Nelson
Costa da Silva
A
ignorância dos Princípios – O caminho filosófico – O crítico sério – O conceito
da ortodoxia Espírita – Espíritas-espiritualistas –
A defesa da coerência
doutrinária
Segundo
Allan Kardec, “a experiência nos confirma todos os dias que as dificuldades e
as decepções que encontramos na prática do Espiritismo - doutrina fundada sobre
a crença na existência dos Espíritos e em suas manifestações - têm sua origem
na ignorância dos princípios dessa ciência.”
O
Espiritismo, mesmo que alguns neguem, fez grandes progressos desde a sua
divulgação para a humanidade, mas o seu maior progresso se fez a partir do
momento que entrou no caminho filosófico e passou a ser apreciado por pessoas
esclarecidas.
O
Espiritismo não se solidariza com as extravagâncias que são cometidas em seu
nome, assim também como dizia A.Kardec “como a verdadeira ciência não o é com
os abusos da ignorância nem a verdadeira religião não o é com os excessos do fanatismo”.
O
Espiritismo, abordando as questões mais graves da filosofia em todos os ramos
da ordem social, compreendendo ao mesmo tempo o homem físico e o homem moral, é
por si só toda uma ciência e uma filosofia que não se apreende em algumas
horas, como qualquer outra ciência.
É
crítico sério do Espiritismo e, por seus seguidores, assim considerado, somente
aquele que tenha visto tudo, estudando e se aprofundando com paciência e
perseverança, qualidades essas próprias de um observador consciencioso. Que
demonstrasse o seu saber sobre o assunto, de idêntica forma que os mais
esclarecidos dos seus seguidores e estudiosos o fizesse e, ainda assim, que
tivesse alcançado os seus conhecimentos em outros lugares que não nos romances.
Seria aquele a quem não se poderia apresentar nenhum postulado que ele não
conhecesse, e tampouco qualquer argumento que deixasse de passar pela sua
meditação. Que contestasse a base da Doutrina dos Espíritos não por meras
negações ou inserções contraditórias, maculando a lógica e o crivo da razão na
doutrina apresentados, mas que pudesse comprovar, enfim, causas mais lógicas
daquelas que o Espiritismo apresenta.
Esse
crítico ou esse inovador ainda está por vir. Se vier.
Sendo
o Espiritismo toda uma ciência e toda uma filosofia, para que alguém possa
conhecê-lo seriamente, a primeira condição é a dedicação a um estudo sério e
compenetrado; não pode ser aprendido por curiosidade ou brincadeira. O
Espiritismo aborda todas as questões que interessam aos humanos, tem um campo
imenso de ensinamentos e é nas conseqüências que deve ser mais bem examinado.
Crer nos Espíritos não é suficiente para autoproclamar-se espírita esclarecido.
Quando
se menciona a palavra ortodoxia, está-se referindo a um conceito pronto e
acabado dentro dos seus fundamentos e da sua base. E é desse conceito que todo
aquele que defende a ortodoxia Espírita se vale, seguindo a rota segura
preconizada nas orientações e esclarecimentos apontados no CUEE (Controle
Universal dos Ensinamentos dos Espíritos).
É
a partir desse conceito que todo Espírita deve buscar os meios de aprender e
também ensinar. Que não se espante o Espírita com a palavra ensinar; não
significa que se deva fazer do alto de uma cátedra ou de uma tribuna. Ensinar
também é conversar, debater, trocar idéias, seja por explicações, seja por
experiências. O desejo maior de todo aquele que queira ser um Espírita
esclarecido e coerente com a doutrina é que o seu esforço alcance resultados, e
é por isso que deve dar conselhos sempre proveitosos para os que queiram se
instruir por si mesmos. Só assim esses encontrarão meios mais seguros de chegar
ao seu objetivo: a evolução e o progresso do Espírito.
