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sexta-feira, 27 de junho de 2014

A DEGENERAÇÃO DO ESPIRITISMO

Dalmo Duque dos Santos

Comparando a história do Espiritismo com a do Cristianismo Primitivo, podemos tirar algumas conclusões importantes para a o futuro da nossa doutrina e o do seu movimento social.

O Cristianismo, cuja pureza doutrinária do Evangelho e simplicidade de organização funcional dos primeiros núcleos cristãos foi conquistando lenta e seguramente a sociedade de sua época, sofreu com o tempo um desgaste ideológico. Corrompeu-se por força dos interesses políticos, financeiros e institucionais. Os novos adeptos e seus líderes, não conseguindo penetrar na essência do Evangelho, que é regeneração, ou seja, o mergulho doloroso no mundo interior e a reversão das atitudes exteriores, adaptaram o mesmo às suas conveniências psico-sociais, atacando suas idéias mais contundentes à moral animalizada, alimentando os mecanismos de defesa da mente, fazendo concessões às fraquezas dos adeptos e desviando-os para o comodismo dos disfarces rituais exteriores. Repressão de forças espirituais espontâneas e idéias consideradas ameaçadoras ao clero, como a mediunidade e a reencarnação; a falsificação de tradições e a adoção do sincretismo do costumes bárbaros, foram as principais estratégias dessa clericalização do cristianismo.

O resultado de tudo isso é bem conhecido: dois milênios de intolerâncias, violências, atraso espiritual, perpetuação das injustiças sociais, agravamento de compromissos com a lei de ação e reação e forte comprometimento da regeneração do nosso planeta.

Com o Espiritismo não está sendo muito diferente.

Apesar das advertências dos Espíritos e do próprio Allan Kardec quanto aos períodos históricos e tendências do movimento, os espíritas insistem em cometer os mesmos erros do passado. Os mesmos erros porque provavelmente somos as mesmas almas que rejeitaram e desviaram o Cristianismo da sua vocação e agora posamos de puristas ortodoxos, inimigos ocultos do Espírito da Verdade.

Negligentes com a oração e a vigilância, cedemos constantemente aos tentáculos do poder e da vaidade. Desprezamos a toda hora a idéia do “amai-vos e instruí-vos”, entendendo-a egoisticamente, ora como fortalecimento intelectual competitivo, ora como o afrouxamento dos valores doutrinários. Não conseguindo nos adaptar ao Espiritismo, compreendendo e vivenciando suas verdades, vamos aos poucos adaptando a doutrina aos nosso limites, corrompendo os textos da codificação, ignorando a experiência histórica de Allan Kardec e dos seus colaboradores, trazendo para os centros espíritas práticas dogmáticas das nossas preferências religiosas, hábitos políticos das agremiações que freqüentamos e mais comumente a interferência negativas dos nossos caprichos e vaidades pessoais.

Como os primeiros cristãos, também lutamos pelo crescimento de nossas instituições, deixando-nos seduzir pelo mundo exterior e imitando os grupos já pervertidos, construindo palácios arquitetônicos, cuja finalidade sempre foi causar impressão aos olhos e a falsa idéia de prestígio político; e dentro deles praticamos as mesmas façanhas da deslealdade, das rivalidades, das perseguições aos desafetos, da auto-afirmação e liderança autoritária, de crítica e boicote às idéias que não concordamos.

E, finalmente, cultivamos uma equívoca concepção de unificação, esperando ingenuamente que a nossas idéias e grupos sejam majoritários num Grande Órgão Dirigente do Espiritismo Mundial, do nosso imaginário, e muitas outras tolices e fantasias que nem vale a pena enumerar aqui.

E assim caminhamos, unidos em nossas displicências e divididos nas responsabilidades. Preferimos esquecer figuras exemplares que atuaram na Sociedade Espírita de Paris quando ignoramos nossa história sabiamente registrada na Revista Espírita. Deixamos de lado líderes agregadores – ainda que divergências normais e toleráveis existissem entre eles – para ouvir e nos deixar dominar por um disfarçado clero institucional, comando por vozes medíocres e ciumentas, figueiras estéreis, sofistas encantadores e improdutivos, enfim, velhas almas e velhas tendências, vinho azedo e frutas podres em nossos mais caros celeiros doutrinários.

