quinta-feira, 17 de outubro de 2013

“CURANDEIROS ENDEUSADOS”, CIRURGIÕES DO ALÉM – SOB OS NARCÓTICOS INSENSATOS DO COMÉRCIO


Após leitura de intrigante reportagem da Revista “VEJA” , deliberamos reproduzir e contextualizar alguns trechos da matéria publicada.  Intitulada “A face humana do mais endeusado médium brasileiro”(1) , a  “VEJA” destacou  a capacidade do famigerado médium de atrair gente do mundo inteiro para um município próximo do Distrito Federal. Afirma a reportagem que o “santificado médium” convive o cotidiano  sob o manto da contradição entre o “espírito e a carne”, a “cura e a doença”, o “desprendimento e a vaidade”, os gestos de “generosidade , os arroubos de cólera” e os negócios terrenos(2) [é milionário], os amores [tem onze filhos com dez mulheres diferentes]. A cada  dois anos, o “curandeiro-endeusado do cerrado”  troca a frota de carros da família. O dele é um Mohave Kia, avaliado em 170 000 reais..” (3)

Sabemos que a  mediunidade não guarda relação com o desenvolvimento moral, seu funcionamento independe das qualidades morais, assim como o coração pulsa independentemente dos sentimentos bons ou maus que a pessoa alimente. O fato é que os médiuns de tais “cirurgiões do além” sempre seduzem grande número de fregueses,  estabelecendo, não raro, com a mediunidade, um negócio rendoso,  uma polpuda fonte de captação de dólares e reais. Para comprovar, consideremos o fato aqui comentado. Chequemos o seguinte: o PIB – Produto Interno Bruto do município onde “médium-feiticeiro do cerrado” comercializa disfarçada e generosamente  a “cirurgia transcendental” é de 15 milhões de reais ao ano. No mesmo período, a instituição dirigida por tal “deus da mediunidade de cura” “ tem faturamento de ,no mínimo, 7,2 milhões de reais, levando-se em conta exclusivamente  o comércio de passiflora, preparado à base de maracujá, produzido ali mesmo, vendido a 50 reais o frasco e receitado a uma média de 3 000 visitantes semanais.” (4)

Por sérias razões não apreciamos e sequer indicamos esse tipo de mediunidade, embora, excepcionalmente, acatemos os efeitos mediúnicos atingidos por alguns poucos médiuns humildes e honestos. Infelizmente alguns  “deuses dos bisturis”, que promovem cirurgias com auxílio de supostos médicos do além,  conseguem robustecer suas contas bancárias. Há algumas décadas Chico Xavier advertiu: “Creio que isto deva ser fruto da educação da pessoa simplória, acreditar que, pagando bem, irá conseguir curas espirituais. O verdadeiro Espiritismo não pode cobrar, nem mesmo os remédios que receita aos doentes. Também sou contra essa estória de meter instrumentos cortantes no corpo dos outros, sem ser clínico. O médico estudou bastante anatomia, patologia e, por isso, está habilitado a fazer uma cirurgia. Por que eu, sendo médium, vou agora pegar uma faca e abrir o corpo de um cristão sem ser considerado um criminoso?” (5)

O médium de Pedro Leopoldo disse que foi operado pelos médicos terrenos cinco vezes, e vários médiuns lhe ofereceram seus serviços. “O Espírito Emmanuel lhe repreendeu: Você deveria ter vergonha até em pensar em receber esse tipo de cura, porque todos os outros doentes vertem sangue, usam éter, tomam determinados remédios para melhorar. Como você pretende se curar numa cadeira de balanço?”(6)

Do exposto, indagamos o seguinte: como ajuizarmos atualmente esses “curandeiros e cirurgiões do além”? Chico Xavier quando estava para se submeter a uma cirurgia, em 1968, de um tumor na próstata, Zé Arigó [que não era espírita], mandou lhe avisar que estava pronto para realizar a operação. Chico respondeu: “como é que eu ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi, como o boi vai para o matadouro? E eu, sabendo disso, vou querer facilidades? Eu tenho é que operar [com médicos encarnados] como os outros, sofrendo com eles! (7) Por isso, o Espírito André Luiz advertiu para “aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivos dos médicos desencarnados”. (8)

