sexta-feira, 28 de setembro de 2012

CONSERVA-TE EM HARMONIA



Conserva-te em harmonia

Vês esboroarem-se as antigas construções dominadoras, ao sopro do vendaval que varre a Terra.
Acompanhas a decadência dos valores éticos de alta magnitude, sob o terremoto da alucinação que es estabelece.
Assistes a volúpia do prazer descabido, em nome dos novos rumos que a sociedade se impõe.
Observas a delinqüência em crescendo, sem aparente próxima solução em pauta.
São tantos os abusos e tais aberrações, que te percebes estranho no contexto social hodierno, sentindo-te deslocado no lar, no trabalho, onde te apresentas.
Como efeito, a depressão te ameaça, o medo te assusta, os conflitos te perturbam.
Indagas, aturdido:- "Como será o futuro? Que conduta deverei assumir nestas graves circunstâncias?''
Tem calma! Harmoniza-te com o bem e aguarda.
Banhado pela fé, nada te deve perturbar.
Sustentado pela ação da caridade, que distribuas, não te desesperes.
A tua tarefa de crescimento para Deus, realizá-la-ás.
Joana de Cusa demonstrou sua fé, no momento do martírio, permanecendo tranqüila até o fim.
João Huss, igualmente na fogueira, compadecendo-se dos sicários que o escarneciam.
Joanna D’Arc, entre as labaredas, manteve-se harmonizada e perdoou seus algozes.
Giordano Bruno, também imolado pelo mesmo processo, ficou sereno.
Sempre houve períodos de loucura na Terra.
De quando em quando, a transição da humanidade faculta a eclosão das paixões dissolventes e alucinadas.
Estes são dias graves. Conduza-te com robustez, apoiado no Evangelho de Jesus, seguindo confiante.
Não te aturda a balbúrdia dos enfermos-sorridentes, dos embriagados-jubilosos, dos intoxicados-zombeteiros.
Foste conduzido a esta situação, a fim de contribuíres para a melhoria das criaturas.
O médico é útil quando surge a enfermidade, ou antes, gerando condições que possam evitar o mal. Quando já instalada a doença, a terapia corresponderá ao seu grau de gravidade.
O mestre faz-se valioso diante da ignorância do aprendiz.
O cristão é fortaleza de segurança e apoio em favor dos que necessitam de ajuda.
Jesus sempre esteve a braços com homens e situações, de certo modo, semelhantes a estes que enfrentas.
Foi nesse clima que Ele demonstrou a Sua grandeza, permanecendo em harmonia com os objetivos a que se entregou, sem perturbar-se, nem tergiversar em momento algum.
Assim, conserva-te em harmonia.

(Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis)

ANDRÉ LUIZ - REFLEXÕES NECESSÁRIAS



* A harmonia cria raios de paz.

* Ajude conversando. Uma boa palavra auxilia sempre.

* Acerte suas contas com o vizinho, enquanto a hora é favorável. Amanhã todos os quadros podem surgir transformados.

* Cada espírito é um mundo por si.

* Cultive a simplicidade.

* Deixe que Ele, o Mestre, se revele por sua palavra e por suas mãos. Não impeça a divina presença, através de seu passo, no amparo às humanas dores.


* Estime a solidariedade. Você não poderá viver sem os outros, embora na maioria dos casos os outros possam viver sem você.

* Estimule as qualidades nobres dos companheiros.

* Hoje é o tempo de fazer o melhor...

* Lembre-se de que o mundo não foi feito apenas para você.

* Nada se realiza de útil e grande sem a coragem.

* Não comentes o mal do próximo. O lodo da maledicência derramar-se-á sobre os nossos passos, enodoando-nos o caminho.


* Não critiques. A lâmina de nossa reprovação volta-se, invariavelmente, contra nós, expondo-nos as próprias deficiências.

* Não desesperes. O raio de nossa inconformação aniquilará a sementeira de nossos melhores sonhos.

* Não desprezes os que caminham nos andrajos das grandes provas e nem censures os que seguem no carro da fortuna aparente.

* Não é o tempo que passa por nós; ao contrário, nós é que passamos por ele.

* Não é vantagem desaprovar onde todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra.