Há
no meio Espírita, uma imensidão de espiritualistas. Mesmo sendo o Espírita um
espiritualista de origem, aqueles não podem, ainda, serem considerados
Espíritas, segundo os princípios da doutrina mencionados em O Livro dos
Espíritos, Introdução, I -ESPIRITISMO E ESPIRITUALISMO -, pois que conservam os
traços do apego aos rituais, aos sacramentos, à hierarquia ministerial e
sacerdotal, aos avatares religiosos, às oferendas, ao misticismo e à idolatria
a personagens espirituais, ainda que a Doutrina dos Espíritos esclareça a sua
inconsistência para as coisas do Espírito.
Acredita-se
que para se convencer alguém basta mostrar os fatos. E que esses fatos, sendo
fundamentados com lógica e sustentados pelo crivo da razão, bastariam para
demover ao mais ferrenho espiritualista. A experiência mostra que não é o
melhor a se fazer, pois há pessoas a quem nem um argumento ou fundamentos bem
sustentados são suficientes e não as convencem. Difícil saber por que isso
acontece, porém é possível tecer algumas considerações explicativas que podem
ser demonstradas.
Para
o espiritualista-refratário, será em vão reunir todas as provas ou argumentos
lógicos; ele contestará todas, porque não admite o Espiritismo, por si só. É
preciso, antes de tudo, dar-lhe tempo de amadurecer os ensinamentos da
Doutrina, para que possa compreender o desapego a que se acostumou durante sua
vida.
Há
o espiritualista-orgulhoso, e para esse não existem dúvidas, apenas a negação
absoluta, à qual raciocina à sua maneira. A maioria deles teima com as suas
opiniões apenas por orgulho, pois acredita, por amor-próprio, que são obrigados
a persistir espiritualista. Persistem, apesar de todos os argumentos e provas
lógicas contrários, porque não querem se rebaixar às evidências do raciocínio e
da razão. Esses são os mais difíceis de convencer, pois muitas vezes, sob falsa
aparência de sinceridade dizem: “concordo com a Doutrina, mas ela precisa se
atualizar com as doutrinas milenares”. Há os que vaidosamente, como se francos
fossem, dizem: “a Doutrina é limitada para a minha capacidade de compreensão”.
Com essas pessoas não há nada a fazer, já que o orgulho e a vaidade
sobrepõem-se ao Espiritismo.
Há,
ainda, o espiritualista-indiferente. Até compreendem que são “espíritas” por
indiferença, podendo-se até dizer que é “por falta de coisa melhor”. Não que
sejam indiferentes de caso pensado, pois o que mais desejariam é crer
integralmente e exclusivamente no Espiritismo como ele é, mas a indiferença
para a leitura e para o estudo leva-os a seguirem o que lhes é apresentado. E
esse é o que tem o contingente mais numeroso entre os “espíritas”.
O
fato de alguém defender a ORTODOXIA (coerência) Espírita, não quer dizer que
outra qualquer forma de crença deixe de ser válida afinal; cada um usa o seu
conhecimento e a sua crença naquilo que mais o conforta e responde aos seus
anseios de momento. Da mesma forma, não quer dizer que alguém que compreenda os
fundamentos da DE e os defenda de qualquer inserção ou sincretismo de outra
crença ou práticas que o Espiritismo esclarece que sejam desnecessárias para o
crescimento e progresso do indivíduo, o torne um SER mais evoluído ou superior.
Todos
nós estamos evoluindo e progredindo de alguma forma. Todos nós somos falíveis e
deixamos transparecer, quando menos esperamos, as nossas fraquezas, notadamente
as fraquezas morais.
No
entanto, defender a pureza doutrinária do Espiritismo é buscar melhorar a nossa
conduta como um todo. Alguns avançam, outros ainda têm um longo caminho pela
frente, e nesse caminho está vencer a vaidade, o orgulho e a indiferença. Não
quer dizer que sabendo quase tudo da DE em seus detalhes, que esse caminho já
tenha sido percorrido.
E
quanto a perceber comportamentos e posturas que não condizem com o conhecimento
da Doutrina, não caberá a nós fazermos tais julgamentos de valor moral sobre
ninguém, mesmo porque se estamos todos juntos, é para que possamos aprender uns
com os outros.
