quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PASSE, TRABALHO DE EQUIPE


Roberto Teixeira / RS

Falar sobre o passe magnético e sua trajetória desde a antiguidade até os dias atuais, por mais que seja enriquecedor não é o objetivo deste artigo e a isso não nos ateremos, senão superficialmente.
As doenças, segundo os historiadores, existem desde a pré-história, assim como a busca para controlá-las.

De Franz Anton Mesmer, do Barão du Potet, ao nosso Jacob Melo, reconhecidamente obteve-se muito progresso no tratamento de enfermidades pelo passe. Estes consagrados nomes do Magnetismo Terapêutico, assim como seus seguidores, demonstram consenso em afirmar a necessidade absoluta do estudo e da pesquisa permanentes sobre o assunto aqui tratado.

Considerado o maior magnetizador de todos os tempos, Du Potet afirmava que além do progresso alcançado por um século de estudos e pesquisas, seria ainda o Magnetismo chamado a se desenvolver e adquirir novos conhecimentos.
Engajando-se ao grupo de estudos do Barão du Potet, Hipolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec), ez referência à preparação do Espiritismo pelo Magnetismo. Obras como:  A Revista Espírita e  A Gênese (Curas através da ação fluídica) fazem alusão à prática do 

Magnetismo no combate às enfermidades do corpo e do EspíritoAtualmente, grande número de Casas Espíritas presta "atendimentos" de passes. Câncer, hepatite C, psoríase, autismo, depressão, síndrome do pânico, obsessão, são alguns dos problemas que nos chegam todas as semanas. A responsabilidade que assumimos é indiscutivelmente grande, maior ainda deverão ser nossos esforços em estarmos preparados para tratá-los adequadamente.
É evidente que o passe magnético, assim como o próprio Espiritismo, são sinônimos de estudo.

Aqueles que acreditam que todo trabalho deve ficar por conta dos bons Espíritos, perdem tempo precioso, e mesmo que inconscientemente, se eximem de parte fundamental no compromisso assumido.
As fontes estão à disposição de todos. Conservadorismo inoportuno e inconsequente só traz prejuízo e a prova disso são as migrações de pacientes que nos chegam de alguns lugares, com os centros de força congestionados pelas imposições de mãos constantes e indiscriminadas a que são submetidos. Assim como toda a Criação Divina, o passe magnético também está sujeito, como não poderia deixar de ser, à lei do progresso, e as questões que para alguns ainda estão obscuras, serão entendidas definitivamente, quando com imparcialidade analisarem os fatos, pois como ensina a Espiritualidade: aquilo que é fato, não deixa margem para dúvidas.

O passe na Casa Espírita, inquestionavelmente deve ser um trabalho de equipe.
A entrevista a que é submetido o paciente é primordial e necessita ser bem feita; um entrevistador experiente e bem treinado deixa o entrevistado seguro e a vontade o suficiente para que nãoomita fatos que possam ser essenciais ao tratamento.
Os pacientes precisam estar convictos do que realmente querem, e serem devidamente esclarecidos sobre os efeitos e etapas do tratamento que devem ser cumpridas, para não se perder tempo precioso, e principalmente, para que se obtenham resultados mais satisfatórios.
O expositor (encarregado da leitura e comentário de um texto nos instantes que precedem o passe), consciente da importância daqueles minutos de reflexão para a harmonização de todos, procura sempre leituras convenientes para o momento, que prendam a atenção dos presentes e que facilitem o estabelecimento da relação magnética.

Os passistas, não se acomodando, achando que somente o amor, a confiança e a vontade de ajudar serão suficientes, não transferirão aquilo que é de sua responsabilidade, para os Espíritos magnetizadores, que já fazem a sua parte, que é nos amparar, assistir, intuir e potencializar as energias magnéticas na hora do passe.
Muitos são os motivos que levam as pessoas às Casas Espíritas, e aqueles que estudam e praticam o Espiritismo sabem que a sede das doenças se encontra no Espírito; aquele que não conhece a imortalidade da alma e as leis que regem a vida espiritual, não conhece a si mesmo, nem a magnitude da criação de Deus. Os espíritas, que reconhecem verdadeiramente os benefícios que o conhecimento e a prática da Doutrina proporcionam, mais do que um dever, devem ter como ato de caridade, o despertar do interesse desses nossos irmãos para o Espiritismo.

Laboratórios de estudo e pesquisa, onde abordagens sobre doenças, estabelecimentos de método e técnicas magnéticas para tratá-las, anatomia, perispírito, centros de força, plexos, acompanhamento dos atendimentos dos pacientes através da análise das fichas e tudo mais que se entender necessário e oportuno poderá ser criado pelos grupos interessados.
Desafios é o que não falta, mas com grupos coesos, conscientes, determinados e trabalhando em equipe, os resultados positivos aparecerão.

Mesmer, Du Potet, Kardec e tantos outros, deram tudo de si, por algo em que realmente acreditavam, suportaram descasos e até mesmo a exposição ao ridículo, sem esmorecer. Deixaram como legado a possibilidade de seguirmos adiante nesse trabalho maravilhoso de levar alívio às dores da humanidade, agora só depende de nós. Não esperemos, assim como eles, encontrar facilidades, mas, sim, muito trabalho.

Jornal Vortice ANO III, n.º 02, julho/2010


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