Itair
Ferreira
A Bíblia Sagrada é um repositório de
sabedoria. Além de seu valor histórico, ela é cheia de misticismos, magias e
alegorias nos processos da mediunidade.
Desde seu primeiro livro, Gênesis, até o
último, Apocalipse – do grego Apokálypis, Revelação – a Bíblia nos relata a
trajetória da raça humana e seu cabedal anímico e mediúnico, num processo
contínuo de utilização de energias espirituais, ligando a Terra às forças
celestes.
O primeiro médium de que se tem notícia,
oriundo de suas páginas, foi Abraão, que interagiu com o Mundo Espiritual, já
que a palavra médium, criada por Allan Kardec, significa intermediário.
Esse relacionamento espiritual está citado
no livro Gênesis, no capítulo 12, versículos 1 e 2: “Ora disse o Senhor a
Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a
terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te
engrandecerei o nome.”
Quanto a Adão e Eva, eles representam a
raça adâmica, estudada por Allan Kardec, no capítulo XI, do livro Gênese.
Emmanuel sobre eles assim se expressa, no excelente livro A Caminho da Luz:
“Onde está Adão com a sua queda do
paraíso? Debalde nossos olhos procuram, aflitos, essas figuras legendárias, com
o propósito de localizá-las no Espaço e no Tempo. Compreendemos, afinal, que
Adão e Eva constituem uma lembrança dos espíritos degredados na paisagem
obscura da Terra, como Caim e Abel são dois símbolos para a personalidade das
criaturas”.
O Espírito Áureo, no livro Universo e
Vida, editado pela FEB no ano de 1978, igualmente escreve sobre os exilados da
Capela, num estudo sobre o povo de Israel.
Ele descreve a dinastia desse povo e de
seus patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó e José, mostrando que esses seres e tantos
outros foram espíritos que já haviam reconquistado o patamar evolutivo e
renunciaram à glória e à felicidade de seu regresso a Sírius, para descerem ao
nosso obscuro planeta à frente dos espíritos rebeldes exilados na Terra
primitiva, na condição de Grandes Guardiães, colocando-se humildemente a
serviço do Cristo Planetário.
Abraão reencarnou, na esteira do tempo,
como rei Salomão e, depois, como Simão Pedro, o amoroso apóstolo de Jesus. Sua
força anímica e mediúnica extravasa em todas as suas personalidades.
Na personalidade do rei Salomão, vemos sua
conduta sábia e inspirada no episódio da disputa das duas mães, ao entregar o
filho vivo à mãe certa, no capítulo 3, do 1º Livro de Reis.
Escreveu, por inspiração, os livros:
Provérbios, Cantares e Eclesiastes. Enfatizou o poder do amor, no versículo 12,
do capítulo 10 do livro Provérbios: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre
todas as transgressões”.
Reencarnando como o apóstolo Pedro,
valorizou a mediunidade nos seus vários processos, colaborando com Jesus na
implantação da segunda revelação da Lei de Deus – a Lei do Amor, e, numa frase
parecida com a do rei Salomão, declarou em sua primeira epístola, capítulo 4,
versículo 8: “Tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre
multidão de pecados”.
Por sua mediunidade ostensiva, foi
convidado por Jesus no momento da transfiguração e na despedida do Mestre no
Horto do Getsêmani.
No livro Atos dos Apóstolos, sua sombra
curava doentes, espíritos se materializavam para tirá-lo da prisão e tantos
outros fenômenos, posteriormente estudados e classificados por Allan Kardec no
inigualável tratado mediúnico e psiquiátrico existente na Terra: O Livro dos
Médiuns.
Isaac , filho legítimo de Abraão com Sara,
reencarnou como o profeta Daniel, médium de grande potencial. Na época em que
estava exilado na Babilônia, participou do banquete de Belsazar, filho do rei
Nabucodonosor, promovendo, com a liberação de seu ectoplasma, a materialização
de uma mão, que escreveu na parede: mene, mene, tekel e parsin.
Daniel interpretou essa inscrição para o
rei, dizendo-lhe que Deus tolerou a existência do seu reino, contando-o até
aqui, julgando-o e dividindo-o: parte ficaria com os medos, e, a outra parte
com os persas.
E isso aconteceu. Naquela mesma noite, a
Babilônia foi invadida pelos exércitos de Dario, o rei dos medos e,
posteriormente, dividido entre Dario e Ciro, o rei dos persas.
Num outro episódio, por inveja dos seus
pares, porque Daniel foi escolhido pelo rei Dario como um dos três príncipes
para comandar os sátrapas – governadores das províncias–, ele foi lançado na
cova dos leões famintos e saiu ileso.
Daniel desencarnou com idade avançada,
após servir a Nabucodonosor, a seu filho Belsazar e aos conquistadores Dario e
Ciro.
A seguir, reencarnou como João
Evangelista, assim denominado por ter escrito o evangelho, – o quarto
evangelho. A sua participação como discípulo de Jesus foi de grande destaque.
Jesus o chamava discípulo amado porque era muito amoroso.
