quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

BIOGRAFIA - IRMÃS FOX

 Em dezembro de 1847 uma família metodista de nome Fox alugou uma casa em vilarejo típico de New York chamado Hydesville. Nessa família havia duas filhas de nome Margaret de 14 anos e Kate, de 11 anos. Em 1848 surgiram na casa ruídos, arranhões, batidas, sons semelhantes ao arrastar de móveis que não deixava as meninas dormir, a não ser no quarto de seus pais. Tão vibrantes eram esses sons que as camas tremiam e moviam-se. As irmãs Fox iniciaram o diálogo com o espírito batedor, fato este que passou a história do Espiritismo como o episódio de Hydesville.

Passado esse acontecimento no qual as meninas ficaram conhecidas, estas iniciaram sessões em New York e em outros lugares, triunfando em cada ensaio a que eram submetidas. Durante esses atos de mediunidade pública, em que provocavem indignação as moças entre pessoas que não tinham a menor idéia do significado religioso dessa nova revelação, entre aqueles cujo interesse estava na esperança de vantagens materiais, as irmãs estiveram expostas ás enervantes influências das sessões promíscuas de tal maneira que nenhum espírita conhcedor da problemática ousaria assim proceder. Na quela ocasião os perigos de tais práticas não eram tão notados quanto agora, nem ao povo ocorria que não era possível que espíritos elevados baixassem à terra para dar conselhos acerca das ações das estradas de ferro ou soluções para os casos amorosos. Contra a sua formação moral das quais jamais houve qualquer suspeita, mas elas tinham enveredado por um caminho que conduz a degeneração da mente e do caráter, embora só muitos anos mais tarde tivessem manifestado os mais sérios efeitos.

Em 1852, o Dr. Elisha Kane, de origem puritana pois considerava a Bíblia como a última e definitiva palavra de inspiração divina, encontra Margaret e com ela veio a casar-se. Kane estava convencido de que a jovem estava envolvida em fraude e nas cartas que lhe enviava a acusava continuamente de viver em erro e hipocrisia. Kane estava convencido de que a irmã mais velha de Margaret, Leah, visando fins lucrativos estava explorando a fraude.

O casamento durou até 1857, ocasião em que a viúva, então se assinando Mrs. Fox-Kane, abjurou os fenômenos por algum tempo e foi recebida na Igreja Católica Romana. Em 1871, depois de mais de 2O anos de trabalho exaustivo, ainda as encontramos recebendo entusiástico apoio e admiração de muitos homens e senhoras importantes da época. Só depois de 4O anos de trabalhos públicos é que se manifestaram condições adversas em suas vidas. Foi em 1871 que, graças a generosidade de Mr. Charles Livermore, eminente banqueiro de New York, Kate Fox visitou a Inglaterra. Era um sinal de gratidão do banqueiro pela consolação que havia recebido de sua força maravilhosa e um apoio para o progresso do Espiritismo. Ele proveu todas as suas necessidades e assim evitou que ela tivesse de recorrer ao trabalho remunerado.

A visita de Fox à Inglaterra evidentemente foi considerada como uma missão. A recém-chegada iniciou suas sessões logo depois do seu desembarque. Numas das primeiras, um representante de "The Times" esteve presente e publicou um relato da sessão, realizada em conjunto com D. D. Home, grande amigo da médium. Isto se lê num artigo sob o título "Espiritismo e Ciência" que ocupou 3 colunas e meia em tipo saliente. O representante de The Time diz que Miss Fox o levou até a porta da sala, convidou-o a ficar de pé a seu lado e segurou-lhe as mãos, o que ele fez, "quando foram ouvidos fortes golpes, que pareciam ser das paredes e como se fossem dadas com os punhos. Os golpes eram repetidos a pedido nosso, qualquer número de vezes".

A 14 de dezembro de 1872 Miss Fox casou-se com Mr. H. D. Jencken, um advogado londrino, autor de um "Compêndio de Direito Romano Moderno", e secretário geral honorário da Associação para a Reforma e Codificação do Direito Internacional. Foi ele um dos primeiros espíritas da Inglaterra. Assim relata Crookes, um encontro com Miss Fox, quando as únicas pessoas presentes era ele, sua senhora, uma parenta e a médium. "Eu segurava ambas as mãos da médium numa das minhas mãos, enquanto seus pés estavam sobre os meus. Havia papel sobre a mesa em nossa frente e eu tinha um lápis na mão livre. Uma luminosa mão desceu do alto da sala e, depois de oscilar perto de mim durante alguns segundos, tomou o lápis de minha mão e escreveu rapidamente numa folha de papel, largou o lápis e ergueu-se sobre nossas cabeças, dissolvendo-se gradativamente na escurid±o". Muitos outros observadores descrevem fenômenos similares com a mesma médium em várias ocasiões. Os detalhes das sessões poderiam encher um volume.

