Adilson Mota
adilsonmota1@gmail.com
Todos sabem que o Magnetismo
era conhecido como ciência entre os magnetizadores clássicos. A intenção desse
artigo, porém, é analisar o quanto ainda falta para fazermos dele, na atualidade, uma
verdadeira ciência. Durante cerca de cento e cinquenta anos após o seu
surgimento, o Magnetismo conseguiu produzir provas e evidências dos seus
efeitos. As doenças eram curadas e os resultados eram visíveis, o que esclarecia
os estudiosos dedicados e confundia os orgulhosos que, não querendo observar o
que não acreditavam, tinham como fraude ou ilusão tudo que destoava da sua
maneira de entender as coisas.
O verdadeiro pesquisador não
procura confirmar os seus pontos de vista, ele busca a verdade, mesmo que tenha
que admitir que estava em erro. O orgulhoso, por sua vez, anseia em encontrar
confirmações das suas ideias, distorcendo a verdade muitas vezes. Falta-lhe
humildade como sobra o desprezo pelos que não pensam como ele.
Depois de um hiato em que o
Magnetismo praticamente desapareceu, agora ele retorna aliado ao Espiritismo,
num crescimento lento, mas vigoroso, envolvendo as mentes e também os corações
das pessoas sensíveis que vislumbraram naquele um grande potencial para a cura
das diversas doenças físicas, psíquicas ou espirituais. Esse movimento ainda é
tímido, insipiente, quase completamente restrito aos atendimentos das Casas
Espíritas. Talvez por que seus adeptos não estejam convencidos da grandeza do
recurso que têm nas mãos e do quanto esta ciência pode fazer pela Humanidade. A
visão parece enxergar apenas o agora, sem vislumbrar as possibilidades
vindouras que se abrirão desde que compreendamos o seu objetivo verdadeiro. Sem
esta macrovisão estaremos fadados a manter o Magnetismo no rol das crenças
particulares sem que ele nunca consiga influir verdadeiramente nos rumos da Humanidade, o que é o seu destino.
Barão Jules Denis du Potet de Sennevoy.
(1796-1881)
Socieade Mesmeriana.icionar legenda |
Em carta enviada a Napoleão
III, Imperador da França, o Barão du Potet ressalta a importância do Magnetismo.
Uma descoberta brilhante
como o sol, fecunda como a natureza se expande hoje pelo mundo inteiro, sem o
concurso dos sábios e apesar da poderosa liga que organizaram contra ela.
Trata-se do magnetismo, força medicamentosa a qual nada se compara. Como agente
de fenômenos, supera e mui-to a eletricidade e o galvanismo, como princípio de
ciência moral, nossos conhecimentos atuais nada tem a lhe opor. Que espera
então, Sua Majestade, para fazer prevalecer a verdade sobre a mentira? A sanção
dos sábios? Nunca a terá plenamente, pois os fatos novos desarranjam seus
cálculos e contrariam a fé que tem nas afirmações solenemente procla-madas por
eles mesmos. Eles o enganaram sobre o valor real do magnetismo assim como
enganaram seu tio, de gloriosa memória, a respeito do vapor.1
Mais adiante solicita o
empenho do imperador para a criação de uma “cátedra de ensinamento do
Magnetismo”. Seria uma forma dessa ciência ser melhor estudada e compreendida,
estar mais protegida dos ataques dos inimigos, servir à verdade, triunfar sobre
a má vontade dos homens e ser preservada para o futuro.
O Magnetismo no período
clássico tinha os seus dignos estudiosos, sinceros amantes da verdade, que
buscavam o seu desenvolvimento com inteligência e amor. Utilizavam métodos
científicos que não deixassem dúvidas quanto aos resultados que ele podia
produzir e almejavam a disseminação dessa arte que tantos benefícios trazia, e
continua trazendo.
Apesar de alguns esforços
ardentes e sinceros, o Magnetismo permanece ainda isolado em pequenos círculos
sem, contudo, conseguir ir além dos limites do Centro Espírita. Carece que
compreendamos qual a sua missão na Terra. É um bem da Humanidade que desconhece
limites de crença, raça, cor, sexo, idade. É a chama da vida que impregna todo
ser vivo e que mantém a vida no nosso planeta. Achá-lo patrimônio do
Espiritismo é acreditar que somente nós espíritas temos o direito e as
condições de utilizar, quando qualquer pessoa possui essa energia e, em tese,
tem condições de aplicá-la em benefício de outrem.
Sir William Crookes (1832-1919).