* Não escarneças. O fel de nosso sarcasmo azedará o vinho da alegria no vaso de nosso coração, envenenando-nos a existência.

* Não firas. O golpe da nossa crueldade brandido na direção dos outros, retornará a nós mesmos, inevitavelmente, fazendo chagas de dor e aflição no corpo de nossa vida.

* Não gastes tempo, medindo obstáculos ou lastimando ocorrências infelizes.

* Não há erro com razão. Só a verdade é lógica.

* Nas lutas habituais, não exija a educação do companheiro. Demonstre a sua.

* O verdadeiro amor não nasce de sombras do desejo. É fonte cristalina e inexaurível do espírito eterno.
Paz e Luz
Nilza Garcia
  
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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

FRANZ ANTON MESMER (MESMER)


FRANZ ANTON MESMER (MESMER)
1734-1815  

Mesmer foi o médico austríaco criador da teoria do magnetismo animal conhecido pelo nome de mesmerismo. Nasceu a 23 de maio de 1734 em Iznang, uma pequena vila perto do Lago Constance. Estudou teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na Universidade de Viena. Provido de recursos, dedicou-se a longos estudos científicos, chegando a dominar os conhecimentos de seu tempo, época de acentuado orgulho intelectual e ceticismo. Era um trabalhador incansável, calmo, paciente e ainda um exímio músico.

Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Acredita que dela desprende um fluido que alcança o doente; declara: "De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem". A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos sobre os doentes, para estender o benefício a maior número de pessoas, magnetizava água, pratos, cama, etc., cujo contato submetia os enfermos.

Mesmer praticou durante anos o seu método de tratamento em Viena e em Paris, com evidente êxito, mas acabou expulso de ambas as cidades pela inveja e incompreensão de muitos. Depois de cinco tentativas para conseguir exame judicioso do seu método de curar, pelas academias, é que publica, em 1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", na qual afirma que este é uma ciência com princípios e regras, embora ainda pouco conhecida. A sua popularidade prosseguiu por muitos anos, mas outros médicos o taxavam de impostor e charlatão. Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e cientistas para investigar suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros dessa comissão, que acabou por constatar a veracidade das curas, porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a outras causas fisiológicas desconhecidas.

Concentrado no alívio à dor, Mesmer não chegou a perceber a existência do sonambulismo artificial, que seu ilustre e generoso discípulo, conde Maxime Puységur, descobre (inclusive a clarividência a ele associada), o qual se desenvolve durante o transe magnéticos em certas pessoas.

Em 1792, Mesmer vê-se forçado a retirar-se de Paris, vilipendiado, e instala-se em pequena cidade suiça, onde vive durante 20 anos sempre servindo aos necessitados e sem nunca desanimar nem se queixar. Em 1812, já aos 78 anos, a Academia de Ciências de Berlim convida-o para prestar esclarecimentos, pois pretendia investigar a fundo o magnetismo. Era tarde; ele recusa o convite. A Academia encarrega o Prof. Wolfart de entrevistá-lo. O depoimento desse professor é um dos mais belos a respeito do caridoso médico:

"Encontrei-o dedicando-se ao hospital por ele mesmo escolhido. Acrescente-se a isso um tesouro de conhecimentos reais em todos os ramos da Ciência, tais como dificilmente acumula um sábio, uma bondade imensa de coração que se revela em todo o seu ser, em suas palavras e ações, e uma força maravilhosa de sugestão sobre os enfermos."

No início de 1814, ele regressou para Iznang, sua terra natal, onde permaneceria os seus últimos dias até falecer em 05/03/1815.

Assim foi Mesmer. Durante anos semeou a cura de enfermos doando de seu próprio fluido vital em atitude digna daqueles que sacrificam-se por amor ao seu trabalho e a seus irmãos. Suas teorias atravessaram décadas e seu exemplo figura luminoso entre os missionários que sob o açoite das críticas descabidas e as agressões da calúnia, passam incólume escudado pelo dever retamente desempenhado. Seu nome jamais se desligar do vocábulo "fluido" e sua vida valiosa pelos frutos que gerou, jamais ser esquecida por aqueles cuja honestidade de propósitos for o ornamento de seus espíritos. A sua obra foi decisiva para demonstrar a realidade da imposição das mãos como meio de alívio aos sofrimentos, tal como a utilizavam os primeiros cristãos antigamente e os espíritas atualmente.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