É opinião do Prof. Butlerof da Universidade de São Petersburgo que, depois de investigar os poderes da médium em Londres, escreveu em The Spiritualist em 1876: "De tudo quanto me foi possível observar em presença de Mrs. Fox, sou levado a conclusão de que os fenômenos peculiares a esse médium são de natureza fortemente objetiva e convincente e que, penso, seriam suficientes para levar o mais pronunciado cíptico, desde que honesto, a rejeitar a ventriloquia, a ação muscular e semelhantes explicações dos fenômenos".

Mr. Jencken morreu em 1881 deixando a viúva com duas filhas. Margaret tinha se juntado a irmã Kate em 1876 e permanceram juntas por alguns anos, até que ocorreu o lamentável incidente envolvendo a família. Parece que houve uma discussão amarga entre a irmã mais velha, Leah e as duas moças. É provável que Leah tivesse sabido que havia então uma tendência para o alcoolismo e tivesse feito uma intervenção com mais força do que tato... Alguns espíritas também interferiram e deixaram as 2 irmãs meio furiosas, pois tinha sido sugerido que os 2 filhos de Kate fossem separados dela. Procurando uma arma - uma arma qualquer - com a qual pudessem ferir aqueles a quem tanto odiavam, parece que lhes ocorreu - ou, de acordo com o seu depoimento posterior, que lhes foi sugerido sob promessa de vantagens pecuniárias - que se elas injuriassem todo o culto, confessando que fraudavam, iriam ferir a Leah e a todos os confrades no que tinham de mais sensível.

Ao paroxismo da excitação alcoólica e da raiva juntou-se o fanatismo religioso, pois Margaret tinha sido instruída por alguns dos principais espíritos da Igreja de Roma, e convencida - como também ocorreu com Home durante algum tempo - que suas próprias forças eram maléficas, no que ficou reduzida a um estado vizinho da loucura. Antes de deixar Londres, escreveu ao New York Herald denunciando o culto, mas sustentando numa frase que as batidas "eram a única parte dos fenômenos digna de registro". Chegando a New York, onde, conforme sua subsequente informação, deveria receber certa quantia pela sensacional declaração prometida ao jornal, teve uma verdadeira explosão de ódio contra sua irmã mais velha.

Posteriormente, um ano após o escândalo de Margaret, esta fez extensa entrevista à imprensa de New York denunciando a tentação do dinheiro e admitindo haver dito falsidades contra os Espíritos pelos mais baixos motivos. "Praza Deus" - disse ela com voz trêmula de intensa excitação - "que eu possa desfazer a injustiça que fiz à causa do Espiritismo quando, sob intensa influência psicológica de pessoas inimigas dele, fiz declarações que não se baseiam nos fatos". Mais adiante pergunta o entrevistador. "Havia alguma verdade nas acusações que a senhora fez ao Espiritismo?" - "Aquelas acusações eram falsas em todas as minúncias. Não hesito em dizê-lo... Não. Minha crença no Espiritismo não sofreu mudanças. Quando fiz aquelas terríveis declarações não era responsável por minhas palavras".


Tanto Kate quanto Margaret morreram no começo do último decênio do século e seu fim foi triste e obscuro. Todavia, as idéias espíritas dissiminadas através de seus feitos, ora através do cansativo alfabeto das batidas, ora por eventos espetaculares cuja causa era a mediunidade de ambas, prepararam o terreno para a codificação, que se seguiria sob a diretriz do Espírito da Verdade e a coordenação segura de Allan Kardec.

http://www.feparana.com.br/


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http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/09/a-vida-e-obra-de-allan-kardec.html 

DUPLA VISTA


“Esta faculdade faz parte do conjunto de fenômenos de desprendimento da alma, estudados em capítulo específico em O Livro dos Espíritos, bem como em quase todas as obras da Codificação, além da Revista Espírita.”


A dupla vista, também conhecida como segunda vista, vista espiritual ou ainda vista psíquica, segundo definição de Allan Kardec “é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentidos humanos”.(O Livro dos Espíritos) Pode ocorrer em diversos graus, desde uma simples capacidade de apreender as coisas em profundidade ou, como se diz vulgarmente, entender pelas entrelinhas, até a possibilidade de ver à distância, através de obstáculos e de corpos opacos, inclusive o interior do próprio corpo físico, ou mesmo enxergar o passado ou o futuro.
Revelando os vários aspectos e detalhes em que a faculdade pode se manifestar, diz Allan Kardec: “Esse dom da segunda vista é que, em estado rudimentar, dá a certas pessoas o tato, a perspicácia, uma espécie de segurança aos atos, o que se pode com
justeza denominar: golpe de vista moral. Mais desenvolvido, ele acorda os pressentimentos, ainda mais desenvolvido, faz ver acontecimentos que já se realizaram, ou que estão prestes a realizar-se; finalmente, quando chega ao apogeu, é o êxtase vígil.”(Obras Póstumas)
Na Revista Espírita de outubro de 1864 complementa o codificador: “Esta faculdade, muito mais comum do que se o crê, se apresenta com graus de intensidade e aspectos muito diversos segundo os indivíduos; nuns, ela se manifesta pela percepção permanente ou acidental, mais ou menos límpida, das coisas distantes; noutros, pela simples intuição dessas mesmas coisas; noutros, enfim, pela transmissão do pensamento.”
Esta faculdade faz parte do conjunto de fenômenos de desprendimento da alma, estudados em capítulo específico em O Livro dos Espíritos, bem como em quase todas as obras da Codificação, além da Revista Espírita. Tendo o perispírito a possibilidade de irradiar-se para além dos limites do corpo físico, pode, dentro destas condições, perceber com maior acuidade e justeza tudo o que ocorre. A Doutrina Espírita, tendo como objetivo estudar os fenômenos da alma, nos fornece, desta maneira, a teoria explicativa da dupla vista. Prossigamos com Kardec:
“Ela tem, pois, seu princípio na propriedade radiante do fluido perispiritual, que permite à alma, em certos casos, perceber as coisas à distância, de outro modo dito, na emancipação da alma, que é uma lei da Natureza. Não são os olhos que vêem, é a alma que, por seus raios, atinge um ponto dado, exerce sua ação fora e sem o concurso dos órgãos corpóreos.”
(Revista Espírita, outubro de 1864) A dupla vista pode acontecer tanto no estado sonambúlico quanto no de vigília, quando o indivíduo vê através da sua vista ordinária e de uma forma tão natural que ele acaba acreditando que todo mundo a possui.

