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terça-feira, 25 de setembro de 2012

BIOGRAFIA - YVONNE DO AMARAL PEREIRA


Yvonne Pereira foi uma das mais respeitadas médiuns brasileiras, autora de romances psicografados bastante conhecidos entre os espíritas. Dedicou-se por muitos anos à desobsessão e ao receituário mediúnico homeopático.

Filha de Manuel José Pereira Filho, um pequeno comerciante, e de Elizabeth do Amaral, foi a primeira de seis filhos do casal., tendo nascido em 24 de dezembro de 1900. A mãe já havia tido um filho de seu primeiro casamento.

Recém-nascida, com apenas 29 dias, teve um acesso de tosse que a sufocou, deixando-a em estado de catalepsia, em que se manteve por seis horas. O médico e o farmacêutico da localidade chegaram a atestar o óbito por sufocação. A família preparou o corpo da bebê para o velório, colocando-lhe um vestido branco e azul, adornando-a com uma grinalda, enquanto aguardava o pequeno caixão branco da praxe. Momentos depois, a bebê acordou, chorando.

Yvonne cresceu numa família espírita. O pai enfrentou a falência comercial por três vezes. Posteriormente viria a tornar-se funcionário público, cargo que ocupou até o fim da vida, em 1935. Era comum a família abrigar pessoas necessitadas, vivências que, segundo Yvone, marcariam sua vida para sempre.

Aos oito anos de idade, a menina viveu novo episódio de catalepsia. Certa noite, durante o sono, percebeu-se diante de uma imagem do Senhor dos Passos pedindo socorro, pois sofria muito. A imagem, então, animando-se, dirigiu-lhe as palavras: Vem comigo minha filha: será o único recurso que terás para suportar os sofrimentos que te esperam. A menina, aceitando a mão que lhe era estendida pela imagem, subiu os degraus do altar e não se lembrou de mais nada.

Nessa idade teve o primeiro contato com um livro espírita. Posteriormente, aos doze anos, ganhou de presente do pai O Evangelho segundo o Espiritismo e o Livro dos Espíritos. Aos treze anos de idade começou a freqüentar sessões práticas de Espiritismo.
Yvonne teve como estudos apenas o antigo curso primário (atual primeiro segmento do ensino fundamental). Devido às dificuldades financeiras da família não conseguiu prosseguir nos estudos. Para auxiliar a família, e o próprio sustento, dedicou-se à costura e ao bordado, e ao artesanato de rendas e flores. Tendo cultivado desde a infância o estudo e a leitura, completou a sua formação como autodidata, pela leitura de livros e periódicos. Aos dezesseis anos já tinha lido obras clássicas de GoetheBernardo GuimarãesJosé de AlencarAlexandre HerculanoArthur Conan Doyle e outros.

A partir dessa idade, fase da adolescência, a mediunidade tornou-se um fenômeno comum para Yvonne, que dizia receber a maior parte dos informes de além-túmulo, crônicas e contos em desdobramento, no momento do sono. A sua faculdade apresentava-se diversificada, tendo se dedicado à psicografia e ao receituário homeopático, à incorporação, à psicofonia e ao passe, e até mesmo, em algumas ocasiões, aos chamados efeitos físicos de materialização. Dedicou-se à atividade de desobsessão. Atuou em casas espíritas nas cidades de Lavras (MG), Barra do Piraí (RJ), Juiz de Fora (MG), Pedro Leopoldo (MG) e Rio de Janeiro (RJ), onde residiu sucessivamente.

A obra mediúnica de Yvonne Pereira monta a uma vintena de livros. Embora desde 1926 tenha escrito numerosas obras psicografadas, somente decidiu publicá-las na década de 1950, segundo ela mesma, após muita insistência dos “mentores espirituais”. Dentre as mais conhecidas destacam-se:
§  Memórias de um Suicida (Rio de Janeiro: FEB, 1955. 568p.) – atribuída aos espírito de Camilo Castelo Branco e de Léon Denis. Constitui-se num libelo contra o suicídio, descrevendo em sua primeira parte, os sofrimentos experimentados pelos que atentaram contra a própria vida. Na segunda e na terceira partes focaliza os trabalhos de assistência e de preparação para uma nova encarnação. Esta obra é considerada um marco na bibliografia mediúnica brasileira e o melhor exame sobre o suicídio sob o ponto de vista doutrinário espírita.
§  Nas Telas do Infinito – apresenta duas novelas: uma atribuída ao espírito Bezerra de Menezes e outra a Camilo Castelo Branco.
§  Amor e Ódio (Rio de Janeiro: FEB, 1956. 553p.) – atribuída ao espírito Charles, enfoca o drama de um ex-aluno francês do Prof. Rivail (Allan Kardec), o artista Gaston de Saint-Pierre, acusado de um crime que não cometera. Após grandes padecimentos, recebe os esclarecimentos elucidativos por meio de um exemplar de O Livro dos Espíritos, à época em que este foi lançado pelo codificador.
§  A Tragédia de Santa Maria (Rio de Janeiro: FEB, 1957. 267p.) – atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, ambientado em uma fazenda de café em Vassouras (RJ).
§  Ressurreição e Vida (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 314p.) – atribuído ao espírito Leon Tolstoi, compreende seis contos e dois mini-romances ambientados na Rússia dos czares.
§  Nas Voragens do Pecado (Rio de Janeiro: FEB, 1960. 317p.) – primeiro volume de uma trilogia atribuído ao espírito Charles, relata a trágica história do massacre dos huguenotes na Noite de São Bartolomeu (23 de Agosto de 1572), durante o que seria uma encarnação anterior da médium, na personalidade de Ruth-Carolina de la Chapelle.
§  O Cavaleiro de Numiers (Rio de Janeiro: FEB, 1976. 216p.) – segundo volume da trilogia, mostra outra suposta encarnação da médium, ainda na França, na personalidade de Berth de Sourmeville.
§  O Drama da Bretanha (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 206p.) – terceiro e último volume da trilogia, ilustra como a médium, agora na personalidade Andrea de Guzman, não consegue suportar os embates de sua expiação e se suicida por afogamento.
§  Dramas da Obsessão (Rio de Janeiro: FEB, 1964. 209p.) – atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, compreende duas novelas abordando o tema obsessão.
§  Sublimação (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 221p.) – apresenta dois contos atribuídos ao espírito Charles (um ambientado na Pérsia e outro na Espanha) e três contos atribuídos ao espírito Leon Tolstoi (ambientados na Rússia).
Como escritora, publicou muitos artigos em jornais populares, produção atualmente desconhecida, que carece de um trabalho amplo de recuperação. São ainda da autora:
§  A Família Espírita
§  À Luz do Consolador (Rio de Janeiro: FEB, 1997. ) – coletânea de artigos da médium na revista Reformador, originalmente entre a década de 1960 e a de 1980.
§  Cânticos do Coração (Rio de Janeiro: Ed. CELD. 1994. 2 v. 246 p.) – coletânea de artigos publicados no jornal Obreiros do Bem.
§  Contos Amigos
§  Devassando o Invisível (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 232p.) – a autora desenvolve uma dezena de estudos sobre temas doutrinários, com base em suas experiências mediúnicas.
§  Evangelho aos Simples
§  O Livro de Eneida
§  Pontos Doutrinários – reúne crônicas publicadas na revista Reformador.
§  Recordações da Mediunidade (Rio de Janeiro: FEB, 1968. 212p.) – a autora discorre sobre reminiscências de vidas passadas, arquivos da alma, materializações, premonição e obsessão.
§  A Lei de Deus
Yvonne do Amaral desencarnou em 09 de março de 1984, no Rio de Janeiro (RJ).


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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

DE QUE FORMA O MAGNETISMO PODE AUXILIAR EM CASOS DE OBSESSÃO?



O desrespeito com que o Magnetismo vem sendo tratado pelo Movimento Espírita já chegou ao ponto de se duvidar de sua ação nos processos desobsessivos. Raciocinemos: o corpo físico é, em sua base primordial, fluido; o perispírito também é “feito” de fluído; o canal de conexão entre o obsessor e obsidiado é o perispírito, logo este é igualmente fluídico. O mundo em que nos movemos e vivemos, estejamos encarnados ou desencarnados, também é fluídico. O elemento que gera atração e repulsão é fluídico e todos os fluidos são, em última instância, a matéria fundamental do Magnetismo. Ora, se o Magnetismo pode ser até definido como vida, tamanha é sua repercussão em todos os fenômenos vitais, como se pensar em dissociar o Magnetismo das influências espirituais?

Temos sido ensinados que a questão moral é quem se apresenta como o mais relevante fator de relação entre encarnados e desencarnados; embora isso possa ser plenamente verdadeiro, como diminuir a influência fluídica nesse processo?
Se apenas a moral predominasse no processo obsessivo, todo individuo mau seria completamente dominado pelos obsessores; na prática isso não se verifica. Por outro lado, pessoas notoriamente boas e de paz jamais sofreriam assédios e influências perniciosas dos Espíritos imperfeitos, o que não condiz com as observações do dia a dia. Portanto, se as influências ocorrem e nem sempre estão contidas nos limites apenas morais é porque outro ou outros elementos influem nessa ação. Para mim parece óbvio se tratar dos campos fluídicos, portanto, magnéticos.

Isto posto, fica bastante evidente que pode haver, sim, muita influência da ação magnética na terapia desobsessiva. Se assim não fosse, Allan Kardec não teria indicado o que se segue:

A Subjugação corporal tira muitas vezes do obsidiado a energia necessária para dominar o mau Espírito. Daí o tornar-se precisa a intervenção de um terceiro, que atue, ou pelo magnetismo, ou pelo império da sua vontade.



Em falta do concurso do obsidiado, essa terceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito; porém, como este ascendente só pode ser moral, só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo e seu poder será tanto maior, quanto maior for a sua superioridade moral, porque, então, se impõe àquele, que se vê forçado a inclinar-se diante dele. Por isso é que Jesus tinha tão grande poder para expulsar o a que naquela época se chamava demônio, isto é, os maus Espíritos obsessores.



Aqui, não podemos oferecer mais do que conselhos gerais, porquanto nenhum processo material existe, como, sobretudo, nenhuma fórmula, nenhuma palavra sacramental, com o poder de expelir os Espíritos obsessores. Às vezes, o que falta ao obsidiado é força fluídica suficiente; nesse caso, a ação magnética de um bom magnetizador lhe pode ser de grande proveito. Contudo, é sempre conveniente procurar, por um médium de confiança, os conselhos de um Espírito superior, ou do anjo guardião. (grifos meus). (Livro dos Médiuns, cap. 23, item 251).


Embora tratando de um caso grave (a subjugação) fica bastante evidente que a ação de um magnetizador, nos casos de desobsessão, é por demais importante.

O que deve fazer o magnetizador, então?

Atuar magnetizando apropriadamente. Quando quiser que o obsidiado expresse o que o Espírito transmite, ampliem-se os campos magnéticos apropriados (no caso da obsessão quase sempre se trata do centro umeral, que fica no alto da coluna); para suspender sua interferência, passes dispersivos nos mesmos locais onde se acionou a “atração e fixação do comunicante”.
 O problema maior fica por conta do obsidiado que quase nunca pode ou é convidado a participar da sessão mediúnica ou, quando vai, apenas recebe um singular “passe espiritual”, sem os devidos reforços fluídicos em seu sistema como um todo (que pode ser obtido com os concentrados nos centros menos vitalizados, sempre seguidos de muitos dispersivos a fim de evitar congestões fluídicas ou concentrados desequilibrantes, o que poderia vir a favorecer ao hospedeiro obsessor).


Num artigo como este não dá para maiores detalhamentos, daí ser conveniente que os interessados estudem bem o Magnetismo para aplicá-lo com sabedoria e eficiência.Uma última observação: o Magnetismo pode e deve ser um reforço, uma verdadeira alavanca na superação dos casos de desobsessão, todavia, jamais se menospreze a oração, as boas e bem dirigidas orientações morais e a indução à melhoria íntima tanto do obsidiado como do(s) obsessor(es).

JACOB MELO