RESPOSTA DE LÉON DENIS SOBRE A REENCARNAÇÃO


Quando o indivíduo adentra seu conhecimento à Realidade da Vida, inevitavelmente se depara com a questão da reencarnação e, assim, após certo estudo, pergunta-se: mas como é feito o planejamento reencarnatório? Estando no mundo espiritual, como se planeja onde irei reencarnar? Quem serão meus pais? Etc, etc



O admirável Léon Denis, responde:


"Cada encarnação encontra, na alma que recomeça vida nova, uma cultura particular, aptidões e aquisições mentais que explicam sua facilidade para o trabalho e seu poder de assimilação; por isso dizia Platão: “Aprender é recordar-se!” 

Nossa ternura espontânea por certos seres deste mundo explica-se facilmente. Já os havíamos conhecido, em outros tempos, já os encontráramos. Quantos esposos, quantos amantes não têm sido unidos por inúmeras existências, percorridas dois a dois! Seu amor é indestrutível, porque o amor é a força das forças, o vínculo supremo que nada pode destruir. 

As condições da reencarnação não permitem que nossas situações recíprocas se invertam; quase sempre se conservam os graus respectivos de parentesco. Algumas vezes, em caso de impossibilidade, um filho poderá vir a ser o irmão mais novo do seu pai de outros tempos, a mãe poderá renascer irmã mais velha do filho. Em casos excepcionais, e somente a pedido dos interessados, podem inverter-se as situações. Os sentimentos de delicadeza, de dignidade, de mútuo respeito que sentimos na Terra não podem ser desconhecidos no mundo espiritual. Para supô-lo, é preciso ignorar a natureza das leis que regem a evolução das almas! 

O Espírito adiantado, cuja liberdade aumenta na razão direta da sua elevação, escolhe o meio onde quer renascer, ao passo que o Espírito inferior é impelido por uma força misteriosa a que obedece instintivamente; mas todos são protegidos, aconselhados, amparados na passagem da vida do espaço para a existência terrestre, mais penosa, mais temível que a morte. 

A união da alma com o corpo efetua-se por meio do invólucro fluídico, o perispírito, de que muitas vezes temos falado. Sutil por sua natureza, vai ele servir de laço entre o Espírito e a matéria. A alma está presa ao gérmen por esse “mediador plástico”, que vai retrair-se, condensar-se cada vez mais, através das fases progressivas da gestação, e formar o corpo físico. Desde a concepção até o nascimento, a fusão opera-se lentamente, fibra por fibra, molécula por molécula. Pelo afluxo crescente dos elementos materiais e da força vital fornecidos pelos genitores, os movimentos vibratórios do perispírito da criança vão diminuir e restringirem-se, ao mesmo tempo em que as faculdades da alma, a memória, a consciência esvaem-se e aniquilam-se. É a essa redução das vibrações fluídicas do perispírito, à sua oclusão na carne que se deve atribuir a perda da memória das vidas passadas. Um véu cada vez mais espesso envolve a alma e apaga-lhe as radiações interiores. Todas as impressões da sua vida celeste e do seu longo passado volvem às profundezas do inconsciente e a emersão só se realiza nas horas de exteriorização ou por ocasião da morte, quando o Espírito, recuperando a plenitude dos seus movimentos vibratórios, evoca o mundo adormecido das suas recordações. 

O papel do duplo fluídico é considerável; explica, desde o nascimento até a morte, todos os fenômenos vitais. Possuindo em si os vestígios indeléveis de todos os estados do ser, desde a sua origem, comunica-lhe a impressão, as linhas essenciais ao gérmen material. Eis aí a chave dos fenômenos embriogênicos. 

O perispírito, durante o período de gestação, impregna-se de fluido vital e materializa-se o bastante para tornar-se o regulador da energia e o suporte dos elementos fornecidos pelos genitores; constitui, assim, uma espécie de esboço, de rede fluídica permanente, através da qual passará a corrente de matéria que destrói e reconstitui sem cessar, durante a vida, o organismo terrestre; será a armação invisível que sustenta interiormente a estátua humana. 

