JACOB
MELO
O meio
espírita está repleto de expressões com as quais se pretende definir métodos,
caminhos, soluções ou acomodações para a realidade das ações magnéticas,
sinteticamente chamadas de passes. E isso não tem produzido os resultados que
seria de se esperar dessa atividade de socorro, de cura.
Posso começar
a análise por uma palavrinha “mágica”, a qual parece ser solução para tudo,
inclusive para a não solução. É a expressão merecimento – ou a falta dele. Se
alguém ficou bom foi porque tinha merecimento; se não ficou ou não melhorou foi
porque lhe faltou esse elemento. Daí ser muito vulgar se dizer que quem tem fé
e merecimento tudo recebe, pois “os Bons Espíritos fazem tudo”.
Nessa “os
Bons Espíritos fazem tudo” se esconde pelo menos uma faceta perigosa; a da
acomodação generalizada. Senão vejamos.
Alguém diz
confiar nos Espíritos, pois, alega, eles sabem enquanto nós não temos noção de
como fazer a movimentação dos fluidos.
Portanto de
partida já assumimos a postura da própria ignorância aliada à de transferência
de responsabilidade para os Espíritos; daí, se algo não deu certo ou os
resultados obtidos não batem com o que seria de se esperar, o problema,
obviamente, recairá sobre o assistido. Contudo, como culpá-lo? A resposta é
imediata: aponta-se a abstração mágica: “falta de merecimento”. Afinal dizemos
que trabalhamos “com amor”, que os Espíritos ali estavam trabalhando com sabedoria
e que, por isso, o passe teria que dar certo. Assim, até por não podermos usar
o argumento de que tenha sido falta de fé do paciente (isto seria indelicado),
já que são intermináveis os relatos e as evidências de que pessoas sem qualquer
fé se curam enquanto outras, prenhes desse sentido, não obtém resultados
semelhantes, só pode ter sido essa tal dessa falta, a falta de merecimento. Em
suma, o problema é do paciente e não do passista. Cômoda a posição, não é?
Também
dizemos que basta orar de coração e esperar que tudo se resolverá. Será???
Não, leitor,
não pense que eu duvido nem um pouco da força e do poder da oração, mas não
posso crer que Deus e a Natureza esperem de nós apenas orações para que o mundo
mude. A ação é e será sempre indispensável, do contrário os adoradores seriam,
só por isso, santificados em si mesmos e jamais precisariam mover o que fosse
para suas vidas se perenizarem. Ademais vale lembrar a sugestão de Jesus que
não se limitou a nos mandar orar e sim a primeiro vigiar para, em seguida, orar
(Mateus 26, 41).
Há ainda os
que alegam a literalidade das palavras de Jesus como providência única, ou
seja, pedi e obtereis, como pedir e obter fosse igual a se colocar uma ficha
numa máquina e aguardar o tempo de seu mecanismo para do lado apropriado se
coletar aquilo que se buscou.
O próprio
Herculano Pires, tão respeitado e citado, escreveu a pérola “o passe é tão
simples que não se deve fazer mais que dá-lo” (PIRES, J.
Herculano.
Mediunidade prática. In: _____. Mediunidade - vida e comunicação. cap. 14, p.
127). Será??? Se assim for, para que estudar, para que se preparar, para que
Allan Kardec dizer que o Magnetismo é uma ciência irmã do Espiritismo?
Mas o que se
pede na questão inicial deste Vórtice é sobre que fatores interferem nos resultados
do passe. Vamos lá.
Na verdade
são inúmeros os fatores e eles ainda repercutem uns sobre os outros. Todavia
procurarei relacionar os mais relevantes, dividindo em 2 grandes grupos: para
os passistas (magnetizadores) e para os pacientes (assistidos).
Para um
passista ser mais e mais eficiente em seu labor magnético é preciso que ele
tenha uma boa saúde fisiológica, uma potente capacidade de usinagem
(transformação de elementos orgânicos em elementos fluídicos, energéticos, de
exteriorização ou de centripetação), harmonia em sua vida mental e emocional,
vontade ardente de servir e curar e pureza de sentimentos. Pela oração sincera
ele evocará bons Espíritos, que se interessam por ele e por seus doentes, e
pela fé ele porá todos os potenciais em direção aos nobres objetivos que busca
alcançar. Além disso, o conhecimento de boa base anatômica e fisiológica do
corpo humano contribuirá enormemente para o sucesso de seus direcionamentos
fluídicos.
Como dá para
perceber, não é tão simples e tão sem
necessidade de estudos e experimentos o se alcançar um bom nível de realização
magnética.
Para o
paciente o ideal é que ele tenha consciência do que busca. Alguém pode inferir
que eu esteja falando de ter ciência do que deseja; mas é diferente. Quem tem
ciência apenas quer que algo ou alguém o cure; quem tem consciência busca se
curar. Para tanto desenvolve uma fé bastante equilibrada e firme, faz os
esforços necessários, segue recomendações e não distorce o bem recebido nem
esconde o que ainda espera alcançar.
O paciente
precisa saber que o sucesso do tratamento trará benefícios imediatos para ele e
não necessariamente para quem o beneficia, daí ser necessário se perceber isso
com clareza.
Deve ainda
cuidar da alimentação, prestar as informações que forem pedidas (quando houver
esse tipo de controle) e manter padrão de oração e vigilância igualmente
harmônicos.
Tudo isso
pode parecer muito óbvio e simples. De
certa forma o é. Mas a prática disso tudo pede muito esforço e dedicação de
todos os envolvidos, sob pena do famoso refrão que envolve a palavrinha
“merecimento” continuar sendo a tônica forte de todo o processo.
Jornal Vórtice ANO III, n.º 02, julho/2010
PASSES
EM CRIANÇAS ( NOVO )
PASSES
ESPECIAIS
APLICADOR
DE PASSE – SERVIDOR DE JESUS
O
PORQUÊ E O PARA QUÊ DE CADA ATO
DIÁLOGO
ENTRE UM PASSISTA E UM MAGNETIZADOR
O
QUE PENSA O ESPIRITISMO
HÁ
DIFERENÇA DE RESULTADOS ENTRE O PASSE PALMAR E O PASSE DIGITAL? COMO ESSAS
TÉCNICAS OCORREM?
SURGIMENTO
DO PASSE
IMPOSIÇÃO
DE MÃOS E PASSE
RESGATANDO
O PASSADO
RESGATANDO
O PASSADO
PASSE,
TRABALHO DE EQUIPE
PASSES
E MAGNETISMO
O
PODER DO PASSE
OS
PASSES ENERGÉTICOS E O ESPIRITISMO
O
PASSE