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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O Novo Testamento - Redação


“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”1
HAROLDO DUTRA DIAS

Na época de Jesus eram utilizados rolos de papiro ou de pergaminho para o registro de livros, cartas, documentos públicos ou privados. Havendo necessidade de uma cópia do original (autógrafo), recorria-se ao trabalho dos copistas profissionais, que estavam munidos de equipamento e técnica indispensáveis ao êxito da difícil empreitada.
Do contrário, o interessado deveria lançar-se ao trabalho meticuloso e exaustivo de produzir sua própria cópia, correndo o risco de perder o material, papiro ou pergaminho, por falhas no processo de escrita, acondicionamento ou preparo físico das tintas e dos rolos.
Ao longo dos séculos, os livros que compõem a coletânea chamada Novo Testamento (NT) foram copiados por milhares de pessoas nos mais diversos locais ao redor do Mar Mediterrâneo. A maior parte dessas cópias se perdeu, algumas por desgaste natural do material utilizado, papiro ou pergaminho, outras por ignorância do local onde foram guardadas pelos copistas.
Por volta do século XVIII, foram descobertos diversos locais naquela região onde estavam acondicionados manuscritos do Novo Testamento. Essas descobertas desencadearam verdadeira corrida em busca dos “papiros e pergaminhos” antigos.
Atualmente, estão catalogados cerca de 5.500 manuscritos gregos do NT, sem contar os manuscritos das traduções feitas ao longo dos séculos, tais como manuscritos da  Vulgata Latina, da versão Siríaca, Armênia, Egípcia (Copta), além das citações dos Pais da Igreja.
A catalogação e comparação desses manuscritos ganharam fôlego na década de 70, ocasião em que se reuniram os maiores especialistas do mundo para publicarem as duas edições críticas do texto grego do NT, uma, destinada aos tradutores (UBS), e outra, aos especialistas (Nestle-Aland).
As duas adotam o mesmo texto-padrão, variando apenas as notas de rodapé, que no caso da edição Nestle-Aland é mais robusta e completa.
A essa altura o leitor deve estar se perguntando: o que vem a ser uma “edição crítica”?
Antes de responder a essa aparentemente singela pergunta, convém esclarecer alguns pontos.
O ramo do conhecimento que lida com a comparação e catalogação de manuscritos antigos se chama “Crítica Textual”. O estudioso da área, por sua vez, é denominado “Crítico Textual”.
Considerando que a imprensa foi inventada somente no século XVI, não é difícil imaginar que, antes dessa data, há uma profusão de manuscritos, nas mais diversas línguas, de um número incalculável de autores. Existem os manuscritos gregos de Homero, Platão,
Aristóteles; os manuscritos em latim de Virgílio, Horácio, Santo Agostinho; os manuscritos egípcios, hindus, hebreus, chineses, entre outros. Em suma, toda a literatura antiga está preservada em cópias manuscritas.
Desse modo, os críticos textuais acabam se especializando em determinado autor e/ou livro, razão pela qual não devemos nos surpreender com a existência de especialistas em manuscritos do NT.
O primeiro trabalho de um crítico textual consiste na catalogação, datação, determinação da origem de cada manuscrito em particular que contenha determinado livro ou fragmento dele. Uma vez realizado esse trabalho preliminar, compete-lhe a explicação da história da transmissão daquele texto, separando os manuscritos por região, época, tipo de escrita, tradição textual.
Ao reconstruir a história da transmissão do texto, o crítico textual deve especificar quais são os manuscritos mais antigos, os mais completos, os mais bem redigidos, demonstrando como esses ancestrais chegaram até nós e quais cópias derivam deles, numa espécie de construção da árvore genealógica dos manuscritos.
Encerrado o trabalho de catalogação, inicia-se a comparação crítica de cada frase para se descobrir em quais pontos os manuscritos divergem. Essas divergências são conhecidas como “variantes textuais”.
Obtida a lista de variantes para cada frase do texto, no caso do NT para cada versículo, o crítico textual deve ser capaz de explicar a existência de cada uma em particular, apontando quais delas são alterações intencionais e quais são decorrentes de erro ou desatenção do copista.
A edição crítica de um texto  antigo, portanto, representa a definição do texto adequado, ou seja, aquele que melhor reflete o “texto original perdido (autógrafo)”, após catalogação e comparação do maior número possível de cópias manuscritas disponíveis, acompanhadas de notas de rodapé com as variantes textuais mais importantes.
Em se tratando de textos redigidos antes da invenção da imprensa, os especialistas utilizam apenas edições críticas, pois elas constituem um resumo de todo o material manuscrito disponível para determinado livro, possibilitando ao estudioso a comparação das variantes textuais e a reconstituição da história da transmissão daquele texto. É o caso do Novo Testamento, que dispõe de duas edições críticas, como já mencionado, cuja diferença reside apenas nas notas de rodapé, uma contendo mais variantes textuais do que a outra.
Considerando que essas duas edições críticas somente foram publicadas na década de 70, todas as traduções do NT feitas no século XX se baseiam nesse texto crítico da UBS//Nestle-Aland.
O estudo da edição crítica do texto grego do Novo Testamento nos permite compreender as variantes textuais de todos os versículos, para podermos avaliar de forma crítica quais foram introduzidas com interesse teológico e quais são resultado de simples erro dos copistas.
Por outro lado, é muito comum alguém dizer que determinado versículo foi acrescentado, mas sem embasamento da Crítica Textual, ou seja, sem dizer em quais manuscritos aquele texto está ausente, de modo a comprovar suas afirmações. Não vale apenas dizer algo, é preciso demonstrar mediante provas manuscritas a veracidade das afirmações.
Para tanto, é imprescindível conhecer a “edição crítica” a fundo.
É bom lembrar que é ilusão buscar o autógrafo (manuscrito original) dos textos antigos. No caso do Novo Testamento, nenhum original foi encontrado.
Todos os manuscritos que possuímos (5.500) são cópias feitas ao longo de 1.500 anos.
Esse fato, porém, não nos deve preocupar. Há livros antigos de autores famosos cujos manuscritos são escassos. Alguns deles contam com apenas dois ou três manuscritos descobertos, mas nem por isso duvida-se da autenticidade deles.
O Novo Testamento é o único livro antigo que conta com essa infinidade de cópias manuscritas, portanto, é o livro mais bem atestado da Humanidade. A imensidade de cópias, não obstante o trabalho que oferece aos estudiosos, representa nossa maior segurança, pois permite a definição do texto-padrão com muito mais segurança do que qualquer outro livro antigo.
Seguramente, foi a estratégia adotada pela Espiritualidade superior para preservação dos textos da segunda revelação.
Fonte: Reformador  Ano 128  Nº 2. 175 • Junho 2010


