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sábado, 2 de agosto de 2014

DIÁLOGO ENTRE UM PASSISTA E UM MAGNETIZADOR

Adilson Mota
  
Dois obreiros de uma instituição espírita, ambos participantes da área de tratamento, encontraram-se casualmente num dos corredores da instituição. Conversa vai, conversa vem, acabaram falando sobre passes. Mais ou menos assim foi o diálogo entre um passista e um magnetizador:

Passista – Eu soube que você está iniciando um novo trabalho aqui na Casa. Disseram-me que é uma novidade que vem para revolucionar o Centro Espírita.

Magnetizador – Na verdade, não se trata de novidade, montamos um grupo de tratamento magnético. O grupo passou um tempo estudando e se preparando e agora vai iniciar os atendimentos ao público.

Passista – Magnetismo... para mim é uma novidade. Novas técnicas, novos procedimentos...

Magnetizador – Allan Kardec fala muito, e muito claramente sobre Magnetismo em quase todas as suas obras. O Magnetismo constitui-se naquilo que hoje se convencionou chamar de passes.

Passista – Então o trabalho que você vai iniciar é mais um grupo de passes?!

Magnetizador – Não é bem assim. Este grupo resgata as experiências dos antigos magnetizadores, aliando o seu conhecimento ao que sabemos através do Espiritismo.
O Magnetismo é uma ciência que, entre outras coisas, estuda como a energia humana influencia na saúde e na doença.

Passista – Para mim parece mais um grupo de passes.

Magnetizador – Buscamos utilizar as nossas energias não de forma empírica, mas raciocinada. Estudamos, observamos, testamos, buscando entender como funcionam essas energias, a fim de melhor utilizá-las em benefício dos doentes.

Passista – Eu sou passista há muitos anos e nunca ouvi falar que para aplicar passes precisa de tanta coisa. Basta ter boa vontade e os Espíritos fazem o resto.

Magnetizador – Kardec não especificou nas suas obras a respeito dos procedimentos magnéticos, pois existiam na época vários organismos ligados ao Magnetismo que davam conta disso. No entanto, ele citou vários requisitos necessários ao bom magnetizador...

Passista – Espere um pouquinho aí. Por que você fala magnetizador e não passista? Você está querendo criar moda, é?

Magnetizador – Allan Kardec faz mais de quatrocentas referências aos termos magnetismo e magnetizador, e nenhuma ao termo passista. Como eu disse, o Magnetismo é toda uma ciência que vai além do conhecimento referente à cura das doenças. Estuda todos os fenômenos anímicos, como sonambulismo, dupla vista, êxtase e todos os demais.

Passista – Nossa! A coisa está ficando complicada, eu nunca ouvi falar disso.

Magnetizador – São temas muito pouco estudados pela maioria de nós espíritas, mas foi alvo da atenção do Codificador que, tendo sido magnetizador por cerca de trinta e cinco anos1, possuía um amplo conhecimento do assunto. Voltando ao que eu estava falando anteriormente, Kardec citou várias condições a serem observadas e não apenas a boa vontade. Ele escreveu sobre a importância da vontade, da confiança, do conhecimento apropriado, da qualificação do fluido através da prática moral e ainda, como atrair os Bons Espíritos para nos ajudar potencializando os recursos do magnetizador.2

Passista – Eu estou vendo que não é tão simples ser magnetizador e pensei que com todo esse estudo, esse conhecimento, vocês não precisassem ou quisessem a participação dos Espíritos.

Magnetizador – É claro que queremos e precisamos. Mais uma vez, podemos buscar a informação segura fornecida por Allan Kardec e os Espíritos Superiores que o guiaram. Afirmou o Codificador que quando evocamos um Espírito que se interessa por nós e pelo doente, ele aumenta a nossa força e a nossa vontade e melhora as nossas energias para um resultado mais eficaz3.

Passista – No trabalho que eu participo valorizamos o passe espiritual, não trabalhamos com passe magnético. Acho que Magnetismo é coisa do passado, não existe mais.