Graças a ele, a individualidade e a memória conservar-se-ão no plano físico, apesar das vicissitudes da parte mutável e móvel do ser, e assegurarão, do mesmo modo, a lembrança dos fatos da existência presente, recordações cujo encadeamento, do berço à cova, fornece-nos a certeza íntima da nossa identidade. 

A incorporação da alma não é, pois, subitânea, como o afirmam certas doutrinas; é gradual e só se completa e se torna definitiva à saída da vida uterina. Nesse momento, a matéria encerra completamente o Espírito, que deverá vivificá-la pela ação das faculdades adquiridas. Longo será o período de desenvolvimento durante o qual a alma se ocupará em pôr à sua feição o novo invólucro, em acomodá-lo às suas necessidades, em fazer dele um instrumento capaz de manifestar-lhe as potências íntimas; mas, nessa obra, será coadjuvada por um Espírito preposto à sua guarda, que cuida dela, a inspira e guia em todo o percurso da sua peregrinação terrestre. Todas as noites, durante o sono, muitas vezes até de dia, o Espírito, no período infantil, desprende-se da forma carnal, volve ao espaço, a haurir forças e alentos para, em seguida, tornar a descer ao invólucro e prosseguir o penoso curso da existência. 

Antes de novamente entrar em contacto com a matéria e começar nova carreira, o Espírito tem, dissemos, de escolher o meio onde vai renascer para a vida terrestre; mas essa escolha é limitada, circunscrita, determinada por causas múltiplas. Os antecedentes do ser, suas dívidas morais, suas afeições, seus méritos e deméritos, o papel que está apto para desempenhar, todos esses elementos intervêm na orientação da vida em preparo; daí a preferência por uma raça, tal nação, tal família. As almas terrestres que havemos amado atraem-nos; os laços do passado reatam-se em filiações, alianças, amizades novas. Os próprios lugares exercem sobre nós a sua misteriosa sedução e é raro que o destino não nos reconduza muitas vezes às regiões onde já vivemos, amamos, sofremos. Os ódios são forças também que nos aproximam dos nossos inimigos de outrora para apagarmos, com melhores relações, inimizades antigas. Assim, tornamos a encontrar em nosso caminho a maior parte daqueles que constituíram nossa alegria ou fizeram nossos tormentos. Sucede o mesmo com a adoção de uma classe social, com as condições de ambiente e educação, com os privilégios da fortuna ou da saúde, com as misérias da pobreza. Todas essas causas tão variadas, tão complexas, vão combinar-se para assegurar ao novo encarnado as satisfações, as vantagens ou as provações que convêm ao seu grau de evolução, aos seus méritos ou às suas faltas e às dívidas contraídas por ele. 

Dito isso, compreender-se-á quão difícil é a escolha. Por isso, na maioria das vezes ela nos é inspirada pelas Inteligências diretoras, ou, então, em proveito nosso, hão de elas próprias fazê-lo, se não possuirmos o discernimento necessário para adotar com toda a sabedoria e previdência os meios mais eficazes para ativarem a nossa evolução e expurgarem o nosso passado. 
Todavia, o interessado tem sempre a liberdade de aceitar ou procrastinar a hora das reparações inelutáveis. No momento de se ligar a um gérmen humano, quando a alma possui ainda toda a sua lucidez, o seu Guia desenrola diante dela o panorama da existência que a espera; mostra-lhe os obstáculos e os males de que será eriçada, faz-lhe compreender a utilidade desses obstáculos e desses males para desenvolver-lhe as virtudes ou libertá-la dos seus vícios. Se a prova lhe parecer demasiado rude, se não se sentir suficientemente armado para afrontá-la, é lícito ao Espírito diferir-lhe a data e procurar uma vida transitória que lhe aumente as forças morais e a vontade. 
Na hora das resoluções supremas, antes de tornar a descer à carne, o Espírito percebe, atinge o sentido geral da vida que vai começar, ela lhe aparece nas suas linhas principais, nos seus fatos culminantes, modificáveis sempre, entretanto, por sua ação pessoal e pelo uso do seu livre-arbítrio; porque a alma é senhora dos seus atos; mas, desde que ela se decidiu, desde que o laço se dá e a incorporação se debuxa, tudo se apaga, esvai-se tudo. A existência vai desenrolar-se com todas as suas conseqüências previstas, aceitas, desejadas, sem que nenhuma intuição do futuro subsista na consciência normal do ser encarnado. O 
Temíveis são certas atrações para as almas que procuram as condições de um renascimento, por exemplo, as famílias de alcoólicos, de devassos, de dementes. Como conciliar a noção de justiça com a encarnação dos seres em tais meios? Não há aí, em jogo, razões psíquicas profundas e latentes e não são as causa físicas apenas uma aparência? Vimos que a lei de afinidade aproxima os seres similares. Um passado de culpas arrasta a alma atrasada para grupos que apresentam analogias com o seu próprio estado fluídico e mental, estado que ela criou com os seus pensamentos e ações. 

