terça-feira, 9 de setembro de 2014

EXPOENTES DA CODIFICAÇÃO JOÃO MARIA VIANNEY - O CURA D'ARS

 João Maria Vianney nasceu em 8 de maio de 1786 em Dardilly, aldeia a dez quilômetros ao norte de Lyon. Foi o quarto filho do casal Mateus e Maria Vianney, que tiveram 7 filhos.

Desde os quatro anos, ele gostava de freqüentar a Igreja. Quando isso se tornou impossível, pelas perseguições que o Estado desencadeou, ele fazia suas orações habituais, todas as tardes, na casa dos pais.

Quando foi aberta uma escola, Vianney, adolescente a freqüentou durante dois invernos, porque ele trabalhava no campo sempre que o tempo permitia. Foi então que aprendeu a ler, escrever, contar e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional.

Foi na escola que se tornou amigo do padre Fournier, e aos poucos foi crescendo nele o desejo de se tornar sacerdote. Foi necessário muita insistência, pois o pai, de forma alguma, desejava dispensar braços fortes de que a terra necessitava.

Aos 20 anos ele seguiu para Écully, na casa de seu tio Humberto. Sabia ler, mas escrevia e falava francês muito mal. Além de aprimorar a língua pátria, precisou aprender latim, pois na época os estudos para o sacerdócio eram feitos em latim, bem assim toda a celebração litúrgica.

Em 28 de maio de 1811, com 25 anos de idade, na catedral Saint-Jean tornou-se clérigo de diocese. Por ter fama de ignorante perante os superiores, foi-lhe confiada a paróquia de Ars-en _Dombes, ou talvez porque lhe conhecessem a grandeza de alma.Em Ars, não havia pobres, só miseráveis.

João Maria Vianney chegou a Ars em uma sexta-feira, 13 de fevereiro de 1818. Veio em uma carroça trazendo alguns móveis e utensílios domésticos, alguns quadros piedosos e seu maior tesouro: sua biblioteca de cerca de trezentos volumes.

Conta-se que encontrou um pequeno pastor a quem pediu que lhe indicasse o caminho. A conversa foi difícil, pois o menino não falava francês e o dialeto de Ars diferia do de Écully. Mas acabaram por se compreenderem.

A tradição narra que o novo pároco teria dito ao garoto: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu."Um pequeno monumento de bronze à entrada da aldeia lembra esse encontro.

Ele mesmo preparava suas refeições. Apenas dois pratos: umas vezes, batatas, que punha para secar ao ar livre. Outras vezes, "mata-fomes", grandes bolos de farinha de trigo escura. Um pouco de pão e água. Era o suficiente. Comia pouco.Quando lhe davam pão branco, trocava pelo escuro e distribuía o primeiro aos pobres.

Dizia: "Tenho um bom físico. Depois de comer não importa o quê e de dormir duas horas, estou pronto para recomeçar."

O que mais ele valorizava era a caridade e a gentileza. Grandes somas ele dispendia auxiliando os seus paroquianos. Dinheiro que vinha da pequena herança de seu pai, que lhe enviara seu irmão Francisco e de doações de pessoas abastadas, a quem ele sensibilizava pela palavra e dedicação.

Por volta de 1830, era muito grande o afluxo de pessoas que se dirigia a Ars. Os peregrinos não tinham outro objetivo senão ver o pároco e, acima de tudo, poder confessar-se com ele. Para conseguir, esperavam horas...às vezes, a noite inteira.

Esse pároco que dormia o mínimo para atender a todos, madrugada a dentro. Que vivia em extrema pobreza e austeridade, vendendo móveis , roupas e calçados seus para dar a outrem.

Comovia-se com a dor alheia. Quando se punha a ouvir os penitentes que o buscavam, mais de uma vez derramava lágrimas como se estivesse chorando por si próprio. Dizia: "Eu choro o que vocês não choram."

Tanto trabalho, pouca alimentação e repouso, foram cansando o velho Cura. Ele desejava deixar a paróquia para um pouco de descanso. Mas os homens e mulheres da aldeia fizeram tal coro ao seu redor, que ele resolveu permanecer.

Ele, que em sua juventude, fora ágil, agora andava arrastando os pés. Nos dias de inverno, sentia muito frio.

Em 1859, numa quinta feira do mês de agosto, dia 4, às duas da madrugada, ele desencarnou tranqüilamente.