Magnetizador – Olha só, meu amigo, você já deve ter lido em A Gênese, escrita por Allan Kardec, a definição de cada tipo de passe. O passe espiritual é aquele que é aplicado pelos Espíritos diretamente sobre o doente, sem intermediários. Ou seja, não exige a participação
direta de encarnados4. O desconhecimento do Magnetismo pela maioria dos espíritas da atualidade não significa que esteja ultrapassado. Seria dizer que Kardec também está ultrapassado, já que ele ressaltou a importância de se estudar o Magnetismo que, juntamente
com o Espiritismo formam duas ciências irmãs, gêmeas, e que para não estacionarem, cada uma delas deve se apoiar na outra5.

Passista – Eu acho que temos que dar mais atenção à orientação moral. As pessoas ficam buscando o Centro Espírita para curas miraculosas, para se livrar dos seus problemas sem nenhum interesse em se melhorarem. E nós sabemos que se ela não se reformar, a doença
volta.

Magnetizador – A orientação moral é imprescindível. Muitos magnetizadores clássicos sabiam disso, outros não. O Espiritismo reforça que pensamentos, sentimentos e emoções, além dos hábitos físicos, fazem parte do contexto causador de muitas doenças. Não significa dizer que não devamos pôr em prática o auxílio aos doentes buscando aliviar as suas provações, pois se Deus colocou ao nosso alcance meios de cura é por que quer que em certos casos as nossas aflições sejam dissipadas ou abrandadas6.

Passista – E como é que você vai conciliar numa Casa Espírita a orientação moral com o tratamento do corpo?

Magnetizador – Primeiramente é preciso saber que o passe magnético não serve apenas para o tratamento das doenças orgânicas, mas também para problemas psíquicos, emocionais e espirituais. Segundo, podemos fazer como Jesus fez: ele ensinava a moral às pessoas e ao mesmo tempo exemplificava a prática da caridade aliviando os seus sofrimentos. Convenhamos que a explanação dos princípios morais é muito importante, mas a prática é o meio mais convincente de se ensinar o amor e a humildade.

Passista – Olha, meu amigo, o que mais me intriga é: por que curar as doenças, se elas podem retornar caso o doente não se modifique intimamente?

Magnetizador – Se observarmos ao nosso redor e se pararmos para pensar um pouco, vamos encontrar diversos fatores no meio físico que podem arruinar o organismo. A bebida e o cigarro, por exemplo. Temos ainda a falta de higiene, a desnutrição e o excesso de comida, entre outros. E mesmo admitindo que todas as doenças sejam geradas pelas falhas do Espírito, o que devemos fazer com os médicos, psicólogos e toda a classe de profissionais que tratam das doenças na Terra? Devemos acabar com todas estas profissões? E quanto aos outros tipos de dificuldades materiais existentes no planeta? Devemos dar as costas para elas? Não devemos auxiliar os famintos e os desnudos? Devemos entregar à própria sorte os desempregados, com a justificativa de que a provação deles retornará se não fizerem a transformação moral? Você não acha que este tipo de pensamento seria o fim das iniciativas caritativas beneficentes? Ademais, não podemos garantir que uma doença retornará depois que for curada. Não haverá casos em que o momento da busca de uma forma de tratamento pode representar o momento do término da expiação?7

Passista – Eu só sei que ser magnetizador é muito complicado. A gente precisa é aplicar os passes com amor.

Magnetizador – O importante não é que uma coisa seja simples ou complexa, mas que seja eficiente. Quando amamos nos esforçamos para fazer o melhor pelos outros.

Passista – Bom, eu vou indo, pois preciso chegar em casa. Até outro dia.

Magnetizador – Até mais. Assim terminou o diálogo entre os dois amigos que, apesar de terem uma origem comum de conhecimentos, que é o Espiritismo, e serem espíritas há bastante tempo, possuem formas tão díspares de pensar. A diferença talvez esteja em que o passista se esqueceu de compulsar e refletir com mais profundidade no que escreveu Allan Kardec.

Referências;

1. Revista Espírita, junho de 1858
2. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX; O Livro dos Médiuns, cap. VIII, item 131 e cap. XIV, item 176; Revista Espírita, setembro de 1865
3. O Livro dos Médiuns, cap. XIV, item 176
4. A Gênese, cap. XIV, item 33
5. O Livro dos Espíritos, questão 555; Revista Espírita, março de 1858 e janeiro de 1869.
6. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item V.
7. Vale a pena ler toda a mensagem do Espírito Bernardino, publicada n’O Evangelho Segundo o
Espiritismo, cap. V, item 27, intitulada “Dever-se-á pôr termo às provas do próximo?”


