Terezinha
Colle
Uma
abordagem segundo a Doutrina Espírita
Não sabeis também que
alguns Espíritos se comprazem emconservar os homens na ignorância, aparentando
instruí-los, e que aproveitam da facilidade com que suas palavras são
acreditadas? Podem seduzir os que não descem ao fundo das coisas; mas, quando
pelo raciocínio são levados à parede, não sustentam por muito tempo o
papel."
O
Espírito de Verdade.1
O que será
de mim após
a morte? Essa pergunta inquieta muitas pessoas, e as
respostas variam
conforme as crenças.
Ao deixarmos
o corpo
físico iremos para o inferno? Para o céu, ou paraíso? Para o purgatório? Ou
será que, segundo certas crenças, alguma cidade cercada por altas muralhas
abrirá seus portões a fim de que ali fiquemos protegidos dos maus Espíritos?
Vejamos o que
diz o
Espiritismo sobre esse assunto. Apenas reproduziremos aqui os textos que
extraímos das obras de Kardec, colocando-os numa ordem que julgamos nos levar à
compreensão desse tema tão discutido, mas pouco conhecido mesmo dos espíritas.
Após cada
texto consta a referência
bibliográfica, para aqueles que desejam
aprofundar o tema.
Comecemos
por compreender
nossa situação como Espíritos e como homens. Segundo
a Ciência Espírita, não
somos um corpo carnal que tem um Espírito: somos um Espírito temporariamente
revestido de um corpo físico, com o objetivo de progredir.
Somos Espíritos
imortais no corpo, ou fora dele
Que definição se pode
dar dos Espíritos?
“Pode dizer-se que os
Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o
Universo, fora o
mundo material.” 2
Os Espíritos
constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?
“Sim, o mundo dos
Espíritos, ou das inteligências incorpóreas.”3
Que é a alma?
“Um Espírito
encarnado.”
a) - Que era a
alma antes de se unir ao corpo?
“Espírito.”
b) - As almas e os
Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma coisa?
“Sim, as almas não
são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres
inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um
envoltório carnal para se purificarem e esclarecerem.”4
Que sucede à alma no
instante da morte?
“Volta a ser
Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara
momentaneamente.”5
“O homem é composto
do corpo e do Espírito; o Espírito é o ser principal, o ser
racional, o ser
inteligente; o corpo é o envoltório material que reveste temporariamente o Espírito,
para o cumprimento de sua missão na Terra e a execução do trabalho necessário a
seu adiantamento. O corpo, usado, destrói-se, e o Espírito sobrevive à sua destruição.
Sem o Espírito, o corpo é apenas uma matéria inerte, como um instrumento privado
do braço que o faz agir; sem o corpo, o Espírito é tudo: a vida e a
inteligência.Deixando o corpo, ele retorna ao mundo espiritual de onde havia
saído para encarnar.
Existem,
pois, o mundo corporal, composto de Espíritos encarnados, e o mundo espiritual,
formado dos Espíritos desencarnados. Os seres do mundo corporal, devido mesmo à
materialidade do seu envoltório, estão ligados à Terra ou a um globo qualquer; o
mundo espiritual está por toda parte, em torno de nós e no Espaço; nenhum
limite lhe é fixado. Em razão da natureza fluídica do seu envoltório, os seres
que o compõem, em vez de se arrastarem penosamente sobre o solo, transpõem as
distâncias com a rapidez do pensamento. A morte do corpo é a ruptura dos laços
que os retinham cativos.”6
“A morte é
apenas a destruição do
envoltório corporal, que a alma abandona, como o faz a borboleta com a
crisálida, conservando porém seu corpo fluídico ou perispírito.
A morte do
corpo desembaraça
o Espírito do laço que o prendia à Terra e o fazia sofrer; e uma vez libertado
desse fardo, não lhe resta mais que o seu corpo etéreo, que lhe permite
percorrer o espaço e transpor as distâncias com a rapidez do pensamento.”7
No mundo espiritual o
poder é confiado aos Bons Espíritos
Da
existência de
diferentes ordens de Espíritos, resulta para estes alguma
hierarquia de
poderes? Há entre eles subordinação e autoridade?
Muito
grande. Os
Espíritos têm uns sobre os outros a autoridade correspondente ao grau de
superioridade que hajam alcançado, autoridade que eles exercem por um ascendente
moral irresistível.”
a) Podem
os Espíritos
inferiores subtrair-se à autoridade dos que lhes são
superiores?
“Eu disse:
irresistível.”