Dois dias antes, já bastante debilitado fora visto a chorar. Perguntaram-lhe se estava muito cansado.

"Oh, não", respondeu. "Choro pensando na grande bondade de Nosso Senhor em vir visitar _nos nos últimos momentos."

João Maria Vianney comparece na Codificação com uma mensagem em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo VIII, item 20, intitulada "Bem-aventurados os que têm fechados os olhos", onde demonstra a humildade de que se revestia, o conceito que tinha das dores sobre a face da Terra e o profundo amor ao Senhor da Vida.

Fonte: Joulin, Marc. João Maria Vianney, o cura d'Ars. PAULINAS, 1990.
Kardec, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. FEB, 198

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COMO ENTENDER A ORTODOXIA - PARTE I

Nelson Costa da Silva

A ignorância dos Princípios – O caminho filosófico – O crítico sério – O conceito da ortodoxia Espírita – Espíritas-espiritualistas – 
A defesa da coerência doutrinária

Segundo Allan Kardec, “a experiência nos confirma todos os dias que as dificuldades e as decepções que encontramos na prática do Espiritismo - doutrina fundada sobre a crença na existência dos Espíritos e em suas manifestações - têm sua origem na ignorância dos princípios dessa ciência.”
O Espiritismo, mesmo que alguns neguem, fez grandes progressos desde a sua divulgação para a humanidade, mas o seu maior progresso se fez a partir do momento que entrou no caminho filosófico e passou a ser apreciado por pessoas esclarecidas.

O Espiritismo não se solidariza com as extravagâncias que são cometidas em seu nome, assim também como dizia A.Kardec “como a verdadeira ciência não o é com os abusos da ignorância nem a verdadeira religião não o é com os excessos do fanatismo”.

O Espiritismo, abordando as questões mais graves da filosofia em todos os ramos da ordem social, compreendendo ao mesmo tempo o homem físico e o homem moral, é por si só toda uma ciência e uma filosofia que não se apreende em algumas horas, como qualquer outra ciência.

É crítico sério do Espiritismo e, por seus seguidores, assim considerado, somente aquele que tenha visto tudo, estudando e se aprofundando com paciência e perseverança, qualidades essas próprias de um observador consciencioso. Que demonstrasse o seu saber sobre o assunto, de idêntica forma que os mais esclarecidos dos seus seguidores e estudiosos o fizesse e, ainda assim, que tivesse alcançado os seus conhecimentos em outros lugares que não nos romances. Seria aquele a quem não se poderia apresentar nenhum postulado que ele não conhecesse, e tampouco qualquer argumento que deixasse de passar pela sua meditação. Que contestasse a base da Doutrina dos Espíritos não por meras negações ou inserções contraditórias, maculando a lógica e o crivo da razão na doutrina apresentados, mas que pudesse comprovar, enfim, causas mais lógicas daquelas que o Espiritismo apresenta.

Esse crítico ou esse inovador ainda está por vir. Se vier.

Sendo o Espiritismo toda uma ciência e toda uma filosofia, para que alguém possa conhecê-lo seriamente, a primeira condição é a dedicação a um estudo sério e compenetrado; não pode ser aprendido por curiosidade ou brincadeira. O Espiritismo aborda todas as questões que interessam aos humanos, tem um campo imenso de ensinamentos e é nas conseqüências que deve ser mais bem examinado. Crer nos Espíritos não é suficiente para autoproclamar-se espírita esclarecido.

Quando se menciona a palavra ortodoxia, está-se referindo a um conceito pronto e acabado dentro dos seus fundamentos e da sua base. E é desse conceito que todo aquele que defende a ortodoxia Espírita se vale, seguindo a rota segura preconizada nas orientações e esclarecimentos apontados no CUEE (Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos).

É a partir desse conceito que todo Espírita deve buscar os meios de aprender e também ensinar. Que não se espante o Espírita com a palavra ensinar; não significa que se deva fazer do alto de uma cátedra ou de uma tribuna. Ensinar também é conversar, debater, trocar idéias, seja por explicações, seja por experiências. O desejo maior de todo aquele que queira ser um Espírita esclarecido e coerente com a doutrina é que o seu esforço alcance resultados, e é por isso que deve dar conselhos sempre proveitosos para os que queiram se instruir por si mesmos. Só assim esses encontrarão meios mais seguros de chegar ao seu objetivo: a evolução e o progresso do Espírito.

