Em dezembro de 1847 uma
família metodista de nome Fox alugou uma casa em vilarejo típico de New York
chamado Hydesville. Nessa família havia duas filhas de nome Margaret de 14 anos
e Kate, de 11 anos. Em 1848 surgiram na casa ruídos, arranhões, batidas, sons semelhantes
ao arrastar de móveis que não deixava as meninas dormir, a não ser no quarto de
seus pais. Tão vibrantes eram esses sons que as camas tremiam e moviam-se. As
irmãs Fox iniciaram o diálogo com o espírito batedor, fato este que passou a
história do Espiritismo como o episódio de Hydesville.
Passado esse acontecimento no
qual as meninas ficaram conhecidas, estas iniciaram sessões em New York e em
outros lugares, triunfando em cada ensaio a que eram submetidas. Durante esses
atos de mediunidade pública, em que provocavem indignação as moças entre
pessoas que não tinham a menor idéia do significado religioso dessa nova
revelação, entre aqueles cujo interesse estava na esperança de vantagens
materiais, as irmãs estiveram expostas ás enervantes influências das sessões
promíscuas de tal maneira que nenhum espírita conhcedor da problemática ousaria
assim proceder. Na quela ocasião os perigos de tais práticas não eram tão
notados quanto agora, nem ao povo ocorria que não era possível que espíritos
elevados baixassem à terra para dar conselhos acerca das ações das estradas de
ferro ou soluções para os casos amorosos. Contra a sua formação moral das quais
jamais houve qualquer suspeita, mas elas tinham enveredado por um caminho que
conduz a degeneração da mente e do caráter, embora só muitos anos mais tarde
tivessem manifestado os mais sérios efeitos.
Em 1852, o Dr. Elisha Kane, de
origem puritana pois considerava a Bíblia como a última e definitiva palavra de
inspiração divina, encontra Margaret e com ela veio a casar-se. Kane estava
convencido de que a jovem estava envolvida em fraude e nas cartas que lhe
enviava a acusava continuamente de viver em erro e hipocrisia. Kane estava
convencido de que a irmã mais velha de Margaret, Leah, visando fins lucrativos
estava explorando a fraude.
O casamento durou até 1857,
ocasião em que a viúva, então se assinando Mrs. Fox-Kane, abjurou os fenômenos
por algum tempo e foi recebida na Igreja Católica Romana. Em 1871, depois de
mais de 2O anos de trabalho exaustivo, ainda as encontramos recebendo
entusiástico apoio e admiração de muitos homens e senhoras importantes da
época. Só depois de 4O anos de trabalhos públicos é que se manifestaram
condições adversas em suas vidas. Foi em 1871 que, graças a generosidade de Mr.
Charles Livermore, eminente banqueiro de New York, Kate Fox visitou a
Inglaterra. Era um sinal de gratidão do banqueiro pela consolação que havia
recebido de sua força maravilhosa e um apoio para o progresso do Espiritismo.
Ele proveu todas as suas necessidades e assim evitou que ela tivesse de
recorrer ao trabalho remunerado.
A visita de Fox à Inglaterra
evidentemente foi considerada como uma missão. A recém-chegada iniciou suas
sessões logo depois do seu desembarque. Numas das primeiras, um representante
de "The Times" esteve presente e publicou um relato da sessão,
realizada em conjunto com D. D. Home, grande amigo da médium. Isto se lê num
artigo sob o título "Espiritismo e Ciência" que ocupou 3 colunas e
meia em tipo saliente. O representante de The Time diz que Miss Fox o levou até
a porta da sala, convidou-o a ficar de pé a seu lado e segurou-lhe as mãos, o
que ele fez, "quando foram ouvidos fortes golpes, que pareciam ser das
paredes e como se fossem dadas com os punhos. Os golpes eram repetidos a pedido
nosso, qualquer número de vezes".
