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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

APLICADOR DE PASSE – SERVIDOR DE JESUS

 Por Maria Helena Marcon

Pousa a tua mão sobre o doente e acalma a dor, afirmando que a dor desaparece.

A frase, encontrada em velho papiro egípcio, demonstra que, desde muito, o homem conhecia o poder da imposição das mãos, ou seja, a transmissão de fluidos, a fim de beneficiar a outrem, conferindo-lhe saúde física.

Os seguidores do Cristo, conforme Seu exemplo, impunham suas mãos sobre os doentes para os curar. O Apóstolo Pedro, conforme descrição de Atos 3:1-11 cura o coxo que mendigava à porta do templo, pelo olhar e a vontade: Não tenho ouro, nem prata, mas o que tenho te dou. Em nome de Jesus Nazareno, levanta-te e anda.

Barnabé e Paulo de Tarso realizavam curas através da imposição de mãos.

A Doutrina Espírita, ao estabelecer o estudo a respeito dos fluidos, neutros em sua origem, e a possibilidade de se transmitir o fluido vital a outrem (O Livro dos Espíritos, comentário à resposta da questão 70), oferta a grande oportunidade de todos nos tornarmos servidores do Bem, no processo de amenizar dores e proporcionar curas.

A atividade do passe, portanto, talvez seja, dentre tantas outras, nas Casas Espíritas, a mais exercida, desde que é ofertada nas reuniões públicas de palestras, nas reuniões da Juventude Espírita, na Evangelização Espírita Infantil, nos grupos de estudo, nas reuniões mediúnicas etc.

Os que a exercem, por vezes, na continuidade dos meses e dos anos, passam a executá-la de forma quase mecânica, olvidando alguns cuidados preciosos para o pleno êxito dos objetivos da tarefa.

Em verdade, a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva de uma força excepcional de expansão fluídica, mas diversas causas concorrem para alimentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, a saúde física, consequência da conduta moral equilibrada, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio e disciplinas espartanas em relação a alcoólicos, fumo e outras drogas, automedicação, comportamento sexual, entre outros.

Jesus asseverou: Bem-aventurados os que têm puro o coração, porque serão chamados filhos de Deus. Naturalmente que todos, por termos emanado da mesma fonte criadora, somos filhos de Deus. Contudo, a advertência crística se refere a uma especial filiação: a dos que, laborando as deficiências de caráter, se alcandoram a degraus superiores, destoando do comum das criaturas.

São os que não utilizam a sua boca para disseminar a calúnia, a malquerença, a maledicência, o desamor. Ao contrário, encontram palavras precisas para lembrar do que é positivo, altruísta e engrandecedor.

Pessoas assim transmitem uma aura de paz, cuja simples presença tem o condão de beneficiar a quem se lhes aproxime.

Todo trabalhador cuida muito bem de suas ferramentas. Dessa forma, o aplicador do passe terá redobrados cuidados com a própria saúde física, atendendo aos preceitos da boa alimentação, sem exageros de qualquer ordem, com atenção ao repouso devido à máquina orgânica, com visitas periódicas a médico e atenção às suas prescrições de exames e medicamentos.

O fluido vital, aprendemos, mantém-se, durante a vida física, graças ao trabalho dos órgãos e encontra seu abastecimento pela respiração, alimentação, exercícios físicos e espirituais.

No passe, associa-se aos fluidos espirituais, a fim de beneficiar o interessado, eis porque a sua qualidade deve ser a melhor.

Ao trabalhador do passe, cabe, pois, preservar-se do uso de alcoólicos, por exemplo. Defendem alguns, a sua utilização, e se servem de textos bíblicos, tentando justificar a sua própria vontade de não abandonar algo que lhe apraz. Com certeza, encontramos referências ao vinho, em textos do Antigo e do Novo Testamento. Entretanto, algumas observações detalhadas se fazem necessárias.

Em hebraico, Tirosch ou Mosto, traduzido, quer dizer vinho, mas não bebida fermentada. Isaías, 65:8 faz referência ao mosto ainda dentro do cacho da vida. Provérbios, 3:10 reporta-se ao mosto, como o suco doce recém colhido – transbordarão de mosto os teus lagares.

