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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ESPIRITISMO – 155 ANOS




Jesus, quando viu que estava próxima a Sua partida, chamou os discípulos e lhes disse: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis compreender agora; quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”.
Judas Tadeu, Seu discípulo, então lhe perguntou: “Como se manifestará para que possamos saber?”.  Jesus respondeu: Se alguém me ama guardará a minha palavra, mas o Consolador, o Espírito da Verdade a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. E o meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros; nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.
Assim surgiu o Espiritismo, o Espírito da Verdade, em 18 de abril de 1857, data do lançamento da primeira edição de O Livro dos Espíritos, como anunciou Jesus, no momento em que a humanidade já podia entender as explicações devidas.

Simbolizado como um triângulo de forças espirituais nos seus três aspectos diferentes: ciência, filosofia e religião, desfraldando a bandeira “fora da caridade não há salvação”, veio para dar a interpretação coerente do evangelho, para tirar o véu da letra, que no dizer do apóstolo Paulo “a letra mata, mas o espírito vivifica”.
O Espiritismo é possuidor das chaves para o acesso a esse tesouro divino, que são: a imortalidade da alma; a comunicabilidade do mundo material com o mundo espiritual; a pluralidade dos mundos habitados; a reencarnação; o perispírito, etc., porque o evangelho esteve enclausurado durante séculos, aguardando o tempo propício para sua floração.

Quando Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo, na questão de número 625, de O Livro dos Espíritos, recebeu a resposta sintética, a menor do Espiritismo e a de maior grandeza: Jesus.
E Allan Kardec, comentando essa questão escreveu: “Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo Ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava”.
É baseado em Seu mandamento de amor que o Espiritismo apresenta a caridade como brilhante divino. A caridade consciente, pois provém de uma fé raciocinada, como está exarado no frontispício de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da humanidade”.

A caridade, não só de dar coisas, mas, a essencial, como as Entidades Sublimadas responderam a Allan Kardec quando ele interrogou: “Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?”_ “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
O amor é o mandamento maior, que, posto em ação, se transforma em caridade, a lei áurea instituída por Jesus: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles, porque esta é a lei e os profetas”.

A missão do Espiritismo é a de tornar o homem melhor, interpretando o evangelho e revelando muitas coisas que não puderam ser reveladas.
Disse o insigne Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns: “Aplique o homem o Espiritismo em aperfeiçoar-se moralmente, eis o essencial. O mais não passa de curiosidade estéril e muitas vezes orgulhosa, cuja satisfação não o faria adiantar um passo. O único meio de nos adiantarmos consiste em nos tornarmos melhores”.

“Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz que aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser espírita, se continua avarento; ao orgulhoso, se se conserva cheio de si; ao invejoso, se permanece dominado pela inveja?”... “A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que aí é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma era nova para a humanidade”.
O momento atual é de aferição de valores, hora de colocar a sonda da investigação no mundo interior para desbravar esse gigante adornado de ilusões que teima em lamentar, reclamar, criticar e achar desculpas para os erros cometidos.

A sábia e amorosa orientação de Santo Agostinho, mostrando como fez para conhecer-se a si mesmo, é de importância fundamental: “Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma”.

Sigamos com Jesus e Kardec na luta cotidiana, amando, compreendendo e perdoando sempre , espargindo onde estivermos, a energia para a construção de um mundo melhor, sem preconceitos de espécie alguma, tolerando as imperfeições dos outros e esforçando para vencer as nossas más tendências, cumprindo a nossa missão principal: EVOLUIR.

Muita paz!
Por  Itair Ferreira
Fonte; http://www.correioespirita.org.br/