O poder e a
consideração de que um homem gozou na Terra lhe dão supremacia no mundo dos
Espíritos?
“Não; pois que os
pequenos serão elevados e os grandes rebaixados. Lê os
Salmos.”
a) Como devemos
entender essa elevação e esse rebaixamento?
“Não sabes que os
Espíritos são de diferentes ordens, conforme seus méritos?
Pois bem, o maior da
Terra pode pertencer à última categoria entre os Espíritos, ao passo que o seu
servo pode estar na primeira. Compreendes isto? Não disse Jesus: Aquele que se
humilhar será exalçado e aquele que se exalçar será humilhado?”
Aquele que foi grande
na Terra e que, como Espírito, vem a achar-se entre os de ordem inferior,
experimenta com isso alguma humilhação?
“Às vezes bem grande,
mormente se era orgulhoso e invejoso.”
O soldado que depois
da batalha se encontra com o seu general, no mundo dos Espíritos, ainda o tem
por seu superior?
“O título nada vale,
a superioridade real é que tem valor.”8
Os Espíritos das
diferentes ordens se acham misturados uns com os outros?
“Sim e não. Quer
dizer: eles se veem, mas se distinguem uns dos outros. Evitamse ou se
aproximam, conforme à simpatia ou à antipatia que reciprocamente uns inspiram aos
outros, tal qual sucede entre vós. Constituem um mundo do qual o vosso é
pálido reflexo. Os da mesma categoria se reúnem por uma espécie de
afinidade e formam grupos ou famílias, unidos pelos laços da simpatia e pelos
fins a que visam: os bons, pelo desejo de fazerem o bem; os maus, pelo de
fazerem o mal, pela vergonha de suas faltas e pela necessidade de se acharem
entre os que se lhes assemelham.”
Tal uma grande cidade onde os homens de todas
as classes e de todas as condições se veem e encontram, sem se confundirem;
onde as sociedades se formam pela analogia dos gostos; onde a virtude e o vício
se acotovelam, sem trocarem palavra.9
Penas e gozos da alma
depois da morte
Têm alguma coisa de
material as penas e gozos da alma depois da morte?
“Não podem ser
materiais, diz o bom-senso, pois a alma não é matéria. Nada têm de carnal essas
penas e gozos; entretanto, são mil vezes mais vivos do que os que experimentais
na Terra, porque o Espírito, uma vez liberto, é mais impressionável. Então, já
a matéria não lhe embota as sensações.” (237 a 257)
Por que das
penas e
gozos da vida futura faz o homem, muitas vezes, tão
grosseira e absurda
ideia?
“Inteligência que ainda não se desenvolveu
suficientemente. Compreende a criança as coisas como o adulto? Isso, ao demais,
depende também do que se lhe ensinou: aí é que há necessidade de uma reforma.
“Muito
incompleta é a
vossa linguagem para exprimir o que está fora de vós. Tevese então que recorrer
a comparações e tomaste como realidade as imagens e figuras que serviram para
essas comparações. À medida, porém, que o homem se instrui, melhor vai compreendendo
o que a sua linguagem não pode exprimir.”
Em que
consistem
os sofrimentos dos Espíritos inferiores?
“São tão variados
como as causas que os determinaram, e proporcionais ao grau de inferioridade,
como os gozos o são ao de superioridade. Podem resumir-se assim: invejarem o
que lhes falta para ser felizes e não o obterem; verem a felicidade e não a poderem
alcançar; pesar, ciúme, raiva, desesperança quanto ao que os impede de ser ditosos;
remorsos, ansiedade moral indefinível. Desejam todos os gozos e não os podem satisfazer:
eis o que os tortura.”10
Os Espíritos não
ocupam uma região circunscrita, nem localizada
Ocupam os Espíritos
uma região determinada e circunscrita no espaço?
"O Espíritos
estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos. Vós os tendes
de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes,
pois os Espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que
Deus se serve para a execução de seus desígnios providenciais. Nem todos,
porém, vão a toda parte, pois há regiões interditas aos menos adiantados."11
“A casa do
Pai é o
Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e
oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas apropriadas ao seu
adiantamento.
Independente
da diversidade
dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado feliz ou
infeliz do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos
depurado e desprendido dos laços materiais, o meio em que ele se encontre, o
aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha variarão
ao infinito. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se
elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados
erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do
espetáculo sublime do infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de
remorsos e pesares, muitas vezes
insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições,
pena sob o rigor dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem
ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há
muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.”12
Haverá no
Universo um
lugar circunscrito para as penas e gozos dos Espíritos,
segundo seus méritos?