Mas como evitar esse processo de corrupção e, em alguns casos notórios, de contaminação e má conduta? Como reverter a situação para reconduzir essas experiências para os rumos verdadeiramente espíritas? O que fazer com as más instituições, com os maus dirigentes, os maus médiuns, maus comunicadores, enfim os maus espíritas? Devemos identificá-los e expulsá-los dos nossos quadros? Devemos denunciá-los e discriminá-los como fazia a Inquisição com os acusados de heresia?

O que fazer com os livros que consideramos impuros ou inconvenientes ao movimento?: devemos queimá-los em praça pública, censurá-los em nossas bibliotecas ou então deixar que a própria comunidade espírita pratique o livre arbítrio e aprenda a fazer escolhas corretas e adequadas às suas necessidades?

O Espiritismo foi certamente uma doutrina elaborada por Espíritos Superiores e isto nos deixa tranqüilos quanto ao seu futuro doutrinário. Mas o seu movimento vem sendo feito por seres humanos, espíritos ainda imaturos e inexperientes. Isso realmente tem nos deixado muito preocupados, pois sabemos que, hoje, os inimigos do Espiritismo estão entre os próprios espíritas.

Fonte; http://www.espirito.org.br/portal/artigos/dalmo/a-degeneracao.html

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http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/12/como-podemos-interpretar-frase-de-jesus.html

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

FRANZ ANTON MESMER (MESMER)


FRANZ ANTON MESMER (MESMER)
1734-1815  

Mesmer foi o médico austríaco criador da teoria do magnetismo animal conhecido pelo nome de mesmerismo. Nasceu a 23 de maio de 1734 em Iznang, uma pequena vila perto do Lago Constance. Estudou teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na Universidade de Viena. Provido de recursos, dedicou-se a longos estudos científicos, chegando a dominar os conhecimentos de seu tempo, época de acentuado orgulho intelectual e ceticismo. Era um trabalhador incansável, calmo, paciente e ainda um exímio músico.

Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Acredita que dela desprende um fluido que alcança o doente; declara: "De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem". A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos sobre os doentes, para estender o benefício a maior número de pessoas, magnetizava água, pratos, cama, etc., cujo contato submetia os enfermos.

Mesmer praticou durante anos o seu método de tratamento em Viena e em Paris, com evidente êxito, mas acabou expulso de ambas as cidades pela inveja e incompreensão de muitos. Depois de cinco tentativas para conseguir exame judicioso do seu método de curar, pelas academias, é que publica, em 1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", na qual afirma que este é uma ciência com princípios e regras, embora ainda pouco conhecida. A sua popularidade prosseguiu por muitos anos, mas outros médicos o taxavam de impostor e charlatão. Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e cientistas para investigar suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros dessa comissão, que acabou por constatar a veracidade das curas, porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a outras causas fisiológicas desconhecidas.

Concentrado no alívio à dor, Mesmer não chegou a perceber a existência do sonambulismo artificial, que seu ilustre e generoso discípulo, conde Maxime Puységur, descobre (inclusive a clarividência a ele associada), o qual se desenvolve durante o transe magnéticos em certas pessoas.

Em 1792, Mesmer vê-se forçado a retirar-se de Paris, vilipendiado, e instala-se em pequena cidade suiça, onde vive durante 20 anos sempre servindo aos necessitados e sem nunca desanimar nem se queixar. Em 1812, já aos 78 anos, a Academia de Ciências de Berlim convida-o para prestar esclarecimentos, pois pretendia investigar a fundo o magnetismo. Era tarde; ele recusa o convite. A Academia encarrega o Prof. Wolfart de entrevistá-lo. O depoimento desse professor é um dos mais belos a respeito do caridoso médico:

"Encontrei-o dedicando-se ao hospital por ele mesmo escolhido. Acrescente-se a isso um tesouro de conhecimentos reais em todos os ramos da Ciência, tais como dificilmente acumula um sábio, uma bondade imensa de coração que se revela em todo o seu ser, em suas palavras e ações, e uma força maravilhosa de sugestão sobre os enfermos."

