obsessão se exerce também de encarnado a encarnado, e que se viram magnetizadores se aproveitarem do domínio que exerciam para fazer seus sonâmbulos cometerem ações censuráveis. Aqui como sempre, a exceção confirma a regra.
Se bem que, geralmente, o sujeito medianímico esteja desperto, em certos casos, que se tomam cada vez mais frequentes, o sonambulismo espontâneo se declara no médium, e ele fala por si mesmo ou por sugestão absolutamente, como o sonâmbulo magnético se conduz nas mesmas circunstâncias.

"Enfim, como procedeis com relação aos Espíritos obsessores, ou simplesmente inferiores, que desejais moralizar?
Agis sobre eles por atração fluídica; vós os magnetizais, inconscientemente o mais frequentemente, para retê-los em vosso círculo de ação; conscientemente algumas vezes, quando estabeleceis ao redor deles uma toalha fluídica que não podem penetrar sem a vossa permissão, e agis sobre eles pela força moral que não é outra do que uma ação magnética quintessenciada.

"Como se vos disse muitas vezes, não há lacunas na obra da Natureza, não há saltos bruscos, mas transições insensíveis que fazem que se passe, pouco a pouco, de um estado a um outro, sem se aperceber da mudança de outro modo do que pela consciência de uma situação melhor.

"O magnetismo é, pois, um grau inferior do Espiritismo, e que se confunde insensivelmente com este último por uma série de variedades, diferindo pouco um do outro, como o animal é um estado superior da planta, etc. Num como nooutro, são dois degraus da escala infinita que liga todas as criações, desde o ínfimo átomo até Deus criador! Acima de vós está a luz ofuscante que vossos fracos olhos não podem ainda suportar; abaixo, estão as trevas profundas que vossos mais poderosos instrumentos de ótica não puderam ainda esclarecer. 

Ontem, nada sabíeis; hoje, vedes o abismo profundo no qual se perde a vossa origem. Pressentis o objetivo infinitamente perfeito para o qual tendem todas as vossas aspirações; e a quem deveis todos esses conhecimentos? ao magnetismo! ao Espiritismo, a todas as revelações que decorrem de uma lei de relação universal entre todos os seres e seu criador! a uma ciência eclodida ontem por vossa concepção, mas cuja existência se perde na noite dos tempos, porque ela é uma das bases fundamentais da criação.
"De tudo isto, concluo que o magnetismo, desenvolvido pelo Espiritismo, é a chave de abóbada da saúde moral e material da humanidade futura.

"E. QUINEMANT."

Nota. A justeza das apreciações e as profundezas do novo ponto de vista que esta comunicação encerra, não escaparão a ninguém. O Sr. Quinemant, embora partido depois de bem pouco tempo, se revela desde o início, e sem a menor hesitação, como um Espírito de uma incontestável superioridade.
Apenas liberto da matéria, que não parece ter deixado sobre ele nenhum traço, desdobra as suas faculdades com uma força notável, que promete a seus irmãos da Terra um bom conselheiro a mais.

Aqueles que pretendiam que o Espiritismo se arrastava na rotina dos lugares comuns e das banalidades, podem ver, pelas questões que ele aborda há algum tempo, se está estacionário, e o verão melhor ainda, à medida que lhes forem permitido desenvolver suas conseqüências. No entanto, ele não ensina, propriamente falando, nada de novo; estudando-se com cuidado seus princípios constitutivos fundamentais, ver-se-á que encerram os germes de tudo; mas esses germes não podem se desenvolver senão gradualmente; se todos não florescem ao mesmo tempo, é que a extensão do círculo de suas atribuições não depende da vontade dos homens, mas da dos Espíritos, que regulam o grau de seu ensino sobre a oportunidade. É em vão que os homens gostariam de antecipar no tempo; eles não podem constranger a vontade dos Espíritos que agem segundo as inspirações superiores, e não se deixam ir pela impaciência dos encarnados; eles sabem, se for preciso, tomar essa impaciência estéril. Deixai-os, pois, agir; fortaleçamo-nos naquilo que nos ensinam, e estejamos certos que saberão fazer dar, em tempo útil, pelo Espiritismo, o que devem dar.

Jornal Vórtice ANO II, n.º 08, janeiro/2010


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