A 14 de dezembro de 1872 Miss
Fox casou-se com Mr. H. D. Jencken, um advogado londrino, autor de um
"Compêndio de Direito Romano Moderno", e secretário geral honorário
da Associação para a Reforma e Codificação do Direito Internacional. Foi ele um
dos primeiros espíritas da Inglaterra. Assim relata Crookes, um encontro com
Miss Fox, quando as únicas pessoas presentes era ele, sua senhora, uma parenta
e a médium. "Eu segurava ambas as mãos da médium numa das minhas mãos,
enquanto seus pés estavam sobre os meus. Havia papel sobre a mesa em nossa
frente e eu tinha um lápis na mão livre. Uma luminosa mão desceu do alto da
sala e, depois de oscilar perto de mim durante alguns segundos, tomou o lápis
de minha mão e escreveu rapidamente numa folha de papel, largou o lápis e
ergueu-se sobre nossas cabeças, dissolvendo-se gradativamente na
escurid±o". Muitos outros observadores descrevem fenômenos similares com a
mesma médium em várias ocasiões. Os detalhes das sessões poderiam encher um
volume.
É opinião do Prof. Butlerof da
Universidade de São Petersburgo que, depois de investigar os poderes da médium
em Londres, escreveu em The Spiritualist em 1876: "De tudo quanto me foi
possível observar em presença de Mrs. Fox, sou levado a conclusão de que os
fenômenos peculiares a esse médium são de natureza fortemente objetiva e convincente
e que, penso, seriam suficientes para levar o mais pronunciado cíptico, desde
que honesto, a rejeitar a ventriloquia, a ação muscular e semelhantes
explicações dos fenômenos".
Mr. Jencken morreu em 1881
deixando a viúva com duas filhas. Margaret tinha se juntado a irmã Kate em 1876
e permanceram juntas por alguns anos, até que ocorreu o lamentável incidente
envolvendo a família. Parece que houve uma discussão amarga entre a irmã mais
velha, Leah e as duas moças. É provável que Leah tivesse sabido que havia então
uma tendência para o alcoolismo e tivesse feito uma intervenção com mais força
do que tato... Alguns espíritas também interferiram e deixaram as 2 irmãs meio
furiosas, pois tinha sido sugerido que os 2 filhos de Kate fossem separados dela.
Procurando uma arma - uma arma qualquer - com a qual pudessem ferir aqueles a
quem tanto odiavam, parece que lhes ocorreu - ou, de acordo com o seu
depoimento posterior, que lhes foi sugerido sob promessa de vantagens
pecuniárias - que se elas injuriassem todo o culto, confessando que fraudavam,
iriam ferir a Leah e a todos os confrades no que tinham de mais sensível.
Ao paroxismo da excitação
alcoólica e da raiva juntou-se o fanatismo religioso, pois Margaret tinha sido
instruída por alguns dos principais espíritos da Igreja de Roma, e convencida -
como também ocorreu com Home durante algum tempo - que suas próprias forças
eram maléficas, no que ficou reduzida a um estado vizinho da loucura. Antes de
deixar Londres, escreveu ao New York Herald denunciando o culto, mas
sustentando numa frase que as batidas "eram a única parte dos fenômenos
digna de registro". Chegando a New York, onde, conforme sua subsequente
informação, deveria receber certa quantia pela sensacional declaração prometida
ao jornal, teve uma verdadeira explosão de ódio contra sua irmã mais velha.
Posteriormente, um ano após o
escândalo de Margaret, esta fez extensa entrevista à imprensa de New York
denunciando a tentação do dinheiro e admitindo haver dito falsidades contra os
Espíritos pelos mais baixos motivos. "Praza Deus" - disse ela com voz
trêmula de intensa excitação - "que eu possa desfazer a injustiça que fiz
à causa do Espiritismo quando, sob intensa influência psicológica de pessoas
inimigas dele, fiz declarações que não se baseiam nos fatos". Mais adiante
pergunta o entrevistador. "Havia alguma verdade nas acusações que a
senhora fez ao Espiritismo?" - "Aquelas acusações eram falsas em
todas as minúncias. Não hesito em dizê-lo... Não. Minha crença no Espiritismo
não sofreu mudanças. Quando fiz aquelas terríveis declarações não era
responsável por minhas palavras".