No início de 1814, ele regressou para Iznang, sua terra natal, onde permaneceria os seus últimos dias até falecer em 05/03/1815.

Assim foi Mesmer. Durante anos semeou a cura de enfermos doando de seu próprio fluido vital em atitude digna daqueles que sacrificam-se por amor ao seu trabalho e a seus irmãos. Suas teorias atravessaram décadas e seu exemplo figura luminoso entre os missionários que sob o açoite das críticas descabidas e as agressões da calúnia, passam incólume escudado pelo dever retamente desempenhado. Seu nome jamais se desligar do vocábulo "fluido" e sua vida valiosa pelos frutos que gerou, jamais ser esquecida por aqueles cuja honestidade de propósitos for o ornamento de seus espíritos. A sua obra foi decisiva para demonstrar a realidade da imposição das mãos como meio de alívio aos sofrimentos, tal como a utilizavam os primeiros cristãos antigamente e os espíritas atualmente.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PERÍODO MAGNÉTICO


Com Mesmer, tudo muda: Mesmer foi o iniciador do magnetismo animal, que, sem poder ser confundido com o metapsiquismo, está com ele estreitamente unido.
(1) - Acerca da obra de Mesmer e as origens do magnetismo, deve-se consultar  sobretudo o notável artigo de J. Ochorowicz, Hypnotisme, no Dict. De Physiologie de Ch. Richet, Paris, 1909, VIII, 709, 777  - K. Kiesewetter, Geschichte des neueren Occultismus; geheimwissenschftfiche Systeme von Agrippa, por Karl du Prel, 2º edição, Leipzig, 1907. Quanto à bibliografia do magnetismo animal e do hipnotismo, consulte-se o livro do Senhor Dessoir.

Em 1776, Antoine Frédéric Mesmer (1733-1815) apresentou em Viena, como tese inaugural de doutoramento em medicina, um estudo sobre a influência fisiológica dos planetas.(2)
(2)  - Diss. physico-medica de planeatrum influxu, 48 págs., 16º, Vindobonae, Ghelen, 1766.
Durante dez anos, de 1766 a 1776, estudou, refletiu, analisou, tentando combinar a astronomia com a medicina e procurando sem rodeios o espalhafato da publicidade. Em 1778, chega a Paris e no ano seguinte publica a sua primeira obra dogmática.(1)

(1) - Mémoire sur la découverte du magnétisme animal, 85, 12°, Genève et Paris, P.F. Didot, 1779 - Ochorowicz prestou inteira justiça a Mesmer, que indiscutivelmente foi um precursor.
Compreendeu-se desde logo que se tratava de fatos novos e extraordinários. Acendeu-se a discussão. A Sociedade Real de Medicina, a Academia das Ciências e a Faculdade - intervieram. Ficou provado que pelos métodos de Mesmer um certo estado psicofisiológico era provocado e algumas vezes podia ser eficaz nas curas das doenças.
A nova doutrina conquistou imediatamente numerosos adeptos, tais como médicos, magistrados, gentis-homens, sábios. Em breve o magnetismo foi abertamente praticado. E isto graças sobretudo a Puységur, que, modificando os métodos de Mesmer, criou na verdade, em companhia de D'Elon e o naturalista Deleuze, bibliotecário da Biblioteca do Jardim das Plantas, o magnetismo animal (sonambulismo provocado) tal qual o conhecemos nos dias de hoje. (2)

(2)  - Máxime de Puységur, Rapport des cures opérées à Bayonne par lê magnétisme animal, adresse à M. I'abbé de Poutouzat, conseiller clerc au Parlamente de Bordeaux, Bayonne, 1784. Mémoires pour servir à I'établissement du magnétisme animal, Paris, 8°-, 1820 - Deleuze, Histoire critique du magnétisme animal, 1º edition, 1813 - Pététin, Electricité animale, mémoires sur la catalepsie - Foissac. Rapport et discussions sur le magnétisme animal, Paris, 1825 - Deleuze, Instruction pratique sur le magnétisme animal, dern. éd., Paris, 1853.
Mesmer, adotando a palavra magnetismo, queria somente significar ação a distância, como outrora Paracelso ou Goclênio, quando falavam da ação magnética dos astros ou das substâncias. É nesse sentido que Mesmer é mais metapsíquico do que o foram os seus sucessores imediatos.