Há no meio Espírita, uma imensidão de espiritualistas. Mesmo sendo o Espírita um espiritualista de origem, aqueles não podem, ainda, serem considerados Espíritas, segundo os princípios da doutrina mencionados em O Livro dos Espíritos, Introdução, I -ESPIRITISMO E ESPIRITUALISMO -, pois que conservam os traços do apego aos rituais, aos sacramentos, à hierarquia ministerial e sacerdotal, aos avatares religiosos, às oferendas, ao misticismo e à idolatria a personagens espirituais, ainda que a Doutrina dos Espíritos esclareça a sua inconsistência para as coisas do Espírito.

Acredita-se que para se convencer alguém basta mostrar os fatos. E que esses fatos, sendo fundamentados com lógica e sustentados pelo crivo da razão, bastariam para demover ao mais ferrenho espiritualista. A experiência mostra que não é o melhor a se fazer, pois há pessoas a quem nem um argumento ou fundamentos bem sustentados são suficientes e não as convencem. Difícil saber por que isso acontece, porém é possível tecer algumas considerações explicativas que podem ser demonstradas.

Para o espiritualista-refratário, será em vão reunir todas as provas ou argumentos lógicos; ele contestará todas, porque não admite o Espiritismo, por si só. É preciso, antes de tudo, dar-lhe tempo de amadurecer os ensinamentos da Doutrina, para que possa compreender o desapego a que se acostumou durante sua vida.

Há o espiritualista-orgulhoso, e para esse não existem dúvidas, apenas a negação absoluta, à qual raciocina à sua maneira. A maioria deles teima com as suas opiniões apenas por orgulho, pois acredita, por amor-próprio, que são obrigados a persistir espiritualista. Persistem, apesar de todos os argumentos e provas lógicas contrários, porque não querem se rebaixar às evidências do raciocínio e da razão. Esses são os mais difíceis de convencer, pois muitas vezes, sob falsa aparência de sinceridade dizem: “concordo com a Doutrina, mas ela precisa se atualizar com as doutrinas milenares”. Há os que vaidosamente, como se francos fossem, dizem: “a Doutrina é limitada para a minha capacidade de compreensão”. Com essas pessoas não há nada a fazer, já que o orgulho e a vaidade sobrepõem-se ao Espiritismo.

Há, ainda, o espiritualista-indiferente. Até compreendem que são “espíritas” por indiferença, podendo-se até dizer que é “por falta de coisa melhor”. Não que sejam indiferentes de caso pensado, pois o que mais desejariam é crer integralmente e exclusivamente no Espiritismo como ele é, mas a indiferença para a leitura e para o estudo leva-os a seguirem o que lhes é apresentado. E esse é o que tem o contingente mais numeroso entre os “espíritas”.

O fato de alguém defender a ORTODOXIA (coerência) Espírita, não quer dizer que outra qualquer forma de crença deixe de ser válida afinal; cada um usa o seu conhecimento e a sua crença naquilo que mais o conforta e responde aos seus anseios de momento. Da mesma forma, não quer dizer que alguém que compreenda os fundamentos da DE e os defenda de qualquer inserção ou sincretismo de outra crença ou práticas que o Espiritismo esclarece que sejam desnecessárias para o crescimento e progresso do indivíduo, o torne um SER mais evoluído ou superior.

Todos nós estamos evoluindo e progredindo de alguma forma. Todos nós somos falíveis e deixamos transparecer, quando menos esperamos, as nossas fraquezas, notadamente as fraquezas morais.

No entanto, defender a pureza doutrinária do Espiritismo é buscar melhorar a nossa conduta como um todo. Alguns avançam, outros ainda têm um longo caminho pela frente, e nesse caminho está vencer a vaidade, o orgulho e a indiferença. Não quer dizer que sabendo quase tudo da DE em seus detalhes, que esse caminho já tenha sido percorrido.

E quanto a perceber comportamentos e posturas que não condizem com o conhecimento da Doutrina, não caberá a nós fazermos tais julgamentos de valor moral sobre ninguém, mesmo porque se estamos todos juntos, é para que possamos aprender uns com os outros.