“
Já
respondemos a essa questão. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição
dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua própria felicidade
ou infelicidade. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito
nem fechado existe especialmente destinado a uma ou outra coisa. Quanto aos Espíritos encarnados, eles são mais ou
menos felizes ou infelizes, conforme seja mais ou menos adiantado o mundo em
que habitam.”
a) De acordo,
então, com o que vindes de dizer, o inferno e o paraíso não existem, tais como
o homem os imagina?
“São simples
alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e desditosos.
Entretanto, conforme
também já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia; mas
podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos.”
A localização
absoluta das regiões das penas e das recompensas só na
imaginação do homem
existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as
coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender.
Que se deve entender
por purgatório?
“Dores físicas e
morais: o tempo da expiação. Quase sempre, na Terra é que fazeis o vosso
purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas.”
O que o homem chama purgatório
é igualmente uma alegoria, devendo-se
entender como tal,
não um lugar determinado, porém o estado dos Espíritos imperfeitos que se acham
em expiação até alcançarem a purificação completa, que os levará à categoria
dos Espíritos bem-aventurados. Operando-se essa purificação por meio das diversas
encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corporal.
Como se
explica que Espíritos, cuja superioridade se revela na linguagem de que usam,
tenham respondido a pessoas muito sérias, a respeito do inferno e do
purgatório, de conformidade com as ideias correntes?
“É que falam uma linguagem
que possa ser compreendida pelas pessoas que os interrogam. Quando estas se
mostram imbuídas de certas ideias, eles evitam chocá-las muito bruscamente, a
fim de lhes não ferir as convicções. Se um Espírito dissesse a um muçulmano,
sem precauções oratórias, que Maomé não foi profeta, seria muito mal acolhido.”
a) Concebe-se que
assim procedam os Espíritos que nos querem instruir. Como, porém, se explica
que, interrogados acerca da situação em que se achavam, alguns Espíritos tenham
respondido que sofriam as torturas do inferno ou do purgatório?
“Quando são
inferiores e ainda não completamente desmaterializados, os Espíritos conservam
uma parte de suas ideias terrenas e, para dar suas impressões, se servem dos
termos que lhes são familiares. Acham-se num meio que só imperfeitamente lhes permite
sondar o futuro. Essa a causa de alguns Espíritos errantes, ou
recémdesencarnados, falarem como o fariam se estivessem encarnados. Inferno se
pode traduzir por uma vida de provações, extremamente dolorosa, com a incerteza
de haver outra melhor; purgatório, por uma vida também de provações,
mas com a consciência de melhor futuro. Quando experimentas uma grande dor, não
costumas dizer que sofres como um danado? Tudo isso são apenas palavras, e
sempre ditas em sentido figurado.”13
Como se realizam as
penas e gozos dos Espíritos?
Haverá no Universo
lugares circunscritos para as penas e gozos dos Espíritos,
segundo seu
merecimento?
“Já
respondemos a essa pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição
dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua
desgraça. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou
fechado existe especialmente destinado a uma ou outra coisa. Quanto aos
encarnados, esses são mais ou menos felizes ou desgraçados, conforme seja mais
ou menos adiantado o mundo em que habitam.”
a) De acordo,
então, com o que vindes de dizer, o inferno e o paraíso não existem, tais como
o homem os imagina?
“São simples
alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e desditosos.
Entretanto, conforme
também já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia; mas
podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos.”
A localização
absoluta das regiões das penas e das recompensas só na imaginação do homem
existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as
coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender.14
Em que sentido se
deve entender a palavra céu?
“Julgas que seja um
lugar, como os Campos Elíseos dos Antigos, onde todos os Espíritos bons estão
promiscuamente aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar, pela
eternidade toda, de uma felicidade passiva? Não; é o espaço universal; são os
planetas, as estrelas e todos os mundos superiores, onde os Espíritos gozam plenamente
de suas faculdades, sem as tribulações da vida material, nem as angústias peculiares
à inferioridade.”
Alguns Espíritos
disseram estar habitando o quarto, o quinto céus, etc. Que
queriam dizer com
isso?
“Se lhes perguntais
que céu habitam, é que formais ideia de muitos céus dispostos como os andares
de uma casa. Eles, então, respondem de acordo com a vossa linguagem. Mas por
estas palavras quarto e quinto céus exprimem diferentes graus de purificação
e, por conseguinte, de felicidade. É exatamente como quando se pergunta a um
Espírito se está no inferno. Se for infeliz, dirá sim, porque, para ele,
inferno é sinônimo de sofrimento. Sabe, porém, muito bem que não é uma
fornalha. Um pagão diria estar no Tártaro.”