Na Revista Espírita de dezembro de 1858, Allan Kardec cita o caso do Sr. Adrien que, tendo desenvolvido a segunda vista e mesmo sem ser sonâmbulo, podia enxergar a longas distâncias, descrevendo locais, pessoas nos seus afazeres e fatos, tendo sido possível verificar a sua autenticidade.
Pouco estudada atualmente no meio espírita, esta faculdade era bem conhecida dos magnetizadores mesmo antes do surgimento da Doutrina, os quais davam àquela uma utilidade prática nos tratamentos dos seus pacientes.
Em Magnetismo Curativo, de Alphonse Bué, encontramos a seguinte citação referente à dupla vista (sob o nome de clarividência) durante o estado sonambúlico:
“Onde a clarividência me parece dever prestar verdadeiros serviços, é quando, desenvolvendo-se normalmente no decurso dum tratamento, sem ter sido exigida nem solicitada, se manifesta espontaneamente num doente, como crise natural que devia produzir-se.
O doente, nesse estado, julga claramente da natureza do seu mal, da sua origem e da sua causa, dos meios a empregar para combatê-la; vê o interior do seu corpo, os órgãos doentes; prevê, de antemão, a natureza e a época exata das crises pelas quais
deverá passar, e anuncia todas as peripécias da marcha da moléstia, sua duração e modo de acabar.”
Vemos, então, que os magnetizadores conheciam muito bem a dupla vista e a tinham como recurso terapêutico de grande valia tanto no diagnóstico das doenças como no acompanhamento dos tratamentos. Mais adiante, na mesma obra, o autor relata a respeito do tratamento de uma jovem de nome Luíza que há 12 anos sofria com uma atrofia muscular progressiva. Suas pernas estavam completamente paralisadas e os braços a caminho do mesmo destino.

A jovem apresentou-se sonâmbula decorrido um mês de tratamento. Sigamos com Bué: “Luíza, em sono magnético, seguia diariamente este trabalho de reorganização da Natureza, com interesse crescente; como via perfeitamente o interior do corpo, tinha prazer em pôr-me ao corrente das flutuações que o tratamento imprimia ao seu estado; o que lhe chamava principalmente a atenção era o aspecto dos seus músculos. Não possuindo nenhuma noção de anatomia, limitava-se simplesmente a explicar-me a seu modo aquilo que via.
Os músculos assim enferrujados pela inação, se lhe afiguravam, a princípio, como que empastados de substância amarelo-fosco, que parecia ter invadido os interstícios fibrilares; de amarela que era, essa substância tornou-se branca; depois, pareceu fundirse e reabsorver-se; o sangue afluiu, então, mais abundantemente para o músculo, vindo restituir-lhe a vitalidade e mobilidade; mas, ao mesmo tempo, ela previu uma crise próxima e de grandes sofrimentos: “A vida volta, disse-me ela, mas é
acompanhada da inflamação; já se acha invadido o envoltório dos músculos por placas vermelhas, semeadas de milhares de botõezinhos, oh! Como vou sofrer horrivelmente!” E passado um momento de silêncio, acrescentava: “Mas é necessário e depois passarei muito melhor”.”
Fomos encontrar ainda, na Revista Espírita de junho de 1867, o seguinte exemplo dado por Allan Kardec:
“Conhecemos, em Paris, uma senhora na qual ela [a dupla vista] é permanente, e tão natural quanto a visão comum; ela vê sem esforço e sem concentração o caráter, os hábitos, os antecedentes de quem dela se aproxima; descreve as doenças e prescreve tratamentos eficazes, com mais facilidade do que muitos sonâmbulos comuns; basta pensar em uma pessoa ausente para que ela a veja e a designe. Estávamos um dia em sua casa, e vimospassar na rua alguém com quem temos relação e que ela jamais viu. Sem ser nisto provocada por nenhuma pergunta, dela fez o retrato moral mais exato, e nos deu a seu respeito conselhos muito sábios.
Essa senhora, no entanto, não é sonâmbula; ela fala do que vê, como falaria de qualquer outra coisa sem se desviar de suas ocupações. Ela é médium? Ela mesma não sabe nada disso, porque tem pouco tempo, não conhece o Espiritismo, nem mesmo de nome. Essa faculdade, pois, é nela muito natural e tão espontânea quanto possível. Como ela percebe se não for pelo sentido espiritual?
Devemos acrescentar que essa senhora tem fé nos sinais da mão; também a examina quando se a interroga; nela vê, diz ela, o indício das doenças.
Como ela vê certo, e que é evidente que muitas coisas que ela diz não podem ter nenhuma relação fisiológica com a mão, estamos persuadidos de que para ela é simplesmente um meio de se pôr em relação, e desenvolver sua vista fixando-a sobre um ponto determinado; a mão faz o papel de espelho mágico ou psíquico; ela vê como outros vêem num copo, numa garrafa ou noutro objeto.”
Com a explicação acima, podemos entender a que grau pode chegar a segunda vista, bem como o porquê do uso de objetos e acessórios tais como bola de cristal, cartas, cristais, búzios, etc, pelos ledores da sorte. Estas pessoas geralmente têm como suporte ou auxiliar da concentração os objetos  itados, usando todavia a sua capacidade de visão espiritual para enxergar o passado, o futuro ou as doenças e seus tratamentos, mesmo estando consciente, ou seja, em estado de vigília. A leitura
das mãos teria uma vantagem que é o contato físico, o qual facilita a relação entre o clarividente e o consulente.

