Na Idade Média a
Igreja fundou o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, com o objetivo de
combater o mal – entenda-se mal como todos aqueles que discordavam das
idéias eclesiásticas – de modo a manter o poder sob a sua guante sem
qualquer tipo de questionamento ou intromissão. Todos que se atrevessem a não
se curvar ante as “verdades” impostas pela Igreja eram julgados e condenados à
fogueira ou sofriam penas das mais diversas, tais como: confisco de bens,
privação do ofício, multas, prisão perpétua e etc.
E na Santa
Inquisição o Auto de Fé constituía-se no evento promovido com
grande pompa. Sua realização dava-se em espaço público ou privado em que os
condenados eram, não raro, queimados vivos enquanto a população assistia àquele
filme de horror impetrado em nome de uma fé cega e fanática.
E assim foi o caso
do Auto de Fé de Barcelona ocorrido em 09 de outubro de 1861 e que por ordem do
bispo daquela cidade foram queimados em praça pública 300 livros espíritas
enviados por Allan Kardec ao livreiro Maurício Lachâtre.
Allan Kardec tratou
do assunto na Revista Espírita de novembro de 1861, elencando as obras que
lamentavelmente foram tragadas pelo fanatismo inconcebível daquele bispo.
Ei-las, conforme enumera o codificador:
- “A Revista Espírita, diretor Allan Kardec;
- “A Revista Espiritualista, diretor Piérard;
- “O Livro dos Espíritos, Allan Kardec;
- “O Livro dos Médiuns, Allan Kardec;
- “O que é o Espiritismo, Allan Kardec;
- “Fragmentos de sonata ditada pelo Espírito Mozart;
- “Carta de um católico sobre o Espiritismo, pelo Dr. Grand;
- “A História de Joana d’Arc, ditada por ela mesma à Srta. Ermance Dufau
- “A realidade dos Espíritos demonstrada pela escrita direta, pelo Barão de Guldenstubbé.
No intento de
sepultar as vozes da espiritualidade os ferrenhos adversários do Espiritismo
não se deram conta de que queimavam apenas papéis. As idéias já haviam sido
lançadas e nenhuma fogueira seria capaz de queimar as realidades trazidas pelos
imortais e codificadas por Allan Kardec.
Aliás, Kardec
colocou a questão para apreciação de seu guia espiritual e obteve a seguinte
resposta:
“Uma perseguição
tão ridícula e atrasada poderá fazer o Espiritismo progredir na Espanha”.
O Auto de Fé de
Barcelona tornou-se uma das grandes propagandas do Espiritismo em solo
espanhol, pois tamanha intransigência foi a mola propulsora da curiosidade.
Ora, todos querem manter contato com um objeto que foi proibido sem uma análise
de seu conteúdo. Querem saber o que há ali de tão grave para ser sumariamente
queimado. É assim nos dias de hoje, foi assim ontem. Tudo aquilo que é proibido
aguça a vontade de se conhecer e experimentar.
Os inquisidores
imprudentes acabaram por atiçar a vontade da população em conhecer mais sobre
aquela doutrina que nascia e Allan Kardec deixou registrado para a posteridade
o comentário de que 9 de outubro de 1861 deveria ser uma data de festa
comemorada por todos os espíritas, pois é a garantia do triunfo próximo.
Causa, entretanto,
admiração o comportamento de Allan Kardec que novamente foge ao comum. Enquanto
muitos sem seu lugar buscariam a retaliação e a vingança, o notável codificador
foi prudente e não se abalou com as injustiças cometidas. Confiante em Deus e
nos Espíritos, seguiu adiante em sua missão sem deixar-se contaminar pela revolta
e a reclamação. Se utilizaram as armas da intolerância contra Kardec, ele pagou
com doce mensagem do amor pela humanidade que se traduziu em seu trabalho
magnífico de interpretar para nós as lições dos imortais.
Wellington Balbo (Bauru
– SP)
Wellington
Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em
Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro
"Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da
História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro
Espírita Joana D´Arc, em Bauru.
ição, com o objetivo de
combater o mal – entenda-se mal como todos aqueles que discordavam das
idéias eclesiásticas – de modo a manter o poder sob a sua guante sem
qualquer tipo de questionamento ou intromissão. Todos que se atrevessem a não
se curvar ante as “verdades” impostas pela Igreja eram julgados e condenados à
fogueira ou sofriam penas das mais diversas, tais como: confisco de bens,
privação do ofício, multas, prisão perpétua e etc.
E na Santa
Inquisição o Auto de Fé constituía-se no evento promovido com
grande pompa. Sua realização dava-se em espaço público ou privado em que os
condenados eram, não raro, queimados vivos enquanto a população assistia àquele
filme de horror impetrado em nome de uma fé cega e fanática.
E assim foi o caso
do Auto de Fé de Barcelona ocorrido em 09 de outubro de 1861 e que por ordem do
bispo daquela cidade foram queimados em praça pública 300 livros espíritas
enviados por Allan Kardec ao livreiro Maurício Lachâtre.
Allan Kardec tratou
do assunto na Revista Espírita de novembro de 1861, elencando as obras que
lamentavelmente foram tragadas pelo fanatismo inconcebível daquele bispo.
Ei-las, conforme enumera o codificador:
- “A Revista Espírita, diretor Allan Kardec;
- “A Revista Espiritualista, diretor Piérard;
- “O Livro dos Espíritos, Allan Kardec;
- “O Livro dos Médiuns, Allan Kardec;
- “O que é o Espiritismo, Allan Kardec;
- “Fragmentos de sonata ditada pelo Espírito Mozart;
- “Carta de um católico sobre o Espiritismo, pelo Dr. Grand;
- “A História de Joana d’Arc, ditada por ela mesma à Srta. Ermance Dufau
- “A realidade dos Espíritos demonstrada pela escrita direta, pelo Barão de Guldenstubbé.
No intento de
sepultar as vozes da espiritualidade os ferrenhos adversários do Espiritismo
não se deram conta de que queimavam apenas papéis. As idéias já haviam sido
lançadas e nenhuma fogueira seria capaz de queimar as realidades trazidas pelos
imortais e codificadas por Allan Kardec.
Aliás, Kardec
colocou a questão para apreciação de seu guia espiritual e obteve a seguinte
resposta:
“Uma perseguição
tão ridícula e atrasada poderá fazer o Espiritismo progredir na Espanha”.
O Auto de Fé de
Barcelona tornou-se uma das grandes propagandas do Espiritismo em solo
espanhol, pois tamanha intransigência foi a mola propulsora da curiosidade.
Ora, todos querem manter contato com um objeto que foi proibido sem uma análise
de seu conteúdo. Querem saber o que há ali de tão grave para ser sumariamente
queimado. É assim nos dias de hoje, foi assim ontem. Tudo aquilo que é proibido
aguça a vontade de se conhecer e experimentar.
Os inquisidores
imprudentes acabaram por atiçar a vontade da população em conhecer mais sobre
aquela doutrina que nascia e Allan Kardec deixou registrado para a posteridade
o comentário de que 9 de outubro de 1861 deveria ser uma data de festa
comemorada por todos os espíritas, pois é a garantia do triunfo próximo.
Causa, entretanto,
admiração o comportamento de Allan Kardec que novamente foge ao comum. Enquanto
muitos sem seu lugar buscariam a retaliação e a vingança, o notável codificador
foi prudente e não se abalou com as injustiças cometidas. Confiante em Deus e
nos Espíritos, seguiu adiante em sua missão sem deixar-se contaminar pela revolta
e a reclamação. Se utilizaram as armas da intolerância contra Kardec, ele pagou
com doce mensagem do amor pela humanidade que se traduziu em seu trabalho
magnífico de interpretar para nós as lições dos imortais.
Wellington
Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em
Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro
"Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da
História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro
Espírita Joana D´Arc, em Bauru.
Blog: http://wellingtonbalbo.blogspot.com/
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DE ALLAN KARDEC AO PRÍNCIPE G.
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SEQUENCIAL OU SISTEMATIZADO?
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ESPIRITUAIS DO CENTRO ESPÍRITA
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LIVRO DE ALLAN KARDEC TRADUZIDO PARA O BRASIL
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A
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O
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ESPÍRITA
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DILÚVIO
DE LIVROS “ESPÍRITAS” DELIRANTES
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OU NÃO TRATAR: EIS A QUESTÃO
ATRAÇÃO
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FONTE
DE PERFEIÇÃO
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KARDEC
REFLEXÃO
SOBRE O LIVRE-ARBÍTRIO
ACERCA
DA AURA HUMANA
COMO
PODEMOS INTERPRETAR A FRASE DE JESUS: "A tua fé te curou"?
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/12/como-podemos-interpretar-frase-de-jesus.html