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domingo, 5 de junho de 2016

Diálogo entre Espírito e Alma


Adilson Mota
adilsonmota1@gmail.com

Allan Kardec, como bom cientista e homem experiente, compreendia a importância de que cada conceito seja expresso através do termo apropriado a fim de facilitar o entendimento. Depreende-se esse cuidado do codificador na escrita dos itens I e II da Introdução de O Livro dos Espíritos. Mais adiante, na questão 134, os Espíritos estabeleceram uma diferen-ciação entre espírito e alma, definindo esta última como "Um Espírito encarnado".

À primeira vista não parece haver tanta diferença entre um e outro, pois a alma continua sendo um Espírito só que agora envolvido num corpo físico. Na prática, porém, há poucas semelhanças, pois o simples fato de participar de um meio material através do organismo biológico desenvolve mudanças graves na expressão, percepção, comunicação e locomoção do Espírito. Podemos imaginar um diálogo mais ou menos assim entre o espírito e a alma.

Espírito - Eu sou o ser essencial, o princípio inteligente, criado por Deus em um momento tal que não consigo decifrar, pois se perde na noite da minha infância como ser existente.

Alma - Eu carrego comigo essa essência, porém sou obrigado a carregar também um organismo pesado, como uma grossa vestimenta que mais parece um escafandro de carne. Existo a partir do instante em que penetro o mundo da matéria arrastado pelo corpo físico.

Espírito - O que eu penso, existe para mim. Meu pensamento é criador, cria a minha realidade íntima e também externa. Possuo a capacidade de exteriorização do pensamento que se concretiza como sendo o mundo objetivo em que vivo e que reflete o que carrego em mim, que pode ser um jogo de luz, de sombra ou os dois juntos.

Alma - Em mim, amigo Espírito, há uma desvantagem e uma vantagem. Desvantagem por que eu perdi esse potencial criador. Bom, pelo menos parte dele. Meu pensar já não consegue criar tanto, mas continua produzindo o mundo subjetivo dos meus sonhos, das minhas lembranças boas ou ruins. Não consigo manipular ao meu gosto os materiais ao meu redor. Pelo menos isso me traz uma vantagem: os desregramentos do pensamento não causam impacto ime-diato, pois que o material de que é feito o organismo físico serve de abafador do pensamento, de redutor, de isolante entre o pensamento e a realidade externa. Você é o grande ser abaixo de Deus, eu sou simplesmente uma alma.

Espírito - Você é que é feliz, minha amiga, pois as experiências que você produz é que me fizeram ser o que sou. Minhas capacidades desenvolvi graças a você ter se sacrificado bravamente nos recônditos da materialidade, des-de as longínquas eras em que o homem ainda perambulava de lugar em lugar à cata dos alimentos das árvores, lutando ferozmente pela sobrevivência de mais um dia junto com a sua prole e o seu bando, passando pelas lutas acerbas de todas as épocas enfrentando variadas experiências para dar desenvolvimento aos germes de inteligência que o Pai plantou.

Alma - Realmente eu vivo em um mundo difícil, buscando arar o solo ingrato do meu ser, à custa de sacrifícios e às vezes de sofrimentos.

Espírito - Você é apontada pelos versos dos poetas, embeleza as letras das músicas, é procurada pelos estudiosos da psique humana, pois que você assim o é, produz o calor humano, ameniza o furor dos descontrolados, pacifica o coração da mãe aflita, alivia o calor das paixões, arrebata o crente mais crente no testemunho da sua fé.

Alma - Isso ocorre, caro irmão Espírito, mas eu só consigo deixar aparecer um laivo daquilo que você é, eu só consigo manifestar uma réstia daquilo que é o princípio inteligente do Universo. A minha comunicação com os outros é lenta, difícil, entremeada de interpretações. Os meios de que me utilizo são limitados, uma boca, dois ouvidos, mãos e todo um arcabouço que para você deve ser muito desengonçado e simplório.


Alma - Você é mais sensível que eu. Em mim, tanto as impressões boas quanto ruins são abrandadas pelo meu instrumento grosseiro de aprendizado. Isolada aqui na matéria, eu me sinto às vezes numa corda bamba prestes a cair nas tentações e nos arrastamentos a que o corpo me submete. Feliz-mente, de vez em quando eu me comunico com você, Espírito, nos momentos de reflexão, de intros-pecção, de emancipação. Assim eu posso beber da sua sensatez. Você me faz lembrar dos meus compromissos, você que é muito mais antigo que eu, de uma vastidão muito maior que a minha. Desses contatos eu sempre volto pensativa. Às vezes esses encontros me fazem sofrer, quando eu percebo que não estou fazendo como deveria. Você alerta a minha consciência e isso às vezes dói, quando eu não estou seguindo o caminho que você traçou para mim.