É deplorável os médiuns evocarem “Espíritos”  para que lhes atendam como “cirurgiões do além”, a fim de  retalhar e perfurar  corpos em nome de “operações espirituais”; que lhes prescrevam placebos. É lamentável essa tendência de subestimar a contribuição da medicina humana, entregando nossas enfermidades aos Espíritos “curandeiros do além” (preferencialmente com nome germânico ou hindu) para que “curem” doenças.  Precisamos “aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação de valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé”. (9)

Não desconhecemos a plausível intervenção dos desencarnados nos processos terapêuticos na Terra, mas não se pode dar proeminência a esse tipo de trabalho, na suposição de curas ou na pérfida ideia de robustecimento do Espiritismo por esses meios. É urgente não abrirmos mão da precaução! Ainda mesmo  que o excesso em tudo seja prejudicial, contudo, Kardec endossa nossa atitude  dizendo que “em semelhante caso, vale mais pecar por excesso de prudência do que por excesso de confiança”.(10)

Acreditamos que as “terapias alternativas”, “curandeirismos” e a fascinação na prática mediúnica, são fatores que têm desestabilizado o plano [da união] entre os espíritas e da unidade doutrinária.(11) É pouco significante que um “cirurgião do além-túmulo”  faça desaparecer anomalias inibidoras ou deformantes do corpo. Até porque o perispírito conservará a patologia, que vai se projetar para reencarnações futuras, exceto que nos ajustemos com a lei da justiça, cobrindo com amor a “multidão de pecados” que carregamos. Jamais olvidemos que a cirurgia transcendente pode até mesmo refrear temporariamente as doenças físicas, mas o amor, trabalhando nos tecidos sutis da alma, cura, purifica e redime para a eternidade.

Segundo Divaldo Franco   “é uma temeridade transformar o centro espírita em pequeno hospital para atendimento de todas as mazelas , isso é uma loucura. É um desvio da finalidade da prática do Espiritismo. Podemos, sim, fazer uma atividade de atendimento a doentes que são portadores de problemas na área da saúde espiritual. Poderemos aplicar-lhes passes, doar-lhes a água fluidificada, se for o caso, mas a função principal do Centro Espírita é iluminar a consciência daqueles que o buscam.”(12)

Ressalta o tribuno baiano que certa vez o Espírito do “Dr. Fritz” quis operar Chico Xavier, em 1965, através do médium não espírita Zé Arigó: – “Eu te ponho bom desse olho. Faço-te a cirurgia agora! Pronunciou  Arigó e  Chico Xavier respondeu-lhe: – “Não, isso é um karma. Eu sei que o senhor pode consertar o meu olho. Mas como o karma continuará, vai aparecer-me outra doença. Como eu já estou acostumado com essa, eu a prefiro. Por que eu iria querer uma doença nova?”. (13)

Os Espíritos não estão a disposição para promoverem curas de patologias que não raro representam providências corretivas para nosso crescimento espiritual no buril expiatório.

Nesse sentido, os dirigentes de núcleos espíritas deveriam promover bases de estudos e reflexões sobre as propostas filosóficas, científicas e religiosas do Espiritismo ao invés de encetarem trabalhos espirituais para os inócuos “curanderismos”.


Referências bibliográficas:
(1)    Disponível em http://vejabrasil.abril.com.br/brasilia/materia/joao-do-ceu-e-da-terra-508 acesso em 14/09/2013
(2)    Suas economias vêm do garimpo. Ele é dono de fazendas na região, é proprietário de apartamentos em Brasília, Goiânia, Anápolis e Abadiânia.
(3)    Disponível em http://vejabrasil.abril.com.br/brasilia/materia/joao-do-ceu-e-da-terra-508 acesso em 14/09/2013
(4)    Idem
(5)    Entrevista, concedida aos jornalistas goianos Batista Custódio — Diário da Manhã — e Consuelo Nasser — Revista Presença —publicado no jornal “Goiás Espírita” — órgão de divulgação da Federação Espírita do Estado de Goiás — edição 284, de janeiro/fevereiro de 1988
(6)    Idem
(7)    Idem
(8)    Vieira, Waldo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Cap.35. RJ: Editora FEB, 1977-5ª edição
(9)    Idem
(10)    Kardec, Allan. Viagem Espírita-1862, Brasília, Ed. Edicel, 2002, pág. 33
(11)    Franco. Divaldo. Publicado no jornal Alavanca – abril/maio-2000
(12)Entrevista com Divaldo Franco publicado no jornal “A Gazeta do Iguaçu” em julho de 1997
(13)Idem


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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

COMO FAZER PARA DESENVOLVER O POTENCIAL MAGNÉTICO?


