sexta-feira, 1 de novembro de 2013

TEORIAS E PROCEDIMENTO DO MAGNETISMO


Autor: Hector Durville
Teorias e procedimento do magnetismo
Rio de Janeiro: CELD, 2012.
Tradução Albertina Escudeiro Sêco.


Iniciaremos agora uma série de resenhas do livro de Hector Durville: Teorias e Procedimentos do Magnetismo.   É um livro de leitura agradável, com valor histórico inestimável. Trata-se de um compêndio feito médico psiquiatra considerado como o continuador do Barão du Potet que, entre suas grandes realizações, fundou a Universidade de Estudos Avançados, cuja faculdade de Ciência Espírita era dirigida por Gabriel Dellane.

Ação da mão

O texto de Durville começa com um ponto importante, mas, em minha opinião, não esclarecido de forma satisfatória: o poder das mãos no magnetismo animal. Obviamente essa carência de explicação mais profunda não é exclusividade do autor. O poder das mãos é sempre dado como certo via narração histórica, empiria, não fundamentado em teoria explicativa.
Durville faz as seguintes afirmações: 

1) A mão é [...] o orgão de precisão por excelência.
2) ...o principal órgão que nos serve para levar aos nossos semelhantes a força magnética...
3) Desde a imposição de mãos, utilizada pelos egípcios, pelo Cristo e pelos apóstolos, para realizar as curas ditas miraculosas que a tradição nos fez conhecer, até os toques e as fricções dos tocadores e curadores profanos, sempre é a mão que age. Alguns autores têm-lhe atribuído propriedades especiais, medicinais entre outras.”

Durville cita os autores: Homero diz que existem homens com “mão medicinal”; Plínio descreve homens que “tinham o dom de curar, pelo tato, as mordidas das serpentes e de fazer sair todo o veneno do corpo, nele aplicando somente a mão” (p. 21-23).

Definição do Magnetismo; etimologia da palavra

Durville define o magnetismo da seguinte forma: “a ação recíproca que os corpos exercem ou podem exercer uns sobre os outros” (p. 23).
Vale a pena lermos o trecho de Durville sobre a etimologia dos termos relacionados à ciência magnética:

A palavra imã (em francês aimant) parece ter analogia com a palavra amar (em francês aimer), por causa da relação que existe entre o poder de atração física inerente da primeira (imã) e a ideia de simpatia ou atração moral ligada à segunda (amor). É isso, sem dúvida, o que pensam os chineses que designam o imã sob o nome de tsu-chy, quer dizer, o que ama.
Os gregos, que descobriram a pedra de imã nas cercanias da cidade de Magnésia, na Ásia  Menor,  deram-lhe o nome do lugar de origem magnes que em latim tornou-se magneticus. Quase todos os etimologistas estão de acordo em relacionar a raiz magnes à origem da nossa palavra magnetismo. [...]
Sempre se observou no corpo humano certas propriedades que estão em analogia com as do imã; e, no século XVI, deu-se, igualmente, ao conjunto dessas propriedades, o nome demagnetismo. É o magnetismo animal de Mesmer, o magnetismo vital ou o magnetismo humano dos magnetizadores contemporâneos (p. 24).

Para o autor o imã possui duas formas de magnetismo que podem ser estudadas separadamente. Uma é o magnetismo da Física, o outro seria “um agente fisiológico, vital, tendo as maiores analogias com o magnetismo humano”. Existente em todos os corpos inanimados, o magnetismo “é gerado pela eletricidade, calor, movimento, atrito, som e decomposições químicas”. Ao emanar de um corpo humano, o magnetismo “participa até das qualidades físicas e morais dos indivíduos” (p. 25).
Durville propõe que a medicina magnética seja a medicina da família, isto é,

a medicina do pobre como a do rico; cada um pode empregá-la, sem nenhuma despesa, em si mesmo e nos seus, visto que as forças da Natureza pertencem a todos. As regras da sua aplicação são simples e estão ao alcance de todas as inteligências. Com alguns conhecimentos fáceis de adquirir, toda pessoa cuja saúde está mais ou menos equilibrada pode curar ou aliviar o sofrimento do seu semelhante, sem recorrer aos venenos da medicina clássica que tantas vezes fazem mal, mesmo curando. Na grande maioria dos casos, o homem pode ser o médico de sua mulher, e esta a médica de seu marido e de seus filhos. (pp. 26-27)

Toda pessoa pode magnetizar

Durville diz que alguns iniciantes podem curar melhor do que alguns magnetizadores profissionais, dependendo do caso. Também afirma que alguns magnetizadores podem enfraquecer o doente ao invés de curá-lo, citando um estranhíssimo caso de um homem que acabava por matar suas esposas sem perceber, através de seu fluido pernicioso (p.28).
Outra interessante afirmação do autor é sobre os sexos e o magnetismo:
o homem cura mais facilmente a mulher, e esta cura melhor um homem que uma mulher, por que a atração que se exerce de um sexo ao outro é maior, mais viva, mais natural. É em virtude dessa lei da Natureza que o homem pode e deve ser o verdadeiro médico de sua mulher, e esta a melhor médica de seu marido, com a condição, bem entendida, de que eles sejam unidos por uma profunda simpatia.

Quais são aqueles que magnetizam melhor?

Para o autor, responder essa questão envolve a observação do trabalho de cada magnetizador. O poder de curar é uma espécie de dom que se manifesta de forma desigual entre as pessoas.

Encerrando o capítulo, ele escreve sobre sua própria experiência inicial com o magnetismo, quando teria descoberto sua vocação e, após estudos demorados, teria elaborado sua teoria e estabelecido uma clientela.


Fonte; http://cristianmacedo.blogspot.com.br/p/artigos.html

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