O
ideal é que cada um procure fazer a sua parte, sempre que possível. Se
estivermos aptos a fazer uma análise de palavras ou escritos, que sejamos
duros, porém comedidos na abordagem. Que tenhamos sempre argumentos e
fundamentos que façam o outro compreender o seu erro. Somente com tolerância e
paciência, mas, também, com palavras que não deixem margens a dúvidas, é que
poderemos traçar um caminho mais proveitoso para todos nós seguidores do
Espiritismo.
Não
desistir e não desanimar. Todo trabalho para frutificar, necessita de uma boa
aragem e uma boa semeadura. Muitas vezes, encontraremos intempéries morais para
prejudicar nossa lavoura, mas devemos sempre persistir.
Fonte; NEFCA - NÚCLEO ESPÍRITA DE
FILOSOFIA E CIÊNCIAS APLICADAS
Leitura Recomendada;
A
AURA E OS CHACRAS NO ESPIRITISMO (NOVO)
COMO
ENTENDER A ORTODOXIA - PARTE II
(NOVO)
ORGULHO (NOVO)
SOBRE
A EDUCAÇÃO1 (NOVO)
ESCOLA
FUNDADA NO MONT-JURA (NOVO)
DA
INVEJA
(NOVO)
HUMILDADE
- Termos traduzidos do francês (NOVO)
AS
PIRÂMIDES DO EGITO E O MUNDO ESPIRITUAL (NOVO)
LITERATURA
MEDIÚNICA
(NOVO)
A
DEGENERAÇÃO DO ESPIRITISMO
CARTA
DE ALLAN KARDEC AO PRÍNCIPE G.
A
CIÊNCIA EM KARDEC
O
QUE PENSA O ESPIRITISMO
ESPIRITISMO
E FILOSOFIA
O
PROBLEMA DO DESTINO
PIONEIRISMO
E OPOSIÇÃO DA IGREJA
ESPIRITISMO
Ou será científico ou não subsistirá
ESTUDO
SEQUENCIAL OU SISTEMATIZADO?
CEM
ANOS DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA
DIMENSÕES
ESPIRITUAIS DO CENTRO ESPÍRITA
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2014/06/dimensoes-espirituais-do-centro-espirita.html
O
ESPIRITISMO E A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
PRIMEIRO
LIVRO DE ALLAN KARDEC TRADUZIDO PARA O BRASIL
O
SEGREDO DE ALLAN KARDEC
A
DIMENSÃO ESPIRITUAL E A SAÚDE DA ALMA
O
ASPECTO FILOSÓFICO DA DOUTRINA ESPÍRITA
O
SILÊNCIO DO SERVIDOR
TALISMÃS,
FITINHAS DO “SENHOR DO BONFIM” E OUTROS AMULETOS NUM CONCISO COMENTÁRIO
ESPÍRITA
“CURANDEIROS
ENDEUSADOS”, CIRURGIÕES DO ALÉM – SOB OS NARCÓTICOS INSENSATOS DO COMÉRCIO
DILÚVIO
DE LIVROS “ESPÍRITAS” DELIRANTES
TRATAR
OU NÃO TRATAR: EIS A QUESTÃO
ATRAÇÃO
SEXUAL, MAGNETISMO, HOMOSSESUALIDADE E PRECONCEITO
RECORDANDO
A VIAGEM ESPÍRITA DE ALLAN KARDEC, EM 1862
OS
FRUTOS DO ESPIRITISMO
FALTA
DE MERECIMENTO OU DE ESTUDO?
FORA
DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
EURÍPIDES
E HÉCUBA
O
HOMEM DA MÁSCARA DE FERRO
FONTE
DE PERFEIÇÃO
MESMERISMO
E ESPIRITISMO
VIVÊNCIAS
EVOLUTIVAS DE ALLAN KARDEC
AS
MESAS GIRANTES
RESGUARDEMOS
KARDEC
REFLEXÃO
SOBRE O LIVRE-ARBÍTRIO
AUTO
DE FÉ DE BARCELONA
ACERCA
DA AURA HUMANA
COMO
PODEMOS INTERPRETAR A FRASE DE JESUS: "A tua fé te curou"?
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/12/como-podemos-interpretar-frase-de-jesus.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário