Roberto
Teixeira / RS
Falar sobre o
passe magnético e sua trajetória desde a antiguidade até os dias atuais, por
mais que seja enriquecedor não é o objetivo deste artigo e a isso não nos
ateremos, senão superficialmente.
As doenças,
segundo os historiadores, existem desde a pré-história, assim como a busca para
controlá-las.
De Franz
Anton Mesmer, do Barão du Potet, ao nosso Jacob Melo, reconhecidamente
obteve-se muito progresso no tratamento de enfermidades pelo passe. Estes
consagrados nomes do Magnetismo Terapêutico, assim como seus seguidores,
demonstram consenso em afirmar a necessidade absoluta do estudo e da pesquisa
permanentes sobre o assunto aqui tratado.
Considerado o
maior magnetizador de todos os tempos, Du Potet afirmava que além do progresso
alcançado por um século de estudos e pesquisas, seria ainda o Magnetismo
chamado a se desenvolver e adquirir novos conhecimentos.
Engajando-se
ao grupo de estudos do Barão du Potet, Hipolyte Léon Denizard Rivail (Allan
Kardec), ez referência à preparação do Espiritismo pelo Magnetismo. Obras
como: A Revista Espírita e A Gênese (Curas através da ação fluídica)
fazem alusão à prática do
Magnetismo no combate às enfermidades do corpo e do
EspíritoAtualmente, grande número de Casas Espíritas presta
"atendimentos" de passes. Câncer, hepatite C, psoríase, autismo,
depressão, síndrome do pânico, obsessão, são alguns dos problemas que nos
chegam todas as semanas. A responsabilidade que assumimos é indiscutivelmente
grande, maior ainda deverão ser nossos esforços em estarmos preparados para
tratá-los adequadamente.
É evidente
que o passe magnético, assim como o próprio Espiritismo, são sinônimos de
estudo.
Aqueles que
acreditam que todo trabalho deve ficar por conta dos bons Espíritos, perdem
tempo precioso, e mesmo que inconscientemente, se eximem de parte fundamental
no compromisso assumido.
As fontes
estão à disposição de todos. Conservadorismo inoportuno e inconsequente só traz
prejuízo e a prova disso são as migrações de pacientes que nos chegam de alguns
lugares, com os centros de força congestionados pelas imposições de mãos
constantes e indiscriminadas a que são submetidos. Assim como toda a Criação
Divina, o passe magnético também está sujeito, como não poderia deixar de ser,
à lei do progresso, e as questões que para alguns ainda estão obscuras, serão
entendidas definitivamente, quando com imparcialidade analisarem os fatos, pois
como ensina a Espiritualidade: aquilo que é fato, não deixa margem para
dúvidas.
O passe na
Casa Espírita, inquestionavelmente deve ser um trabalho de equipe.
A entrevista
a que é submetido o paciente é primordial e necessita ser bem feita; um
entrevistador experiente e bem treinado deixa o entrevistado seguro e a vontade
o suficiente para que nãoomita fatos que possam ser essenciais ao tratamento.
Os pacientes
precisam estar convictos do que realmente querem, e serem devidamente
esclarecidos sobre os efeitos e etapas do tratamento que devem ser cumpridas,
para não se perder tempo precioso, e principalmente, para que se obtenham
resultados mais satisfatórios.
O expositor
(encarregado da leitura e comentário de um texto nos instantes que precedem o
passe), consciente da importância daqueles minutos de reflexão para a
harmonização de todos, procura sempre leituras convenientes para o momento, que
prendam a atenção dos presentes e que facilitem o estabelecimento da relação
magnética.
Os passistas,
não se acomodando, achando que somente o amor, a confiança e a vontade de
ajudar serão suficientes, não transferirão aquilo que é de sua
responsabilidade, para os Espíritos magnetizadores, que já fazem a sua parte,
que é nos amparar, assistir, intuir e potencializar as energias magnéticas na
hora do passe.
Muitos são os
motivos que levam as pessoas às Casas Espíritas, e aqueles que estudam e
praticam o Espiritismo sabem que a sede das doenças se encontra no Espírito;
aquele que não conhece a imortalidade da alma e as leis que regem a vida
espiritual, não conhece a si mesmo, nem a magnitude da criação de Deus. Os
espíritas, que reconhecem verdadeiramente os benefícios que o conhecimento e a
prática da Doutrina proporcionam, mais do que um dever, devem ter como ato de
caridade, o despertar do interesse desses nossos irmãos para o Espiritismo.
Laboratórios
de estudo e pesquisa, onde abordagens sobre doenças, estabelecimentos de método
e técnicas magnéticas para tratá-las, anatomia, perispírito, centros de força,
plexos, acompanhamento dos atendimentos dos pacientes através da análise das
fichas e tudo mais que se entender necessário e oportuno poderá ser criado pelos
grupos interessados.
Desafios é o
que não falta, mas com grupos coesos, conscientes, determinados e trabalhando
em equipe, os resultados positivos aparecerão.
Mesmer, Du
Potet, Kardec e tantos outros, deram tudo de si, por algo em que realmente
acreditavam, suportaram descasos e até mesmo a exposição ao ridículo, sem
esmorecer. Deixaram como legado a possibilidade de seguirmos adiante nesse
trabalho maravilhoso de levar alívio às dores da humanidade, agora só depende
de nós. Não esperemos, assim como eles, encontrar facilidades, mas, sim, muito
trabalho.
Jornal Vortice ANO III, n.º 02, julho/2010
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