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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A MEDIUNIDADE DE SANTA BRÍGIDA

O escritor espírita Clóvis Tavares, em seu livro Mediunidade dos Santos*, faz um relato minucioso da mediunidade de Santa Brígida, que esteve reencarnada no período de 1302 a 1373

SEVERINO BARBOSA
A excepcional médium católica, além de dotada de diversas faculdades mediúnicas, tais como vidência, clarividência, xenoglossia, psicofonia e outras, uma se apresentava com destaque especial: a psicografia.
Através dessa última faculdade, os Espíritos escreviam livros e cartas dirigidas não apenas aos bispos, cardeais e papas da Igreja Católica, mas também aos reis e tantas outras autoridades civis e militares da sua época.
Segundo o autor de Mediunidade dos Santos, no auge da chamada Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra, a médium recebeu uma mensagem com expressões severas, de um Espírito que, segundo ela, era o próprio Cristo, dirigida ao Papa Clemente VI, bem como outras mensagens aos reis daquelas duas nações  européias, aconselhando-os a pôr um ponto final no grande conflito entre elas.
Todavia, como se tratava de conselhos em forma de mensagens vindas do outro mundo,  através do processo mediúnico, nem o Papa nem os reis, radicalmente preconceituosos, atenderam  aos apelos da Espiritualidade Superior, embora a médium tenha sido a venerável (depois canonizada) Santa Brígida de Vadstena.
De acordo com Clóvis Tavares, que fundamentou sua obra (reputo-a de boa qualidade doutrinária) em competentes biógrafos daquela santa-médium-católica, um acontecimento curioso envolveu a psicografia de um dos livros mediúnicos da irmã Brígida, ao qual intitulou Sermo Angelicus.
A convite, ela estava em Roma no ano 1350. O Cardeal Hugo de Beaufort, irmão do Papa Clemente VI, ofereceu-lhe hospedagem no palácio da famosa cidade dos Césares. E durante o período de sua permanência na capela do palácio, a médium psicografou grande quantidade de mensagens do outro mundo e sempre confirmava perante os seus superiores hierárquicos que tais mensagens lhe eram ditadas por um anjo.
É bem possível que no início de sua mediunidade Santa Brígida, de sólida formação católica,
atribuísse o fenômeno a outras causas, uma delas, por exemplo, o demônio. Mas não podia ser este, uma vez que as mensagens psicográficas possuíam excelente conteúdo moral, com conselhos para perdoar, esquecer ingratidões, pacificar, tolerar, não se vingar, etc.
Por conseguinte, as comunicações não eram de procedência satânica, porque satanás, sendo a personificação das trevas, simbolicamente falando, não ensina a prática do bem. O demônio, sendo o representante do mal, não passa de árvore má que, conseqüentemente, não produz bons frutos.
Os analistas espíritas, dissecando as potencialidades mediúnicas da madre Santa Brígida, concluíram que ela tem muita semelhança com os médiuns espíritas.
Esse fato, porém, não é de causar surpresa, porque a mediunidade propriamente dita, que é a dita, que é a faculdade natural de qualquer ser humano se comunicar com os habitantes
do mundo invisível, não foi uma descoberta do Espiritismo, nem privilegia os espíritas
com a graça de receberem (apenas eles e ninguém mais) os Espíritos.
Não foi a Doutrina que criou a mediunidade, tampouco Allan Kardec, e menos ainda os espíritas; a faculdade é inerente à criatura humana, tanto quanto a inteligência. E desse modo, todos somos médiuns: católicos, protestantes, umbandistas, judeus, muçulmanos, hindus, fariseus, cristãos, espíritas, materialistas, ateus, crianças, adultos, velhos,mulheres e homens.
Como bem assevera Kardec, em sua obra O Livro dos Médiuns, todas as criaturas humanas possuem os germens da mediunidade, possibilitando-as, assim, a se comunicarem com os habitantes do mundo invisível, que permanentemente nos cercam.
Os biógrafos de Santa Brígida afirmam que, no seu processo de canonização, ela foi chamada, em italiano, de corriere al servizio di un grande signore; traduzindo para o português: “correio a serviço de um grande senhor”. Isto significa dizer, portanto, que a própria Igreja de Roma reconheceu como verdadeiras as faculdades mediúnicas de Santa Brígida.
