“Existindo no
homem em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas, a vontade tem
servido tanto para curar quanto para aliviar. É lamentável sermos obrigados a
constatar que, também, foi a fonte de muitos males, mas é uma das consequências
do abuso que, muitas vezes, o ser faz do livre arbítrio. A vontade desenvolve o
fluido, seja animal, seja espiritual, porque, como sabeis agora, há vários
gêneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal e o magnetismo
espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro
gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e
desinteressada dirige a Deus.
A vontade
muitas vezes foi mal compreendida. Em geral aquele que magnetiza não pensa
senão em manifestar sua força fluídica, derramar o seu próprio fluido sobre o
paciente submetido aos seus cuidados, sem se preocupar se há ou não uma
Providência que se interesse pelo caso tanto ou mais que ele. Agindo só não
pode obter senão o que a sua força, sozinha, pode produzir, ao passo que os
médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e a reconhecer que, por si
mesmos, nada podem. Fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação;
então, confessando-se demasiado fracos, Deus, em sua solicitude, lhes envia
poderosos socorros, que o primeiro não pode obter, já que se julga suficiente
para a obra empreendida. Deus sempre recompensa a humildade sincera,
elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que envia são os
Espíritos bons, que vêm penetrar o médium de seu fluido benfazejo, o qual é
transmitido ao doente. Também é por isto que o magnetismo empregado pelos
médiuns curadores é tão potente e produz essas curas classificadas de
miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado
sobre o médium; enquanto o magnetizador ordinário se esgota, muitas vezes
inutilmente, em dar passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador
pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos Espíritos bons. Mas
esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção.”
Mesmer (Médium:
Sr. Albert)
JORNAL VÓRTICE
ANO V, n.º 07 - dezembro – 2012