Não há, nesses problemas, nenhum lugar para a arbitrariedade ou para o acaso. É o mau uso prolongado de seu livre-arbítrio, a procura constante de resultados egoístas ou maléficos que atrai a alma para genitores semelhantes a si. Eles fornecer-lhe-ão materiais em harmonia com o seu organismo fluídico, impregnados das mesmas tendências grosseiras, próprios para a manifestação dos mesmos apetites, dos mesmos desejos. Abrir- se-á nova existência, novo degrau de queda para o vício e para a criminalidade. E a descida para o abismo. 

Senhora do seu destino, a alma tem de sujeitar-se ao estado de coisas que preparou, que escolheu. Todavia, depois de haver feito de sua consciência um antro tenebroso, um covil do mal, terá de transformá-lo em templo de luz. As faltas acumuladas farão nascer sofrimentos mais vivos; suceder-se-ão mais penosas, mais dolorosas as encarnações; o círculo de ferro apertar-se-á até que a alma, triturada pela engrenagem das causas e dos efeitos que houver criado, compreenderá a necessidade de reagir contra suas tendências, de vencer suas ruins paixões e de mudar de caminho. Desde esse momento, por pouco que o arrependimento a sensibilize, sentirá nascer em si forças, impulsões novas que a levarão para meios mais adequados à sua obra de reparação, de renovação, e passo a passo irá fazendo progressos. Raios e eflúvios penetrarão na alma arrependida e enternecida, aspirações desconhecidas, necessidades de ação útil e de dedicação hão de despertar nela. A lei de atração, que a impelia pa ra as últimas camadas sociais, reverterá em seu benefício e tornar-se-á o instrumento da sua regeneração. 

Entretanto, não será sem custo que ela se levantará; a ascensão não prosseguirá sem dificuldades. As faltas e os erros cometidos repercutem como causas de obstrução nas vias futuras e o esforço terá de ser tanto mais enérgico e prolongado quanto mais pesadas forem as responsabilidades, quanto mais extenso tiver sido o período de resistência e obstinação no mal. Na escabrosa e íngreme subida, o passado dominará por muito tempo o presente e o seu peso fará vergar mais de uma vez os ombros do caminhante; mas, do Alto, mãos piedosas estender-se- ão para ele e ajudá-lo-ão a transpor as passagens mais escarpadas. “Há mais alegria no Céu por um pecador que se arrepende do que por cem justos que perseveram.” O nosso futuro está em nossas mãos e as nossas facilidades para o bem aumentam na razão direta dos nossos esforços para o praticarmos".


LÉON DENIS

Leitura Recomendada;

A MORTE ESPIRITUAL
A CRIANÇA E O LUTO
A DESENCARNAÇÃO É A CERTEZA FUTURA QUE TEMOS.
NOTICIÁRIO DO ALÉM
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INVISÍVEIS, MAS NÃO AUSENTES
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O OBSIDIADO GADARENO



Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - janeiro/2005

Os evangelistas Marcos (5, 1 a 20) e Mateus (8, 28 a 34) denominam os habitantes de gerasenos. Lucas (8, 26 a 39) refere-se a um local chamado Gergesa, antiga cidade à beira do lago de Genesaré.
O nome é talvez artificial, consideram alguns, e seria devido a Orígenes.
Amélia Rodrigues, espírito, narra o fato, referindo-se a Gergesa ou Gerasa, cidade da Transjordânia, cujos domínios não vinham até o lago de Genesaré, distando dali cerca de 2 km, tendo sido fundada por Alexandre Magno, segundo uns ou Antíoco IV Epífanes.
De qualquer forma, dentre aqueles que estudam os Evangelhos, há os que consideram Gergesa como a cidade que preferiu os suínos em detrimento de Jesus.
O fato é narrado após o asserenar da tempestade no lago. Jesus fez aproar a barca e se encaminhou em direção de Gerasa, pertencente à Decápole, isto é, ao complexo de dez cidades que estava sob o domínio romano.
Ele programara aquela visita, há algum tempo, acalentando a possibilidade de ali levar a Boa Nova.
Era o mês de Kislev (dezembro/janeiro), portador de tempestades. Amanhecia, e a noite se despedia, beijada pela madrugada, quando eles chegaram: Jesus e os doze.
Mal haviam galgado o barranco, Jesus à frente, quando uma figura medonha veio-lhes ao encontro.
Era um sítio ermo, onde se cavavam sepulturas e ele parecia ter surgido do meio delas.
Estava nu e agitava em ambos os pulsos e nos pés pedaços de correntes de ferro partidas, pendentes de aros de algemas.
Deveria ter sido preso e se libertado, graças às fúrias que o atormentavam.
Trazia a cabeleira desgrenhada, a barba maltratada e todo ele eram equimoses e hematomas, que denunciavam o horror em que vivia.
Era o fantasma de um homem que parecera ter sido despertado pela Luz que viera da Galiléia.
De um salto, erguera-se de um túmulo vazio, dominado pelos espíritos que o maltratavam.
Esse homem, bem jovem entregara-se aos prazeres de toda ordem, dilapidando o patrimônio familiar.
De tal sorte cometera loucuras e desvarios que seus pais sucumbiram à vergonha e horror. Por isso, detestavam-no os parentes.
Abandonara o lar, a família, a parentela e quando as sombras o subjugaram, passou a andar pela cidade, como um louco. Gritava, dizia injúrias, ria e gesticulava, tornando-se ameaça para as gentes, que passaram a temê-lo.
Julgado pela mente popular como filho ingrato, que fizera aconchego. Não sabe bem o que lhe aconteceu mas pelo estado deplorável do corpo nu, o gosto de sangue na boca, aquilata das agruras que passou.
Está livre! Calmo, pede ao Mestre que o deixe segui-lO.
Volta para tua casa. - Determina Aquele - e conta quão grandes coisas te fez Deus.
Antes que o infeliz atingisse a cidade, os guardadores de porcos o fizeram. Com cores fortes, narraram ter visto a calma do louco, falando a um homem poderoso, a quem culpavam pelo prejuízo financeiro.
O que expulsava os demônios, diziam aos proprietários dos porcos, arruinaria a todos.
E o povo, liderado pelos donos dos porcos, foi ao encontro do Mestre e os seus. Com pedras nas mãos, O expulsaram.
Não te queremos ouvir! Volta para de onde vieste!

Jesus desceu a ladeira, retornou à barca e com os doze se foi.
O homem liberto, feliz, contava a todos o que lhe sucedera. Readquirira a razão, o domínio de ai..
Contudo, ninguém o desejava ouvir e lhe disseram que fosse ter com Aquele que lhes havia trazido grande prejuízo, desde que para ele valia tanto.
Vai-te. Esquece-te de nós.
Uma pedra o atingiu e o sangue tingiu o chão.
Maldita sejas, Gerasa, que expulsas os filhos e desprezas os Enviados de Deus!
Ele ainda vagou pelas terras da Decápole, narrando o que lhe fizera o Galileu. Depois, foi para o outro lado do mar e juntou-se à multidão para seguiu-lO, e ouvi-lO pelos vales, cidades, lagos e mares.
Reconhecido, passou a auxiliar aos sofredores, sofredor que também fora.
Amado, amou, trabalhando pela implantação do Reino de Deus.
Na sua curta estada naquelas plagas, o Poder do Amor transformou um endemoninhado em propagador do Seu Reino.