Como vimos, a dupla vista pode ser muito útil, se bem educada, como apoio nos tratamentos magnéticos, afora as outras capacidades que podem ser reveladas por quem é portador. Infelizmente, aprendemos a esperar em tudo pelos Espíritos desencarnados e relegamos ao esquecimento as potências que vivem em germe no íntimo de nós encarnados. Descobrir e desenvolver as nossas faculdades espirituais faz parte do programa reencarnatório. Se sufocamos estas aptidões antes mesmo delas despontarem e se as desprezamos por um comodismo que nos libera de qualquer esforço, então estamos cometendo um crime contra Deus e as suas leis.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

MAGNETIZAÇÃO DA ÁGUA

MAGNETIZAÇÃO DA ÁGUA
segundo J.P.F Deleuze".

Ana Vargas

Os magnetizadores clássicos empregavam vários meios acessórios de magnetização, como por exemplo: tecidos de algodão ou de lã, ― segundo Du Potet a magnetização persiste por vários dias neles nestes últimos ― vidros, objetos metálicos, árvores, etc.. Porém, a preferência recai sobre a água. O que usamos até o presente nos trabalhos de passes. Mas fazemos, na grande maioria dos grupos de passes, s.m.j, um uso muito limitado e empregado com subaproveitamento desse recurso.
Há sabedoria em ouvirem-se os conselhos de um mestre.
No intuito de oferecer um material a mais para repensarmos o emprego dado a esse meio auxiliar nos trabalhos de magnetismo, transcrevo, em uma tradução livre e própria, o estudo de J.P.F Deleuze, extraído do livro Instrucción Prática sobre El Magnetismo, cap. 4, pág 67-73, os textos abaixo. Aproveitemos o que nos seja útil.

“A água magnetizada é um dos agentes mais poderosos e mais saudáveis que podemos empregar. Fazemos bebê-la os enfermos com os quais se estabelece a relação, recomendamos que a bebam durante ou nos intervalos entre as refeições.
Esta água leva diretamente o fluido magnético ao estômago,e dali a todos os órgãos; facilitaas crises a que está disposta a natureza; e por esta razão, de imediato, excita a transpiração, as evacuações, a circulação do sangue, fortifica o estômago, diminui as dores, e muitas vezes pode substituir a vários medicamentos.
Para magnetizar a água, se toma a vasilha que a contém, passando as duas ao longo do recipiente de cima para baixo. Introduzimos o fluído pela boca do recipiente colocando várias vezes na mesma os dedos em ponta, podemos fazer o sopro na água, e, às vezes, podemos agitá-la com o dedo polegar. Magnetiza-se um copo de água pegando-o com uma das mãos, enquanto com a outra projetamos o fluido sobre ele.

Há outro procedimento que emprego de preferência para magnetizar uma garrafa de água, quando tenho a certeza de não ser desagradável à pessoa que magnetizo: consiste em colocar a garrafa sobre meus joelhos, e pôr minha boca na abertura. Deste modo faço entrar meu sopro na garrafa, e, ao mesmo tempo, faço alguns passes com as duas mãos sobre toda sua superfície. Eu acredito que este procedimento acumula muito fluido, mas não é necessário: bastam as mãos para magnetizar.