Com Puységur, D'Elon, Deleuze, a magnetização veio a ser sobretudo um processo terapêutico. Seja lá como for, já naqueles tempos, como nos de hoje, os fatos metapsíquicos, a ação  à distância, a visão através dos corpos opacos, a clarividência (ou lucidez) foram observados. Mas - e isto é digno de nota - quase todo o esforço dos magnetizadores se limitou à diagnose e à terapêutica das doenças.(1)

(1)  - Há uma obra póstuma de Deleuze, Mémoire sur la faculté de prévision, anotada por M. Mielle, Paris, 1834. Pététin, médico em Lyon, citou diversos fatos de criptestesia, que ele explica ingenuamente por uma sensibilidade especial do epigastro. Um dos seus doentes, cataléptico, quando lhe metiam uma carta no estômago, a reconhecia. Pététin foi um dos magnetizadores de antanho que, com maior cuidado estudou os fenômenos psicológicos, ou por melhor dizer, metapsíquicos, os quais geralmente acompanham o estado de hipnose.

O barão de Du Potet e Husson, médico no Hospital Geral e membro da Academia de Medicina, fizeram, em 1825, famosas experiências acerca do sonambulismo provocado a distância.(2)  Um relatório memorável, apresentado na Academia de Medicina de Paris, apareceu em 1833 (Husson, relator).

(2) - Die Sehrin von Prevorst, Eroffnungen uber das innere teben d. Menschen und uber das Hereinragen einer Geisterwelt in die unsere, Stuttgart, 1829, 5á edit., Stuttgart, 1877. Die Seherin von Prevors tund ihre Geschichte in der Geisterwelt, nach Just. Kerner, von Binem ihrer Zeitgenossen, Stuttgart, 1869  - A. Reinhard, Justinus Kerner un das werner haus, zu Weinberg, Tubingen, 1866  - J. Kerner, Blatter aus Prevorst Originalien und Lesefruchte fur 

Freunde des innern Lebens, Stuttgart, 1831-1839.
Entre as conclusões a que chegaram, assinalarei as seguintes, que poderão parecer temerárias até nos dias de hoje:

"A vontade, a fixidez do olhar, são o suficiente para produzir os fenômenos magnéticos mesmo à revelia dos magnetizados."
"O estado  de sonambulismo pode dar azo ao desenvolvimento de faculdades novas designadas com o nome de clarividência, intuição, previsão interior."
"Pela vontade, pode-se não somente agir sobre o magnetizado, mas também pô-lo completamente em estado sonambúlico, obrigar o seu espírito, mesmo contra a própria vontade, a deixar o recinto, indo para lugares de certa distância e através de portas fechadas."
"Vimos dois sonâmbulos distinguir, com os olhos fechados, objetos colocados diante deles, e, sem lhes tocar, nomear a cor e o valor das cartas, ler palavras escritas à mão ou algumas linhas de livros que se abriram ao acaso. Processou-se esse fenômeno justamente no instante em que se colocavam os dedos em suas pálpebras, impedindo-lhes a visão."
Não obstante essas afirmações, o ceticismo dos sábios oficiais triunfou. O relatório de Husson foi combatido, depois esquecido, e os fenômenos metapsíquicos, dos quais se aproveitaram os romancistas, foram negados ou antes menosprezados pelos homens de ciência.

Na Alemanha, houve uma observação notável, como aquela de Frederica Hauff, que Justinus Kerner, médico e poeta, estudou por muito tempo.
Ninguém duvida que Frederica Hauff não tenha sido poderosa médium. Ela via espíritos e era também médium de materialização. "Um dia, diz Kerner, enquanto eu conversava com o seu irmão, disse-me: Silêncio! Eis aí um espírito que atravessa o quarto e vai de encontro à minha mãe. Vi então perto do leito de Frederica Hauff uma forma indecisa, uma como que coluna luminosa, tendo o talho de um ser humano, o qual estava ao pé do leito da vidente e lhe falava em voz baixa."