Bibliografia:

01. FRANCO, Divaldo Pereira. O obsidiado geraseno. In:___. As primícias do reino. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Rio de Janeiro: Sabedoria, 1967.
02. ROHDEN, Huberto. Os possessos de Gerasa. In:___. Jesus Nazareno. 6. ed. São Paulo: União Cultural. v. I, pt. 2, cap. 60.
03. SALGADO, Plínio. Os gadarenos. In:___. Vida de Jesus. 21. ed. São Paulo: Voz do Oeste, 1978. pt. 2, cap. 52.
04. VAN DER OSTEN, A . Gádara. In:___. Dicionário enciclopédico da bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.
05. ______. Gérasa. Op. cit.
06. ______. Gerasenos. Op. cit.
07. ______. Gérgesa. Op. cit.

BIOGRAFIA - MARIA DOLORES


Maria de Carvalho Leite, nascia na cidade sertaneja de Bonfim de Feira - BA, no dia 10 de Setembro de 1900, filha de Hermenegildo Leite, escrivão da prefeitura, e da doméstica Balmina de Carvalho Leite. Em Bonfim passou a infância junto com três irmãos e duas irmãs.

Em 1916, diplomou-se Professora pelo Educandário dos Perdões, considerada pelas colegas e professores como adolescente prodígio, graças a rara inteligência.
"A poesia começou a senti-la na cidade natal, ainda quase criança, a transformar-se, mais tarde na poetisa de bons versos que todos conhecemos".

Reuniu alguns de seus poemas no livro "Ciranda da Vida". sendo reconhecida na Capital pela sua arte, passou a escrever nos jornais "Diário de Notícias" e "O Imparcial" sendo, neste último, Redatora-Chefe da "Página Feminina". Durante 13 anos, escrevera nos jornais citados, mostrando um mundo de ternura que trazia dentro de si, adaptando pseudônimo de "Maria Dolores".
Dolores lecionou nos Educandário dos Perdões e Ginásio Carneiro Ribeiro, em Salvador. Daí, porque entendemos o seu modo todo especial de ensinar, através dos versos as almas aflitas.

Mas a sua vida não poderia ser somente flores: estava-lhe reservada uma prova de sofrimentos morais.
Casara-se com o médico Odilon Machado. Suportando infeliz consórcio durante alguns anos, finalmente deu-se a solução pelo desquite. Não houve filhos desta união, como nunca os teria Maria Dolores.

Em sua peregrinação, morou em várias cidades da Bahia, e foi em Itabuna que conheceu Carlos Carmine Larocca, italiano radicado no Brasil; tornou-se sua companheira ajundando-o, ombro a ombro, em suas atividades.
Notamos nos seus versos o quanto sofrera, buscando algo que não encontrava: a sua complementação afetiva, tal como fora planejado pela providência, para que buscasse o Amor Maior, que ela soube encontrar um dia - Jesus ! Tanto sofrimento não foi capaz de torná-la indiferente ao sofrimento humano. Na emprensa, falava dos direitos humanos e do sofrimento dos menos felizes. Não foi compreendida: tacharam-na de "comunista" tendo de responder sobre as acusações que lhe faziam, pois fora intimada.
Em menina, fora católica; em adulta, o sofrimento fizera-lhe conhecer a Doutrina de Allan Kardec, e veio a consolação, a aceitação do sofrimento.
Tornou-se membro integrante da Legião da Boa Vontade, com o seu espírito aberto e cheio de ideais.

Fazia campanhas, prendas para os bazares realizados em sua própria casa. Fundara um grupo que se reunia em sua residência todas as semanas, quando saíam para distribuir, nos bairros carentes escolhidos, farnéis, roupas, remédios... Chamavam-se "As Mensageiras do Bem". No natal, faziam campanhas e distribuíam donativos assim como nos Dia das Mães. Dolores costurava enxovais, vendia o que era seu ou emprestava; às vezes, fazia dívidas para si, a fim de ajudar alguém.

Trazia em si, um grande sentido maternal e, como não lhe foi dado o direito da maternidade, adotou 6 meninas. Carlos (o esposo) estava na Itália quando Dolores adoecera, a pneumonia manisfestara-se de uma forma violenta. No dia 27 de Agosto de 1959 ela partia de volta a Pátria Espiritual.

Fonte:
O texto em resumo acima foi extraído da obra citada abaixo:
Chico Xavier - Mediunidade e Ação - Editora IDEAL 1990
Link da Página: http://www.grupoandreluiz.org.br/ler_biografia.php?id=12

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