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sábado, 12 de julho de 2014

PROCESSOS DA MEDIUNIDADE

Itair Ferreira

      A Bíblia Sagrada é um repositório de sabedoria. Além de seu valor histórico, ela é cheia de misticismos, magias e alegorias nos processos da mediunidade.

     Desde seu primeiro livro, Gênesis, até o último, Apocalipse – do grego Apokálypis, Revelação – a Bíblia nos relata a trajetória da raça humana e seu cabedal anímico e mediúnico, num processo contínuo de utilização de energias espirituais, ligando a Terra às forças celestes.

     O primeiro médium de que se tem notícia, oriundo de suas páginas, foi Abraão, que interagiu com o Mundo Espiritual, já que a palavra médium, criada por Allan Kardec, significa intermediário.

     Esse relacionamento espiritual está citado no livro Gênesis, no capítulo 12, versículos 1 e 2: “Ora disse o Senhor a Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome.”

     Quanto a Adão e Eva, eles representam a raça adâmica, estudada por Allan Kardec, no capítulo XI, do livro Gênese. Emmanuel sobre eles assim se expressa, no excelente livro A Caminho da Luz:

     “Onde está Adão com a sua queda do paraíso? Debalde nossos olhos procuram, aflitos, essas figuras legendárias, com o propósito de localizá-las no Espaço e no Tempo. Compreendemos, afinal, que Adão e Eva constituem uma lembrança dos espíritos degredados na paisagem obscura da Terra, como Caim e Abel são dois símbolos para a personalidade das criaturas”.

     O Espírito Áureo, no livro Universo e Vida, editado pela FEB no ano de 1978, igualmente escreve sobre os exilados da Capela, num estudo sobre o povo de Israel.

     Ele descreve a dinastia desse povo e de seus patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó e José, mostrando que esses seres e tantos outros foram espíritos que já haviam reconquistado o patamar evolutivo e renunciaram à glória e à felicidade de seu regresso a Sírius, para descerem ao nosso obscuro planeta à frente dos espíritos rebeldes exilados na Terra primitiva, na condição de Grandes Guardiães, colocando-se humildemente a serviço do Cristo Planetário.

     Abraão reencarnou, na esteira do tempo, como rei Salomão e, depois, como Simão Pedro, o amoroso apóstolo de Jesus. Sua força anímica e mediúnica extravasa em todas as suas personalidades.

     Na personalidade do rei Salomão, vemos sua conduta sábia e inspirada no episódio da disputa das duas mães, ao entregar o filho vivo à mãe certa, no capítulo 3, do 1º Livro de Reis.

     Escreveu, por inspiração, os livros: Provérbios, Cantares e Eclesiastes. Enfatizou o poder do amor, no versículo 12, do capítulo 10 do livro Provérbios: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões”.

     Reencarnando como o apóstolo Pedro, valorizou a mediunidade nos seus vários processos, colaborando com Jesus na implantação da segunda revelação da Lei de Deus – a Lei do Amor, e, numa frase parecida com a do rei Salomão, declarou em sua primeira epístola, capítulo 4, versículo 8: “Tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados”.

     Por sua mediunidade ostensiva, foi convidado por Jesus no momento da transfiguração e na despedida do Mestre no Horto do Getsêmani.

     No livro Atos dos Apóstolos, sua sombra curava doentes, espíritos se materializavam para tirá-lo da prisão e tantos outros fenômenos, posteriormente estudados e classificados por Allan Kardec no inigualável tratado mediúnico e psiquiátrico existente na Terra: O Livro dos Médiuns.

     Isaac , filho legítimo de Abraão com Sara, reencarnou como o profeta Daniel, médium de grande potencial. Na época em que estava exilado na Babilônia, participou do banquete de Belsazar, filho do rei Nabucodonosor, promovendo, com a liberação de seu ectoplasma, a materialização de uma mão, que escreveu na parede: mene, mene, tekel e parsin.

     Daniel interpretou essa inscrição para o rei, dizendo-lhe que Deus tolerou a existência do seu reino, contando-o até aqui, julgando-o e dividindo-o: parte ficaria com os medos, e, a outra parte com os persas.