Creio que uma das birras que a Medicina tem contra o Magnetismo é o fato de não poder controlá-lo. Provavelmente ela queria ter meios de poder metodizá-lo, ensiná-lo segundo seus padrões técnicos e pedagógicos, academicizá-lo enfim e, assim, poder diplomar aqueles que em seus bancos se formassem. Com isso ela lhe abriria as portas, permitindo, quiçá, vínculos diretos e codependentes com a química, a física e, sobremodo, com a farmácia, posto que os “produtos magnetizados” renderiam grandes lucros, como hoje se observa com as ervas em geral.

Não sendo aquilo possível, sobrou ao Magnetismo se manter com suas próprias forças. Isto, a princípio, poderia ser algo ruim, mas o claustro onde foi e ainda permanece isolado, lhe favoreceu crescimento, pois permitiu que fosse confirmada sua força e imortalidade em seu próprio âmago.

Nesse desenvolver, o Magnetismo foi sendo experimentado por doutos e leigos, por pesquisadores e por gente que apenas se interessava em fazer o bem. E muito vem sendo acrisolado em favor dos que, fazendo uso dessa força natural, seguem intimoratos como agentes de bênçãos Divinas.

Surge, então, uma primeira e muito forte evidência: quanto mais aplicadamente e com mais regularidade e frequência se realiza a “doação” do magnetismo humano, mais os seus potenciais de usinagem, doação, exteriorização e vida se ampliam. Salvo quando surgem problemas inesperados gerando impedimentos, os bons magnetizadores são aqueles que mais se dedicam e com mais cadência e método aplicam suas reservas fluídicas, energéticas, magnéticas enfim Outras evidências também despontam em meio às observações dos magnetizadores contemporâneos.

Aqueles que se alimentam equilibrada e naturalmente conseguem um melhor refinamento em seus potenciais. Os que mantêm padrão de repouso compatível com suas necessidades de refazimento ante grandes doações são os que mais rapidamente repõem eventuais excessos, evitando cair em fadiga fluídica. Emocionalmente estável é um bom critério observado no magnetizador de grande potencial, pois suas energias adquirem padrão de harmonia mais elevado – e isso se justifica facilmente a partir do fato de que as usinagens não são apenas fisiológicas, por dependerem igualmente de fatores perispirituais  e psicológicos do doador.

Manter o estado físico em equilíbrio também pode determinar um bom acréscimo de potencial magnético. Não se trata de se realizar pesados e extenuantes exercícios físicos, mas de equilibrar o tônus vital no veículo físico.

A vontade, contudo, deve ser o grande esforço de desenvolvimento para um bom incremento de potencial magnético. Metaforicamente, a vontade funcionaria como uma torneira, através da qual passaria, de forma controlada e bem definida, todo líquido que por ali tivesse que ser vertido. Só que essa “torneira” tem o poder “mágico” de qualificar o que por ela passa, assim fazendo com que tudo que seja por ela exteriorizado se amplie em riqueza e funcionalidade.

Por fim lembro que só desenvolvemos aquilo que temos, ao menos, sob forma rudimentar. Muito embora todos possuirmos magnetismo – posto que estamos encarnados –, nem todos detemos condições de grandes exteriorizações ou mesmo manipulações mais primorosas. O estudo, o conhecimento e a aplicação técnica do que já está bem anotado e sabido é primoroso, mas ele, por si só, não tem o condão de potencializar quem não consegue usinar em potenciais suficientes para as necessárias exteriorizações dirigidas. Falo do magnetismo humano, bem se vê, pois o que diz respeito ao chamado magnetismo espiritual, esse foge ao foco desta abordagem, por requerer outros pontos a serem considerados.