O mesmo ocorre com
outras expressões análogas, tais como: cidade das flores, cidade dos
eleitos, primeira, segunda ou terceira esfera, etc., que apenas são
alegorias usadas por alguns Espíritos, quer como figuras, quer, algumas vezes,
por ignorância da realidade das coisas, e até das mais simples noções
científicas.
De acordo com a ideia
restrita que se fazia outrora dos lugares das penas e das recompensas e,
sobretudo, de acordo com a opinião de que a Terra era o centro do Universo, de
que o firmamento formava uma abóbada e que havia uma região das estrelas, o
céu era situado no alto e o inferno em baixo. Daí as expressões: subir
ao céu, estar no mais alto dos céus, ser precipitado nos infernos.
Hoje, que a Ciência demonstrou ser a Terra apenas, entre tantos milhões de
outros, uns dos menores mundos, sem importância especial; que traçou a história
da sua formação e lhe descreveu a constituição; que provou ser infinito o
espaço, não haver alto nem baixo no Universo, teve-se que renunciar
a situar o céu acima das nuvens e o inferno nos lugares inferiores. Quanto ao
purgatório, nenhum lugar lhe fora designado. Estava reservado ao Espiritismo dar
de tudo isso a explicação mais racional, mais grandiosa e, ao mesmo tempo, mais
consoladora para a humanidade. Pode-se assim dizer que trazemos em nós mesmos o
nosso inferno e o nosso paraíso. O purgatório, achamo-lo na encarnação, nas
vidas corporais ou físicas.15
“Os Espíritos são
criados simples e ignorantes, mas com aptidão para tudo adquirir e a progredir,
em virtude do seu livre-arbítrio. Pelo progresso adquirem novos conhecimentos,
novas faculdades, novas percepções e, por conseguinte, novos gozos desconhecidos
dos Espíritos inferiores; eles veem, ouvem, sentem e compreendem o que os
Espíritos atrasados não podem ver, ouvir, sentir, nem compreender. A
felicidade está na razão do progresso realizado, de sorte que, de dois
Espíritos, um pode não ser tão feliz quanto outro, unicamente por não porque
não é tão avançado intelectual e moralmente, sem que por isso precisem estar
cada qual em um lugar distinto. Ainda que estejam um ao lado do outro, um
pode estar nas trevas, enquanto que tudo é resplandecente em torno do outro,
tal como um vidente e um cego que se dão as mãos; um percebe a luz, que não
causa nenhuma impressão sobre seu vizinho. Sendo a felicidade dos Espíritos
inerente às qualidades que eles possuem, haurem-na eles em toda parte em que a
encontrem, na superfície da Terra, no meio dos encarnados ou no Espaço.
Uma
comparação vulgar fará compreender melhor ainda esta situação. Se, num concerto,
encontrem-se dois homens, um, bom músico, de ouvido educado, outro, sem nenhum conhecimento
da música e de sentido auditivo pouco delicado, o primeiro experimentará uma
sensação de felicidade, enquanto o segundo fica insensível, porque um
compreende e percebe o que nenhuma impressão produz no outro. Assim é com todos
os gozos dos Espíritos, que estão na razão da sua sensibilidade.
O mundo espiritual
tem esplendores por toda parte, harmonias e sensações que os Espíritos
inferiores, ainda submetidos à influência da matéria, nem sequer entreveem, e que
somente são acessíveis aos Espíritos depurados.16
Um exemplo prático -
Lincoln e o seu matador.
(Extraído do banner
of light, de Boston)
Análise de uma
comunicação de Abraão Lincoln, obtida pelo médium de Ravenswood.
“Quando Lincoln
voltou de seu atordoamento e despertou no mundo dos Espíritos, ele ficou muito
surpreso e perturbado, porque não tinha a menor ideia de que estivesse morto. O
tiro que o feriu havia suspendido instantaneamente toda sensação e ele não compreendeu
o que lhe havia acontecido. Essa confusão e essa perturbação, contudo, não
duraram muito. Ele era bastante espiritualista para compreender o que é a morte
e não ficou, como muitos outros, admirado da nova existência para a qual fora
transportado. Ele se viu cercado por muitas pessoas que ele sabia que estavam
mortas há muito tempo, e logo soube a causa de sua morte. Foi recebido
cordialmente por muitas pessoas que com ele simpatizavam. Compreendeu sua
afeição por ele e, num olhar, pôde abarcar o mundo feliz no qual tinha entrado.
“No mesmo instante
experimentou um sentimento de angústia pela dor que devia experimentar sua
família, e uma grande ansiedade a propósito das consequências que sua morte poderia
ter para o país. Esses pensamentos o trouxeram violentamente de volta à Terra.
“Tendo sabido que
William Booth estava mortalmente ferido, veio a ele e curvou-se sobre o seu
leito de morte. Nesse momento Lincoln tinha recuperado a perfeita consciência e
a tranquilidade de Espírito, e esperou com calma o despertar de Booth para a
vida espiritual.
“Booth não ficou
espantado ao despertar, porque esperava a morte. O primeiro
Espírito que
encontrou foi Lincoln; olhou-o com muita afoiteza, como se se gabasse do ato
que havia praticado. O sentimento de Lincoln a seu respeito, entretanto, não testemunhava
nenhuma ideia de vingança, muito ao contrário, mostrava-se suave e bom e sem a
menor animosidade. Booth não pôde suportar esse estado de coisas e o deixou cheio
de emoção.
“O ato que ele
perpetrou teve vários móveis; primeiro, sua falta de raciocínio, que lho fazia
considerar como meritório, depois, seu amor desregrado por louvores o tinha persuadido
que ele seria cumulado de elogios e visto como um mártir.
“Depois de ter
vagado, sentiu-se de novo atraído para Lincoln. Às vezes enche-se de arrependimento,
outras vezes seu orgulho o impede de emendar-se. Entretanto, compreende quanto
o seu orgulho é vão, sabendo sobretudo que não pode esconder, como em vida,
nenhum dos sentimentos que o agitam, e que seus pensamentos de orgulho, de
vergonha ou de remorso são conhecidos dos que o rodeiam. Sempre em presença de
sua vítima e dela não receber senão manifestações de bondade, eis o seu estado
atual e sua punição. Quanto a Lincoln, sua felicidade ultrapassa o que poderia
ter esperado.”
OBSERVAÇÃO: A
situação destes dois Espíritos é, em todos os sentidos, idêntica àquela de que
diariamente vemos exemplos nos relatos de além-túmulo. Ela é perfeitamente
racional e está em relação com o caráter dos dois indivíduos.17
Por que certos
Espíritos falam da existência de cidades felizes e de regiões de
sofrimento
localizadas no espaço?
Antes de a Ciência
ter revelado aos homens as forças vivas da Natureza, a constituição dos
astros, o verdadeiro papel da Terra e sua formação, poderiam eles compreender a
imensidade do Espaço e a pluralidade dos mundos? Antes de a Geologia comprovar
a formação da Terra, poderiam os homens tirar-lhe o inferno das entranhas e compreender
o sentido alegórico dos seis dias da Criação? Antes de a Astronomia descobrir
as leis que regem o Universo, poderiam compreender que não há alto nem baixo no
Espaço, que o céu não está acima das nuvens nem limitado pelas estrelas? Poderiam
identificar-se com a vida espiritual antes dos progressos da ciência
psicológica? conceber depois da
morte uma vida feliz ou infeliz, a não ser em lugar circunscrito e sob uma
forma material? Não; compreendendo mais pelos sentidos que pelo pensamento, o Universo
era muito vasto para a sua concepção; era preciso restringi-lo ao seu ponto de vista
para alargá-lo mais tarde. Uma revelação parcial tinha sua utilidade, e, embora
sábia até então, não satisfaria hoje. O absurdo provém dos que pretendem poder
governar os homens de pensamento,
sem se darem conta do progresso das ideias, quais se fossem crianças. (Vede O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. III.)
18. Nessa imensidade ilimitada, onde está o Céu? Em
toda parte. Nenhum contorno lhe traça limites. Os mundos adiantados são as
últimas estações do seu caminho, que as virtudes franqueiam e os vícios
interditam. Ante este quadro grandioso que povoa o Universo, que dá a todas as
coisas da Criação um fim e uma razão de ser, quanto é pequena e mesquinha a
doutrina que circunscreve a Humanidade a um ponto imperceptível do Espaço, que
no-la mostra começando em dado instante para acabar igualmente com o mundo que
a contém, não abrangendo mais que um minuto na Eternidade!
