sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO


Cesar Reis

Caridade é a palavra fundamental da Doutrina Espírita. Aparece mais de cinquenta vezes em O Livro dos Espíritos. Primeiramente a humanidade recebeu, através de
Moisés, os dez mandamentos. Certamente que os homens não os entenderam e, muito menos, cumpriram o que ali estava definido. Veio Jesus e sintetizou os ensinos em uma frase: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Certamente que os homens não entenderam a frase e, muito menos, cumpriram o que
ali estava definido.
Agora vem uma nova tentativa do mundo maior, a síntese da síntese, numa só alavra: caridade.
É a virtude que espiritualiza o ser humano. Enquanto a fé coloca o ser humano na estrada da evolução porque vincula suas vibrações com o mundo superior, a esperança faz com que o homem se levante após as naturais quedas no caminho evolutivo e retome sua trajetória. No entanto, o que luariza o ser humano, o que
lhe dá a luz inapagável, o que lhe oferece efetivas condições de ascensão espiritual, é a prática da caridade.
Paulo refere-se às três virtudes, que nossos irmãos da Igreja Católica definiram como teologais, e deixa claro que a caridade é a maior delas.
A questão 886 de O Livro dos Espíritos define com clareza a questão da caridade tal como Jesus a entendia:
“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” Logo após, em Nota, Allan Kardec esclarece: “A caridade, segundo
Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores.”
Bom refletir sobre essas três expressões que caracterizam a prática da caridade: benevolência, indulgência e perdão.

Benevolencia e formada de bene mais volo, forma irregular do verbo latino velle, querer. Trata-se de uma volicao, de uma forca intima que nos faz querer bem ao
outro, independente de quem o outro seja. Qualquer outro, para quem pratica a caridade, e um legitimo outro e, portanto, merece o nosso bem querer.
Indulgencia e um processo de adocamento interior, vem do latim, indulgentia, signifi cando apreco, concordancia.
Mais uma vez trata-se de um processo de aceitar o outro. Para tanto, evitar o atrito,
a violencia, a agressividade. Quando estamos cheios de amargura, o que sai de nos e amargo. Quando estamos cheios de acidez, o que sai de nos acido e. Quando estamos cheios de docura, nosso sorriso e doce, nossos gestos sao doces, nosso olhar e doce, nossa voz e repassada de docura.
Nao ha caridade sem docura. Finalmente, a terceira expressão que caracteriza a pratica da caridade e o perdao. Tambem de origem latina – per mais a forma do verbo dono.
Per signifi ca completamente, de todo, alem, mais alem. O verbo dono significa dar, dar de presente, perdoar.
Perdoar e um pouco mais do que dar. E doar-se. A caridade e o amor em acao, e a pedra de toque que dara a conhecer ao mundo os verdadeiros discípulos do Cristo “nisto conhecerao todos que sois meus discipulos, se tiverdes amor uns aos outros”. Caridade brota da essencia do ser. E impulso divino. E, portanto, exercicio de divindade. Tal exercicio sera a nossa salvacao, no sentido de purificarmos o nosso coracao, lembrando as bem-aventurancas: “Os puros de coração verao a Deus”.
   
Bibliografia:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espiritos. Traducao de Evandro Noleto Bezerra. 1 ed. comemorativa do Sesquicentenario. Brasilia: FEB, 2006. Livro III, Cap. XI.
JORGE, Jose. Indice remissivo de O Livro dos Espiritos. 1.ed. Rio de Janeiro: CELD, 1990. v.1.
PASTORINO, Carlos Torres. Sabedoria do Evangelho. 1.ed. Rio de Janeiro: SABEDORIA, 1970. p. 177 e 178.

Fonte;
ICEB - Instituto de Cultura Espírita do Brasil / Rio de Janeiro
Ano III - no 31 - Outubro / 2011 
Foto tirada do Google;

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