A palavra hebraica para descrever bebida forte, ou seja, o vinho fermentado, é Shekar. E lemos em I, Samuel 1:15, as palavras de Ana, grávida: Nem vinho e nem bebida forte tenho bebido. Segundo o Levítico, 10:9, a bebida forte era incompatível com o serviço a Deus, pois os encarregados de atividades no Santuário não podiam beber.

Dessa mesma forma, deve se entender que, no episódio das Bodas de Caná, Jesus transformou a água em Tirosch, o puro suco da uva, o vinho de melhor qualidade. Nem se poderia esperar do Ser puro algo diverso.

Lucas, 1:15 escreve que o anjo do Senhor disse ao sacerdote Zacarias que João [o Batista] seria  grande diante do Senhor,e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. A total abstinência é a posição a ser assumida por aqueles que estão trabalhando pela implantação do Reino de Deus na Terra.

Se, diariamente, o aplicador de passe se prepara física e espiritualmente para a atividade, não pode esquecer que o passe é um ato de amor e deve ser transmitido no clima que este sentimento propicia a quem o cultiva.

Isto envolve a alegria de servir, o entusiasmo de ser útil,  de sentir-se solidário com o próximo; é todo um exercício de amar.

Ser aplicador de passe é ser trabalhador de Jesus, é ter recebido a alta condecoração de servidor, com a possibilidade de captar das esferas superiores as benesses maiores a fim de as direcionar aos que se colocam sob seus cuidados.

Por isso, distende as mãos com inusitada alegria, ora e espalha bênçãos generosas de saúde, de paz, de tranquilidade ao enfermo, ao desassossegado, ao necessitado de qualquer jaez, sem esperar encômio algum.

O seu é o prazer de servir. E comparece ao serviço, com o coração em festa, honrado com a chance de servir, em nome do Cristo. Ora e se entrega, tornando-se dínamo de luz, dilatando as próprias condições, secundado pelos Espíritos encarregados da atividade.

Aplicadores de passe, sirvamos! 

Fonte; http://www.mundoespirita.com.br/


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http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/12/o-passe.html

sábado, 12 de julho de 2014

PROCESSOS DA MEDIUNIDADE

Itair Ferreira

      A Bíblia Sagrada é um repositório de sabedoria. Além de seu valor histórico, ela é cheia de misticismos, magias e alegorias nos processos da mediunidade.

     Desde seu primeiro livro, Gênesis, até o último, Apocalipse – do grego Apokálypis, Revelação – a Bíblia nos relata a trajetória da raça humana e seu cabedal anímico e mediúnico, num processo contínuo de utilização de energias espirituais, ligando a Terra às forças celestes.

     O primeiro médium de que se tem notícia, oriundo de suas páginas, foi Abraão, que interagiu com o Mundo Espiritual, já que a palavra médium, criada por Allan Kardec, significa intermediário.

     Esse relacionamento espiritual está citado no livro Gênesis, no capítulo 12, versículos 1 e 2: “Ora disse o Senhor a Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome.”

     Quanto a Adão e Eva, eles representam a raça adâmica, estudada por Allan Kardec, no capítulo XI, do livro Gênese. Emmanuel sobre eles assim se expressa, no excelente livro A Caminho da Luz:

     “Onde está Adão com a sua queda do paraíso? Debalde nossos olhos procuram, aflitos, essas figuras legendárias, com o propósito de localizá-las no Espaço e no Tempo. Compreendemos, afinal, que Adão e Eva constituem uma lembrança dos espíritos degredados na paisagem obscura da Terra, como Caim e Abel são dois símbolos para a personalidade das criaturas”.

     O Espírito Áureo, no livro Universo e Vida, editado pela FEB no ano de 1978, igualmente escreve sobre os exilados da Capela, num estudo sobre o povo de Israel.

