São motivos de discussões e interpretações
a tal almejada questão sobre à criação da vida. Apresentações e teorias
científicas ainda oscilam em explicações sem oferecerem as tão aguardadas
soluções.
É teoria quase geral que a criação da vida
teve início nos mares quentes do Planeta, quando, em priscas eras, ainda se
encontrava em adaptações climáticas. A pesquisadora Lelia Coyne, em estudos e
experiências, concluiu que a vida despontou em determinado momento em vários
pontos da Terra em características próprias.
Pietro Ubaldi, em A Grande Síntese, nos
apresenta uma hipótese sedutora, pela coerência monística, onde a substância
única foi o resultado da forte explosão inicial (Big-Bang). Podemos
caracterizá-la, no dizer dos físicos, como sendo um plasma quântico, em cujas
expansões carrega todas as potencialidades que se mostram até nas ínfimas
partículas de sua constituição.
A teoria em pauta, de uma substância única
formadora de muitas posições dimensionais, alcançaria em nosso planeta sua
densificação máxima na matéria; esta carregaria consigo, em sua essência, a
totalidade da substância, isto é, os potenciais existentes nos campos da
energia e os específicos do espírito. Desse modo, a substância teria em suas
mais íntimas condições um aspecto trino, que poderia mostrar-se, ora como a
matéria, ora nos campos das energias e ora com a especificidade da energética
espiritual.
O primeiro elemento químico, o hidrogênio
(H), portador de um único elétron em sua órbita, à medida que se vai
desenvolvendo a evolução no campo material, novos elementos vão surgindo, tal
como se seguem com a chegada de novos elétrons, obedecendo a famílias
bioquímicas bem caracterizadas, até o elemento urânio, com 92 elétrons em sua órbita.
A energia inicial (gravitação), resultante
das irradiações do urânio e outros elementos de sua própria classe, se mostrará
com ondas de freqüência bastante acentuada, pelo avanço e respectivas vivências
apropriadas desta fase, e se vai transformando em novos campos energéticos.
Assim, teremos, respectivamente, a energia de gravitação, seguindo-se a
radioatividade (raios X), radiações químicas (ultravioleta), luz (aspecto
visível), infravermelho e eletricidade em ondas de freqüências variáveis,
correspondendo ao final das formas dinâmicas.
Por tudo, podemos dizer que a substância
com sua essência de totalidade (aspecto trino), expressa-se na dimensão-tempo
e, no campo espiritual, na dimensão consciência.
Dando um salto ao passado, no século sexto
a.C., Buda ( o iluminado ) já tinha traçado para o homem um código de
libertação, baseado em quatro verdades, como condição de ascensão espiritual.
Dizia que o fato estava no sofrimento
causado pelo desejo, porém o remédio estaria num processo de libertação, cujo
modo encontrava-se na meditação, a fim de buscar a sublimação. A meditação
seria condição ativa, um autêntico processo introspectivo de análise do
comportamento do ser, a fim de alcançar o conhecimento do SI (estrutura
psicológica individual).
É na compreensão da vida e no
desenvolvimento de um autêntico estado de amor, com desapego, embora podendo
trafegar nos mecanismos vitais sem ser possuído pelas coisas materiais, que
haveria uma espécie de plenificação da consciência a refletir-se em um estado
de sublimação.
Os impulsos da vida com novos e iluminados
valores, despontam no advento da Doutrina Espírita que encontrou, na capacidade
de Allan Kardec, a personalidade que soube retificar e iluminar as ideias de
seu tempo, envolvidas na herança filosófica de conteúdo moral de J.J. Rousseau
e, principalmente, de seu mestre Pestalozzi, de quem colheu, cultivou e ampliou
os mais belos conceitos educacionais.
O mestre Allan Kardec, poliglota,
professor e bom conhecedor das ciências humanas, em plena maturidade e
experiência de vida, soube oferecer para os dias futuros a pureza do código
crístico com o elemento indispensável ao ideário monístico, propiciando
acentuado avanço da psicologia que, nos dias atuais, está se transferindo para
o modelo transpessoal após atravessar as fases do comportamento da psicanálise
e da humanística.
Com esta visão evolutiva percebemos,
através das variadas civilizações que conviveram com suas próprias idéias
filosóficas, os reflexos de suas construções de pensamento. O Edito, da época
pré-cristã, demarcou no homem o culto da imortalidade. A Grécia, principalmente
no século de Péricles, retratou no homem o estado devocional, enquanto que a
civilização romana formava o cidadão
No desfile do tempo, a Idade Média criou o
cristão submisso ao lado de suas raízes escravocratas. Com conceitos da época
iluminista, desponta o gentil-homem diante da criação de uma nova sociedade
exigente de requintes e afetado maneirismo, tentando fortificar uma
preconceituosa realeza que iniciava seu apagamento.
No momento de sua nova condição, saberá
avaliar e buscar o Cristo-Cósmico nos arcanos do seu psiquismo e, em
dignificantes realizações, participará de um amor firme e qualificado em suas
naturais e nobres expressões, definindo a vivência de um estado cosmocrático.
Fonte;
Correio Espírita
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