Nasceu
Delphine Gay em Aix-La-Chapelle em 26 de janeiro de 1804, o mesmo ano do
Codificador e desencarnou na capital francesa em 29 de junho de 1855.
Foi
poetisa que freqüentou os salões de Mme Récamier. Casou-se com Émile de
Girardin, jornalista e político francês, passando então a ser conhecida como
sra. Émile de Girardin.
Ela
mesma se tornou jornalista, após o casamento em 1831, escrevendo no jornal La
Presse no período de 1836 a 1848, sob o pseudônimo de visconde de Launay,
interessantes crônicas da sociedade do tempo de Luís Filipe. Essas crônicas ficaram
conhecidas como cartas parisienses.
Publicou
também romances, tragédias e comédias. Era, positivamente, grande médium
inspirada.
Personalidade
muito conhecida no meio poético, freqüentando os salões literários onde se
reuniam as celebridades do momento, muito natural que ela tomasse contato com
as mesas girantes.
Desde
o primeiro contato com as mesas ela se convenceu da veracidade das
manifestações. Teve oportunidade de se encontrar com o professor Rivail
pessoalmente. Possivelmente, em alguma das reuniões que ele freqüentava, nas
suas pesquisas em torno dos fenômenos que assombravam Paris.
Amiga
pessoal de Victor Hugo, os acontecimentos políticos do ano de 1851 e o exílio
de seus amigos a marcaram de forma cruel.
Fiel
à amizade ela decidiu levar conforto moral aos pobres proscritos. Lançou-se ao
mar e em 6 de setembro de 1853 desembarcou em Jersey, uma pequena ilha de 116
quilômetros quadrados.
O
cansaço a tomava por inteiro. A viagem foi excessivamente fatigante. Diga-se de
passagem: ela já se encontrava doente. O câncer a devorava.
Dinâmica,
contudo, ela não se deixava abater em demasia. Um pouco triste e melancólica,
mas igualmente feliz por rever seus amigos, ela reencontrou Victor Hugo e a
família.
À
hora do jantar, narrou as notícias de Paris, no intuito de trazer um pouco da
pátria para os exilados. Com entusiasmo se referiu às mesas girantes. Na
pequena ilha de Jersey algumas tentativas tinham sido feitas, sem sucesso.
Delphine,
sem aguardar a sobremesa, saiu em busca de uma mesa pequena, redonda. As
sessões foram longas e cansativas. Parecem não ter tido sucesso nos primeiros
cinco dias.
Victor
Hugo, cético, aderiu às reuniões somente para não desgostar a amiga.
Finalmente, no domingo, 11 de setembro, a concentração, o silêncio foram
recompensados. Uma comunicação aconteceu. Uma comunicação que mudaria os rumos
da vida do grande poeta francês. Quem se comunicou, através da mesa foi nada
mais, nada menos que sua filha Leopoldine. Sua amada filha, morta durante a
lua-de-mel, afogada em um lago, num passeio de barco com o marido.
Em
"O Evangelho segundo o espiritismo" o espírito de Delphine de
Girardin assina a mensagem "A desgraça real" no capítulo V (Bem
aventurados os aflitos), item 24.
Fontes
de consulta:
Mutigny, Jean de. Victor Hugo et le spiritisme.
Enciclopédia
Mirador Internacional
Jornal Mundo Espírita - Janeiro de 2000
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