Jesus, quando viu
que estava próxima a Sua partida, chamou os discípulos e lhes disse: “Tenho
ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis compreender agora; quando vier,
porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não
falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas
que hão de vir”.
Judas Tadeu, Seu
discípulo, então lhe perguntou: “Como se manifestará para que possamos
saber?”. Jesus respondeu: Se alguém me ama guardará a minha palavra, mas
o Consolador, o Espírito da Verdade a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. E o
meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros; nisto conhecerão todos que
sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.
Assim surgiu o
Espiritismo, o Espírito da Verdade, em 18 de abril de 1857, data do lançamento
da primeira edição de O Livro dos Espíritos, como anunciou Jesus, no
momento em que a humanidade já podia entender as explicações devidas.
Simbolizado como um
triângulo de forças espirituais nos seus três aspectos diferentes: ciência,
filosofia e religião, desfraldando a bandeira “fora da caridade não há
salvação”, veio para dar a interpretação coerente do evangelho, para tirar o
véu da letra, que no dizer do apóstolo Paulo “a letra mata, mas o espírito vivifica”.
O Espiritismo é
possuidor das chaves para o acesso a esse tesouro divino, que são: a
imortalidade da alma; a comunicabilidade do mundo material com o mundo
espiritual; a pluralidade dos mundos habitados; a reencarnação; o perispírito,
etc., porque o evangelho esteve enclausurado durante séculos, aguardando o
tempo propício para sua floração.
Quando Allan Kardec
perguntou aos Espíritos Superiores qual o tipo mais perfeito que Deus tem
oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo, na questão de número 625,
de O Livro dos Espíritos, recebeu a resposta sintética, a menor do
Espiritismo e a de maior grandeza: Jesus.
E Allan Kardec,
comentando essa questão escreveu: “Para o homem, Jesus constitui o tipo da
perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece
como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da
lei do Senhor, porque, sendo Ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra,
o Espírito Divino o animava”.
É baseado em Seu
mandamento de amor que o Espiritismo apresenta a caridade como brilhante
divino. A caridade consciente, pois provém de uma fé raciocinada, como está
exarado no frontispício de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Fé inabalável só
o é a que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da
humanidade”.
A caridade, não só
de dar coisas, mas, a essencial, como as Entidades Sublimadas responderam a
Allan Kardec quando ele interrogou: “Qual o verdadeiro sentido da palavra
caridade, como a entendia Jesus?”_ “Benevolência para com todos, indulgência
para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
O amor é o
mandamento maior, que, posto em ação, se transforma em caridade, a lei áurea
instituída por Jesus: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam,
assim fazei-o vós também a eles, porque esta é a lei e os profetas”.
A missão do
Espiritismo é a de tornar o homem melhor, interpretando o evangelho e revelando
muitas coisas que não puderam ser reveladas.
Disse o insigne
Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns: “Aplique o homem o Espiritismo em
aperfeiçoar-se moralmente, eis o essencial. O mais não passa de curiosidade
estéril e muitas vezes orgulhosa, cuja satisfação não o faria adiantar um
passo. O único meio de nos adiantarmos consiste em nos tornarmos melhores”.
“Que importa crer
na existência dos Espíritos, se essa crença não faz que aquele que a tem se
torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais
humilde e paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser espírita, se
continua avarento; ao orgulhoso, se se conserva cheio de si; ao invejoso, se
permanece dominado pela inveja?”... “A bandeira que desfraldamos bem alto é a
do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a
ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por
compreenderem que aí é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem
pública, o sinal de uma era nova para a humanidade”.
O momento atual é
de aferição de valores, hora de colocar a sonda da investigação no mundo interior
para desbravar esse gigante adornado de ilusões que teima em lamentar,
reclamar, criticar e achar desculpas para os erros cometidos.
A sábia e amorosa
orientação de Santo Agostinho, mostrando como fez para conhecer-se a si mesmo,
é de importância fundamental: “Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao
fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e
perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo
para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em
mim precisava de reforma”.
Sigamos com Jesus e
Kardec na luta cotidiana, amando, compreendendo e perdoando sempre , espargindo
onde estivermos, a energia para a construção de um mundo melhor, sem
preconceitos de espécie alguma, tolerando as imperfeições dos outros e
esforçando para vencer as nossas más tendências, cumprindo a nossa missão
principal: EVOLUIR.
Muita paz!
Por Itair
Ferreira
Fonte; http://www.correioespirita.org.br/