Desenvolver o potencial magnético é o que todos os magnetizadores precisam. Portanto, nada melhor do que seguir ampliando a vontade e a perseverança em aplicar com equilíbrio, sabedoria e mantendo a harmonia interior – física,  psíquica e espiritual – para não só ampliar-se em quantidade, mas sobremodo em qualidade.□

JORNAL VORTICE - Ano V - n° 04 – FEVEREIRO 2013

DILÚVIO DE LIVROS “ESPÍRITAS” DELIRANTES



Como (re)agir diante dos livros antidoutrinários, supostamente “mediúnicos”, que invadem as instituições espíritas, colonizando turbas de ingênuos adeptos? Há pseudomédiuns, sem qualquer compromisso com o Espiritismo, que agem quais livres atiradores, e paradoxalmente “suas obras são vendidas nos Centros Espíritas, porque vendem muito, mas o tempo que se consome lendo seus livros é um desvio do tempo de aprendizagem da Doutrina Espírita.” (1)

Possivelmente seja perda de tempo acercar-nos desse cansativo tema. Todavia, acreditamos que sob o pálio do velho adágio “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”, a questão pode ser abordada de forma menos complicada. Antes, porém, reafirmamos tudo o que já registramos muitas vezes na imprensa: os livros insalubres não devem ser comercializados nas livrarias de uma instituição espírita! Nem mesmo em nome da surrada cantilena “liberdade de expressão”. “Não faz nenhum sentido as instituições continuarem comprando essa literatura [infausta]. Deveriam fazer a barreira de obstrução mesmo sem brigar com ninguém, até porque somos espíritas e é urgente saber o que é um livro genuinamente espírita.” (2)

Raul Teixeira explana o seguinte: “quanto mais descomprometido com a Doutrina Espírita é o ‘livrinho’ ou o ‘romancinho’, mais o povo gosta. Somos responsáveis por essa chuva de lodo sobre a nossa literatura espírita que dá lucros exorbitantes. Muitos clubes do livro [com honrosas ressalvas] não respeitam a Doutrina Espírita e normalmente colocam mensalmente um livrinho “baratinho” para cobrar mais caro e terem altos lucros sobre os seus assinantes.” (3)

Atualmente são vendidos a rodo esses destroços literários. “É preciso frear a entrada dessas obras nas instituições. Que os editores vendam onde quiserem, menos no centro espírita. É muito importante os espíritas assumirem posição. Nunca será falta de caridade denunciar o mal. Falta de caridade é nossa omissão ante a disseminação do mal através dos livros. Não podemos entrar na falácia de que o mal é querer o bem.” (4).

Há obstinados gênios das trevas divulgando “pérolas azuis” do tipo “o mundo espiritual é uma cópia do mundo físico e não o contrário”; “a mulher desencarnada sofre fluxos menstruais”; “os Espíritos vão ao banheiro e dão descarga”, “instrutor espiritual conta piadas pornográficas”, “mentor descreve com minúcias as curvas sensuais de jovem desencarnada”, “mentor endossa o aborto de anencéfalos”. É chocante! Nessa invasão “mediúnica” enunciam “que existem relacionamentos sexuais para promoção de ‘reencarnação’ no Além”. Ah!, por falar em reencarnação, tais livros revelam as várias “reencarnações” de Allan Kardec, culminando por encontrar o mestre de Lyon imerso num  corpo (re)nascido em Pedro Leopoldo. Seria patético se não fosse burlesco, ou o avesso?!  Seria cômico se não fosse  trágico.

Garante tal literatura que “as pretas e pretos velhos, caboclos e correlatos, são entronizados como mentores de instituições espíritas.” Óbvio que as tradições das práticas mediúnicas africanas e ameríndias não padecem de discriminação entre os espíritas estudiosos, nem avaliamos os Espíritos de índios e negros, de todo, involuídos, todavia, ignorantes. Sim! Porque se fossem mais conscientes ou se não fossem ignorantes, não algemariam a mente em atavismos exóticos de personagens do pretérito. Estamos diante de delírio e de extrema fascinação no movimento espírita doutrinário.