Ouviam-se ao derredor dela pancadas que se produziam espontaneamente: ouviam-se elas até nos objetos vizinhos, nas mesas, na madeira do leito. Os objetos podiam mover-se sem contato e é provável que ela falasse línguas estranhas.
Produziu fenômenos de levitação. Foi somente por três anos, de 1826 a 1829, que produziu esses notáveis fenômenos, durante os quais se achava doente e não podia quase levantar-se da cama. Todos aqueles que, em vez de chasquear, estudaram Frederica Hauff, ficaram convencidos não somente de sua boa-fé, mas também dos fenômenos metapsíquicos, ou sobrenaturais, como se dizia então: por exemplo, o magistrado Pfaffer e Strauss, o célebre autor da Vida de Jesus.
Nessa época também, na Alemanha, apareceram os trabalhos de Reichembach. A sua obra demais a mais antes é um capítulo (aliás bem obscuro) de fisiologia do que de metapsíquica, porque a ação do ímã nos organismos não pode confundir-se com a criptestesia ou a telecinesia. Os trabalhos de Reichembach foram infelizmente muitos menos estudados do que contestados (1)

(1)  - A. de Rochas publicou-os parcialmente em francês, com interessantes adições. O que se relaciona inteiramente com a metapsíquica são os fenômenos de lucidez que, sobretudo na França, provocaram os sonâmbulos como a  Senhora Pigeaire e Aléxis Didier. Entretanto, salvo honrosas exceções, os sábios e os médicos, de 1830 a 1870, não se ocuparam do sonambulismo senão para combatê-lo. Compreende-se muito bem o seu estado de alma. Fazendo comércio da chamada virtude terapêutica do magnetismo, numerosos sonâmbulos, lúcidos ou extralúcidos, estabeleceram-se com gabinetes de consulta em toda a parte, não só em França mas também no estrangeiro, tanto nas pequenas como nas grandes cidades.
Houve sonâmbulos em todas as feiras. O sonambulismo tornou-se até uma profissão, cuja moralidade era problemática. Os sonâmbulos tiravam a sorte pelas cartas, adivinhavam o futuro pela borra de café ou entregavam-se à quiromancia. A gente crédula os procurava e os sábios erguiam os ombros. De embrulho com essa moxinifada, a clarividência de certos sonâmbulos, como a da  Senhora Lenormand, Senhora Pigeaire e Alexis, diminuía de valor e desaparecia. Sem embargo, houve algumas obras sérias.(2)

(2)  - Du Potet, Essai sur I'enseignement philosophique du magnétisme, Paris,
1845 - La Fontaine, L'art de magnétiser ou le magnétisme vital considéré sous le point de vue théorique, pratique et thérapeutique, Paris, 1847, 5º édit., 1887 - Bertrand A., Du magnétisme animal em France, suivi de considérations sur I'apparition de I'extase dans les traitements magnétiques, Paris, 1826 -Teste, Manuel pratique du magnétisme animal, 12º, Paris, 1840, Elliotson, Animal magnétisme, Lancet, 1837, p.1338, p. 122, 282, 377, 400, 441, 516, 546, 585, 615, 634 - Esdaille, Reports of the magnetic Hospital, Calcutta, 1848, 761  - Passavant, Untersuchungen uber den Lebenmagnetismus und das Hellsehen, 2º édit., Franckfurt-A.-M. 1837.

Apareceram numerosos jornais, que, em geral, tiveram vida efêmera. Outros, ao contrário, viveram ainda por muito tempo. O Journal du Magnétisme, publicado por Du Potet, 1845-1885 - The Zoist, Journal of cerebral physiology and mesmerism and their applícation to human we fare (Londres, H. Baillière, 1843-1853) - Archiv fur den thierischen Magnetismus, Altenburg e Leipzig, 1817-1822. Poder-se-iam citar outros mais.
Tratado de Metapsíquica - Charles Richet
Traduzido do Francês: Traité de metapsychique 1922

http://www.batuiranet.com.br/

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