Cientista, químico e estudioso
do psiquismo,
nascido em Londres, Inglaterra.
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Foto do Espírito Katie King (materializado) de
braços com William Crookes.
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Numerosos cientistas de renome,
mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com
receio das consequências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes,
porém, não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de
desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos
eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da
verdade, tornou-se espírita convicto e afirmou: - "Não digo que isto é
possível; digo: isto é real!“
(http://www.feparana.com.br/biografia.php?cod_biog=278)
É razoável que hoje o
Espiritismo detenha o melhor conhecimento a respeito do magnetismo, mas daí há
uma diferença em achar que é o seu proprietário.
Pensando no Magnetismo num sentido
universal, podemos entender a nossa responsabilidade no sentido de fazê-lo
extrapolar para além das instituições espíritas e fincar bandeira como terapia
curativa eficaz. Para isso há um longo caminho a ser percorrido, das
experimentações, das exaustivas pesquisas, das frias análises, buscando firmar
o Magnetismo em bases sólidas, confiáveis e verificáveis por todos que desejem
estudá-lo de maneira séria.
Citei a frieza das análises
não me referindo à ausência de paixão e amor pelo que se faz, já que esses são
elementos imprescindíveis que geram motivação e que ajudam a superar os
desafios que se interpõem no caminho de quem segue algo de bom. Aludi à necessidade
de frear a empolgação que nos faz ver a verdade em tudo, até mesmo na mentira,
que ilude os olhos e o espírito e desencaminha o pesquisador. É preciso firmar
os pés no chão enquanto a emoção nos leva a voar mais alto.
Sir William Crookes, um
grande pesquisador dos fenômenos psíquicos e um dos maiores cientistas da sua
época é um excelente exemplo. Foi-lhe sugerida uma investigação dos fenômenos
espíritas a fim de desvendar de uma vez por todas o que havia por trás daquilo
que os espiritistas afirmavam ser a alma dos mortos. Con-ta do livro “Katie
King” de Wallace Leal V. Rodrigues a afirmação de Crookes com as
características do verdadeiro sábio:
Não posso dizer que tenho
pontos de vista ou opiniões sobre um assunto que não tenho a pretensão de
entender. Mais tarde voltou a
declarar:
Prefiro entrar na questão
sem nenhuma noção preconcebida, quanto ao que pode ou ao que não pode ser, mas
com todos os meus sentidos alertados e prontos para transmitir informações
racionais, acreditando que não temos de modo algum esgotado todo o conhecimento
humano ou galgado todos os degraus do conhecimento humano e das forças físicas.
Dir-se-ia que o tiro saiu
pela culatra quanto ao que os seus colegas cientistas esperavam como resultado da
pesquisa. Agora o renomado físico possuía não uma opinião, mas uma certeza
sobre os fenômenos e esta era completamente favorável à tese espírita, pois que
se baseava em fatos.
Uma cura magnética pode não
deixar dúvidas quanto à sua realidade, no magnetizador e naquele que está em
tratamento, mas não servirá de elemento comprobatório, se levarmos em conta os
moldes atuais das pesquisas científicas. Exige-se um rigor muito grande para
que os resultados alcançados não possam ser explicados em termos de
coincidência, acaso ou mesmo como consequência de outros fatores causais.
Miss Florence Cook.
Médium que aos 15 anos de idade submeteu-se às
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Uma pesquisa
científica envolvendo tratamento por magnetismo teria que excluir qualquer
possibilidade de influência de outras formas de tratamento, como medicamentos,
sejam naturais ou químicos, terapia psicológica, etc. O paciente teria que ser
tratado única e exclusivamente pela energia do magnetizador. Reconhecemos que
haveria grandes dificuldades nesse sentido, porém somente assim teríamos
certeza do que proporcionou a saúde ao doente.
Não para por aí, entretanto. A quantidade também é importante. Os resultados positivos alcançados com alguns poucos indivíduos é levado à conta de coincidência. É preciso uma quantidade razoável de participantes a fim de que a estatística seja favorável. Além disso, seria interessante comparar os resultados do magnetismo com os de outras formas de tratamento ou mesmo com grupos-controle (grupos sem tratamento algum) ou fazendo uso de placebo.2
O método científico requer precisão e não dá espaço para improvisações ou conclusões precipitadas. Mesmo assim, muitos não se convencerão e procurarão falhas na pesquisa, levados por um orgulho que não se dobra nem mesmo ante as evidências, assim como aconteceu às cautelosas conclusões de William Crookes. Haverá aqueles, todavia, que, seguidores da verdade, a enxer-garão, lamentando não terem estado antes diante dela.As dificuldades podem ser muitas, o caminho longo e pedregoso, mas não devemos desistir. Da mesma forma que nos preparamos para uma viagem, o objetivo do Magnetismo será alcançado se nos prepararmos para ele. As provisões são os conhecimentos, os estudos, aliados ao espírito crítico, à perseverança, à fé e à humildade, mantendo como sustentáculo a caridade que estabelece como regra o bem coletivo acima do individual.