Os dirigentes não utilizam de forma criteriosa as barreiras para seleção doutrinária dos livros expostos ao público! Afirma Divaldo Franco que “o pudor em torno do Índex Expurgatorius da Igreja Romana tem levado muitos líderes a uma tolerância conivente [contemporização].”(5) As instituições espíritas [inclusive algumas federativas], “por interesse puramente comercial, vendem quaisquer livros “psicografados”, de autoajuda, de esoterismo, de outras doutrinas, quando deveriam preocupar-se em divulgar as obras do Espiritismo, tendo um critério de lógica.”(6)

Temos observado que sob o lábaro da “liberdade cultural” há os que pugnam pelo não expurgo dos livros antidoutrinários nas prateleiras das nossas bibliotecas espíritas, desde que haja na página inicial dessas obras (avaliadas como lesivas ao programa da Codificação), sumários de análise e sugestão para a leitura de obras com contextos adversos. Interessante esse método, sem dúvida, mas cremos que o ingresso dos espíritas (menos precavidos), deve ser irrestrito tão somente nas bibliotecas que se balizem exclusivamente nas obras doutrinariamente irrefutáveis.

Logicamente, sem obrigação de pelejar com os desfavoráveis a restrições, podemos aceitar a catalogação dos atuais “entulhos-literários” e destiná-los a espaços de leitura apenas frequentados por espíritas conscienciosos e pesquisadores honestos, capazes de analisar com lucidez os conteúdos das obras. Somos partidários do ideário de “que as instituições espíritas deveriam ter uma comissão para analisar e avaliar a qualidade do livro e divulgá-los ou não, porquanto as pessoas incautas ou desconhecedoras do Espiritismo fascinam-se com ideias verdadeiramente absurdas. (7) Destarte, é importantíssimo “montar a barreira natural do exame [dos livros] consoante recomenda Kardec, até porque não se trata de reconstrução do arrepiante Índex Librorum Prohibitorum..” (8)

Se a biblioteca for acessível a qualquer pessoa, é urgente toda precaução, pois quanto maior nível de ignorância do ledor, importância máxima dará a “segurança” oferecida pela instituição ao livro a que ele tem livre acesso para leitura. Infelizmente, para os calouros e/ou incautos, o que é oferecido pelo centro espírita é interpretado como válido, fidedigno e doutrinariamente correto. Eis aí o “deus-nos-acuda” instalado! Cremos que “mesmo sem atracar com ninguém é imperioso defender o território [instituição espírita], porque quem compra [ou toma emprestada] uma obra de má qualidade no centro, sai declarando que aquela obra é espírita, pois foi adquirida no centro. Se um centro espírita comercializa uma obra de má qualidade é porque esse centro também é de má qualidade.” (9)

Sobre as bibliotecas espíritas, concordamos que as mesmas devem ser locais “intocáveis”. Porém, não há como comparar a liberalidade de uma biblioteca mundana (descompromissada com a Terceira Revelação) com uma biblioteca espírita. Nada mais desigual! Os desígnios são completamente diferentes. A primeira prima por arquivar, conservar e oferecer informações para desenvolvimento da cultura ordinária. A biblioteca espírita, entretanto, deve ser ambiente intocável, e muito mais do que isso, deve ser um templo abençoado para abrigar as obras ajuizadas e consagradas universalmente pelos Benfeitores Espirituais. A primeira propõe aclarar o intelecto, mas a segunda necessita alumiar a mente e potencializar o coração do homem.

Não podemos permitir que as instituições espíritas sejam transformadas em picadeiros, inobstante seja a “comédia o inverso da tragédia”(10), porém, na retaguarda do malfeitor campeia o bufão (protagonista do circo), e “os falsos devotos têm por acólitos seres ineptos, que só agem por imitação: à maneira dos espelhos, refletem a fisionomia de seus vizinhos. Tomam-se a sério, enganam-se a si próprios; a timidez os faz zombar daquilo em que não acreditam, exaltam o que duvidam, comungam com ostentação e acendem às escondidas pequenas velas, às quais atribuem muito mais virtude do que a transformação moral.”(11)

Os espíritas desleais são os verdadeiros descrentes da equidade, da esperança, da Natureza e de Deus; recusam o bom senso e afiançam o fanatismo. A desencarnação, porém, os arrastará encharcados de águas de cheiro e cobertos de ouropéis, que hoje os disfarçam entre os homens.

Pelo exposto, é inadmissível ficarmos temerosos de sermos classificados de anacrônicos, conservadores ou até mesmo clericais. Depende de todos nós melhorar a qualidade das práticas doutrinárias e cada qual deve fazer a sua parte. É importante sermos inexoráveis para blindar ininterruptamente a Doutrina Espírita contra os títeres das trevas (conhecidos como falsos profetas da atualidade), que tapeiam quais concessionários das Trevas. Contra eles devemos nos insurgir, a fim de expor o Espiritismo como Doutrina ajuizada, sublime e incorruptível.