JORNAL VORTICE - ANO VII, Nº 02 -  Julho - 2014

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quinta-feira, 14 de março de 2013

O TATO MAGNÉTICO E A FICHA DE ATENDIMENTO


Roberto Teixeira

Sabemos que a sensibilidade do passista em relação ao tato magnético e ao passe como um todo, está diretamente relacionada a fatores tais como: disposição orgânica, sintonia fluídica, equilíbrio emocional do passista, concentração, condições apropriadas do ambiente para aplicação do passe, etc.

Ouvimos frequentemente que vontade firme e confiança são determinantes para que o passista possa superar eventuais adversidades que ocorram durante a terapia.

Trabalhando com o passe magnético misto, na SEEVIDA (Sociedade de Estudos Espíritas Vida) em algumas situações de atendimento não identifiquei por intermédio do tato magnético, absolutamente nada no campo magnético de pacientes que atendi e, até em situações de desordem asseverada, algumas vezes nada constatei pela técnica. Hoje entendo perfeitamente que o exercício contínuo deste tipo de diagnóstico é necessário para aprimorá-lo cada vez mais. Sempre procuro levar em consideração o que aprendi e aprendo sobre o magnetismo, mas, sinceramente durante algum tempo - mais precisamente no início do meu trabalho prático - algumas dúvidas em relação ao tato magnético costumavam me ocorrer, tais como: se nada sentir por intermédio do tato magnético e nem um sinal em minha constituição orgânica ou em meus centros de força for percebido no momento de aplicar o passe, o que fazer?  Como saber qual o centro de força ou órgão precisa ser tratado?  Devo confiar apenas no relato do paciente?  É seguro e correto aplicar o passe baseado apenas na intuição?

Insensibilidade no tato magnético ou pouca sensibilidade me descredencia a ser um passista ou um bom passista? Devo desistir do atendimento nessas circunstâncias?

Grandes nomes do magnetismo terapêutico, sabemos, possuíam aprofundados conhecimentos de medicina (alguns eram médicos). Portanto, a identificação dos males que acometiam seus pacientes, tratados com o passe, deduz-se, eram identificados também com o  aporte desses seus conhecimentos médicos.

O trabalho de passe, que é efetuado na Casa Espírita é voluntário e, apesar dos cursos preparatórios e esforço individual dos passistas no aprimoramento sobre o assunto, não há como fazer comparações entre estes e os primeiros.

Os questionamentos aqui colocados, talvez encontrem respostas num procedimento importante e bastante simples, procedimento este que tem sido observado na SEEVIDA desde sempre e com excelentes resultados: a FAP (Ficha de Atendimento do Passe).

Se pegarmos como exemplo um paciente que chega para o passe e que sofre de uma labirintopatia (labirintite), chegando ele à sala de atendimento, não entrando em maiores detalhes sobre o problema com o passista  – nas cabines de passe o silêncio deve imperar -, não havendo afinação com alguma daquelas pré-disposições necessárias para o passe, percebendo o passista pouco ou nada pelo tato magnético, tendo o paciente como causa primeira de sua labirintite uma disfunção da glândula tireoide e isso não sendo detectado no momento do passe, o passista sabendo da labirintite apenas por comentário feito pelo atendido antes de iniciar o passe, pela lógica tratará unicamente este problema (labirintite) que na realidade, no caso, seria apenas uma consequência da disfunção da tireoide, ou seja, combaterá o efeito e não a causa.

O uso de medicamentos, não é novidade, também pode causar sintomas que possivelmente venham a ser percebidos pelo passista no momento do passe e, mais uma vez não tendo informações mais precisas, possivelmente tratará o efeito, ignorando a causa.

A FAP (Ficha de Atendimento do Passe) é um fator considerado pela SEEVIDA como fundamental no tratamento pelo passe magnético. Ali são contidas informações absolutamente necessárias para todos os estágios do tratamento, além de ser fonte de pesquisa e estudo. Quando o candidato ao passe é entrevistado (ato inicial de preenchimento da FAP), responde a questões que ajudam e muito o passista que o atenderá: dados pessoais, informações sobre o uso de medicamentos, tratamentos médicos, apresentação de exames etc.Além dos propósitos já citados, a FAP também consegue detectar o que chamaremos autodiagnóstico, que é quando o paciente diz estar sofrendo de uma suposta enfermidade, não tendo nenhum embasamento médico, exame clinico ou outro qualquer que possa confirmar a situação. São pessoas que não tem ideia das implicações de um tratamento pelo passe magnético. Alegam muitas vezes serem acometidas por enfermidades extremamente graves como depressão, por exemplo.

