Estudo com base in O Livro
dos Espíritos, Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo,
Capítulo IX, itens de 456 à
472. Obra codificada por Allan
Kardec
Pesquisa: Elio Mollo
Livres da matéria, os Espíritos usam o pensamento para se comunicarem entre si e com os encarnados. Para eles o pensamento é tudo. (1). Quando o pensamento está em algum lugar, a alma está também, uma vez que é a alma que pensa. O pensamento é um atributo da alma. (2)
Os Espíritos podem, muitas
vezes, conhecer os nossos pensamentos mais secretos, principalmente, aquilo que
desejaríamos ocultar a nós mesmos; nem atos, nem pensamentos podem ser
dissimulados para eles. Assim sendo, pareceria
mais fácil ocultar-se uma coisa a uma pessoa viva, pois não o podemos fazer a
essa mesma pessoa depois de morta, pois quando nos julgamos bem escondidos,
temos muitas vezes ao nosso lado uma multidão de Espíritos que nos veem.
A ideia que fazem de nós, os
Espíritos que estão ao nosso redor e nos observam, depende da capacidade
evolutiva do observador, assim, os Espíritos levianos riem das pequenas
traquinices que nos fazem, e zombam das nossas impaciências. Os Espíritos
sérios lamentam as nossas trapalhadas e tratam de nos ajudar.
Os Espíritos influem sobre
os nossos pensamentos e as nossas ações, e nesse sentido, a influência deles é
maior do que podemos supor, porque muito frequentemente são eles que nos
dirigem.
Temos pensamentos próprios e
outros que nos são sugeridos, ou seja, a nossa alma é um Espírito que pensa e
não podemos ignorar que muitos pensamentos nos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto e frequentemente
bastante contraditórios. Pois bem: nesse conjunto há sempre os nossos e os dos
Espíritos, e é isso o que nos deixa na incerteza, porque temos em nós duas
ideias que se combatem. Para distinguir os nossos próprios pensamentos dos que
nos são sugeridos, temos que, quando um pensamento nos é sugerido, é como uma
voz que nos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que nos ocorrem no
primeiro impulso. De resto, não há grande interesse para nós nessa distinção, e
é frequentemente útil não o sabermos, assim, o homem pode agir mais livremente
e, se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade, e se tomar o mau caminho a
sua responsabilidade será maior.
Os homens de inteligência e
de gênio, algumas vezes, as ideias surgem de seu próprio Espírito, mas
frequentemente lhes são sugeridas por outros Espíritos, que os julgam capazes
de as compreender e dignos de as
transmitir. Quando eles não as encontram em si mesmos, apelam para a inspiração; é uma
evocação que fazem, sem o suspeitar.
Se fosse útil que pudéssemos
distinguir claramente os nossos próprios pensamentos daqueles que nos são
sugeridos, Deus nos teria dado o meio de fazê-lo, como nos deu o de distinguir
o dia e a noite. Quando uma coisa permanece vaga é que assim deve ser para o
nosso bem.
O primeiro impulso pode ser
bom ou mau, segundo a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom para aquele
que ouve as boas inspirações.
Para distinguir se um
pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito, devemos aprender que
os bons Espíritos não aconselham senão o bem, assim, cabe a nós distinguir e
escolher.
Os Espíritos imperfeitos nos
induzem ao mal com a intenção de nos fazer sofrer como eles, ou seja, eles o
fazem por inveja dos seres mais felizes e porque ainda se sentem pertencer a
uma ordem inferior e estarem com a consciência pesada a lhe cobrarem a
reparação dos seus erros.
Também podemos dizer que os
espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a
constância dos homens no bem. Nós, como Espíritos, devemos progredir na ciência
do infinito, e é por isso que passamos pelas provas do mal até chegarmos ao
bem.
A missão dos bons Espíritos
é a de nos porem no bom caminho, e quando más influências agem sobre nós, somos
nós mesmos que as chamamos, pelo desejo do mal, porque os Espíritos inferiores,
também, vêm em nosso auxílio para nos fazer praticar o mal quando temos a
vontade de o cometer. (3) Assim, se somos inclinado ao assassínio, teremos uma
nuvem de Espíritos ainda voltados ao mal fortalecendo esse pensamento em nós,
contudo, quando temos a vontade de fazer o bem, também, teremos junto a nós, Espíritos
bons que tratarão de nos influenciar para o bem, isso faz com que se
reequilibre a balança, assim, Deus deixa à nossa consciência a escolha da rota
que devemos seguir, e a liberdade de ceder a uma ou a outra das influências
contrárias que se exercem sobre nós.
O homem pode se afastar da
influência dos Espíritos que o incitam ao mal, porque eles só se ligam aos que
os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.
Os Espíritos cuja influência
é repelida pela vontade (4) do homem renunciam às suas tentativas, ou seja,
quando nada têm para fazerem, abandonam o campo. Não obstante, espreitam o
momento favorável, como o gato espreita o rato.
O melhor meio para
neutralizar a influência dos maus Espíritos e fazendo o bem e colocando toda a
nossa confiança em Deus, assim, repelimos a influência dos Espíritos inferiores
e destruímos o império que desejam ter sobre nós. Devemos evitar de dar ouvidos
as sugestões dos Espíritos que suscitam em nós os maus pensamentos, que
insuflam a discórdia e excitam em nós todas as más paixões. Desconfiemos sobretudo daqueles que exaltam o nosso
orgulho, porque eles aproveitam das nossas fraquezas. Eis porque Jesus nos
ensinou através da oração dominical: "Senhor, não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal!"
Nenhum Espírito recebe a
missão de fazer o mal; quando ele o faz, é pela sua própria vontade e
consequentemente terá de sofrer as consequências (5). Deus pode deixá-lo fazer
para nos provar, mas jamais o ordena, assim, cabe a nós afastar essa espécie de
Espirito.
Quando experimentamos um
sentimento de angústia, de ansiedade indefinível, ou de satisfação interior sem
causa conhecida, isso pode ser consequência de um efeito das comunicações que,
sem o saber, tivemos com os Espíritos, ou das relações que tivemos com eles
durante o sono.
Os Espíritos que desejam
incitar-nos ao mal aproveitam a circunstância, mas frequentemente a provocam,
empurrando-nos sem o percebermos para o objeto da nossa ambição. Assim, por
exemplo, um homem encontra no seu caminho uma certa quantia: não acreditemos
pois que foram os Espíritos que puseram o dinheiro ali, mas eles podem dar ao
homem o pensamento de se dirigir naquela direção, e então lhe sugerem
apoderar-se dele, enquanto outros lhe sugerem devolver o dinheiro ao dono.
Acontece o mesmo em todas as outras tentações.
NOTAS:
(1) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 100, Escala Espírita.
(2) Ver Allan Kardec, O
Livro dos Espíritos, item 89a, Forma e Ubiquidade dos Espíritos e O Livro dos
Médiuns, primeira parte, cap. II, item 7..
(3) Ver Allan Kardec, O
Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. VI, item 100, questão 11.
(4) A vontade não é uma entidade, uma
substância e nem mesmo uma propriedade da matéria mais eterizada: é o atributo
essencial do Espírito, ou seja, do ser pensante. (Ver Allan Kardec, O Livro dos
Médiuns, segunda parte, cap. VIII, Laboratório do Mundo Invisível, item 131.)
(5) Diz o texto francês:
"et par conséquent il en subit les conséquences". Em geral, nas
traduções, procura- se corrigir a repetição. Preferimos respeitá-la, mesmo
porque nos parece destinada a dar ênfase ao fato. (Nota. de J. Herculano Pires)
Como sempre, acredito em Irmãos(ãs) que além de seus afazeres exigidos para a sobrevivência de sua vida e de seus familiares , ainda encontram tempo para distribuírem o que aprenderam para todos os que interessam em conhecer ou melhorar seus conhecimentos dentro da Espiritualidade.Só tenho a congratular-me com essas pessoas.
ResponderExcluirNo caso especial, ao estimado amigo e Irmão André a que desejo todo sucesso não somente material ( necessário para que subsistir e permitir o mesmo aos seus familiares ) mas, principalmente na evolução espiritual que demonstra a quem quer que seja, possuir e desejar que muitos outros possam acompanhá-lo.
Parabéns por esse belo Trabalho e acredito que mesmo que possa não ter conhecimento; haverá retorno positivo pelo bem que promoves com esse trabalho.
Saravá Fraterno.
Antonio Carlos Evangelista.