     Ele descreve a dinastia desse povo e de seus patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó e José, mostrando que esses seres e tantos outros foram espíritos que já haviam reconquistado o patamar evolutivo e renunciaram à glória e à felicidade de seu regresso a Sírius, para descerem ao nosso obscuro planeta à frente dos espíritos rebeldes exilados na Terra primitiva, na condição de Grandes Guardiães, colocando-se humildemente a serviço do Cristo Planetário.

     Abraão reencarnou, na esteira do tempo, como rei Salomão e, depois, como Simão Pedro, o amoroso apóstolo de Jesus. Sua força anímica e mediúnica extravasa em todas as suas personalidades.

     Na personalidade do rei Salomão, vemos sua conduta sábia e inspirada no episódio da disputa das duas mães, ao entregar o filho vivo à mãe certa, no capítulo 3, do 1º Livro de Reis.

     Escreveu, por inspiração, os livros: Provérbios, Cantares e Eclesiastes. Enfatizou o poder do amor, no versículo 12, do capítulo 10 do livro Provérbios: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões”.

     Reencarnando como o apóstolo Pedro, valorizou a mediunidade nos seus vários processos, colaborando com Jesus na implantação da segunda revelação da Lei de Deus – a Lei do Amor, e, numa frase parecida com a do rei Salomão, declarou em sua primeira epístola, capítulo 4, versículo 8: “Tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados”.

     Por sua mediunidade ostensiva, foi convidado por Jesus no momento da transfiguração e na despedida do Mestre no Horto do Getsêmani.

     No livro Atos dos Apóstolos, sua sombra curava doentes, espíritos se materializavam para tirá-lo da prisão e tantos outros fenômenos, posteriormente estudados e classificados por Allan Kardec no inigualável tratado mediúnico e psiquiátrico existente na Terra: O Livro dos Médiuns.

     Isaac , filho legítimo de Abraão com Sara, reencarnou como o profeta Daniel, médium de grande potencial. Na época em que estava exilado na Babilônia, participou do banquete de Belsazar, filho do rei Nabucodonosor, promovendo, com a liberação de seu ectoplasma, a materialização de uma mão, que escreveu na parede: mene, mene, tekel e parsin.

     Daniel interpretou essa inscrição para o rei, dizendo-lhe que Deus tolerou a existência do seu reino, contando-o até aqui, julgando-o e dividindo-o: parte ficaria com os medos, e, a outra parte com os persas.

     E isso aconteceu. Naquela mesma noite, a Babilônia foi invadida pelos exércitos de Dario, o rei dos medos e, posteriormente, dividido entre Dario e Ciro, o rei dos persas.

     Num outro episódio, por inveja dos seus pares, porque Daniel foi escolhido pelo rei Dario como um dos três príncipes para comandar os sátrapas – governadores das províncias–, ele foi lançado na cova dos leões famintos e saiu ileso.

     Daniel desencarnou com idade avançada, após servir a Nabucodonosor, a seu filho Belsazar e aos conquistadores Dario e Ciro.

     A seguir, reencarnou como João Evangelista, assim denominado por ter escrito o evangelho, – o quarto evangelho. A sua participação como discípulo de Jesus foi de grande destaque. Jesus o chamava discípulo amado porque era muito amoroso.

     Foi o único discípulo presente em todos os instantes da estada de Jesus entre nós, até no momento derradeiro de Seu sacrifício, na cruz do Calvário.

     Tal como Pedro, João foi sempre convidado por Jesus nos momentos mais importantes do evangelho, em que Sua mensagem deveria ser entendida, sem rebuços.

     E, assim como Daniel, sua personalidade anterior, João desencarnou em idade provecta, com 94 anos, no reinado de Trajano (53 d.C. – 117 d.C.), e, posteriormente, reencarnou como Francisco de Assis.

     Contam seus biógrafos que seu pai, Pietro Bernardone, estava viajando quando ele nasceu e já estava sendo batizado com o nome de João, mas o pai chegou a tempo e deu-lhe o nome de Francisco, em homenagem à França, porque lá ele realizava grandes negócios e também porque sua mulher, Picalini, era francesa.

     É interessante a questão do nome, porque no livro Francisco de Assis, do Espírito Miramez, psicografado pelo médium João Nunes Maia, há um episódio de fuga desse Espírito, na personalidade de João Evangelista, à perseguição cristã, em que ele usa o nome Francisco.

     Jacó foi o maior dos patriarcas e o maior médium de todos os tempos. O neto de Abraão reencarnou como Moisés, Elias e, por fim, João Batista, que Jesus afirmou ser o maior nascido do ventre de mulher.

     Jacó inicia sua missão com a visão em sonho de uma escada colocada entre o céu e a terra, na qual os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Perto dele estava o Senhor, que lhe prometeu abençoar sua descendência na Terra.

     Posteriormente, já com sua numerosa família, teve seu nome mudado para Israel, por ter lutado com um anjo do Senhor materializado, ao atravessar o vau de Jaboque. Dessa forma, surgiu o nome Israel e as doze tribos, que eram os seus doze filhos.

     Reencarnando como Moisés, recebeu a incumbência de nos trazer a primeira revelação da Lei de Deus: a lei de justiça. Com a produção de vários fenômenos mediúnicos, sua chegada ao monte Horebe, na península do Sinai, para receber as dez tábuas da lei é relatada no livro Êxodo. Emmanuel diz que “Os dez mandamentos representam a primeira psicografia feita na pedra”.

     Diz Emmanuel, no livro supracitado:

     “Moisés, na sua qualidade de mensageiro do Divino Mestre, procura então concentrar o seu povo para a grande jornada em busca da terra da Promissão. Médium extraordinário, realiza grandes feitos ante os seus irmãos e companheiros maravilhados. É quando então recebe dos emissários do Cristo, no Sinai, os dez sagrados mandamentos, que, até hoje, representam a base de toda a justiça do mundo”.

     “Antes de abandonar as lutas na Terra, na extática visão da Terra Prometida, Moisés lega a posteridade às suas tradições no Pentateuco, iniciando a construção da mais elevada ciência religiosa de todos os tempos, para as coletividades porvindouras.”

     “Seguiu-lhe Jesus todos os passos, assistindo-o nos mais delicados momentos de sua vida e foi ainda, sob o pálio da sua proteção, que se organizaram os reinos de Israel e de Judá, na Palestina.”

     Retorna na personalidade de Elias, sempre com a missão da fortificação do monoteísmo, a revelação do Deus Único, Pai de todas as criaturas.

     Quando o rei Acabe, se casou com Jezabel, mulher que rendia culto ao deus Baal, enfraqueceu a fé dos israelitas, quase suplantando Deus. O profeta Elias desafiou e venceu os quatrocentos e cinquenta sacerdotes de Baal, no alto do monte Carmelo, passando todos eles a fio de espada. (I Reis 18.19-45; 19.1.).

     E, por fim, reencarnando como João Batista, o precursor de Jesus, tal qual fora profetizado por Malaquias, nos capítulos 3 e 4.

     José , o último dos patriarcas, era o undécimo filho de Jacó com Raquel, sua preferida. Dotado de alta mediunidade, foi o chanceler do Egito. Era clarividente e salvou o Egito da fome, tornando-se o administrador mais bem-sucedido do mundo. Reencarnou, posteriormente, na personalidade do rei Davi e depois como Saulo de Tarso, denominado o apóstolo dos gentios pela sua missão de levar o evangelho de Jesus para todos os povos idólatras, transformando-os e implantando em seus corações desolados e vazios, sequiosos de carinho, amor, luz e paz, a doutrina de amor, envolvendo-os nos laços de alegria e liberdade.

     Vemos, nos processos da mediunidade, a estratégia utilizada pelo Cristo de Deus, o governador espiritual da Terra, a fim de nos trazer o conhecimento das leis de justiça, amor e caridade, implantando-as em nossos espíritos, através do tempo, para o nosso progresso em direção a nós mesmos, à nossa consciência, onde estão insculpidas as Leis de Deus.


Muita paz!

Fonte; Correio Espírita

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