     E isso aconteceu. Naquela mesma noite, a Babilônia foi invadida pelos exércitos de Dario, o rei dos medos e, posteriormente, dividido entre Dario e Ciro, o rei dos persas.

     Num outro episódio, por inveja dos seus pares, porque Daniel foi escolhido pelo rei Dario como um dos três príncipes para comandar os sátrapas – governadores das províncias–, ele foi lançado na cova dos leões famintos e saiu ileso.

     Daniel desencarnou com idade avançada, após servir a Nabucodonosor, a seu filho Belsazar e aos conquistadores Dario e Ciro.

     A seguir, reencarnou como João Evangelista, assim denominado por ter escrito o evangelho, – o quarto evangelho. A sua participação como discípulo de Jesus foi de grande destaque. Jesus o chamava discípulo amado porque era muito amoroso.

     Foi o único discípulo presente em todos os instantes da estada de Jesus entre nós, até no momento derradeiro de Seu sacrifício, na cruz do Calvário.

     Tal como Pedro, João foi sempre convidado por Jesus nos momentos mais importantes do evangelho, em que Sua mensagem deveria ser entendida, sem rebuços.

     E, assim como Daniel, sua personalidade anterior, João desencarnou em idade provecta, com 94 anos, no reinado de Trajano (53 d.C. – 117 d.C.), e, posteriormente, reencarnou como Francisco de Assis.

     Contam seus biógrafos que seu pai, Pietro Bernardone, estava viajando quando ele nasceu e já estava sendo batizado com o nome de João, mas o pai chegou a tempo e deu-lhe o nome de Francisco, em homenagem à França, porque lá ele realizava grandes negócios e também porque sua mulher, Picalini, era francesa.

     É interessante a questão do nome, porque no livro Francisco de Assis, do Espírito Miramez, psicografado pelo médium João Nunes Maia, há um episódio de fuga desse Espírito, na personalidade de João Evangelista, à perseguição cristã, em que ele usa o nome Francisco.

     Jacó foi o maior dos patriarcas e o maior médium de todos os tempos. O neto de Abraão reencarnou como Moisés, Elias e, por fim, João Batista, que Jesus afirmou ser o maior nascido do ventre de mulher.

     Jacó inicia sua missão com a visão em sonho de uma escada colocada entre o céu e a terra, na qual os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Perto dele estava o Senhor, que lhe prometeu abençoar sua descendência na Terra.

     Posteriormente, já com sua numerosa família, teve seu nome mudado para Israel, por ter lutado com um anjo do Senhor materializado, ao atravessar o vau de Jaboque. Dessa forma, surgiu o nome Israel e as doze tribos, que eram os seus doze filhos.

     Reencarnando como Moisés, recebeu a incumbência de nos trazer a primeira revelação da Lei de Deus: a lei de justiça. Com a produção de vários fenômenos mediúnicos, sua chegada ao monte Horebe, na península do Sinai, para receber as dez tábuas da lei é relatada no livro Êxodo. Emmanuel diz que “Os dez mandamentos representam a primeira psicografia feita na pedra”.

     Diz Emmanuel, no livro supracitado:

     “Moisés, na sua qualidade de mensageiro do Divino Mestre, procura então concentrar o seu povo para a grande jornada em busca da terra da Promissão. Médium extraordinário, realiza grandes feitos ante os seus irmãos e companheiros maravilhados. É quando então recebe dos emissários do Cristo, no Sinai, os dez sagrados mandamentos, que, até hoje, representam a base de toda a justiça do mundo”.

     “Antes de abandonar as lutas na Terra, na extática visão da Terra Prometida, Moisés lega a posteridade às suas tradições no Pentateuco, iniciando a construção da mais elevada ciência religiosa de todos os tempos, para as coletividades porvindouras.”

     “Seguiu-lhe Jesus todos os passos, assistindo-o nos mais delicados momentos de sua vida e foi ainda, sob o pálio da sua proteção, que se organizaram os reinos de Israel e de Judá, na Palestina.”

     Retorna na personalidade de Elias, sempre com a missão da fortificação do monoteísmo, a revelação do Deus Único, Pai de todas as criaturas.