1DIAS,Haroldo D. (Tradutor). O novo testamento. Brasília: EDICEI, 2010. João, 8:32.



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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

SOBRE OS ANJOS GUARDIÃES

Terezinha Colle

Segundo a doutrina espírita, os anjos não são seres à parte, de
uma natureza especial: são Espíritos da primeira ordem, isto é,aqueles que chegaram ao estado de puros Espíritos, depois de terem passado por todas as provas1

“Há uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos, por seu encanto e por sua doçura: a dos anjos guardiães. Pensar que tendes sempre perto de vós seres que vos são superiores, que estão sempre aí para vos aconselhar, vos amparar, para vos ajudar a subir a áspera montanha do bem, que são amigos mais fiéis e mais devotados que as mais íntimas ligações que se pode contrair nesta Terra, não é uma ideia bem consoladora? Esses seres estão ao vosso lado por ordem de Deus; foi ele que os colocou perto de vós, e eles aí estão por amor a Deus e cumprem junto de vós uma bela e penosa missão. Sim, onde quer que estejais ele estará convosco: os calabouços, os hospitais, os lugares de devassidão, a solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas cujo suave influxo vossa alma sente, e ouve seus sábios conselhos.”2

É intrigante constatar que uma verdade tão suave e consoladora, tão importante para o progresso moral, quase não encontre eco no coração do homem. A doutrina dos Anjos guardiães é muito antiga. Ela se encontra na filosofia grega, como se pode ler na Doutrina de Sócrates e Platão: Após a nossa morte, o gênio (daimon, demônio), que nos fora designado durante a vida, leva-nos a um lugar onde se reúnem todos os que têm de ser conduzidos ao Hades, para serem julgados. As almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos.3

Eis aí a ideia de um Espírito superior designado para acompanhar as almas durante a vida, após a morte e também reconduzi-las a uma nova encarnação.