Foi o único discípulo presente em todos os
instantes da estada de Jesus entre nós, até no momento derradeiro de Seu
sacrifício, na cruz do Calvário.
Tal como Pedro, João foi sempre convidado
por Jesus nos momentos mais importantes do evangelho, em que Sua mensagem
deveria ser entendida, sem rebuços.
E, assim como Daniel, sua personalidade
anterior, João desencarnou em idade provecta, com 94 anos, no reinado de
Trajano (53 d.C. – 117 d.C.), e, posteriormente, reencarnou como Francisco de
Assis.
Contam seus biógrafos que seu pai, Pietro
Bernardone, estava viajando quando ele nasceu e já estava sendo batizado com o
nome de João, mas o pai chegou a tempo e deu-lhe o nome de Francisco, em
homenagem à França, porque lá ele realizava grandes negócios e também porque
sua mulher, Picalini, era francesa.
É interessante a questão do nome, porque
no livro Francisco de Assis, do Espírito Miramez, psicografado pelo médium João
Nunes Maia, há um episódio de fuga desse Espírito, na personalidade de João
Evangelista, à perseguição cristã, em que ele usa o nome Francisco.
Jacó foi o maior dos patriarcas e o maior
médium de todos os tempos. O neto de Abraão reencarnou como Moisés, Elias e,
por fim, João Batista, que Jesus afirmou ser o maior nascido do ventre de
mulher.
Jacó inicia sua missão com a visão em
sonho de uma escada colocada entre o céu e a terra, na qual os anjos de Deus
subiam e desciam por ela. Perto dele estava o Senhor, que lhe prometeu abençoar
sua descendência na Terra.
Posteriormente, já com sua numerosa
família, teve seu nome mudado para Israel, por ter lutado com um anjo do Senhor
materializado, ao atravessar o vau de Jaboque. Dessa forma, surgiu o nome
Israel e as doze tribos, que eram os seus doze filhos.
Reencarnando como Moisés, recebeu a
incumbência de nos trazer a primeira revelação da Lei de Deus: a lei de
justiça. Com a produção de vários fenômenos mediúnicos, sua chegada ao monte
Horebe, na península do Sinai, para receber as dez tábuas da lei é relatada no
livro Êxodo. Emmanuel diz que “Os dez mandamentos representam a primeira
psicografia feita na pedra”.
Diz Emmanuel, no livro supracitado:
“Moisés, na sua qualidade de mensageiro do
Divino Mestre, procura então concentrar o seu povo para a grande jornada em
busca da terra da Promissão. Médium extraordinário, realiza grandes feitos ante
os seus irmãos e companheiros maravilhados. É quando então recebe dos
emissários do Cristo, no Sinai, os dez sagrados mandamentos, que, até hoje,
representam a base de toda a justiça do mundo”.
“Antes de abandonar as lutas na Terra, na
extática visão da Terra Prometida, Moisés lega a posteridade às suas tradições
no Pentateuco, iniciando a construção da mais elevada ciência religiosa de
todos os tempos, para as coletividades porvindouras.”
“Seguiu-lhe Jesus todos os passos,
assistindo-o nos mais delicados momentos de sua vida e foi ainda, sob o pálio
da sua proteção, que se organizaram os reinos de Israel e de Judá, na
Palestina.”
Retorna na personalidade de Elias, sempre
com a missão da fortificação do monoteísmo, a revelação do Deus Único, Pai de
todas as criaturas.
Quando o rei Acabe, se casou com Jezabel,
mulher que rendia culto ao deus Baal, enfraqueceu a fé dos israelitas, quase suplantando
Deus. O profeta Elias desafiou e venceu os quatrocentos e cinquenta sacerdotes
de Baal, no alto do monte Carmelo, passando todos eles a fio de espada. (I Reis
18.19-45; 19.1.).
E, por fim, reencarnando como João
Batista, o precursor de Jesus, tal qual fora profetizado por Malaquias, nos
capítulos 3 e 4.
José , o último dos patriarcas, era o
undécimo filho de Jacó com Raquel, sua preferida. Dotado de alta mediunidade,
foi o chanceler do Egito. Era clarividente e salvou o Egito da fome,
tornando-se o administrador mais bem-sucedido do mundo. Reencarnou,
posteriormente, na personalidade do rei Davi e depois como Saulo de Tarso,
denominado o apóstolo dos gentios pela sua missão de levar o evangelho de Jesus
para todos os povos idólatras, transformando-os e implantando em seus corações
desolados e vazios, sequiosos de carinho, amor, luz e paz, a doutrina de amor,
envolvendo-os nos laços de alegria e liberdade.
Vemos, nos processos da mediunidade, a
estratégia utilizada pelo Cristo de Deus, o governador espiritual da Terra, a
fim de nos trazer o conhecimento das leis de justiça, amor e caridade,
implantando-as em nossos espíritos, através do tempo, para o nosso progresso em
direção a nós mesmos, à nossa consciência, onde estão insculpidas as Leis de
Deus.
Muita paz!
Fonte;
Correio Espírita
A MEDIUNIDADE
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