Jorge Hessen

Referências:
(1)    Divaldo P. Franco, http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2013/02/opiniao-do-divaldo-franco-sobre.html , acessado em 24/02/2013
(2)    Raul Teixeira  http://tanialeimig-espiritismo.blogspot.com.br/search?updated-min=2013-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2014-01-01T00:00:00-08:00&max-results=4 , acessado em 23/02/2013
(3)    idem
(4)    idem
(5)    Divaldo P. Franco, http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2013/02/opiniao-do-divaldo-franco-sobre.html , acessado em 24/02/2013
(6)    idem
(7)    idem
(8)    Raul Teixeira  http://tanialeimig-espiritismo.blogspot.com.br/search?updated-min=2013-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2014-01-01T00:00:00-08:00&max-results=4 , acessado em 23/02/2013
(9)    idem
(10)    Kardec, Allan. Revista Espirita/outubro de 1863 , mensagem ditada pelo Espírito Delphine de Girardin, disponível em   http://www.sistemas.febnet.org.br/site/indiceGeralDeRevistas/verArtigo.php?CodArtigo=575&Palavra=B%EDblia , acessado em 25/02/2013
(11)    idem


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HÁ DIFERENÇA DE RESULTADOS ENTRE O PASSE PALMAR E O PASSE DIGITAL? COMO ESSAS TÉCNICAS OCORREM?

Primeiramente vamos esclarecer do que se trata o passe palmar e o digital.Alguns magnetizadores sentem, percebem ou mesmo confirmam que seus fluidos, quando empregando as mãos, saem potencialmente pelos dedos estes são chamados de digitais –; outros (e parece que estes compõem a maioria) registram que é pelas palmas das mãos que se verifica a grande profusão fluídica – são os palmares.

O que determina essa diferença é uma aptidão natural e não intencional, mas ainda não é sabido o ou os motivos que geram isso. Contudo convém estarmos atentos a essa diferença, pois se um magnetizador digital for forçado a aplicar magnetismo de forma palmar, e vice-versa, pode ocasionar perdas, ineficiências e até efeitos contrários ao que se busca.

Lendo obras de magnetizadores mais antigos, quando o intercâmbio entre eles era sabidamente deficiente, fica bastante perceptível que mesmo eles não explicitando o fator, uns eram digitais e outros palmares. Em consequência, cada um orientava seus alunos e leitores a repetirem seus gestos e movimentos, como se imaginassem que todos teriam idênticas aptidões. Fica no ar uma sensação de que eles não percebiam essa diferença básica, natural, entre os vários aplicadores.

Chegando ao ponto “X” da questão, não tenho visto diferenças significativas entre os passes aplicados por palmares e/ou digitais. O que se tem revelado como muito significativo é que cada um se identifique na sua melhor maneira de exteriorizar seus fluidos e como manipulá-los com mais eficiência.
Pelo menos até onde tenho percebido e acompanhado, uma observação adicional é que para se fazer introjeções(*) magnéticas ou fluídicas em locais ou partes delicadas e pequenas, as técnicas praticamente reclamam que o magnetizador aja de forma digital. Paralelamente, noto que mesmo os magnetizadores palmares, quando conseguem trabalhar essas introjeções com o uso dos dedos, agem como se estes apenas dirigissem ou manipulassem os fluidos em circulação ou doação, pois neles o jato energético viria mesmo da palma da mão.

Em termos de sensações, os digitais se referem a formigamentos, esquentamentos,
frio ou pequenos choques nos dedos ou em suas extremidades enquanto aplicam os fluidos; os palmares traduzem isso na palma da mão, de uma ou das duas.□


(*) Chamo de introjeção magnética a técnica em que fazemos indução fluídica de forma pontual, através dos dedos, quase sempre em regiões de difícil acesso, como, por exemplo, partes do cérebro. Deduzo, inclusive, que o próprio Jesus fazia esse tipo de ação magnética, como se observa nesta passagem: E, tirando-o à parte, de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe na língua”. (Marcos 7:33).


JORNAL VORTICE - Ano V - n° 04 Março 2013


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