Sócrates, um dos mais sábios filósofos de que se tem notícia, consultava constantemente seu daimon, seu bom gênio, seu anjo guardião. O grande filósofo não escondia sua estreita relação com um amigo invisível.

Santo Agostinho, filósofo cristão muito respeitados ainda nos dias de hoje,dialogava com uma voz que lhe falava na acústica da alma. Diz ele, em seu Solilóquios: “Desde muito tempo eu repassava mil pensamentos diversos; constantemente e comtodos os meus esforços eu procurava saber quem eu sou, qual é meu bem, qual mal eu devo evitar, quando, de repente escutei uma voz – se era eu mesmo ou uma voz estranha surgindo em mim, eu não sei, pois é precisamente o que ardentemente eu trabalho para saber.”4

Agostinho chamou aquela voz misteriosa de Razão; estabeleceu com ela diálogos profundos e publicou-os num livro que, por sugestão dessa mesma Razão, intitulou: Solilóquios.5

“Todos os homens são médiuns; todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo. Pouco importa que alguns se comuniquem diretamente com ele por uma mediunidade particular e que outros não o ouçam senão pela voz do coração e da inteligência; nem por isso ele deixa de ser o seu Espírito familiar que os aconselha. Chamai-o Espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa alma e  

vos dita boas palavras. Só que nem sempre as compreendeis. Nem todos sabem agir segundo os conselhos dessa razão, não dessa razão que se avilta e se arrasta ao invés de marchar; dessa razão que se perde em meio aos interesses materiais e grosseiros, mas dessa razão que eleva o homem acima de si mesmo; que o transporta para regiões desconhecidas, chama sagrada que inspira o artista e o poeta; pensamento divino que eleva o filósofo; sopro que arrasta os indivíduos e os povos; razão que o vulgo não pode compreender, mas que aproxima o homem da divindade mais que qualquer outra criatura; entendimento que sabe conduzi-lo do conhecido para o desconhecido e o faz executar os atos mais sublimes. Escutai, pois, essa voz interior, esse bom gênio que vos fala sem cessar e chegareis, progressivamente, a ouvir o vosso anjo da guarda que do alto do Céu vos estende as mãos.”6

Essas palavras de Channing, repassadas de sabedoria, são mais que um incentivo para que busquemos comungar constantemente com o nosso Anjo guardião. Não buscá-lo é grande ingratidão para com esse amigo solícito e para com o Criador que o colocou ao nosso lado para nos conduzir ao bem e à felicidade suprema.

Quantos tropeços não evitaríamos se buscássemos ouvir sempre os conselhos desse amigo invisível, sempre atento e disposto a nos ajudar!

Allan Kardec, mesmo com toda sua capacidade intelecto-moral, não deixou de se aconselhar sempre com seu Guia, seu Anjo guardião.

Após sua morte, seus amigos publicaram, em obras póstumas, alguns diálogos que o Mestre teve com seu Guia espiritual, já em 1856, quando Kardec iniciava suas pesquisas sobre os Espíritos. Consta que numa noite em que ele escrevia sobre a ciência espírita, sozinho em sua casa, ouviu pancadas insistentes que não sabia de onde vinham. A Sra. Allan Kardec chegou em casa e também ouviu as pancadas; ambos procuram de onde vinham, mas sem êxito. No dia seguinte, em casa do Sr. Baudin, Kardec contou o fato e pediu explicações. Um Espírito lhe disse, pela mediunidade da Sra. Baudin, que era seu Espírito familiar que desejava se comunicar com ele. Kardec então perguntou se ele poderia dizer quem era, ao que o Espírito respondeu: Ele está aqui, pergunta tu mesmo.
Eis algumas poucas passagens desses diálogos:

P. - Meu Espírito familiar, quem quer que sejais, agradeço-vos por terdes vindo me visitar. Consentiríeis em dizer-me quem sois?
R. - Para ti, eu me chamarei A Verdade, e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei à tua disposição.
P. - Ontem, quando batestes, enquanto eu trabalhava, tínheis alguma coisa de particular a me dizer?
R. - O que eu tinha a te dizer era sobre o trabalho que tu fazias; o que tu escrevias me desagradava, e eu queira te fazer cessar.Observação - O que eu escrevia era precisamente relativo aos estudos que estava fazendo sobre os Espíritos, e suas manifestações.
P. - A vossa desaprovação era precisamente relativa ao capítulo que eu escrevia, ou sobre o conjunto do trabalho? R. – Sobre o capítulo de ontem; submeto-o ao teu juízo; relê-o esta noite; tu reconhecerás tuas faltas e as corrigirás.
P - Eu mesmo não estava satisfeito com esse capítulo e o refiz hoje. Está melhor?
R. -Está melhor, mas não bastante bom. Lê da 3ª à 30ª linha e reconhecerás um grave erro.
P. – Eu rasguei o que havia feito ontem.
R. - Não importa! O fato de teres rasgado não impede que a falta persista; relê e tu verás.
P. - O nome de Verdade que tomastes é uma alusão à verdade que eu busco?
R. - Talvez; pelo menos é um guia que te protegerá e te ajudará.
P. - Poderei evocar-vos em minha casa?
R. - Sim, para te assistir pelo pensamento; mas, para respostas escritas, em tua casa, só
daqui a muito tempo poderás obtê-las.

Observação - Com efeito, durante cerca de um ano não pude obter, em minha casa, nenhuma comunicação escrita, e cada vez que ali se encontrava um médium, do qual eu esperava obter alguma coisa, uma circunstância imprevista a isso se opunha. Eu não obtinha comunicações senão fora de minha casa.

No dia 9 de abril de 1856, novamente em casa do Sr. Baudin, Kardec teve mais um diálogo com seu Guia:

Pergunta (à Verdade) - Criticastes o trabalho que eu havia feito outro dia, e tínheis razão. Eu o reli e encontrei na 30ª linha um erro contra o qual protestastes por meio de pancadas. Isso me levou a descobrir outras faltas e a refazer o trabalho. Estais agora mais satisfeito?
R. - Acho-o melhor, mas aconselho-te que esperes um mês para divulgá-lo.
P. - Que entendeis por divulgá-lo? Não tenho, certamente, a intenção de publicá-lo ainda,
se por ventura deverei fazê-lo.
R. - Eu quis dizer mostrá-lo a estranhos. Busca um pretexto para recusá-lo aos que te
pedirem para vê-lo. Daqui até lá melhorarás o trabalho. Faço-te esta recomendação para
evitar a crítica; é de teu amor-próprio que cuido.
P. - Dissestes que sereis para mim um guia, que me ajudareis e protegereis. Compreendo essa proteção e seu objetivo, numa certa ordem de coisas, mas poderíeis me dizer se essa proteção também se estende às coisas materiais da vida?
R. - Nesse mundo, a vida material é para ser levada em conta; não te ajudar a viver seria
não te amar.7
Não se encontra aí a terna e amorosa proteção de um Anjo solícito a velar por seu protegido, até mesmo nas questões relativas à vida material?
Imaginemos como seria se Kardec não tivesse dado ouvidos ao seu Guia, que era o próprio Espírito de Verdade...

Em sua sábia humildade, o Mestre recorria sempre ao Amigo invisível, sempre presente e solícito, e assim nos legou o exemplo de como deve ser nossa relação com os nossos Anjos guardiães. Vejamos um pequeno trecho em que Kardec, em um de seus discursos aos Espíritas de Bordeaux, se refere ao seu Guia espiritual com muita naturalidade:

(...)“Sim, senhores, o fato não só é característico, mas providencial. Eis, acerca deste assunto, o que ainda ontem, antes da sessão, dizia meu guia espiritual, o Espírito de Verdade:”

“Deus marcou com o cunho de sua vontade imutável a hora da regeneração dos filhos desta grande cidade. À obra, pois, com confiança e coragem. Esta noite os destinos de seus habitantes vão começar a sair da rotina das paixões que sua riqueza e seu luxo faziam germinar como joio junto ao bom grão, para atingir, pelo progresso moral que lhe vai imprimir o Espiritismo, a altura dos destinos eternos. Tu vês que Bordeaux é uma cidade amada pelos Espíritos, pois vê multiplicar-se em seus muros os mais sublimes devotamentos da caridade, sob todas as formas. Assim, eles estavam aflitos por vê-la na retaguarda do movimento progressivo que o Espiritismo acaba de impor à Humanidade.
Mas os progressos vão ser tão rápidos, que os Espíritos bendirão o Senhor por ter-te inspirado o desejo de vir ajudá-los a entrar nesta via sagrada”8