     Quando o rei Acabe, se casou com Jezabel, mulher que rendia culto ao deus Baal, enfraqueceu a fé dos israelitas, quase suplantando Deus. O profeta Elias desafiou e venceu os quatrocentos e cinquenta sacerdotes de Baal, no alto do monte Carmelo, passando todos eles a fio de espada. (I Reis 18.19-45; 19.1.).

     E, por fim, reencarnando como João Batista, o precursor de Jesus, tal qual fora profetizado por Malaquias, nos capítulos 3 e 4.

     José , o último dos patriarcas, era o undécimo filho de Jacó com Raquel, sua preferida. Dotado de alta mediunidade, foi o chanceler do Egito. Era clarividente e salvou o Egito da fome, tornando-se o administrador mais bem-sucedido do mundo. Reencarnou, posteriormente, na personalidade do rei Davi e depois como Saulo de Tarso, denominado o apóstolo dos gentios pela sua missão de levar o evangelho de Jesus para todos os povos idólatras, transformando-os e implantando em seus corações desolados e vazios, sequiosos de carinho, amor, luz e paz, a doutrina de amor, envolvendo-os nos laços de alegria e liberdade.

     Vemos, nos processos da mediunidade, a estratégia utilizada pelo Cristo de Deus, o governador espiritual da Terra, a fim de nos trazer o conhecimento das leis de justiça, amor e caridade, implantando-as em nossos espíritos, através do tempo, para o nosso progresso em direção a nós mesmos, à nossa consciência, onde estão insculpidas as Leis de Deus.


Muita paz!

Fonte; Correio Espírita

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domingo, 4 de agosto de 2013

MEDIUNIDADE NA BÍBLIA


MEDIUNIDADE NA BÍBLIA


Mesmo proibida, pois geralmente era praticada com fins inferiores, a comunicação mediúnica é um fato bíblico.

Realizada pelo site www.irc-espiritismo.org.br


Dentre vários outros, a comunicação com os chamados “mortos” é um dos princípios básicos do espiritismo, inclusive, podemos dizer que é um dos fundamentais, pois foi de onde surgiu todo o seu arcabouço doutrinário.

Na conclusão de O Livro dos Espíritos, Kardec argumenta que: “Esses fenômenos ... não são mais sobrenaturais que todos os fenômenos aos quais a Ciência hoje dá a solução, e que pareceram maravilhosos numa outra época. Todos os fenômenos espíritas, sem exceção, são a conseqüência de leis gerais e nos revelam um dos poderes da Natureza, poder desconhecido, ou dizendo melhor, incompreendido até aqui, mas que a observação demonstra estar na ordem das coisas”.

Essa abordagem de Kardec é necessária, pois apesar de muitos considerarem tais fenômenos como sobrenaturais, enquanto que inúmeros outros os quererem como fenômenos de ordem religiosa, as duas teses são incorretas. A origem deles é espontânea e natural e ocorre conforme as leis que regem não só o contato entre o mundo material e o espiritual, mas toda a complexa interação que mantém o equilíbrio universal. Por isso não precisaríamos relacioná-los, nem mesmo buscar comprovação de sua realidade entre as narrativas bíblicas.

MEDIUNIDADE NA BÍBLIA

Primeiramente, selecionei alguns trechos com relação à sobrevivência do espírito, pois ela é a peça fundamental nas comunicações. Leiamos:

- Quanto a você [Abraão], irá reunir-se em paz com seus antepassados e será sepultado após uma velhice feliz. (Gn.15,15).

- Quando Jacó acabou de dar instruções aos filhos, recolheu os pés na cama, expirou e se reuniu com seus antepassados. (Gn 49,33).

- Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó. (Mt 8,11).

- E, quanto à ressurreição, será que não leram o que Deus disse a vocês: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó”? Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos. (Mt 22,31-32).

Podemos concluir dessas passagens que há no homem algo que sobrevive à morte física. Não haveria sentido algum dizer que uma pessoa, após a morte, irá se reunir com seus antepassados, se não se acreditasse na sobrevivência do espírito. Além disso, para que ocorra a possibilidade de alguém poder “sentar à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó” teria que ser porque esses patriarcas estão tão vivos quanto nós.

Os relatos bíblicos nos dão conta que o intercâmbio com os mortos era um fato corriqueiro na vida dos hebreus. Por outro lado, quase todos os povos com quem mantiveram contato tinham práticas relacionadas à evocação dos espíritos para fins de adivinhação, denominada necromancia. O Dicionário Bíblico Universal a define com sendo ,.o meio de adivinhação interrogando um morto.

Babilônios, egípcios e gregos a praticavam. Hetiodoro, autor grego do III ou IV século d.C. relata uma cena semelhante àquela descrita em 1Sm (Etíope 6,14). O Deuteronômio atribui aos habitantes da Palestina “a interrogação dos espíritos ou a evocação dos mortos” (18,11). Os israelitas também se entregaram a essas práticas, mas logo são condenadas, particularmente por Saul (lSm 28,38). Mas, forçado pela necessidade, o rei manda evocar a sombra de Samuel (28, 7-25): o relato constitui uma das mais impressionantes páginas da Bíblia. Mais tarde, Isaías atesta uma prática bastante difundida (Is 8,19): parece que ele ouviu “uma voz como a de um fantasma que vem da terra” (29,4). Manasses favoreceu a prática da necromancia (2Rs 21,6), mas Josias a eliminou quando fez sua reforma (2Rs 23,24). Então o Deuteronômio considera a necromancia e as outras práticas divinatórias como “abominação” diante de Deus, e como o motivo da destruição das nações, efetuada pelo Senhor em favor de Israel (18,12). O Levítico considera a
necromancia como ocasião de impureza e condena os necromantes à morte por apedrejamento (19,31; 20,27).

Vejamos mais algumas passagens:

- Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não apreenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal cousa é abominação ao Senhor; e por tais abominações o Senhor teu Deus os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal cousa. (Dt 18,9-14).

Esta passagem diz respeito à adivinhação e à necromancia. Elas se encontram entre as proibições. A preocupação central era proibir qualquer tipo de coisa relacionada à adivinhação, não importando por qual meio fosse realizada, como fica claro pela última passagem onde se diz “... estas nações, ... ouvem os prognosticadores e os adivinhadores...”, reunindo assim todas as práticas a essas duas.

AS COMUNICAÇÕES E SUA PROIBIÇÃO

Por outro lado, a grande questão a ser levantada é: os mortos atendiam às evocações ou não? Se não, por que da proibição? Seria ilógico proibir algo que não acontece. Teremos que tentar encontrar as razões de tal proibição. Duas podemos destacar. A primeira é que os espíritos dos mortos eram considerados, por muitos, como deuses. Levando-se em conta que era necessário manter, a todo custo, a idéia de um Deus único, Moisés, sabiamente, institui a proibição de qualquer evento que viesse a prejudicar essa unicidade divina. As consultas deveriam ser dirigidas somente a Deus, daí, por forças das circunstâncias, precisou proibir todas as outras. A segunda estaria relacionada ao motivo pelo qual iam consultar os mortos. Normalmente, eram para coisas relacionadas ao futuro, como no caso de Saul, que iremos ver logo à frente, ou para situações do cotidiano, quando, por exemplo, do desaparecimento das jumentas de Cis, em que Saul, seu filho, procura um vidente para que ele dissesse onde poderiam encontrá-las.

A figura do profeta aparece como sendo a pessoa que tem poderes para fazer consultas a Deus ou receber da divindade as revelações que deveriam ser transmitidas ao povo. Em razão de querer a exclusividade das consultas a Deus é que Moisés disse “Javé, seu Deus fará surgir, dentre seus irmãos, um profeta como eu em seu meio, e vocês o ouvirão”. (Dt 18,15). Elucidamos essa questão com o seguinte passo: “Em Israel, antigamente, quando alguém ia consultar a Deus, costumava dizer: ‘Vamos ao vidente’. Porque, em lugar de ‘profeta’, como se diz hoje, dizia-se ‘vidente’”(1Sm 9,9). O que é vidente (clarividente) senão quem tem a faculdade de ver os espíritos? Em alguns casos poderá ver inclusive o futuro; daí a idéia de que poderia prever alguma coisa, uma profecia, derivando-se daí, então, o nome profeta. Podemos confirmar o que estamos dizendo aqui nesse parágrafo, peta explicação dada à passagem Dt 18,9-22:

Moisés não era totalmente contra o profetismo (mediunismo), apenas era contrário ao uso indevido que davam a essa faculdade. Podemos, inclusive, vê-lo aprovando a forma com que dois homens a faziam, conforme a seguinte narrativa em Nm 11, 24-30:

- Moisés saiu e disse ao povo as palavras de Iahweh. Em seguida reuniu setenta anciães dentre o povo e os colocou ao redor da Tenda. Iahweh desceu na Nuvem. Falou-lhe e tomou do Espírito que repousava sobre ele e o colocou nos setenta anciães. Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; porém, nunca mais o fizeram.

- Dois homens haviam permanecido no acampamento: um deles se chamava Eldad e o outro Medad. O Espírito repousou sobre eles; ainda que não tivessem vindo à Tenda, estavam entre os inscritos. Puseram-se a profetizar no acampamento. Um jovem correu e foi anunciar a Moisés: “Eis que Eldad e Medad”, disse ele, “estão profetizando no acampamento”. Josué, filho de Nun, que desde a sua infância servia a Moisés, tomou a palavra e disse: “Moisés, meu senhor, proíbe-os!” Respondeu-lhe Moisés: “Estás ciumento por minha causa? Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito!” A seguir Moisés voltou ao acampamento e com ele os anciães de Israel. Fica claro, então, que pelo menos duas pessoas faziam dignamente o uso da faculdade mediúnica (profeta), daí Moisés até desejar que todos fizessem como eles.

Outro ponto importante que convém ressaltar é a respeito da palavra espírito, que aparece inúmeras vezes na Bíblia. Mas afinal o que é espírito? Hoje sabemos que os espíritos são as almas dos homens que foram desligadas do corpo físico pelo fenômeno da morte. Assim, podemos perfeitamente aceitar que, exceto quando atribuem essa palavra ao próprio Deus, todas as outras estão incluídas nessa categoria.

Tudo, na verdade, não passava de manifestações dos espíritos, que muitas vezes eram tomados à conta de deuses, devido a ignorância da época, coisa absurda nos dias de hoje. Isso fica tão claro que podemos até mesmo encontrar recomendações de como nos comportar diante deles para sabermos suas verdadeiras intenções. Citamos: “Amados, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus,...” (1 Jo 4, 1).

JESUS E AS COMUNICAÇÕES

Disso pode-se concluir que era comum, àquela época, o contato com os espíritos. Podemos confirmar isso com o Apóstolo dos gentios, que recomendou sobre o uso dos “dons” (mediunidade), conforme podemos ver em sua primeira carta aos Coríntios (cap. 14). Neta ele procura demonstrar que o dom da profecia é superior ao dom de falar em línguas (xenoglossia), pois não via nisso nenhuma utilidade senão quando, juntamente, houvesse alguém com o dom de interpretá-las.

Uma coisa nós podemos considerar. Se ocorriam manifestações naquela época, por que não as aconteceria nos dias de hoje? Veremos agora a mais notável de todas as manifestações de espíritos que podemos encontrar na Bíblia, pois ela acontece com o próprio Cristo. Leiamos:

- Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra, e disse a Jesus: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se quiseres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.” Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz.” Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito assustados, e caíram com o rosto por terra. Jesus se aproxi.mou, tocou neles e disse: “Levantem-se, e não tenham medo.” Os discípulos ergueram os olhos, e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não contem a ninguém essa visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos” (Mt 17,1-9).

Ocorrência inequívoca de comunicação com os mortos, no caso, os espíritos Moisés e Elias, que conversam pessoalmente com Jesus. E aí afirmamos que se fosse mesmo proibida por Deus, Moisés não viria se apresentar a Jesus e seus discípulos, já que foi ele mesmo, quando vivo, quem informou dessa proibição, e nem Jesus iria infringir uma lei divina. Portanto, a proibição de Moisés era apenas uma proibição particular sua ou de sua legislação de época. Os partidários do demônio ficam sem saída nessa passagem, pois não podem afirmar que foi o “demônio” quem apareceu para eles, já que teriam que admitir que Jesus fora enganado.