Como é triste, fria,
glacial essa doutrina quando nos mostra o resto do Universo,durante e depois da
Humanidade terrestre, sem vida, nem movimento, qual vastíssimo deserto imerso
em profundo silêncio! Como é desesperadora a perspectiva dos eleitos votados à
contemplação perpétua, enquanto a maioria das criaturas padece tormentos sem-fim!
Como lacera os corações sensíveis a ideia dessa barreira entre mortos e vivos! As
almas ditosas, dizem, só pensam na sua felicidade, como as desgraçadas, nas
suas dores. Admira que o
egoísmo reine sobre a Terra quando no-lo mostram no Céu?
Oh! quão mesquinha se
nos afigura essa ideia da grandeza, do poder e da bondade de Deus! Quanto é
sublime a ideia que dele fazemos pelo Espiritismo! Quanto a sua doutrina
engrandece as ideias e amplia o pensamento! Mas, quem diz que ela é verdadeira?
A Razão primeiro, a Revelação depois, e, finalmente, a sua concordância com os
progressos da Ciência. Entre duas doutrinas, das quais uma amesquinha e a outra
exalta os atributos de Deus; das quais uma só está em desacordo e a outra em harmonia
com o progresso; das quais uma se deixa ficar na retaguarda enquanto a outra caminha, o bom-senso
diz de que lado está a verdade. Que, confrontando-as, consulte cada qual a
consciência, e uma voz íntima lhe falará por ela. Pois bem, essas aspirações íntimas
são a voz de Deus, que não pode enganar os homens. Mas, dir-se-á, por que Deus
não lhes revelou de princípio toda a verdade? Pela mesma razão por que se não ensina
à infância o que se ensina aos de idade madura.
A revelação limitada
foi suficiente a certo período da Humanidade, e Deus a proporciona
gradativamente ao progresso e às forças do Espírito.
Os que recebem hoje
uma revelação mais completa são os mesmos Espíritos que tiveram dela uma
partícula em outros tempos e que de então por diante se engrandeceram em
inteligência. 18
“No estado de
ignorância, o homem é incapaz de captar as abstrações e abarcar as
generalidades; nada concebe que não seja localizado e circunscrito; materializa
as coisas imateriais; rebaixa até a majestade divina. Mas, à medida que o
progresso da ciência positiva vem esclarecê-lo, reconheceu seu próprio erro:
suas ideias, de mesquinhas e acanhadas que eram, crescem e o horizonte do
infinito se desenrola aos seus olhos. É assim que, segundo a doutrina espírita,
as penas de além-túmulo não podem ser senão morais e são inerentes à natureza
impura e imperfeita dos Espíritos inferiores; não há inferno localizado no
sentido vulgar ligado ao termo: cada um o tem em si, pelos sofrimentos que
suporta e que não são menos cruciantes pelo fato de não serem físicos. O
Inferno está em toda parte onde há Espíritos imperfeitos. (Vide Paraíso,
Fogo Eterno, Penas Eternas)”19
Ocupação dos
Espíritos
A ocupação dos
Espíritos de segunda ordem consiste em se prepararem para as provas que terão
de passar; por meditações sobre suas vidas passadas e por observações sobre os
destinos humanos, seus vícios, suas virtudes, e o que pode aperfeiçoá-los ou
levá-los a falir. Os que, como eu, têm a felicidade de ter uma missão, dela se
ocupam com tanto zelo e amor, que o progresso das almas que lhes são confiadas
lhes é contado como mérito. Assim, esforçam-se por lhes sugerir bons pensamentos,
ajudar os seus bons impulsos, afastar os Espíritos maus, opondo sua suave
influência às influências nocivas. Essa ocupação interessante, sobretudo quando
se é bastante feliz para dirigir um médium e ter comunicações diretas, não
dispensa o cuidado e o dever de aperfeiçoar-se.
Não creias que o
tédio possa atingir um ser que não vive senão pelo espírito e cujas faculdades
todas tendem para um objetivo, que sabe afastado, mas certo. O tédio não resulta
senão do vazio da alma e da esterilidade do pensamento. O tempo, tão pesado para
vós que o medis por vossos temores pueris ou por vossas frívolas esperanças,
não submete ao seu talante os que não estão sujeitos nem às agitações da alma,
nem às necessidades do corpo. Ele passa ainda mais depressa para os Espíritos
puros e superiores, que Deus encarrega da execução de suas ordens e que
percorrem as esferas num voo rápido.