A Doutrina Espírita é repleta de textos que nos convidam a nos aproximar de nossos Anjos guardiães. Ah, se pais e mães evocassem sempre seus Anjos, e também os Anjos aos quais Deus confiou a guarda dos Espíritos encarnados como seus filhos, para pedir-lhes conselhos sobre a melhor condução desses Espíritos, a quantos enganos e  dores não se poupariam! Certamente a missão dos Anjos guardiães seria mais amena e lograria mais êxito. Se todos os homens, não importando a classe social a que pertençam, ouvissem sempre esses Espíritos superiores, a humanidade estaria melhor, mais justa e mais feliz. E aqueles que desejam orar aos seus Anjos, e não sabem o que lhes dizer, encontrarão um modelo de prece deixado pelos Guias da humanidade, em o Evangelho segundo o Espiritismo.9

Finalizando, reproduzimos aqui um conselho de dois Anjos, amigos sempre solícitos:

“Não receeis fatigar-nos com as vossas perguntas. Ao contrário, procurai estar sempre em relação conosco. Sereis assim mais fortes e mais felizes. São essas comunicações de cada um com o seu Espírito familiar que fazem sejam médiuns todos os homens, médiuns ignorados hoje, mas que se manifestarão mais tarde e se espalharão qual oceano sem margens, levando de roldão a incredulidade e a ignorância. Homens doutos, instruí os vossos semelhantes; homens de talento, educai os vossos irmãos. Não imaginais que obra fazeis desse modo: a do Cristo, a que Deus vos impõe. Para que vos outorgou Deus a inteligência e o saber, senão para os repartirdes com os vossos irmãos, senão para fazerdes que se adiantem pela senda que conduz à bem-aventurança, à felicidade eterna?”10
  
São Luís, Santo Agostinho. TC, 18/04/2012
  
1 Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas - Vocabulário Espírita – ANJO.
2 O Livro dos Espíritos, item 495, e Revista Espírita, janeiro de 1859.
3 O Evangelho segundo o Espiritismo - Introdução - Resumo da doutrina de Sócrates e de Platão
4 Soliloques de Saint Augustin, traduite par M. Pellissier, Paris, 1853.
5 Como ela [a conversação] se passa somente entre nós, tenho intenção de a chamar e intitular: Solilóquios; a palavra é nova, e talvez bábara, mas é bem própria para mostrar o que eu quero dizer. (Soliloques de Saint Augustin, Livre II)
6 Revista Espírita, janeiro de 1861 - Ensino espontâneo dos Espíritos - A voz do anjo da guarda, e O Livro dos Médiuns - Segunda parte - Das manifestações espíritas, cap. XXXI - Dissertações espíritas - Sobre os médiuns, X.
7 Œuvres posthumes, Mon guide spirituel. Librairie des Sciences Spirites et Psychiques. Paris, 1912
8 Revista Espírita, novembro de 1861 - Banquete oferecido a Allan Kardec - Discurso e brinde do Sr. Allan Kardec.

9 O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII - Coletânea de preces espíritas - II - Preces por aquele mesmo que ora - Aos Anjos guardiães e aos Espíritos protetores, 11 a 14. 10 O Livro dos Espíritos, item 495, e Revista Espírita, janeiro de 1859

Fonte; Ipeak – Instituto de Pesquisas Espíritas Allan Kardec


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http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2014/06/carta-de-allan-kardec-ao-principe-g.html

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

HUMILDADE - Termos traduzidos do francês

Enciclopédia da Bíblia

“A humildade é o sentimento de nossa pequenez perante Deus” (Vauvenargues); ou seja, “o sentimento de nossa insuficiência e particularmente de nossa pobreza espiritual” (Jean Monod). Trata-se de uma virtude um tanto insuspeitada no paganismo greco-romano: seus melhores moralistas tendem à exaltação da personalidade humana pelas qualidades heroicas que fazem a grandeza da alma (megalopsukhia), e as raras passagens de Platão, Aristóteles, etc., que se pode citar em sentido contrário, estão relacionados mais à modéstia; ora, a modéstia consiste simplesmente em não se mostrar orgulhoso diante dos homens, ao passo que a humildade consiste em não sê-lo perante Deus.