Tanto Kate quanto Margaret
morreram no começo do último decênio do século e seu fim foi triste e obscuro.
Todavia, as idéias espíritas dissiminadas através de seus feitos, ora através
do cansativo alfabeto das batidas, ora por eventos espetaculares cuja causa era
a mediunidade de ambas, prepararam o terreno para a codificação, que se
seguiria sob a diretriz do Espírito da Verdade e a coordenação segura de Allan
Kardec.
http://www.feparana.com.br/
Leitura
Recomendada;
BIOGRAFIA
- CHICO XAVIER - Traços biográficos - Nascimento - Sua iniciação espírita (NOVO)
BIOGRAFIA
- FRANÇOIS FÉNELON (1651-1715)
BIOGRAFIA
- ARTHUR CONAN DOYLE
BIOGRAFIA
- LEOPOLDO MACHADO
BIOGRAFIA
- LUIZ OLYMPIO TELLES DE MENEZES
BIOGRAFIA
- DR. ADOLFO BEZERRA DE MENEZES
BIOGRAFIAS
- ALGUNS VULTOS ESPÍRITAS DO BRASIL
BIOGRAFIA
- ANÁLIA FRANCO
BIOGRAFIA
- CAÍRBAR DE SOUZA SCHUTEL
BIOGRAFIA - WILLIAM
CROOKES
BIOGRAFIA
- MARQUÊS DE PUYSÉGUR (1751-1825)
BIOGRAFIA
- CHARLES LAFONTAINE
BIOGRAFIA
- DEOLINDO AMORIM - O FILÓSOFO E DIDATA DO ESPIRITISMO
BIOGRAFIA
- CESAR LOMBROSO CIENTISTA ESPIRITA
BIOGRAFIA - JOHN ELLIOTSON
(1791 - 1868)
BIOGRAFIA - LOUIS ALPHONSE
CAHAGNET
BIOGRAFIA
- ERNESTO BOZZANO
BIOGRAFIA
- CAMILLE FLAMMARION
BIOGRAFIA
- LÉON DENIS
BIOGRAFIA
- ALEXANDRE AKSAKOF - O GIGANTE DA LITERATURA ESPÍRITA
BIOGRAFIA
- GABRIEL DELANNE
BIOGRAFIA
- EURÍPEDES BARSANULFO: "HOMEM MAGNÉTICO"
BIOGRAFIA
- O SÁBIO FRANÇOIS DELEUZE (1753 -1835)
BIOGRAFIA
- BARÃO DU POTET (1796 – 1881)
BIOGRAFIA
- MEIMEI (IRMA DE CASTRO ROCHA)
BIOGRAFIA
- IRMÃ SCHEILLA
BIOGRAFIA
- FRANCISCA JÚLIA SILVA POR CHICO XAVIER
BIOGRAFIA
- A VIDA E A OBRA DE ALLAN KARDEC
BIOGRAFIA
- AUTA DE SOUZA
BIOGRAFIA
- MIRIAM - ESPÍRITO ALIMENTADO PELAS PROFECIAS DE ISRAEL
BIOGRAFIA
- CESAR LOMBROSO
BIOGRAFIA
- CARLOS JULIANO TORRES PASTORINO (1910 - 1980)
BIOGRAFIA
- JOANNA DE ÂNGELIS
BIOGRAFIA
- IRMÃO X
BIOGRAFIA
- MADRE TERESA DE CÁLCUTA
BIOGRAFIA
- MARIA DOLORES
BIOGRAFIA
- CORINA NOVELINO
BIOGRAFIA
- ZILDA GAMA
BIOGRAFIA
- MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA
BIOGRAFIA
- YVONNE DO AMARAL PEREIRA
BIOGRAFIA
- A VIDA E A OBRA DE ALLAN KARDEC
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/09/a-vida-e-obra-de-allan-kardec.html