Podemos ainda ressaltar que, depois desse episódio, Jesus não proibiu a comunicação com os mortos. Apenas disse aos discípulos para não que contassem a ninguém sobre aquela “sessão espírita”, até que acontecesse a sua “ressurreição”. E se ele mesmo disse: “tudo que eu fiz vós podeis fazer e até mais” (Jo 14,12) os que se comunicam com os mortos estão seguindo o exemplo de Jesus. Os cegos até poderão ficar contra, mas os de mente aberta não verão nenhum mal nisso.

Quem já teve a oportunidade de ler a Bíblia, pelo menos uma vez, percebe que ela está recheada de narrativas com aparições de anjos. Na ocasião da ressurreição de Jesus, algumas delas nos dão conta do aparecimento, junto ao sepulcro, de “anjos vestidos de branco” (Jo 20,12; Mt 28,2), enquanto que outras nos dizem ser “homens vestidos de branco” (Lc 24,4; Mc 16,5). Isso demonstra que os anjos são espíritos, e que muitos podem até ter vivido na Terra. Até mesmo os nomes dos anjos são nomes dados a seres humanos: Gabriel, Rafael, Miguel etc.

Podemos concluir que realmente a comunicação com os mortos está presente na Bíblia, por mais que se esforcem em querer tirar dela esse fato.

Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 29, páginas 12-17


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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

HISTÓRIA DA HIPNOSE


SAIBA MAIS SOBRE A HISTÓRIA DA HIPNOSE - UM ASSUNTO FASCINANTE !

Franz Anton Mesmer

A era moderna da hipnose e hipnoterapia realmente começa com Franz Anton Mesmer (1734-1815), o médico vienense que deixou a palavra "mesmerismo" para a posteridade. Por várias razões, ele também deu a hipnose a reputação em vez unsalubrious que ainda persiste em alguns setores hoje.

Claro que, como sabemos agora, os estados de hipnose e transe são fundamentais traços humanos, que foram em torno de tanto tempo quanto a própria humanidade. Textos antigos do Egito, China, Grécia e Roma descrever práticas que podemos agora consideram como hipnótico. Por exemplo, um terceiro século EC papiro descoberto em Tebas descreve um rito divinatório, em que um escravo menino é fascinado pelas chamas bruxuleantes de uma lâmpada a óleo, a fim de dar conselhos oracular (I).
Seria, é claro, ser errado falar sobre "hipnoterapia antigo", já que a maioria dos exemplos sugestivos históricos que temos práticas preocupação mágicos, ao invés de cura por si só (embora a magia é sempre preocupados com a cura, é claro). Mesmer foi o primeiro a levar o hipnotismo fora dos reinos do oculto e em estudo científico, embora alguns possam argumentar que ele não levou muito longe!
Quando jovem, Mesmer estudou teologia e direito antes de passar para medicina. A teoria que fez seu nome e garantiu sua notoriedade foi o de "magnetismo animal", algo que teve suas origens em sua tese de doutorado, concluída na Universidade de Viena em 1766. Mesmer foi altamente influenciado pelo trabalho de Isaac Newton e da teoria da gravidade. Ele teorizou que os "maré" influências dos planetas também operam no corpo humano através de uma força universal, que ele chamou de "magnetismo animal".

Na época em que foi escrito, a tese de Mesmer não despertou controvérsia, e com a idade de 33, ele passou a encontrar uma prática perfeitamente convencional, em Viena. Quando ele se aproximou seus quarenta anos, no entanto, ele se viu cada vez mais insatisfeitos com a abordagem à medicina que era atual na época - uma combinação de sangramento, purgativos e opiáceos que foi muitas vezes mais dolorosa e terrível do que as condições que pretendia tratar.
Mesmer favoreceu uma abordagem completamente suave, e sua devoção aos seus pacientes foi extraordinário. Seu caso foi o do avanço Franzl Oesterline, uma mulher de 27 anos que sofre de Mesmer o que descreveu como um mal convulsivo, "os sintomas mais incômodos do que era que o sangue subiu à cabeça e não configurar as dores de dente mais cruéis e dores de ouvido, seguido pelo delírio, raiva, vômitos e desmaio "(II). Estes sintomas foram tão graves que Fraulein Oesterline se mudou para casa de Mesmer para receber round-the-relógio cuidado.
Voltando às teorias de seus dias de estudante, Mesmer efetuado uma cura por, como ele a via, utilizando um ímã para interromper as marés gravitacionais que prejudiquem seu paciente. Ele conseguiu induzida em Fraulein Oesterline a sensação de um fluido de drenagem rápida de seu corpo, tendo a sua doença com ele. A sua recuperação depois de que se completou e virtualmente instantânea.