Podemos magnetizar uma garrafa de água em dois ou três minutos; um copo de água em um minuto; é inútil repetir aqui que os procedimentos indicados para magnetizar a água, como qualquer outra coisa, seriam absolutamente infrutíferos, se não se empregassem com atenção, e com uma vontade determinada. Tenho visto a água magnetizada produzir efeitos maravilhosos que cheguei a crer fossem ilusões minhas, e não lhes dei crédito senão depois de milhares de experiências. Em geral, os magnetizadores não a usam muito; se concedessem a este meio toda a confiança que merece, poupariam a eles mesmos muita fadiga, a seus enfermos muitos remédios, e acelerariam a cura.

Sobretudo nas enfermidades internas é que a água magnetizada opera de uma maneira assombrosa, pois conduz diretamente o magnetismo sobre os órgãos afetados. Dê-se um copo de água magnetizada a um enfermo que tem, por exemplo, dor em um lado do corpo; poucos momentos depois de ingeri-la, lhe parece que a água afluiu diretamente ao local da dor. Durante oito dias tenho purgado com água magnetizada; o efeito é o mesmo que se houvesse tomado um medicamento laxante, com a única diferença de que não experimentou cólicas.
(...)
A água magnetizada é o melhor remédio nas convalescenças, dá força, restabelece o estômago, facilita a digestão e faz evacuar, seja pela urina ou pela transpiração, tudo o que impedia o inteiro restabelecimento do enfermo.
(...)
Emprega-se, com grande êxito, a água magnetizada em loções para a cura de feridas. Nas enfermidades dos olhos, fortifica o órgão e produz comumente uma sensação parecida a que produziria a água misturada com algumas gotas do espírito do vinho. Os banhos de água fluidificada têm produzido, muitas vezes, excelente resultados.
(...) Quando o magnetizador não pode visitar seu enfermo senão duas ou três vezes por semana, a água magnetizada supre a ação direta. Convém seguir usando-a algum tempo depois de terminado o tratamento.
(...)
Creio que a água que se faz o enfermo beber deve estar magnetizada sempre pelo mesmo magnetizador que tenha realizado o tratamento. Isto é uma consequência do princípio que estabelecido, de que um enfermo não deve ser magnetizado por pessoas que não estejam em relação com o primeiro magnetizador, e de que não possuindo os fluidos dos diversos indivíduos a mesma qualidade, e não trabalhando da mesma forma, não se deve misturar sua ação.

Tenho visto fenômenos notáveis que confirmam esta opinião. Os sonâmbulos conhecem perfeitamente quando um objeto foi magnetizado por diferentes pessoas, e
esta mistura de diversos fluidos lhes é, algumas vezes, insuportável.

Ainda não se sabe quanto tempo a água magnetizada conserva suas propriedades; mas sabe-se que as conserva por muitos dias, depreendendo-se de numerosas observações que duram algumas semanas. Sem dúvida, quando se pode ver com facilidade o enfermo, convém magnetizar diariamente a água para ele.
(...)
Parece que água magnetizada não exerce nenhuma influência sobre as pessoas que não tenham estado na presença do magnetizador; em geral, somente produz efeitos bem marcados depois de duas ou três sessões de magnetismo. Para que o fluido do magnetizador atue sobre o enfermo, é preciso  que se estabeleça a relação, e esta somente se estabelece pela manipulação direta e imediata.

Tornei muito extenso o texto sobre o uso da água magnetizada: os que a empregaram
com confiança reconheceram que falei pouco sobre as vantagens que dela podemos obter.

Devo, sem dúvida, advertir que há enfermos sobre os quais a água magnetizada não parece ter ação alguma, mas são muito poucos.”

JORNAL VÓRTICE  - ANO II, N.º 08 - JANEIRO/2010


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ÁGUA MAGNETIZADA E FLUIDOTERAPIA

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A CARIDADE SEGUNDO O APÓSTOLO PAULO


"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine".
"E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria."
" E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria". "A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; não trata com leviandade; não se ensoberbece".
"Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade".
"Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".
"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior destas é a caridade" ( Paulo, I Coríntios, cap. XIII, vers. 1 ao 13).

"Todos os deveres do homem se encontram resumidos na máxima: Fora da caridade não há salvação" (Allan Kardec, Evang. S. Esp., cap.XV, item 5).
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações". (Allan Kardec, E.S.E., XVII, 4).


Acima, colocamos um exemplo de como a palestra pode ser apresentada em uma lousa. A seguir, os comentários que podem ser feitos a cada item em destaque.

A Caridade Segundo o Apóstolo Paulo

O que é a caridade? Comece a palestra questionando isso. Seria darmos esmolas, levarmos comida aos necessitados, comprarmos uma rifa beneficente? Fazer isso nos daria a consciência tranquila do dever cumprido como cristãos? Este tipo de comentário fará o ouvinte refletir sobre seu posicionamento frente à vida. Ele estará mais apto a absorver os ensinos que lhe serão ministrados.
Paulo, nesta passagem, mostra aos cristãos de Corinto que a caridade é algo muito mais profundo e importante do que apenas darmos o que nos sobra aos carentes. Embora isto também seja um ato caritativo, não resume a grandiosidade desta virtude.
Procure, após a introdução, ler por completa a mensagem do apóstolo. Depois, comente seus trechos, de forma a relacionar cada frase com o que faria parte da verdadeira caridade.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine".

Este trecho é um alerta a todos os que são oradores, sejam espíritas, católicos, evangélicos, umbandistas, ou qualquer pregador que fale dos ensinos divinos. De nada adianta ser belo na palavra e pobre de ações. O exemplo de mudança íntima, de luta constante contra as imperfeições, deve fazer parte da vida dos que se dedicam a divulgar a mensagem cristã. Conheceremos se a árvore é boa pelos frutos, alertou Jesus. Caso contrário, a palavra será como o sino que tine, ou seja, fará muito barulho e chamará a atenção, mas não modificará os corações e inteligências a que é direcionada.

"E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria."

Ter conhecimento espiritual não faz do ser um indivíduo caridoso. É Jesus mesmo que se diz agradecido a Deus, por haver escondido os mistérios divinos dos sábios e os revelado aos simples (Mateus, cap. XI), referindo-se ao sentimento e à fé nos ensinamentos espirituais. A mediunidade e o entendimento das Leis do universo dão sim ao ser maior responsabilidade frente à vida, e de posse disso devem seus detentores modificar suas condutas e buscar a humildade.
A fé também não é sinônimo de caridade, pois sem obras é morta, segundo o apóstolo Tiago, em sua Epístola, cap. II, vers. 17. Com a afirmativa de que por mais fé que tivermos em Deus e em nossas próprias forças nada seremos se não tivermos a caridade, Paulo chama a atenção dos religiosos em geral. Muitos de nós acreditamos que a crença inabalável é porta aberta para ajuda do Alto. Porém, se não nos ajudarmos, praticando aquilo em que cremos através do bom exemplo, qual a vantagem de possuir fé?

" E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria".

Dar esmolas e acabar com a necessidade material do próximo é muito importante. Mas preciso é alertar às pessoas que tudo depende da intenção. Se fizermos a doação material com o objetivo de aparecermos aos outros, ou então para aliviarmos nossa consciência, estaremos nos enganando. Além disso, corremos o risco de ajudar ao necessitado, mas humilhá-lo ao mesmo tempo, com um ar de superioridade que o ferirá. A doação desinteressada deve brotar da compreensão da Lei de Deus, tornando-nos irmãos de quem ajudamos e tendo como único fim o amparo e alívio do sofredor.
Ainda neste trecho, Paulo instrui de que nada adianta nos auto-flagelarmos, com o intuito de mostrarmos para quem nos vê que somos crentes em Deus. Mais importante que castigar o corpo, com privações e sofrimentos, é sufocar as más tendências, verdadeiras mães de nossas desgraças.

"A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; não trata com leviandade; não se ensoberbece".

O apóstolo mostra que a verdadeira caridade traz a resignação, que é o entendimento das dificuldades da vida como obstáculos a serem vencidos, objetivando o progresso espiritual. Alia a bondade para com todos, independente do momento, pois a vingança e o ódio corroem o sentimento e turbam os sentidos racionais, enquanto o perdão enobrece o ser. Diz ainda que a prudência deve fazer parte de quem busca a caridade, pois ser leviano traz conseqüências inesperadas, e o orgulho do homem pode contribuir para o afastamento de Deus.

"Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade".

Em um mundo onde o que mais vale é a satisfação pessoal, mesmo em detrimento da paz alheia, a caridade busca decência e fraternidade. O público precisa ser levado a refletir sobre de que adianta levarmos vantagem em tudo se alguém estiver sofrendo com isso? Com certeza, esta dor do próximo será revertida em desespero, rancor, violência, que mais cedo ou mais tarde, acabará voltando-se contra nós mesmos, nossos filhos ou amigos.
Irritar-se é a melhor forma de perdermos a razão, por isso a paciência e a sensatez fazem parte da caridade, levando o homem a pensar antes de agir. Assim, devemos lembrar ao assistente que a justiça irá se fazer mais presente em nossa sociedade, libertando os seres das mentiras e intrigas que envolvem interesses pessoais. É a verdade prevalecendo, e só ela pode nos libertar da ignorância, disse Jesus.

"Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

Tudo tem sua hora. Saber esperar é próprio da caridade. Quando o ser amplia sua visão além da vida material, vê no horizonte a luz necessária para manter-se animado e vivo. Busca na sabedoria cristã o esclarecimento para suas dúvidas, deixando de lado o desespero. É o caminho do equilíbrio proporcionado pela caridade.

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior destas é a caridade" ( Paulo, I Coríntios, cap. XIII, vers. 1 ao 13).

Mudança íntima, humildade, obras, exemplo, doação desinteressada, resignação, bondade, perdão, prudência, decência, razão, tranqüilidade, sabedoria, justiça, amor ao próximo como a si mesmo. Agora é o momento de mostrar ao assistente o que verdadeiramente Paulo diz sobre o que é a caridade: um conjunto de atributos morais e intelectuais, que fará do Espírito ser dono de seu próprio destino.
A fé e a esperança, indispensáveis para uma existência sensata e confiante, são assessoras da caridade, que será o sentimento principal a ser buscado pelo homem de bem, libertando de seu egoísmo e encaminhando-o para o Reino de Deus.

"Todos os deveres do homem se encontram resumidos na máxima: Fora da caridade não há salvação (Allan Kardec, Evang. S. Esp., cap.XV, item 5).

Após a passagem de Paulo, o palestrante leva o ouvinte à citação de Kardec. Diferente de outras religiões que colocam como essencial para a salvação (entenda-se liberdade com conhecimento) a freqüência exclusiva em suas fileiras, a Doutrina Espírita mostra que o que interessa é a prática da caridade, seja ela feita em que religião for. Jesus nunca disse que esta ou aquela doutrina deveria ser seguida. Mas sim, resumiu a Lei e os profetas em: Amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a si mesmo. Este é o lema do Espiritismo:

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações". (Allan Kardec, E.S.E., XVII, 4).

Para encerrar, mostre ao público que nem Paulo, nem Jesus e muito menos a Doutrina Espírita quer que sejamos santos. Os Espíritos superiores sabem de nossas limitações e os ensinamentos cristãos são exatamente para ajudar-nos a superá-los. O que se espera do verdadeiro espírita, ou cristão, que têm o mesmo sentido, é o esforço constante em analisar-se moralmente. E sempre que se perceber fora dos atributos que constituem a caridade, que erga a cabeça, recomece novamente o caminho, sem desesperos ou pressa, mas a passos firmes e corajosos.

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A VONTADE E O PODER DO MAGNETIZADOR

 Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. (...) A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante – Allan Kardec

Quando Jesus caminhou sobre as águas seguindo em direção ao barco onde se encontravam alguns dos seus discípulos, ele exercitava naquele momento o poder da sua fé. Essa fé se baseou em dois aspectos: querer e confiar. Um querer com firmeza não representando um desejo superficial, mas sim um movimento dinâmico que vem de dentro com força e convicção. Já a confiança seria a certeza da realização de algo, sem brechas para dúvidas. Isso pode ser resumido em uma palavra: vontade.

A vontade é um dos principais mecanismos utilizados pelo magnetizador. Sendo atributo da alma, a vontade se desenvolve através da reflexão e do exercício diário. Percebe-se facilmente uma pessoa sem vontade. Nos atos do dia-a-dia geralmente é alguém que não consegue levar adiante aquilo a que se propõe. Se planeja realizar algo, os menores empecilhos que surjem no seu caminho são suficientes para detê-lo, devido à falta de confiança na capacidade de atingi-lo. Muda constantemente de foco, por não conseguir fixar sua atenção em uma só coisa por muito tempo, graças à falta de perseverança e coragem, acabando por se cansar facilmente e deixando sempre os projetos inacabados. Não sustenta os seus planos por não ter um querer treinado para identificar os seus reais objetivos.

O magnetizador poderá desenvolver a sua vontade através do esforço, na realização das diversas atividades cotidianas, mesmo daquelas de pequeno porte, sendo de especial valor as de caráter repetitivo e massante, as quais exigem uma maior cota de
perseverança e de concentração.

Este exercício será de enorme valia no trabalho de magnetização ou de passes onde é exigido do aplicador uma certa dose de concentração, além do desenvolvimento da vontade no sentido de querer atingir a cura e acreditar na possibilidade da mesma.

O poder do magnetizador está na razão direta da sua força de vontade, disse Allan Kardec (O Livro dos Médiuns). A vontade deve ser a impulsionadora das energias curativas. Muitos passistas ainda acham que para emitir os fluidos, basta estender as mãos e que assim se determina a fluidificação, quando na verdade é a nossa mente que dá o comando.

Às vezes as energias fluem de forma automática, entretanto, é preciso cuidado com esse automatismo, pois uma energia não controlada conscientemente pode gerar certas dificuldades tanto para o paciente quanto para o passista. O magnetizador deve assumir uma postura ativa fazendo uso da sua vontade para que a transmissão energética se dê de forma harmoniosa com relação ao momento adequado, ao direcionamento e à quantidade de fluidos.

Além disso, a vontade sincera de auxiliar o paciente, o querer profundo e a confiança na cura, apesar de não poder garanti-la, fazem parte da mente do bom magnetizador.

“Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural.” – Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo. 

SONAMBULISMO E MAGNETISMO

Quando se fala em sonambulismo logo se vem à mente a idéia de pessoas que caminham pela casa, usam o banheiro, conversam, comem ou mesmo saem de casa, tudo isto enquanto dormem. Este fenômeno é tido pela Medicina como “parassonia”, ou seja, fenômeno que acompanha o sono e envolve atividade muscular esquelética ou mudanças do sistema nervoso autônomo, ou ambas (segundo o Dr. José Roberto Pereira Santos, em matéria publicada na Folha Espírita de março de 2005).