Referências;
1 Publicada no Jornal do Magnetismo, pág. 30 a 32, de 1860.
2 Placebo – Preparado sem
nenhuma ação ou efeito, usado em estudos para determinar a eficácia de
substâncias medicinais. (Dicionário Michaelis)
JORNAL VÓRTICE ANO VII, n.º 10 - março - 2015
Leitura Recomendada;
A CIÊNCIA DO MAGNETISMO
MAGNETISMO PESSOAL – A
CONSCIENCIA Estudos de Heri Durville – parte III
A USINA HUMANA - Estudos
de Henri Durville – parte II
MAGNETISMO PESSOAL,
estudos de Henri Durville (parte I) (NOVO)
ELE É NOVIDADE, EMBORA NÃO
SEJA. (MAGNETISMO)
(NOVO)
DIÁLOGO ENTRE UM PASSISTA
E UM MAGNETIZADOR
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MAGNETISMO E HOMEOPATIA,
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PRELIMINAR DE TODO
TRATAMENTO MAGNÉTICO
AOS AMIGOS DO MAGNETISMO -
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MAGNETISMO CLÁSSICO -
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O QUE É, QUAIS OS RISCOS E
COMO REGULARIZAR UMA SITUAÇÃO DE FADIGA FLUÍDICA?
CAMPO MAGNÉTICO
MESMER FALA SOBRE
MEDIUNIDADE E MAGNETISMO
BREVE HISTÓRICO SOBRE
MAGNETISMO
DE QUE FORMA O MAGNETISMO
PODE AUXILIAR NOS CASOS DE OBSESSÃO
OS BANQUETES MAGNÉTICOS
PERÍODO MAGNÉTICO
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
MAGNETISMO NA VIDA HUMANA
DA SENSIBILIDADE MAGNÉTICA
MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL
SERÁ COISA MÁGICA OU MARAVILHOSA?
O MAGNETISMO E O
ESPIRITISMO COMPARADOS.
O MAGNETISMO NAS OBRAS DE
CHICO XAVIER
O MAGNETISMO SEGUNDO LÉON
DENIS
ILUSTRES PIONEIROS MARQUÊS
DE PUYSÉGUR E O SÁBIO DELEUZE.
RIVAIL E O MAGNETISMO
MAGNETISMO E HIPNOTISMO
DE QUE FORMA O MAGNETISMO
PODE AUXILIAR EM CASOS DE OBSESSÃO?
MESMER FALA SOBRE
MEDIUNIDADE E MAGNETISMO
CONHECER E ESTUDAR O
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MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL
MAGNETISMO NO NOVO
TESTAMENTO
A FILOSOFIA DO MAGNETISMO
2
A FILOSOFIA DO MAGNETISMO
DA EXTREMA SENSIBILIDADE
DAS CRIANÇAS À AÇÃO DO MAGNETISMO E DE
SEU PRONTO
RESTABELECIMENTO
PERÍODO MAGNÉTICO
MAGNETISMO CLÁSSICO
(Jornal do Magnetismo critica o Espiritismo)
PRECURSORES DO MAGNETISMO
ANIMAL (Parte I)
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/12/precursores-do-magnetismo-animal-parte-i.html
PRECURSORES DO MAGNETISMO
ANIMAL (Parte Final)
EMPREGO OFICIAL DO
MAGNETISMO ANIMAL - A DOENÇA DO REI DA SUÉCIA
PASSES E MAGNETISMO
MAGNETISMO,UM SABER A SER
RESGATADO
CURA DE UMA FRATURA PELA
MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL
QUAIS OS LIMITES QUE SE
PODE ALCANÇAR ATRAVÉS DO MAGNETISMO?
O TATO MAGNÉTICO E A FICHA
DE ATENDIMENTO
DA DURAÇÃO DO TRATAMENTO
MAGNÉTICO CAPÍTULO X
ENSAIO TEÓRICO DAS CURAS
INSTANTÂNEAS
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2013/03/ensaio-teorico-das-curas-instantaneas.html