Espírito - Este é o meu papel, pois é de meu inte-resse que você consiga realizar todo o planejamento. Só assim eu posso crescer, armazenar conheci-mentos e refinar os meus sentimentos. A você eu sou muito grato, alma amiga, pois é através das suas lutas e sacrifícios que eu me purifico.

Alma - Eu sou a sua projeção aqui na Terra, sou uma das suas faces moldada pelo meio em que habito e por tudo que eu vivo. Ao retornar em definitivo para o Mundo Espiritual me somarei aos milhares de experiências que você acumulou durante sua exis-tência. Sei que assim serei mais feliz, mas enquanto aqui estiver, valorizarei cada dia, cada instante até que eu aprenda a submeter esse corpo que por enquanto é mais forte que eu.

Espírito - Assim será, pois do teu esforço sairás límpida da Terra e serás mais um personagem por mim vivido, acumulando luz num progresso sem fim.
***
Se pudéssemos comparar, a alma representa a persona, a máscara, o personagem vivido no grande teatro da vida. O Espírito é o ator que se expressa de maneiras diferentes a cada peça em que atua. O autor é Deus que dispôs para nós os cenários, as vestimentas e tudo o mais que é necessário ao enredo da vida, deixando que atuemos com liberdade de expressão, mas respondendo sempre por aquilo que fizermos.


Fonte: Jornal Vortice ANO VIII, Nº 10 - Março– 2016

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Emancipação da Alma - Sensibilidade X Insensibilidade

Adilson Mota
adilsonmota1@gmail.com

Um dos fenômenos mais extraordinários que se pode verificar através de um estado de emancipação da alma é o da insensibilidade física. Não é todo estado de emancipação que pode provocar essa situação, nem qualquer indivíduo. Porém, quando se manifesta, chama sempre a atenção pelo inusitado. Escreveu Deleuze em seu livro Instruções Práticas sobre o Magnetismo que “entre os fenômenos que frequentemente tem apresentado o sonambulismo há do qual se pode tirar, em certas circunstâncias, a maior vantagem: tal é o da insensibilidade absoluta. Tem-se visto sonâmbulos a quem se pode beliscar e espetar com força sem que o sentisse”. 

Por outro lado, sabe-se o quanto certos indivíduos em estado de transe se tornam sensíveis num sentido especial. Percebem os sentimentos e intenções das pessoas à sua volta que lhe produzem sensações agradáveis ou desagradáveis de conformidade com o que vai no íntimo delas. A presença de curiosos ou opositores pode causar mal-estar e obstar o bom funcionamento das suas faculdades psíquicas.

Na mesma obra abordou Deleuze essa questão da seguinte forma: “Afastareis todas as testemunhas inúteis, todos os curiosos, e em especial os incrédulos”.

Se alguém entra no ambiente de experiências de inopino, isso pode causar impressões que através das vibrações emitidas atrapalham o processo de emancipação da alma e provocam certos distúrbios ao fenômeno e seus resultados. Há aqueles que sentem com facilidade a emanação fluídica das pessoas e coisas ao seu redor devido a uma extrema sensibilidade magnética que possuem nesse estado. Nesses casos não é necessário dizer que o toque direto deve ser evitado por quem não o induziu ao transe. 

A despeito dessa extraordinária sensibilidade e percepção, há aqueles que desenvolvem a capacidade de insensibilizar-se fisicamente. Mantém a sensibilidade da alma, mas não são afetados através dos sentidos. O tato foi anulado, assim como a audição, a visão e o olfato. 

A esse respeito assim se expressou o Barão du Potet em seu livro Tratado Completo de Magnetismo Animal: 

Donde vem esse poder incomensurável do magnetismo que chega a suspender a sensibilidade durante as operações mais dolorosas e que permite aos instrumentos lacerar as carnes, cortá-las e queimá-las sem que o paciente emita um grito, sem que ele enfim sinta uma única das angústias e, digo mais, sem que ele tenha uma pulsação a mais do que no seu estado de calma? 