Afirmações inverídicas e que precisam ser filtradas antes que se corra o risco de dar início a um atendimento que será equivocado e prejudicial em todos os sentidos.

Entendemos, que se alguém com problemas, ou não, procurar pelo passe sem ter antes ido ao médico, deverá logicamente receber o atendimento. Afinal quem nos garante que essa pessoa não foi encaminhada pela Espiritualidade ao passe, para que lá receba um alerta de que algo está errado com sua saúde, levando-se em conta o laudo do passista. E é lógico, que sendo a transfusão fluídica uma terapia ainda considerada complementar, e como tal, não tem por finalidade competitividade com outros tratamentos, detectando-se alguma alteração durante o passe, nossa obrigação é orientar os pacientes para que, paralelamente à fluidoterapia, procurem acompanhamento médico. Se por outro lado nada de “anormal” for notado pelo passista, o atendido deverá ser esclarecido da não necessidade de ir adiante com mais atendimentos.

Para que os passistas desenvolvam seu tato magnético e evitem ficar na dependência da consulta na ficha de atendimento, os coordenadores do trabalho de passe podem encaminhar os novos pacientes para que sejam examinados através do tato magnético, por vários passistas, individualmente, antes que tenham acesso à ficha destes pacientes. Os pareceres sendo registrados e posteriormente comparados uns com os outros, evidenciarão o nível de sensibilidade e precisão de cada passista.

A FAP é sinônimo de organização. É documento comprobatório dos resultados dos tratamentos. Serve ao intercambio de conhecimentos entre os grupos de trabalho de passe. Enfim, norteia a fluidoterapia na Casa Espírita em todos os sentidos. Por todos os motivos aqui citados, fica a sugestão para um olhar mais atento por parte dos grupos de Magnetismo sobre esta importante ferramenta de trabalho.

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 07     - dezembro – 2012


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FALTA DE MERECIMENTO OU DE ESTUDO?


Yonara Rocha / EUA

Muito se fala no movimento espírita sobre o merecimento do paciente ou atendido nas Casas Espíritas, e eu gostaria de fazer uma reflexão a respeito deste assunto.

Será que Deus realmente escolhe quem tem merecimento ou não? Até que ponto, fisiologicamente falando, isso é possível?

No passe estamos atuando tanto no campo do perispírito como no físico, portanto, fica a questão: o que predominaria numa pessoa para ela receber uma cura dentro do que seria o seu merecimento: a estrutura do perispírito? Se sim, de que maneira isso se verificaria? O perispírito teria um escudo contra o magnetismo? Do outro lado temos visto casos em que ainda não conseguimos resultados positivos, mas será mesmo por causa da tão falada falta de merecimento do paciente? Eu questiono isso, porque quando algo não dá certo temos a mania de culpar os outros – e isso ainda é muito forte dentro de todos nós. Um exemplo disso temos quando várias pessoas sofrem de depressão no mundo, mas aqueles que se submetem ao tratamento de depressão pela técnica de Jacob Melo ficam curados. Por quê? Esses – e só esses – merecem a cura?

Alguém se dedicou, estudou, pesquisou a depressão pelo Magnetismo e conseguiu descobrir uma maneira de curá-la por seus mecanismos, de tal maneira que se isso não tivesse acontecido vários casos de depressão não solucionados decerto seriam creditados ao não merecimento do paciente.

O que mais me preocupa nessa questão do merecimento – ou da falta dele – é o acomodamento dos passistas que podem perder seus potenciais magnéticos, os quais são movidos pela vontade; quando eles suspeitam que talvez o paciente não mereça a cura, simplesmente se satisfazem. Seria diferente, em termos de doação e qualidade de fluidos, se eles acreditassem que todos são merecedores da cura. A postura do EU POSSO é essencial para um bom magnetizador, ele tem que acreditar em si mesmo, em sua força para fazer um bom atendimento magnético, pois se achar que está apenas submetido ao merecimento do paciente, logo desanimarão, perdendo o entusiasmo, o desejo da pesquisa, a vontade de se desenvolver mais e melhor. A consequência dessa postura leva à perda da oportunidade de conseguir descobrir a cura ou os meios de obtê-la.

