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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

DE QUE MANEIRA O ESTUDO DOS CLÁSSICOS DO MAGNETISMO PODE AJUDAR HOJE PARA O DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS MAGNÉTICOS NOS CENTROS ESPÍRITAS?


Quando Allan Kardec afirmou, em O Livro dos Médiuns (cap. 17, 211): “Por isso é que indispensável se faz o estudo prévio da teoria, para todo aquele que queira evitar os inconvenientes peculiares à experiência”, ele estava dizendo ser inconcebível não se conhecer a base de uma ciência se quisermos caminhar seguros por seus caminhos e conexões. O Magnetismo é uma ciência que, como tal, surgiu antes do Espiritismo. O respeito que Allan Kardec teve para com ela foi incontestável: “O Magnetismo preparou o caminho do Espiritismo, e os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos à vulgarização das ideias sobre a primeira” (Revista Espírita, edição março-1858, artigo “Magnetismo e Espiritismo”). Assim se pronunciando, ele deixava enfático seu ponto de vista de gratidão ao Magnetismo e do vínculo estreito entre essa ciência e o Espiritismo. Tanto que no mesmo artigo ele coloca: “(...) longe de se combaterem, podem e devem se prestar mútuo apoio: elas (as duas ciências) se completam e se explicam mutuamente”.

Ora, sendo constatado que o dito pelo senhor Kardec é mais do que verdade, não nos restaria muita coisa a fazer que não fosse sairmos correndo atrás de tudo o que dissesse respeito ao Magnetismo, especialmente àquele que chamamos de Magnetismo Clássico, o qual se fundamenta em Mesmer, Puységur, Du Potet, Deleuze e LaFontaine, dentre outros.
Muito bem; e o que foi que fizemos? Simplesmente deixamos todos eles de lado. Tanto que até agora só as obras de Mesmer foram traduzidas para o português, e há apenas quatro anos aproximadamente. Seria até justo perguntarmos: por que será que os órgãos que se dizem responsáveis pela divulgação da Doutrina Espírita, não cuidaram disso até hoje? Por que será que obras que abordavam a questão do magnetismo, antes publicadas, deixaram de sê-lo, sem que nenhuma explicação fosse dada a quem quer que seja? O que temem essas Casas ante a base em que o próprio Codificador se assentou e recomendou fosse conhecida, estudada, analisada e continuada?

 Mas nosso foco, nesta questão, é outro. Vamos a ele. O conhecimento e o estudo dessas obras clássicas, fornecendo-nos a base teórica que tanto precisamos, nos arremeterão a um mundo no mínimo surpreendente. Jamais poderia dizer “mundo novo”, porque isso tudo já vem de muito tempo. Mas que seríamos surpreendidos – como seremos, mais dia, menos dia – com tantas oportunidades de entendimentos novos, úteis, práticos, objetivos advindos dessas obras que certamente nos perguntaremos: e como conseguimos chegar aonde chegamos sem saber nada disso??? Conhecer essas obras deixarão ressaltadas a responsabilidade e a importância do magnetizador nos processos de cura, sem que isso, em tempo algum, diminua ou tisne a presença e/ou influência dos Benfeitores Espirituais. Por outro lado, o mundo em que esses magnetizadores clássicos caminharam e deixaram suas marcas exigirão de cada um de nós apurado senso para sabermos reter tudo de muito bom que ali tem, sem nos perdermos pelas oscilações que também aconteceram, numa época em que as correspondências e os conhecimentos aconteciam de forma gradual e lenta, quase sem cruzamento de dados de informações, pelo menos até que um livro fosse publicado e tivesse como ser lido por aqueles que se interessavam pelo tema.

Sabemos que no dia 22 de abril do próximo ano, na abertura do 4º Encontro Mundial de Magnetizadores Espíritas, que acontecerá em Pelotas/RS, sob o patrocínio da Sociedade Espírita Vida, dirigida por nossa valorosa e destemida companheira Ana Vargas, ali teremos o lançamento da tradução da primeira obra do Barão du Potet, o que será um verdadeiro marco, mas, convenhamos, com um atraso de pelo menos 150 anos. (E fico me perguntando: por que será que nós, os espíritas, somos tão lerdos nas questões do Magnetismo?)

Hoje vivemos uma grande dificuldade: não temos editoras interessadas em publicar esses clássicos nem contamos com tradutores de qualidade que pudessem fazer isso sem custos a fim de que distribuíssemos, nem que fosse via internet, todo o manancial de informações, livros, revistas e pesquisas disponíveis, a maioria em línguas estrangeiras (inglês, alemão, francês e italiano, tudo com redação de mais de um século). Caso um artigo como este faça aparecer gente com essa disposição, ofereceremos ao mundo uma bênção tão grande que só nos daremos conta disso depois que a história refizer seu rumo plenamente.

Até lá, sugiro que se leia o livro Mesmer, de Paulo Henrique de Figueiredo, da editora Lachatre; baixe-se na internet e leia-se igualmente os volumes dos livros do Alphonse Bué (em português) e ainda leiam o Magnetismo Espiritual, publicado pela FEB. Sem falar que ler e analisar todos os exemplares da Revista Espírita de Allan Kardec (igualmente disponível na internet) é tarefa inadiável para qualquer pessoa que queira andar seguro no Magnetismo. Isso é o mínimo do mínimo que poderemos ler e conhecer para irmos aprimorando nossas ações em nossos passes e atendimentos magnéticos.□

“O conhecimento e o estudo dessas obras clássicas, fornecendo-nos a base teórica que tanto precisamos, nos arremeterão a um mundo no mínimo surpreendente. Jamais poderia dizer “mundo novo”, porque isso tudo já vem de muito tempo”.

JORNAL VORTICE -ANO III, n.º 08 ,janeiro/2011
jacobmelo@gmail.com