Mais adiante o Barão relata uma das cirurgias praticada em Cherbourg, de glândulas cancerosas, pelo Dr. Loysel assistido pelo Sr. Gibon, médico-cirurgião. A cirurgia, ocorrida em 19 de setembro de 1846 teve os dados extraídos dos autos do relatório e foi assistida por mais 50 pessoas. Citamos apenas alguns trechos.

 “Às duas horas e quarenta minutos, a paciente foi magnetizada e adormecida pelo Sr. L. Durand, de uma distância de dois metros e em menos de três segundos. Então o cirurgião, para se assegurar da insensibilidade da doente, perfurou-a bruscamente e por repetidas vezes com um longo estilete na carne do pescoço; um frasco de amoníaco concentrado foi colocado sobre o nariz da paciente. Esta permanece imóvel; nenhuma sensação é percebida, nenhuma alteração se mostra sobre sua feição e nem uma única impressão de fora chega até ela.” 

[...] 

“Por toda a duração da operação, a Srta. Le Marchand permaneceu calma e insensível; nenhuma emoção a agitou; nenhuma contração muscular aconteceu, mesmo quando o bisturi penetrou na carne; ela estava como uma estátua; enfim, a insensibilidade era absoluta.” 

Terminada a cirurgia, dizem os autos, a paciente sorria sem nenhuma lembrança do que tinha ocorrido, com o semblante a demonstrar calma e bem-estar.

Aumento da sensibilidade psíquica e redução da sensibilidade física fazem parte dos fenômenos de emancipação da alma, dos quais ainda pouco se conhece necessitando de estudos e pesquisas para descobrirmos toda a sua aplicabilidade.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Emancipação da Alma - O Sono E Os Sonhos II

 Os sonhos representam as vivências do Espírito nos momentos em que o corpo adormece e libera aquele parcialmente das amarras da matéria física. Nesse estado, a alma encontra-se mais livre e em condições melhores para utilizar as suas faculdades com maior amplitude. “O sonho é a lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono”*, escreveu Kardec. Às vezes os sonhos são lembrados com precisão, às vezes parece que foram apagados da mente. De outras, vão se desva-necendo com o passar dos minutos ou das horas, após o sujeito ter despertado no corpo.

Quanto mais profundo o sono, maior pode ser o desprendimento do Espírito. Isto significa que as suas andanças fora do corpo sofrem me-nos influência da matéria ao mesmo tempo em que ficam menos grava-das no cérebro físico, pois não foram captadas através dos sentidos corporais.

Por vezes, os sonhos se mostram simbólicos. Para entendermos o porquê disso, é preciso lembrar que há uma diferença vibratória muito grande entre o Espírito, que é muito sutil, e o corpo, que é muito denso. Assim sendo, o que se passa ao nível do Espírito não consegue ser registrado de forma eficiente e completa pelos mecanismos biológicos. Daí, surge um simbolismo como se fosse um recurso de conversão a fim de que fique marcado no cérebro físico aquilo que foi experienciado pela alma.

Dito isso, podemos entender que não existe interpretação dos sonhos como vulgarmente se pensa. Cada símbolo utilizado é particular, não tem uma conotação genérica, “(...) de modo que é absurdo acreditar-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra”.** Além disso, os sonhos podem ser confusos quando se misturam imagens do passado com o presente, a visão do Espírito fora do corpo com as suas preocupações do dia a dia, ou quando as lem-branças são fragmentadas, como se faltassem pedaços. É comum não ficar impresso no sonho o momento em que o Espírito se au-senta do corpo e quando a ele retorna. Assim, se tornam ininte-ligíveis os sonhos. De qualquer modo, na maioria das vezes, não importa saber o que significam os sonhos que tivemos ou o que fizemos quando semidesligados do corpo. Se recebemos orienta-ções dos Bons Espíritos e não lembramos, que elas fiquem guarda-das no nosso íntimo e que consigam ser colocadas em prática quan-do necessário, que alimentem a alma com uma luz nova a clarear a nossa inteligência na direção do bem.

O sono e os sonhos são fases do processo geral de emancipação da alma. São momentos de refrigério em que podemos nos encontrar com seres melhores que nós ou aliviar a saudade que sentimos daqueles que já partiram. É como uma oportunidade de suavizar a “dureza” da vida material que Deus permite esses momentos fora do corpo físico.

Referências:

* O Livro dos Espíritos, questão 402.
** O Livro dos Espíritos, questão 404.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Emancipação da Alma - O Sono E Os Sonhos

Adilson Mota
adilsonmota1@gmail.com

O estado de emancipação da alma mais comum é o do sono. Os sonhos são uma consequência do ato de dormir e que ocorre dentro de certas condições. Quando se dorme o Espírito desprende-se parcialmente do corpo e, aproveitando os momentos de liberdade, busca aquilo que constitui a sua fonte de prazer, seja no bem, na frivolidade ou na maldade. Reduzidas as atividades corporais, as ligações entre o Espírito e o corpo relaxam-se e o primeiro pode gozar de uma relativa liberdade, tanto maior quanto mais condições o corpo ofereça para esse desprendimento e a depender de certas disposições do Espírito.

Estando adormecido o corpo, o gasto de energia se torna bastante reduzido, só o suficiente para a manutenção das funções basais. Desse modo, as energias absorvidas durante o sono tendem a reabastecer o organismo físico para a continuação da vida na matéria e o exercício das suas atividades.

Durante o sono, a alma pode entrar em contato com outros Espíritos encarnados ou desencarnados. Pode retemperar-se das lutas diárias através do contato com o Mundo Espiritual e adquirir novas forças para a continuidade da sua tarefa aqui na Terra. Pode também receber orientações para uma melhor condução da sua existência física. Muitas vezes procura ou é  procurado por parentes e amigos que já desencarnaram, o que o faz sentir-se mais consolado e alivia a saudade. Planos reencarnatórios podem ser elaborados, além de programas de tarefas ou missões presentes ou futuras com a colaboração de outros Espíritos. Encontros com obsessores também são passíveis de ocorrer, alimentando a perseguição fora do corpo, bem como reuniões macabras com o intuito de formular e acompanhar planos de maldades individuais ou coletivas.

De acordo com os pendores, cada um procura o ambiente com o qual se afiniza. Alguns procuram por antigos amores ou ódios de encarnações passadas, elementos com os quais conviveram e criaram laços que se estendem no tempo. Outros frequentam festas e reuniões mundanas misturando-se aos encarnados em estado de vigília e aos desencarnados que se satisfazem nesses ambientes. Assim, cada um se alimenta, nos instantes de emancipação através do sono, das energias com as quais se sintoniza. A elevação ou a decadência é algo que vive dentro de cada um, devendo esforçarmos-nos para nos liberar daquilo que represente atraso e desenvolvendo o Espírito no sentido do bem em nós.

Os sonhos representam as mais das vezes fragmentos daquilo que foi vivenciado durante o desprendimento. O pouco desenvolvimento das  faculdades da alma torna-os geralmente incompletos e confusos. Às vezes se mostram simbólicos e podem misturar-se com imagens relacionadas às preocupações do dia a dia. Raramente lembramos completamente do que sonhamos. Quanto mais profundo o sono, mais difícil será recordar-se, ao acordar, do que ocorreu, já que as vivências fora do corpo mais impressionam o sistema nervoso quanto menos desenvolvido for o estado de emancipação.


Até o próximo artigo em que continuaremos abordando sobre o sono e os sonhos.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Emancipação da Alma

Estamos inaugurando uma nova coluna para tratarmos de processos de emancipação da alma, como o sonambulismo magnético, e de outros fenômenos anímicos. A cada edição publicaremos algo a respeito destas faculdades inerentes ao ser humano encarnado, mas pouco conhecidas e exploradas. Pretendemos adentrar pouco a pouco nesse universo teórico e prático e convidamos o leitor a vir conosco.


Adilson Mota
adilsonmota1@gmail.com

Emancipar significa tornar independente, libertar. Os fenômenos de emancipação da alma se referem à possibilidade do Espírito encarnado desprender-se do corpo físico, oportunidade que ele tem para usufruir de uma maior independência, parcialmente livre da influência da matéria.

Somente na morte o Espírito está completa e definitivamente desligado do corpo. Enquanto encarnado, "basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade. Para se emancipar, ele se aproveita de todos os instantes de trégua que o corpo lhe concede. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornando-se tanto mais livre, quanto mais fraco for o corpo". (O Livro dos Espíritos, questão 407)

Nestes momentos o Espírito sente-se mais livre, tem percepções que os sentidos físicos não permitem, pode lembrar o passado e prever o futuro. Vários são os fenômenos ocasionados por este estado singular de desprendimento. O sono e os sonhos são os mais conhecidos e comuns de todos. Há ainda a catalepsia e a letargia, a dupla vista, o sonambulismo e o êxtase, a telepatia, a morte aparente e a insensibilidade física. Ao longo dos artigos iremos estudando um a um, apresentando as suas características e buscando entender o seu funcionamento.

Desde a fecundação, quando ocorre a imantação entre o Espí-rito e o embrião, essa ligação magnética vai-se fortalecendo pouco a pouco até completar-se depois de algum tempo após o nascimento, quando a criança desenvolve autonomia e inde-pendência. Durante algum tempo o bebê passa a maior parte do dia em estado de emancipação, semidesligado do corpo, dormindo, com a finalidade de ir-se adaptando à vida material. Isto é fator comum a todas as pessoas. 

Há aquelas, todavia, que desenvolvem uma capacidade espe-cial e demonstram em determinadas circunstâncias uma facul-dade de emancipação da alma que nem todo mundo possui pois requer condições específicas. "Há disposições físicas que permitem ao Espírito desprender-se mais ou menos facilmente da matéria". (O Livro dos Espíritos, questão 433). 

Estes fenômenos, também chamados de anímicos, eram do conhecimento dos magnetizadores tidos como clássicos. Allan Kardec, por ter sido magnetizador durante 35 anos, também os conhecia, daí o seu interesse em solicitar esclarecimentos sobre os mesmos aos Espíritos Superiores que o assistiam, publicando-os na segunda parte de O Livro dos Espíritos, capí-tulo VIII. Aqueles que se interessarem pelo assunto, podem encontrar ainda artigos diversos na Revista Espírita, escrita pelo Codificador da Doutrina Espírita.

Até o próximo artigo.

Fonte: Jornal Vortice  ANO VIII, Nº 04 -– Setembro - 2015

Leitura Recomendada;

Emancipação da Alma – A ORIGEM DOS CONHECIMENTOS DO SONÂMBULO
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Emancipação da Alma - Sensibilidade X Insensibilidade
Emancipação da Alma - O Sono E Os Sonhos II
Emancipação da Alma - O Sono E Os Sonhos

segunda-feira, 13 de julho de 2015

INFLUÊNCIA OCULTA DOS ESPÍRITOS SOBRE OS NOSSOS PENSAMENTOS E AS NOSSAS AÇÕES.


Estudo com base in O Livro dos Espíritos, Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo,
Capítulo IX, itens de 456 à 472. Obra codificada por Allan Kardec

Pesquisa: Elio Mollo

Livres da matéria, os Espíritos usam o pensamento para se comunicarem entre si e com os encarnados. Para eles o pensamento é tudo. (1). Quando o pensamento está em algum lugar, a alma está também, uma vez que é a alma que pensa. O pensamento é um atributo da alma. (2)

Os Espíritos podem, muitas vezes, conhecer os nossos pensamentos mais secretos, principalmente, aquilo que desejaríamos ocultar a nós mesmos; nem atos, nem pensamentos podem ser dissimulados para eles.  Assim sendo, pareceria mais fácil ocultar-se uma coisa a uma pessoa viva, pois não o podemos fazer a essa mesma pessoa depois de morta, pois quando nos julgamos bem escondidos, temos muitas vezes ao nosso lado uma multidão de Espíritos que nos veem. 

A ideia que fazem de nós, os Espíritos que estão ao nosso redor e nos observam, depende da capacidade evolutiva do observador, assim, os Espíritos levianos riem das pequenas traquinices que nos fazem, e zombam das nossas impaciências. Os Espíritos sérios lamentam as nossas trapalhadas e tratam de nos ajudar. 

Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações, e nesse sentido, a influência deles é maior do que podemos supor, porque muito frequentemente são eles que nos dirigem.

Temos pensamentos próprios e outros que nos são sugeridos, ou seja, a nossa alma é um Espírito que pensa e não podemos ignorar que muitos pensamentos nos ocorrem, a um só  tempo, sobre o mesmo assunto e frequentemente bastante contraditórios. Pois bem: nesse conjunto há sempre os nossos e os dos Espíritos, e é isso o que nos deixa na incerteza, porque temos em nós duas ideias que se combatem. Para distinguir os nossos próprios pensamentos dos que nos são sugeridos, temos que, quando um pensamento nos é sugerido, é como uma voz que nos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que nos ocorrem no primeiro impulso. De resto, não há grande interesse para nós nessa distinção, e é frequentemente útil não o sabermos, assim, o homem pode agir mais livremente e, se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade, e se tomar o mau caminho a sua responsabilidade será maior.

Os homens de inteligência e de gênio, algumas vezes, as ideias surgem de seu próprio Espírito, mas frequentemente lhes são sugeridas por outros Espíritos, que os julgam capazes de as  compreender e dignos de as transmitir. Quando eles não as encontram  em si mesmos, apelam para a inspiração; é uma evocação que fazem, sem o suspeitar.

Se fosse útil que pudéssemos distinguir claramente os nossos próprios pensamentos daqueles que nos são sugeridos, Deus nos teria dado o meio de fazê-lo, como nos deu o de distinguir o dia e a noite. Quando uma coisa permanece vaga é que assim deve ser para o nosso bem.

O primeiro impulso pode ser bom ou mau, segundo a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom para aquele que ouve as boas inspirações.

Para distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito, devemos aprender que os bons Espíritos não aconselham senão o bem, assim, cabe a nós distinguir e escolher.

Os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal com a intenção de nos fazer sofrer como eles, ou seja, eles o fazem por inveja dos seres mais felizes e porque ainda se sentem pertencer a uma ordem inferior e estarem com a consciência pesada a lhe cobrarem a reparação dos seus erros.

Também podemos dizer que os espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a constância dos homens no bem. Nós, como Espíritos, devemos progredir na ciência do infinito, e é por isso que passamos pelas provas do mal até chegarmos ao bem.

A missão dos bons Espíritos é a de nos porem no bom caminho, e quando más influências agem sobre nós, somos nós mesmos que as chamamos, pelo desejo do mal, porque os Espíritos inferiores, também, vêm em nosso auxílio para nos fazer praticar o mal quando temos a vontade de o cometer. (3) Assim, se somos inclinado ao assassínio, teremos uma nuvem de Espíritos ainda voltados ao mal fortalecendo esse pensamento em nós, contudo, quando temos a vontade de fazer o bem, também, teremos junto a nós, Espíritos bons que tratarão de nos influenciar para o bem, isso faz com que se reequilibre a balança, assim, Deus deixa à nossa consciência a escolha da rota que devemos seguir, e a liberdade de ceder a uma ou a outra das influências contrárias que se exercem sobre nós.

O homem pode se afastar da influência dos Espíritos que o incitam ao mal, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.

Os Espíritos cuja influência é repelida pela vontade (4) do homem renunciam às suas tentativas, ou seja, quando nada têm para fazerem, abandonam o campo. Não obstante, espreitam o momento favorável, como o gato espreita o rato.

O melhor meio para neutralizar a influência dos maus Espíritos e fazendo o bem e colocando toda a nossa confiança em Deus, assim, repelimos a influência dos Espíritos inferiores e destruímos o império que desejam ter sobre nós. Devemos evitar de dar ouvidos as sugestões dos Espíritos que suscitam em nós os maus pensamentos, que insuflam a discórdia e excitam em nós todas as más paixões. Desconfiemos  sobretudo daqueles que exaltam o nosso orgulho, porque eles aproveitam das nossas fraquezas. Eis porque Jesus nos ensinou através da oração dominical: "Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!"

Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal; quando ele o faz, é pela sua própria vontade e consequentemente terá de sofrer as consequências (5). Deus pode deixá-lo fazer para nos provar, mas jamais o ordena, assim, cabe a nós afastar essa espécie de Espirito. 

Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível, ou de satisfação interior sem causa conhecida, isso pode ser consequência de um efeito das comunicações que, sem o saber, tivemos com os Espíritos, ou das relações que tivemos com eles durante o sono. 

Os Espíritos que desejam incitar-nos ao mal aproveitam a circunstância, mas frequentemente a provocam, empurrando-nos sem o percebermos para o objeto da nossa ambição. Assim, por exemplo, um homem encontra no seu caminho uma certa quantia: não acreditemos pois que foram os Espíritos que puseram o dinheiro ali, mas eles podem dar ao homem o pensamento de se dirigir naquela direção, e então lhe sugerem apoderar-se dele, enquanto outros lhe sugerem devolver o dinheiro ao dono. Acontece o mesmo em todas as outras tentações.