O ideal é que cada um procure fazer a sua parte, sempre que possível. Se estivermos aptos a fazer uma análise de palavras ou escritos, que sejamos duros, porém comedidos na abordagem. Que tenhamos sempre argumentos e fundamentos que façam o outro compreender o seu erro. Somente com tolerância e paciência, mas, também, com palavras que não deixem margens a dúvidas, é que poderemos traçar um caminho mais proveitoso para todos nós seguidores do Espiritismo.

Não desistir e não desanimar. Todo trabalho para frutificar, necessita de uma boa aragem e uma boa semeadura. Muitas vezes, encontraremos intempéries morais para prejudicar nossa lavoura, mas devemos sempre persistir.

Fonte; NEFCA - NÚCLEO ESPÍRITA DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS APLICADAS


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BIOGRAFIA - ANÁLIA FRANCO

Redação do Correio Espírita

Nascida na cidade de Resende, Estado do Rio de Janeiro, no dia 10 de fevereiro de 1856, e desencarnada em S. Paulo, no dia 13 de janeiro de 1919. Seu nome de solteira era Anália Emília Franco. Após consorciar-se em matrimônio com Francisco Antônio Bastos, seu nome passou a ser Anália Franco Bastos, entretanto, é mais conhecida por Anália Franco.

Com 16 anos de idade entrou num Concurso de Câmara dessa cidade e logrou aprovação para exercer o cargo de professora primária. Trabalhou como assistente de sua própria mãe durante algum tempo. Anteriormente a 1875 diplomou-se Normalista, em S. Paulo.

Foi após a Lei do Ventre Livre que sua verdadeira vocação se exteriorizou: a vocação literária. Já era por esse tempo notável como literata, jornalista e poetisa, entretanto, chegou ao seu conhecimento que os nascituros de escravas estavam previamente destinados à "Roda" da Santa Casa de Misericórdia. Já perambulavam, mendicantes, pelas estradas e pelas ruas, os negrinhos expulsos das fazendas por impróprios para o trabalho. Não eram, como até então "negociáveis", com seus pais e os adquirentes de cativos davam preferência às escravas que não tinham filhos no ventre.

Anália escreveu, apelando para as mulheres fazendeiras. Trocou seu cargo na Capital de São Paulo por outro no Interior, a fim de socorrer as criancinhas necessitadas. Num bairro duma cidade do norte do Estado de S. Paulo conseguiu uma casa para instalar uma escola primária. Uma fazendeira rica lhe cedeu a casa escolar com uma condição, que foi frontalmente repelida por Anália: não deveria haver promiscuidade de crianças brancas e negras.

Diante dessa condição humilhante foi recusada a gratuidade do uso da casa, passando a pagar um aluguel. A fazendeira guardou ressentimento à altivez da professora, porém, naquele local Anália inaugurou a sua primeira e original "Casa Maternal". Começou a receber todas as crianças que lhe batiam à porta, levadas por parentes ou apanhadas nas moitas e desvios dos caminhos.

A fazendeira, abusando do prestígio político do marido, vendo que a sua casa, embora alugada, se transformara num albergue de negrinhos, resolveu acabar com aquele "escândalo" em sua fazenda. Promoveu diligências junto ao coronel e este conseguiu facilmente a remoção da professora.

Anália foi para a cidade e alugou uma casa velha, pagando de seu bolso o aluguel correspondente à metade do seu ordenado. Como o restante era insuficiente para a alimentação das crianças, não trepidou em ir, pessoalmente, pedir esmolas para a meninada. Partiu de manhã, à pé, levando consigo o grupinho escuro que ela chamava, em seus escritos, de "meus alunos sem mães". Numa folha local anunciou que, ao lado da escola pública, havia um pequeno "abrigo" para as crianças desamparadas. A fama, nem sempre favorável da novel professora, encheu a cidade.

A curiosidade popular tomou-se de espanto, num domingo de festa religiosa. Ela apareceu nas ruas com seus "alunos sem mães", em bando precatório. Moça e magra, modesta e altiva, aquela impressionante figura de mulher, que mendigava para filhos de escravas, tornou-se o escândalo do dia. Era uma mulher perigosa, na opinião de muitos. Seu afastamento da cidade principiou a ser objeto de consideração em rodas políticas, nas farmácias. Mas rugiu a seu favor um grupo de abolicionistas e republicanos, contra o grande grupo de católicos, escravocratas e monarquistas.