A partir de uma perspectiva moderna, podemos ver que os resultados foram produzidas pela sugestão hipnótica de um fluido de drenagem do corpo - uma metáfora cura maravilhosa que não estaria fora de lugar em uma prática do século 21 hipnoterapia. Mesmo Mesmer percebeu que o ímã não teve nada a ver com a cura. Seu sistema baseava-se na crença de que a doença foi causada por níveis esgotados de magnetismo animal, e que estes poderiam ser repostos pelo curandeiro transmitir um pouco de sua força abundante própria magnético através do éter para o paciente. O imã era simplesmente um dispositivo que permitiu que isto acontecesse, juntamente com a sequência complexa e demorada de gestos e toque conhecidas como o "passe hipnótico".

Mesmer passou a atingir resultados igualmente impressionantes com outros pacientes, reivindicando a cura para cegueira, paralisia, convulsões e outras condições "histéricos", bem como o tratamento eficaz de problemas menstruais e hemorróidas!Ele se tornou uma celebridade, sair em turnê e dando demonstrações dramáticas de suas técnicas e poderes nos tribunais da nobreza européia.
Gosto de Mesmer para teatro e teatralidade pode ter contribuído para a recepção hostil que recebeu do estabelecimento médico do dia, embora ele pessoalmente acreditava que era porque ele se atreveu a obter resultados sem o uso de técnicas convencionais de médicos. Em qualquer caso, sua vida e sua carreira tornou-se perseguido com a controvérsia. O mais famoso, ele foi denunciado como um charlatão, após a cura da pianista Maria Teresa Paradis de cegueira psicossomática. Isso não se encontrar com a aprovação de seus pais, que estavam a perder uma pensão real se sua filha foi curada.Ela era forçada e bastante violentamente removidos da casa de Mesmer, onde estava hospedado para receber tratamento, quando então retornou a sua cegueira. Embora isso diz mais sobre seus pais que ele faz sobre Mesmer, o episódio foi aproveitado por seus críticos como prova de que ele era uma fraude.
Mesmer estava irrevogavelmente evitar o descrédito quando uma comissão real foi nomeado para investigar suas descobertas. A comissão, que incluía nomes como Benjamin Franklin e John Guilhotina, poderia encontrar nenhuma evidência para apoiar suas teorias do magnetismo animal. Eles observaram que Mesmer foi capaz de curar pacientes, tendo-lhes tocar "magnetizado" árvores, mas que os pacientes foram curados mesmo que tocou "não-magnetizado" árvores. Portanto, eles concluíram, Mesmer deve ser um charlatão.

De muitas maneiras, Mesmer é uma vítima do velho ditado "que é tudo muito bem na prática, mas isso funciona na teoria?" É claro que qualquer investigação séria não seria suficiente para encontrar provas do magnetismo animal a ser transferido através do éter, uma vez que nenhum dos essas coisas existem - este teria sido aparente, mesmo no século 18. Entretanto, assim como Mesmer estava certo pelas razões erradas, de modo que seus críticos estavam errados pelas razões certas, e não conseguiu tirar as conclusões corretas a partir de suas observações. A verdade psicológica de abordagem de Mesmer não foi reconhecido, assim como as técnicas de indução de transe e sugestão que eram a verdadeira razão para o seu sucesso estava descoberto sob as camadas do passe, magnético hipnótico.
No entanto, o legado de Mesmer persistiu, até o século XIX e além, como argumentos sobre suas técnicas moldou o desenvolvimento da hipnose como a conhecemos hoje.

Referências:
(II) Franz Mesmer, "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", George trans Bloch em "Mesmerismo" de 1980.