Esse conceito é antigo no Movimento Espírita e em minha opinião precisa ser reavaliado. Estamos ainda começando a trabalhar com a ciência do Magnetismo e toda ciência deve evoluir. Os magnetizadores do passado nos deixaram a base e cabe a nós, os magnetizadores de hoje, levar essa ciência adiante, fazendo novas descobertas e pesquisas, aprofundando estudos e colhendo melhores resultados. Mas para conseguir isso devemos nos colocar na posição de aprendizes interessados e pesquisadores perseverantes. Não sabemos de tudo, ainda não conhecemos 100% do que o Magnetismo nos oferece e nem mesmo o que os magnetizadores de épocas remotas sabiam. Por isso, ainda não conseguimos a cura em determinadas situações e sobre certas patologias, não porque o paciente não merece e sim porque NÓS, os magnetizadores do hoje, AINDA não sabemos nos conduzir, magneticamente falando, como já seria de se esperar. Falta-nos, em muitas situações, eficácia no tato magnético, concentração no momento do passe, conhecimento fisiológico e fluídico mais aprimorados, tempo para atender aos pacientes de forma mais adequada e eficiente, conhecimento da qualidade no fluido doado, perseverança em todas as fases do que essa busca nos pede, etc..

O melhor que podemos fazer hoje não é O MELHOR QUE EXISTE PARA O PACIENTE, simplesmente é a nossa limitação; o paciente é merecedor de tudo de bom, inclusive da cura, e cabe a nós nos esforçarmos, através da prática e do estudo do Magnetismo, dar ao paciente o que ele realmente MERECE: a cura.

A Organização Mundial de Saúde diz que existem doentes e não doenças, e não poderia ser diferente no Magnetismo. Cada paciente é um universo fluídico a ser desvendado pelo passista. Existem regras básicas, mas também existem diferenciais que precisam ser analisados e descobertos. A Ciência médica até hoje busca compreender melhor essa máquina que é o corpo humano; quantas doenças a ciência não consegue curar!

Seria apenas por falta de merecimento do paciente ou ignorância da própria Medicina?  Quantos morreram no passado de doenças que são hoje completamente curáveis? No Magnetismo, o passista, além de conhecedor das funções do corpo humano precisa também conhecer o fator energético e descobrir onde está a falha energética no campo fluídico que gerou a doença no corpo físico; isso requer pesquisas, estudos, buscas incessantes. O Magnetismo já descobriu a cura de várias doenças, mas, assim como a ciência, ainda não descobriu a cura de tudo e isso não quer dizer que a cura seja impossível.

Ninguém evolui pela dor, ainda quando esta seja vista ou percebida como um chamado ao caminho do amor. Se a dor, por si só, gerasse evolução nos seres, não se apontariam tantos doentes revoltados exatamente por conta dela. Por conta da dor blasfemam contra Deus, mas Ele não castiga ninguém. Na realidade, a doença é uma consequência dos nossos atos e não um castigo; não sendo castigo ela pode ser curada sim. Por outro lado, a cura pode trazer ao paciente a oportunidade de renovação interior, pelo sentimento da gratidão – por sinal, o que importa na lei do progresso é a reforma íntima, pois o ser só progride de fato pela mudança positiva de comportamento.

Kardec (A Gênese, cap. 14, item 31) anotou:

"A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo está, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada, mas depende também da energia da vontade, que, quanto maior for, mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou espírito".

O que se depreende dessa afirmação é que existem vários fatores a determinar uma cura e não dá para se entender que o “merecimento” seja dos mais poderosos.

Temos visto muitos casos onde um passista não consegue resultados positivos e outro sim. O fluido de determinado magnetizador tem mais poder de ação em certas doenças do que outros e isso também é um fator importante no processo da cura. Devemos também levar em consideração essas e outras muitas variáveis antes de assumir que o Magnetismo não cura ou o paciente não tem merecimento.

Um bom magnetizador deve ter sempre em mente a máxima do Evangelho “o amor cobre uma imensidão de pecados”, portanto o amor pode ser considerado como o maior destruidor de não merecimentos.

Jornal Vortice ANO III, n.º 02, julho/2010   


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