NOTAS:

(1) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 100, Escala Espírita.
(2) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 89a, Forma e Ubiquidade dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, primeira parte, cap. II, item 7..
(3) Ver Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. VI, item 100, questão 11.
 (4) A vontade não é uma entidade, uma substância e nem mesmo uma propriedade da matéria mais eterizada: é o atributo essencial do Espírito, ou seja, do ser pensante. (Ver Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. VIII, Laboratório do Mundo Invisível, item 131.)


(5) Diz o texto francês: "et par conséquent il en subit les conséquences". Em geral, nas traduções, procura- se corrigir a repetição. Preferimos respeitá-la, mesmo porque nos parece destinada a dar ênfase ao fato. (Nota. de J. Herculano Pires)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

A DISCIPLINA DO PENSAMENTO E A REFORMA DO CARÁTER

Em fragmento de sua obra “O Problema do Ser”, Leon Denis coloca: “o pensamento é criador” (DENIS, p.89, 1965) e, segundo ele, influencia para o bem ou para o mal, atuando e agindo, principalmente sobre àquele de quem emana, sendo ainda o propulsor de descobertas nas mais diferentes áreas da ciência. É a causa de nossa elevação ou rebaixamento, na proporção exata do uso que dele fizermos.

NA QUESTÃO 833 de O L.E, Kardec pergunta:

“Haverá no homem alguma coisa que escape a todo o constrangimento e pela qual goze ele de absoluta liberdade?”

 Ao que lhe é respondido: “No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe obstáculos. Pode-se-lhe deter o vôo, porém não aniquilá-lo”

A ação do pensamento é livre, o que faz com que constantemente mudemos ou alteremos nossa natureza vibratória, atraindo seres cujos elementos semelhantes comungam de nossos desejos e tendências, oportunizando-nos a nossa melhoria ou estagnação durante a jornada reencarnatória.

 A palavra, concretização do pensamento e a prece, “impulso da alma para as potências divinas” (DENIS, p.91, 1965) são instrumentos, com os quais nosso espírito pode enveradar para as sendas do progresso e da construção de um mundo digno, em que predominem pensamentos e ações voltadas para a prática do bem, do amor e do respeito ao próximo.

Para que este progresso aconteça, é necessário, porém, que nos voltemos à análise atenta de nós mesmos, norteando nossas vidas em princípios superiores, “elegendo” Jesus, como modelo e guia a ser seguido, Se não tanto, que nos espelhemos, então, em grandes almas cujas trajetórias sejam referenciais de conduta e dignidade, e aos poucos iremos nos apropriando de um modelo ideal a ser seguido e refletido em nossas ações.

 Disciplina, compreensão, esforço e ação, são critérios para uma convivência em sociedade, onde as diferenças nas relações sociais, devem ser instrumentos que nos levem a refletir e mudar o nosso pensamento, no sentido da busca pelo progresso e evolução morais, sendo necessário nosso esforço permanente, principalmente no sentido de agirmos conforme falamos, com atos que sejam o espelho dos nossos sentimentos.

“Deus não pede aos homens o que eles têm podido adquirir à custa de lentos e penosos trabalhos. (…) Sejamos severos conosco e tolerantes com os outros” ( DENIS, p. 98, 1965) .

REFERÊNCIAS DENIS, Leon. Fragmentos de Obras: Ser Destino Dor. Ed Calvário, 1965.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB, 1981.


Leitura Recomendada;

OS FLUIDOS (A GÊNESE, CAPÍTULO XIV)
OS CORPOS SUTIS NA OBRA DE KARDEC
O FLUIDO VITAL E O DUPLO ETÉRICO
DOS CORPOS ESPIRITUAIS (A VISÃO DE ANDRÉ LUIZ)
FLUIDO MENTAL - MATÉRIA MENTAL
FLUXO DO PENSAMENTO - LEIS DO CAMPO MENTAL
A “FREQÜÊNCIA” DOS PENSAMENTOS – CARLOS TORRES PASTORINO
O PODER DO PENSAMENTO
A VONTADE E O PODER DO MAGNETIZADOR
A FORÇA PSÍQUICA. OS FLUIDOS. O MAGNETISMO
O CORPO É UM REFLEXO DA MENTE
O PENSAMENTO –“As Potências da Alma”
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2014/07/o-pensamento-as-potencias-da-alma.html