Adilson Mota
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Certos povos do oriente se
dedicam milenarmente a certas práticas que para a mentalidade médica ocidental
não passa de expressões de anormalidade, sendo passíveis de tratamento. A morte
aparente é um desses fenômenos que impressionam pelo inusitado em que, como o
termo diz, o indivíduo mostra-se com todas as aparências da morte. O que para
os iniciados orientais é natural e controlável, para nós ocidentais ainda soa
como algo extraordinário que assusta ou deslumbra.
Os estados letárgicos avançados podem levar ao fenômeno de quase morte onde o sensitivo voluntária ou involuntariamente atinge um grau elevado de transe fazendo mas vezes com que as batidas do coração e a respiração não sejam mais sentidas. O Espírito ainda permanece ligado ao corpo, mas a vida fica por um fio.
É do conhecimento popular os casos de pessoas que eram enterradas vivas, pois ao se abrir o caixão, encontrava-se o defunto ou o seu esqueleto em posição diversa daquela na qual foi enterrado. Isso se dava numa época e região em que os conhecimentos médicos ainda não tinham alcançado o desenvolvimento moderno.
No Evangelho de João encontramos um exemplo de quase morte no sepultamento de Lázaro.
Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta.
E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo.
Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.
E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.
Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.
Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura.
(Ora Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios.)
E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem e vê.
E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora.
E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o, deixai-o ir.
(João, XI, 1-4, 11, 17, 18, 34, 43, 44)
Logicamente, Lázaro não
estava morto, pois nesse caso os elementos orgânicos já se encontrariam
esparsos pela natureza impossibilitando o retorno à vida. Jesus usou da sua
autoridade moral e força magnética conclamando Lázaro a retomar ao corpo, o que
ele obedece de pronto. Para a época, este feito de Jesus era um verdadeiro
milagre de ressurreição. Os conhecimentos magnéticos esclarecem a questão
mostrando que a vontade irresis-tível do Mestre restituiu as ligações vitais
que haviam se afrouxado entre o Espírito e o corpo, não permitindo que o
fenômeno se desenvolvesse em direção à morte.
O fenômeno de quase morte pode ser realizado voluntariamente por pessoas de grande experiência, treinadas para tal, que conseguem emancipar-se do corpo físico e voltar ao estado de vigília de maneira programada, revelando uma grande autodisciplina.
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