A antiguidade desprezava uma tal disposição de espírito: o termo grego tapeïnos assim como o latino humilis derivados de palavras que designam a terra, aplicam-se comumente àquilo que é baixo, vil, e às pessoas curvadas até a terra, humilhando-se por abjeção. Foi o Evangelho que elevou os humildes (Lc 1:52); mas, como indica o fato que esta palavra de Maria é uma citação, ou mais exatamente uma adaptação do Antigo Testamento (Jó 5:11 etc.), a eclosão da virtude eminentemente cristã da humildade foi preparada pela experiência religiosa dos crentes de Israel.

O nome hebreu dos humildes (anâvim ou aniyîm) com efeito deriva da raiz que esigna a aflição, a prova, e os caracteriza não como apáticos resignados ou subservientes que se tornam servis, mas sim como almas que, na infelicidade tomaram uma posição moral ou religiosa (ver Doçura). Os anâvim, assim como os êbionim (= pobres), são os corações fiéis a Deus que mantiveram em sua vida pessoal a primazia espiritual, entre o ritual dos sacerdotes e o arrivismo dos grandes; desdenhados, oprimidos pelo egoísmo social, primeiras vítimas dos problemas políticos e das desgraças da derrota e do exílio, os «Pobres de Israel», os “humildes”, os “mansos”, sentindo sua total impotência e reagindo contra o orgulho de raça e de classe dos chefes judeus e dos fariseus intolerantes, voltaram toda a sua esperança para o Eterno; e foi assim que eles foram como as células vivas do meio religioso em que o Messias deveria ser esperado e bem-vindo (ver A. Causse, Os Pobres de Israel, Strasbourg, 1922).

Como a humildade é por essência a atitude da alma perante Deus, não é de espantar que além destes anônimos, conhecidos somente pela obra coletiva de sua fé, haja poucos exemplos  individuais a citar; e é às vezes difícil de separar a humildade da modéstia ou do medo das responsabilidades, nos casos como os de Abraão (Gen 18:7), Jacó (Gen 32:10), Moisés (Ex 3:11 etc.), Salomão (1Rom 3:7-9), Isaías (Is 6:5), Jeremias (Jer 1:6), etc.

É sobretudo em Davi e nos salmistas subsequentes (entre os quais encontramos precisamente os «Pobres») que aparece a prece humilde; não se pode esperar deles a proclamação de sua humildade, pois ao afirmar-se, ela deixaria de ser humilde, mas todo salmo de adoração e, ainda mais, de arrependimento, assim como os sete Salmos penitenciais (Sl 6, Sl 32, Sl 51 etc.), é o jorrar deste estado da alma. Talvez fosse possível encontrar algo de análogo em  certos hinos das religiões babilônica, persa ou hindu. Mas os crentes e profetas de Israel dão uma extrema importância à humildade, como condição mesma do acesso junto a Deus e da comunhão com ele (Sl 25:9 69:33 116:6 138:6, Prov 3:34 11:2 15:33 22:4 29:23, Sir 3:17 e seguintes, Sof 2:3 3:12, Is 57:15 66:2); é uma das três exigências primordiais de Jeová segundo a célebre declaração de Miqueias (Miq 6:8), é um dos caracteres do Servidor do Eterno, segundo Is 42:3 que a descreve sem nomeá-la, bem como do Rei-Messias anunciado por Zacarias (Zac 9:9)

No limiar do Evangelho, João Batista prega o arrependimento junto com a humildade (montanhas e colinas rebaixadas, etc.) como condição de entrada no Reino (Lc 3:4,8,16). É o sentido da primeira das beatitudes: «Bem aventurados os pobres de espírito», que através dos «Pobres de Israel» volta a dizer: «Bem aventurados os humildes!» (Mt 5:3, comp, v. 6 e Lc 6:20). Da mesma forma que o menino Jesus foi acolhido pelos crentes humildes (Lc 1 e Lc 2), assim o Senhor Jesus é enviado àqueles que se sentem pobres, crianças, doentes, perdidos (Mt 9:12 18:4, Lc 4:18 19:10 22:26); ele mostra um humilde diante de Deus no publicano da parábola (Lc 18:9-14). Os apóstolos exortam seus irmãos e a si mesmos à humildade (Rom 12:19, Ef 4:2, Flp 2:3, Tg 1:9 4:6,1Pe 3:8); em uma figura voluntariamente paradoxal, eles comparam esta virtude escondida por excelência a uma vestimenta (Col 3:12), a um ornamento (1Pe 5:5).