E não podia ser diferente porque, respeitáveis autoridades do clero, antigas e modernas, sempre manifestaram interesse pelo fenômeno mediúnico. Entre as quais, por exemplo, o Monsenhor Ascânioio Brandão, que obteve expresso consentimento da Igreja para traduzir,
da língua francesa para a portuguesa, uma obra muito interessante, que recebeu o título de
O Manuscrito do Purgatório.
 Esse livro, mediúnico-católico, é composto de grande quantidade de mensagens ditadas por Espíritos perturbados que, quando aqui na Terra, foram autoridades eclesiásticas que não cumpriram com seus deveres religiosos. Tratase de obra mediúnica de grande valor, e a médium psicógrafa foi uma madre que recebeu as mensagens em um convento da França, no período de 1874 a 1890.
O Manuscrito do Purgatório foi publicado pelas Edições Paulinas e tem o parecer do seu tradutor, Monsenhor Ascânio Brandão, que, entre outras coisas, afirma: (...) aparição é uma manifestação do outro mundo, de alguém que nos vem dizer o que lá se passa.
Até parece um espírita!
Temos na própria Bíblia diversos exemplos de mediunidade.
João, autor do quarto Evangelho e médium do Apocalipse, era dotado de várias faculdades mediúnicas. Além de sair do corpo para realizar viagens espirituais, ele era vidente, audiente, clarividente, psicógrafo, etc. Após receber, pela mediunidade, na Ilha de Pátmos, a grande mensagem chamada Apocalipse, disse: Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo. (Apocalipse, 22:8.)
Mais outra afirmativa de João Evangelista: Achei-me em Espírito, no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim grande voz, como de trombeta, dizendo: “O que vês, escreve em livro e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laudicéia”. (Apocalipse, 1:9-11.)
Como se percebe, havia um bom relacionamento entre o médium João e os Espíritos elevados.
A médium católica Santa Brígida, no exercício consciente das suas faculdades mediúnicas, procedia semelhantemente ao apóstolo João Evangelista. Também ela recebeu do Além-túmulo diversas cartas-mensagens e as remeteu aos sete bispos da Suécia.
Através do mesmo processo mediúnico, teve visões e narrou -as em livro, que recebeu o título
de O Livro das Revelações. Essa obra mediúnica católica foi psicografada em língua sueca, cujo texto original se compõe de 14.000 (quatorze mil) palavras; na tradução do idioma sueco para o latim passou para 16.000 (dezesseis mil) palavras.
Santa Brígida era médium tão respeitada no seio da Igreja Católica do seu tempo, que os fiéis a procuravam para, por meio da mediunidade, obter informações sobre os seus parentes desencarnados. Ela correspondia e, além disso, dava instruções de como os parentes deveriam proceder, através de orações, para o alívio dos sofrimentos das criaturas do outro mundo.
Conta-nos também o autor de Mediunidade dos Santos que a médium Santa Brígida, a  despeito da reprovação da maioria das autoridades do clero, os chamados ortodoxos, declarava abertamente e sem rodeios ser porta-voz dos Espíritos. E quando se achava doente, sem condições para psicografar, ditava as mensagens, palavra a palavra, solenemente, ao seu confessor.
Esse fenômeno não é de causar surpresa, porque ocorrência similar experimentaram o profeta Moisés, ao receber os Dez Mandamentos da Lei de Deus, e o profeta Maomé, ao escrever, sob influência espiritual, o Alcorão ou Corão, livro sagrado dos muçulmanos.
Por tudo isso se vê que a mediunidade  mediunidade  meio de comunicação dos Espíritos com os homens  está no contexto da própria Natureza.
Assim, a mediunidade não está absolutamente localizada, ou seja, não é propriedade de ninguém, tampouco é exclusiva de religião ou de doutrina alguma. Porque os Espíritos, onde quer que existam médiuns, se manifestam, tanto nas tendas dos pajés, no seio das tribos mais primitivas, como nas mesquitas dos muçulmanos, nas sinagogas dos judeus, nos templos das religiões orientais, nas igrejas católicas e protestantes, nas casas espíritas, nos terreiros de umbanda, no candomblé, nos recintos e ambientes ateus e materialistas.

Certamente, a médium católica Santa Brígida estava consciente dessa realidade.

Revista Reformador / Março, 2006 / N o 2.124


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