Com o decorrer do tempo, deixando algumas escolas maternais no Interior, veio para S. Paulo. Aqui entrou brilhantemente para o grupo abolicionista e republicano. Sua missão, porém, não era política. Sua preocupação maior era com as crianças desamparadas, o que a levou a fundar uma revista própria, intitulada "Álbum das Meninas", cujo primeiro número veio a lume a 30 de abril de 1898. O artigo de fundo tinha o título "Às mães e educadoras". Seu prestígio no seio do professorado já era grande quando surgiram a abolição da escravatura e a República. O advento dessa nova era encontrou Anália com dois grandes colégios gratuitos para meninas e meninos. E logo que as leis o permitiram, ela, secundada por vinte senhoras amigas, fundou o instituto educacional que se denominou "Associação Feminina Beneficente e Instrutiva", no dia 17 de novembro de 1901, com sede no Largo do Arouche, em S. Paulo.

Em seguida criou várias "Escolas Maternais" e "Escolas Elementares", instalando, com inauguração solene a 25 de janeiro de 1902, o "Liceu Feminino", que tinha por finalidade instruir e preparar professoras para a direção daquelas escolas, com o curso de dois anos para as professoras de "Escolas Maternais" e de três anos para as "Escolas Elementares".

Anália Franco publicou numerosos folhetos e opúsculos referentes aos cursos ministrados em suas escolas, tratados especiais sobre a infância, nos quais as professoras encontraram meios de desenvolver as faculdades afetivas e morais das crianças, instruindo-as ao mesmo tempo. O seu opúsculo "O Novo Manual Educativo", era dividido em três partes: Infância, Adolescência e Juventude.

Em 10 de dezembro de 1903, passou a publicar "A Voz Maternal", revista mensal com a apreciável tiragem de 6.000 exemplares, impressos em oficinas próprias.

A Associação Feminina mantinha um Bazar na rua do Rosário n.o. 18, em S. Paulo, para a venda dos artefatos das suas oficinas, e uma sucursal desse estabelecimento na Ladeira do Piques n.o. 23.

Anália Franco mantinha Escolas Reunidas na Capital e Escolas Isoladas no Interior, Escolas Maternais, Creches na Capital e no Interior do Estado, Bibliotecas anexas às escolas, Escolas Profissionais, Arte Tipográfica, Curso de Escrituração Mercantil, Prática de Enfermagem e Arte Dentária, Línguas (francês, italiano, inglês e alemão); Música, Desenho, Pintura, Pedagogia, Costura, Bordados, Flores artificiais e Chapéus, num total de 37 instituições.

Era romancista, escritora, teatróloga e poetisa. Escreveu uma infinidade de livretos para a educação das crianças e para as Escolas, os quais são dignos de serem adotados nas Escolas públicas.

Era espírita fervorosa, revelando sempre inusitado interesse pelas coisas atinentes à Doutrina Espírita.

Produziu a sua vasta cultura três ótimos romances: "A Égide Materna", "A Filha do Artista", e "A Filha Adotiva". Foi autora de numerosas peças teatrais, de diálogos e de várias estrofes, destacando-se "Hino a Deus", "Hino a Ana Nery", "Minha Terra", "Hino a Jesus" e outros.

Em 1911 conseguiu, sem qualquer recurso financeiro, adquirir a "Chácara Paraíso". Eram 75 alqueires de terra, parte em matas e capoeiras e o restante ocupado com benfeitorias diversas, entre as quais um velho solar, ocupado durante longos anos por uma das mais notáveis figuras da História do Brasil: Diogo Antônio Feijó.

Nessa chácara fundou Anália Franco a "Colônia Regeneradora D. Romualdo", aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga senzala, internando ali sob direção feminina, os garotos mais aptos para a Lavoura, a horticultura e outras atividades agropastoris, recolhendo ainda moças desviadas, conseguindo assim regenerar centenas de mulheres.

A vasta sementeira de Anália Franco consistiu em 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 Banda Musical Feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura de chapéus, flores artificiais, etc., em 24 cidades do Interior e da Capital.

Sua desencarnação ocorreu precisamente quando havia tomado a deliberação de ir ao Rio de Janeiro fundar mais uma instituição, idéia essa concretizada posteriormente pelo seu esposo, que ali fundou o "Asilo Anália Franco".

 A obra de Anália Franco foi, incontestavelmente, uma das mais salientes e meritórias da História do Espiritismo.

Fonte; http://www.correioespirita.org.br/

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