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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

OBSESSÃO E AUXÍLIO


OBSESSÃO E AUXÍLIO


A obsessão se caracteriza pela ação de entidades espirituais inferiores sobre o psiquismo humano.
Kardec distinguiu, em suas pesquisas, três graus do processo obsessivo: obsessão simples, subjugação e fascinação. No primeiro grau a infestação espiritual atinge a mente causando perturbações mentais; no segundo grau amplia-se aos centros da afetividade e da vontade, afetando os sentimentos e o sistema psicomotor, levando o obsedado a atitudes e gestos estranhos e tiques nervosos; no terceiro grau afeta a própria consciência da vítima, desencadeando processos alucinatórios.

As causas da obsessão decorrem de vários fatores, dos quais os mais frequentes são: problemas reencarnatórios, tendências viciosas, egoísmo excessivo, ambições desmedidas, aversão a certas pessoas, ódio, sentimentos de vingança, futilidade, vaidade exagerada, apego ao dinheiro e assim por diante. Essas disposições da criatura atraem espíritos afins que a envolvem e são aceitos por ela como companheiros invisíveis. Os Espíritos obsessores não são os únicos culpados da obsessão. Geralmente o maior culpado é a vítima.

Na Antiguidade a obsessão era tratada com violência. As práticas do exorcismo, até hoje vigentes no Judaísmo e no Catolicismo, destinam-se a afastar o demônio de maneira agressiva e violenta. No Espiritismo o método empregado é o da persuasão progressiva do obsessor e do obsedado. É o que se chama de doutrinação, ou seja, esclarecimento de ambos à luz da Doutrina Espírita. Não se usa nenhum ingrediente especial. Emprega-se apenas a prece e a conversação persuasiva. Esclarecido o obsedado, atinge-se o obsessor, que ficam, por assim dizer, vacinados contra novas ocorrências obsessivas.

O tratamento mediúnico não segue uma regra única. Varia de acordo com a natureza dos casos e as condições psicológicas específicas dos pacientes. Todo tratamento mediúnico deve ser gratuito, segundo a prescrição de Kardec, pois depende estritamente do auxílio espiritual. Os Espíritos não cobram por seus serviços e não gostam que cobrem por eles. Os que não compreendem isso, deixando-se levar pela ganância, acabam fatalmente subjugados pelos Espíritos inferiores. Como assinalava Kardec, o desprendimento dos interesses terrenos é a primeira condição do interesse dos Espíritos superiores pelo nosso esforço em favor do próximo.

Do livro “Obsessão, o passe, a doutrinação”
J. Herculano Pires

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

CUIDADO DOS DIRIGENTES DE CENTROS


       CUIDADO DOS DIRIGENTES DE CENTROS
         EM FACE DAS CONFUSÕES DOUTRINÁRIAS

Duas espécies de confusões: as intencionais e as
inocentes — Confusões de origem mediúnica — O caso de Ramatis.

J. HERCULANO PIRES

O Infinito e o Finito. Artigo 36.

Faz-se, em geral, muita confusão a propósito de Espiritismo. Há confusões intencionais, promovidas por elementos interessados em combater a propagação inevitável da Doutrina, e há confusões inocentes, feitas por pessoas de reduzido conhecimento doutrinário. As primeiras, as intencionais, não seriam funestas, porque facilmente identificáveis quanto ao seu objetivo, se não houvesse confusões inocentes, que preparam o terreno para aquelas explorações.

Os Centros Espíritas têm um grande papel a desempenhar na luta pelo esclarecimento do povo, devendo promover constantes programas de combate a todas as formas de confusão doutrinária. Por isso mesmo, devem ser dirigidos por pessoas que conheçam a Doutrina, que a estudem incessantemente e que não se deixem levar por sugestões estranhas. Quando os dirigentes de Centro não se sentirem bastante informados dos princípios doutrinários, devem revestir-se, pelo menos, da humildade suficiente para recorrerem aos conselhos de pessoas mais esclarecidas e à leitura de textos orientadores.

Há um pequeno livro de Kardec que muitos dirigentes desprezam, limitando-se a aconselhar a sua leitura aos leigos e principiantes: exatamente “O Principiante Espírita”. Esse livrinho é precioso orientador doutrinário, que os dirigentes devem ler sempre. Outro pequeno volume aconselhável é “O Que É o Espiritismo”, também de Kardec. Principalmente agora, nesta época de confusões que estamos atravessando, os dirigentes de Centros, Grupos Familiares e demais organizações doutrinárias, deviam ter esses livros como leitura diária, obrigatória.

Além das confusões habituais entre Umbanda e Espiritismo, Esoterismo, Teosofia, Ocultismo e Espiritismo, há outras formas de confusão que vêm sendo amplamente espalhadas no meio espírita. São as confusões de origem mediúnica, oriundas de comunicações de espíritos que se apresentam como grandes instrutores, dando sempre respostas e informações sobre todas as questões que lhes forem propostas. Um exemplo marcante é o de Ramatis, cujas mensagens vêm sendo fartamente distribuídas. Qualquer estudioso da Doutrina percebe logo que se trata de um espírito pseudo-sábio, segundo a “escala espírita” de Kardec. Não obstante, suas mensagens estão assumindo o papel de sucedâneos das obras doutrinárias, levando até mesmo oradores espíritas a fazerem afirmações ridículas em suas palestras, com evidente prejuízo para o bom conceito do movimento espírita.

Não é de hoje que existem mensagens dessa espécie. Desde todos os tempos, espíritos mistificadores, os falsos profetas da erraticidade, como dizia Kardec, e espíritos pseudo-sábios, que se julgam grandes missionários, trabalham, consciente ou inconscientemente, na ingrata tarefa de ridicularizar o Espiritismo. Mas a responsabilidade dos que aceitam e divulgam essas mensagens não é menor do que a dos espíritos que as transmitem. Por isso mesmo, é necessário que os confrades esclarecidos não cruzem os braços diante dessas ondas de perturbação, procurando abrir os olhos dos que facilmente se deixam levar por elas.

O Espiritismo é uma doutrina de bom senso, de equilíbrio, de esclarecimento positivo dos problemas espirituais, e não de hipóteses sem base ou de suposições imaginosas. As linhas seguras da Doutrina estão na Codificação Kardeciana. Não devemos nos esquecer de que a Codificação representa o cumprimento da promessa evangélica do Consolador, que veio na hora precisa. Deixar de lado a Codificação, para aceitar novidades confusas, é simples temeridade. Tanto mais quando essas novidades, como no caso de Ramatis, são mais velhas do que a própria Codificação.