De todas estas passagens pode-se ver que a humildade não é somente, como a define São Bernardo, o sentimento de nossa baixeza derivado do conhecimento mais exato de nós mesmos (ex verissima sui cognitione), pois podemos nos sentir fracos e sê-lo por orgulho invejoso, deprimido ou revoltado. Unicamente de nossas relações com Deus pode nascer nossa humildade: Deus infinito perante nós, os ínfimos (Sl 8:2-5), Deus santo diante de nós pecadores (Is 6:5), Deus Salvador que toma a iniciativa de sua reconciliação conosco (Rom 5:6,11), o Bom Deus que nos cumula de graças imerecidas (1Cor 4:7), Deus Pai que nos associa à sua obra de amor pela humanidade (2Cor 5: e seguintes). Se os primeiros aspectos do contraste eram de natureza a nos humilhar (ver Humilhação), a nos curvar na poeira para nos levar ao arrependimento, os seguintes nos fazem levantar a cabeça, acalmando nosso coração perdoado e apelando à nossa vontade consagrada.

Também a Escritura nos apresenta sempre a humildade não como um objetivo em si, mas como a condição das outras virtudes e da verdadeira elevação, a elevação da glória (Lc 14:11,Mt 23:12, cf. os textos já citados). Deste modo, a humildade cristã não tem nada de afetado ou de obsequioso; (cf. Col 2:18,23) ela não é, tampouco, a falsa modéstia ou o desânimo, o desconhecimento de nosso valor ou o abandono de nossa dignidade; ela é a alegre aceitação de nossa dependência de fato em relação a Deus, e de nossa dependência voluntária ao serviço de nossos irmãos; ela nos libera da satisfação de nós mesmos, sempre paralisante, e nos inspira continuamente a necessidade de novos progressos (Flp 3:12,14).Eminentemente estimulante e fecunda, é ela que nos ensina (para adaptar a linguagem de Kant ao nosso propósito) a nunca considerar nosso ser como um fim, mas sempre como um meio, a serviço de Deus e da humanidade.

Eis porque o próprio Jesus pôde, mesmo sendo Senhor e o Mestre, dar também o exemplo desta humildade. De Deus, o único Ser bom de maneira absoluta (Mc 10:18), ele se sentia completamente dependente para realizar Seus desígnios (Jo 5:19,30) aprendendo, mesmo sendo o Filho, a obediência no sofrimento, (Heb 5:8); não era a sua própria glória que ele buscava (Jo 8:30); e ele tinha também o direito de, ao mesmo tempo em que dizia: “Vinde a mim”, se qualificar “humilde de coração” (Mt 11:28,30). O quarto evangelho marca magnificamente nele a estreita união da dignidade suprema e da suprema humildade: “Jesus, que sabia que o Pai lhe colocara nas mãos todas as coisas, que ele viera de Deus e que iria a Deus” (tendo então consciência de sua incomensurável superioridade), “...cingiu-se de uma toalha, encheu de água uma bacia e começou a lavar os pés de seus discípulos” - trabalho de escravo! - para ensinar-lhes a humildade no serviço e no amor fraternal (Jo 13:3,12).
Da mesma forma, São Paulo devendo repetir uma exortação análoga a seus amigos os filipenses, lembra-lhes o ideal de humildade e de desinteresse do Mestre: “Tende os mesmos sentimentos que Jesus Cristo teve, ele que, estando em forma de Deus..., negou-se a si mesmo, tomando a forma de um servidor..., e apequenou-se, tornando-se obediente até amorte, e até a morte na cruz...” (Flp 2:3,8). Esta humildade do Senhor, sublimidade na consagração até o sacrifício, é o ideal divino que dita ao pecador, certamente! sua própria humildade, simplicidade em seu arrependimento e em sua consagração; e o que o torna capaz é o poder soberano desse Senhor vivo.

Ver (Flp 2:9,11) Trench, Syn. Novo Testamento, parag. XLII; Jean Monod, artigo Humildade na Encycl., t. VI, p. 422. Jn L.

Fonte; Ipeak – Instituto de Pesquisas Espíritas Allan Kardec

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