Quanto aos Espíritos
inferiores, sobretudo os que têm pesadas faltas a expiar, o tempo se mede por
seus pesares, seus remorsos e seus sofrimentos. Os mais perversos dentre eles
procuram subtrair-se fazendo o mal, isto é, sugerindo-o. Então experimentam essa
áspera e fugidia satisfação do doente que coça a sua ferida e que não faz senão
aumentar a sua dor. Assim, seus sofrimentos aumentam de tal modo que acabam fatalmente
por lhes ministrar o remédio, que não é senão a volta ao bem.
Os pobres Espíritos
que não são culpados senão pela fraqueza ou pela ignorância, sofrem a sua
inanidade, o seu isolamento. Lamentam o seu envoltório terreno, seja qual for a
dor que lhes tenha causado. Revoltam-se e se desesperam até o momento em que percebem
que só a resignação e uma vontade firme de voltar ao bem podem aliviá-los.
Acalmam-se e
compreendem que Deus não abandona nenhuma de suas criaturas.
MARCILLAC,
Espírito familiar.
OBSERVAÇÃO: A estas
observações, perfeitamente justas, acrescentaremos que, trabalhando para si
mesmo, o Espírito encarnado trabalha para o melhoramento do mundo em que ele
habita. Assim, ele ajuda em sua transformação e no seu progresso material, que
estão nos desígnios de Deus, de que ele é o instrumento inteligente. Na sua sabedoria
previdente, quis a Providência que tudo se encadeasse na Natureza; que todos,
homens e coisas, fossem solidários. Depois, quando o Espírito tiver realizado a
sua tarefa, quando estiver suficientemente adiantado, gozará dos frutos de suas
obras. 20
Que é a alma no
intervalo das encarnações?
“Espírito errante,
que aspira a novo destino; fica esperando.”
a) Quanto podem
durar esses intervalos?
“Desde algumas horas
até alguns milhares de séculos. Propriamente falando, não há limite máximo
estabelecido para o estado de erraticidade, que pode prolongar-se muitíssimo,
mas que nunca é perpétuo. Cedo ou tarde, o Espírito terá que volver a uma existência
apropriada a purificá-lo das máculas de suas existências precedentes.”
b) Essa duração
depende da vontade do Espírito, ou lhe pode ser imposta como expiação?
“É uma consequência
do livre-arbítrio. Os Espíritos sabem perfeitamente o que
fazem. Mas, também,
para alguns, constitui uma punição que Deus lhes inflige. Outros pedem que ela
se prolongue, a fim de continuarem estudos que só na condição de Espírito livre
podem efetuar-se com proveito.”
De que modo se
instruem os Espíritos errantes? Certo não o fazem do mesmo
modo que nós outros?
"Estudam o seu
passado e procuram meios de elevar-se. Veem, observam o que ocorre nos lugares
aonde vão; ouvem os discursos dos homens esclarecidos e os conselhos dos
Espíritos mais elevados, e tudo isso lhes incute ideias que antes não tinham."
21
O que é erraticidade?
“Estado dos Espíritos
errantes, isto é, não encarnados, durante os intervalos de
suas diversas
existências corpóreas. A erraticidade absolutamente não é símbolo de inferioridade
para os Espíritos. Há Espíritos errantes de todas as classes, salvo os da primeira
ordem, ou puros Espíritos, que, não tendo mais que passar pela reencarnação, não
podem ser considerados errantes. Os Espíritos errantes são felizes ou
infelizes, conforme seu grau de depuração. É nesse estado que o Espírito, então
despojado do véu material do corpo, reconhece suas existências anteriores e as
faltas que o distanciam da perfeição e da felicidade infinita. É ainda nessa
condição que ele escolhe novas provas, a fim de progredir mais rapidamente.”22
230. Na
erraticidade, o Espírito progride?
“Pode melhorar-se
muito, tais sejam a vontade e o desejo que tenha de conseguilo. Todavia, na
existência corporal é que põe em prática as novas ideias que adquiriu.”23
Não há solução de
continuidade nas relações entre Espíritos e homens
Os Espíritos já
purificados vêm aos mundos inferiores?
“Fazem-no
frequentemente, com o fim de auxiliar-lhes o progresso. A não ser assim, esses
mundos estariam entregues a si mesmos, sem guias para dirigi-los.” 24
Costumam
os Espíritos imiscuir-se em nossos prazeres e ocupações?
“Os Espíritos
vulgares, como dizes, costumam. Esses vos rodeiam constantemente
e com frequência
tomam parte muito ativa no que fazeis, de conformidade com suas naturezas. Cumpre
assim aconteça, para impelir os homens pelas diversas veredas da vida, e para
lhes excitar ou moderar as paixões.”