Estes são sinais de uma faculdade que pode ir muito mais além. Se o sonambulismo rudimentar, como descrito acima, pode servir de estudo a respeito das possibilidades psicofisiológicas humanas, há outras características do sonâmbulo necessitando de pesquisa como a capacidade de ver à distância ou através de corpos opacos, ler pensamentos, descrever enfermidades suas ou de outras pessoas, receitar medicamentos ou formas de cura, ter premonições, etc

Bem estudada por Allan Kardec na Doutrina Espírita, a faculdade sonambúlica seria ainda uma forma de se comprovar a existência da alma e a sua independência com relação ao corpo. Em matéria veiculada na Revista Espírita de julho de 1863 sob o título “Dualidade do Homem Provada pelo Sonambulismo”, o codificador assim se expressou: “A visão à distância, as impressões que o sonâmbulo sente segundo o meio que vai visitar, provam que uma parte de seu ser é transportada; ora, uma vez que não é seu corpo material, visível, que não muda de lugar, esse não pode ser senão o corpo fluídico, invisível e sensitivo. Não é o fato mais patente da dupla existência corpórea e espiritual?”.

Vamos encontrar também as idéias dos Amigos Invisíveis, em O Livro dos Espíritos, os quais nas respostas às questões formuladas por Kardec, nos colocam, de forma lógica, no caminho do entendimento a respeito do assunto. Não nos deteremos em maiores detalhes para não tornar muito longa a nossa dissertação, mas deixamos ao leitor o incentivo para buscar a obra e verificar o tema na íntegra.

O Codificador inseriu o sonambulismo entre os fenômenos de emancipação da alma,
capacidade que todos os encarnados têm de, em certos momentos especiais, libertar-se temporária e parcialmente dos laços que prendem o Espírito à matéria. Isso pode ocorrer durante o sono, um simples cochilo, um estado de transe ou ainda em um coma. Todas as oportunidades que surjam, o Espírito aproveita para aurir de uma certa liberdade fora do corpo que para ele representa uma prisão limitandolhe as faculdades (O Livro dos Espíritos, questão 407).

No sonambulismo natural ou provocado por efeito de emissão magnética, o Espírito consegue deslocar-se a outros lugares, penetrar os pensamentos alheios de encarnados e desencarnados por um contacto dos fluidos que compõem os perispíritos (O Livro dos Espíritos, questão 455) e ainda expressar conhecimentos que podem estar muito além da sua capacidade intelectual na presente encarnação. É que os sonâmbulos, em existências passadas, podem ter adquirido conhecimentos que na atual existência não têm a possibilidade de despertar devido às circunstâncias que se apresentam (influência do meio em que vivem, falta de acesso à educação escolar, etc.).

Entretanto, liberando-se parcialmente do corpo físico, reduzindo as limitações impostas pelo organismo material, encontra o meio para expressar os conhecimentos que se encontram gravados na sua memória perispiritual. De outra sorte, ocorrendo o desprendimento do Espírito do sonâmbulo, este pode sentir a presença, ver e ouvir outros Espíritos transmitindo-lhe mensagens, sendo o sonâmbulo, neste caso, o veículo das comunicações, o que o torna um médium sonâmbulo.

Pouco estudado na atualidade, o sonambulismo serviu muitas vezes aos magnetizadores como forma de diagnóstico e indicação de tratamento de pessoas enfermas. Numerosos exemplos foram descritos por Kardec nas suas obras e, antes dele, esta característica da faculdade já era bastante conhecida e estudada pelos seguidores de Mésmer.

Diversos magnetizadores descrevem em suas obras as experiências realizadas, bem como os procedimentos sonambúlicos levados a efeito durante as magnetizações.

Em “Magnetismo Curativo”, Alphonse Bué relata um caso de cura onde a paciente, de nome Blanche H.,24 anos, era sonâmbula e como tal participou ativamente de todo o tratamento magnético. “...
Não somente a minha sonâmbula tinha seguido passo a passo a marcha da sua moléstia, determinar-lhe a origem e natureza, ver o estado dos órgãos e predizer a época das suas crises, como ainda, embora não tivesse conhecimento algum da medicina homeopática, havia indicado os remédios que convinham ao seu estado e deviam favorecer a cura”.

Na mesma obra, o autor apresenta o tratamento de Luíza C., que há doze anos sofria de atrofia muscular progressiva. Diz Bué: “Luíza, em sono magnético, seguia diariamente este trabalho de reorganização da Natureza, com interesse crescente; como via perfeitamente o interior do corpo, tinha prazer em pôr-me ao corrente das flutuações que o tratamento imprimia ao seu estado; o que lhe chamava principalmente a atenção era o aspecto dos seus músculos. Não possuindo nenhuma noção de anatomia, limitava-se simplesmente a explicar-me a seu modo aquilo que via”.

Pôde também descrever a vida voltando gradativamente aos seus músculos, bem como a crise próxima da qual sairia melhor. Sendo o Magnetismo e o Espiritismo ciências irmãs, como escreveu Allan Kardec, vale a pena estudar mais a respeito do sonambulismo e, quem sabe, utilizando-o junto aos trabalhos de magnetização, aproveitando os diversos recursos que ele oferece, contribuir mais decisivamente para a saúde e o bem estar do próximo.

JORNAL VÓRTICE ANO I, N.º 02 - JULHO – 2008


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