Com as coisas deste
mundo os Espíritos se ocupam segundo o grau de elevação ou de inferioridade em
que se achem. Os Espíritos superiores dispõem, sem dúvida, da faculdade de
examiná-las nas suas mínimas particularidades, mas só o fazem na medida em que
isso seja útil ao progresso. Unicamente os Espíritos inferiores ligam a essas coisas
uma importância relativa às reminiscências que ainda conservam e às ideias materiais
que ainda se não extinguiram neles.25
O Espírito encarnado
permanece de bom grado no seu envoltório corporal?
“É como se
perguntasses se ao encarcerado agrada o cárcere. O Espírito
encarnado aspira
constantemente à sua libertação, e tanto mais deseja ver-se livre do seu
envoltório, quanto mais grosseiro é este.”
Durante o sono, a
alma repousa como o corpo?
“Não, o Espírito
jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao
corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra
em relação mais direta com os outros Espíritos. ”
Como podemos julgar
da liberdade do Espírito durante o sono?
“Pelos sonhos. Quando
o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de
vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior
potência e pode pôr-se em comunicação com outros Espíritos, quer neste mundo,
quer noutro. Dizes frequentemente: Tive um sonho extravagante, um sonho horrível,
mas absolutamente inverossímil. Enganas-te. É amiúde uma recordação dos lugares
e das coisas que viste ou que verás em outra existência ou em outra ocasião.
Estando entorpecido o
corpo, o Espírito trata de quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou
no futuro. “Pobres homens, que mal conheceis os mais vulgares fenômenos da
vida! Julgais-vos muito sábios e as coisas mais comezinhas vos confundem. Nada sabeis responder a
estas perguntas que todas as crianças formulam: Que fazemos quando dormimos?
Que são os sonhos? (…)26
Os Espíritos amigos
que nos seguem os passos na vida serão talvez os que vemos em sonho, que nos
testemunham afeto e que se nos apresentam com semblantes desconhecidos?
“Muito frequentemente
são; eles vos vêm visitar, como ides visitar um encarcerado.”27
1
O Livro dos Médiuns, item 301, 9ª.
2
Idem, item 76.
3
Idem, item 84.
4
O Livro dos Espíritos, item 134.
5
Idem, item 149.
6
. O Céu e o Inferno - Primeira Parte - Doutrina - Cap. III - O Céu, item 5.
7
O que é o Espiritismo?, cap. II - Noções elementares de Espiritismo - Dos
Espíritos, itens 12 e 13.
8
Ver artigo publicado na Revista Espírita de julho de 1859 - Conversas
familiares de além-túmulo – Notícias da Guerra – O Zuavo de Magenta.
9
O Livro dos Espíritos, itens 274 a 278.
10
Idem, itens 965 a 970.
11
Idem, item 87.
12
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III - Há muitas moradas na casa de meu
Pai – Diferentes estados da alma na erraticidade.
13
O Livro dos Espíritos, itens 12 a 14.
14
O Livro dos Espíritos, item 1012.
15
O Livro dos Espíritos, itens 16 e 17.
16
O Céu e o Inferno - Primeira Parte - Doutrina - Cap. III - O Céu, item 6.
17
Revista Espírita, março de 1867 - Lincoln e o seu matador.
18
O Céu e o Inferno - Primeira Parte – Doutrina, cap. III - O Céu, item 18.
19
Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas - Vocabulário Espírita –
INFERNO
20
Revista Espírita, junho de 1861 - Dissertações e ensinos espíritas - Ocupações
dos Espíritos.
21
O Livro dos Espíritos, itens 224 e 227.
22
Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas -Vocabulário Espírita –
ERRATICIDADE.
23
O Livro dos Espíritos, item 230.
24
Idem, item 233.
25
Idem, item 567.
26
O Livro dos Espíritos, itens 400 a 402.
27
Idem, item 343.
Geak - Grupo de Estudos Allan Kardec
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PIRÂMIDES DO EGITO E O MUNDO ESPIRITUAL (NOVO)
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PRIMEIRO
LIVRO DE ALLAN KARDEC TRADUZIDO PARA O BRASIL
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DILÚVIO
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OS
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KARDEC
REFLEXÃO
SOBRE O LIVRE-ARBÍTRIO
AUTO
DE FÉ DE BARCELONA
ACERCA
DA AURA HUMANA
COMO
PODEMOS INTERPRETAR A FRASE DE JESUS: "A tua fé te curou"?
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/12/como-podemos-interpretar-frase-de-jesus.html