quinta-feira, 6 de setembro de 2012

AMIGA DOR



A dor é bênção que Deus envia a seus eleitos, dizem-nos os benfeitores espirituais, com o propósito não só de avivar-nos a esperança em dias melhores, mas principalmente, cremos, para estimular-nos ao bem viver. A vida, conforme a informação do Alto, é feita de mil nadas que terminam por ferir, por serem como picadas de alfinetes. As menores contrariedades constituem o cortejo das amarguras que o ser experimenta ao longo da existência, mas, por serem quase imperceptíveis, conseguem disfarçar seu potencial de dor, que costuma desabar com todo seu peso quando uma tragédia se nos abate.

Eis, então, que a criatura, chamada ao testemunho, deve manifestar sua resignação, aceitando a prova sem murmurar, obediente às sábias determinações da Lei Divina. Entretanto, poucos de nós, espíritos encarnados, atentamos para a importância do momento de aprendizado e em geral reclamamos, revoltados ante o chamado à compreensão e à vivência das provas que nos habilitarão às alegrias espirituais resultantes do progresso alcançado.



O espírita consciente, contudo, sabe comportar-se perante os reveses da "sorte" e agradece a visita da amiga dor, revelando com o exemplo desprendido a excelência do conhecimento doutrinário e consequente vivência evangélica, capazes de fazê-lo caminhar sobre as ondas dos acontecimentos infelizes sem se infelicitar. Põe-se, assim, na condição dos "eleitos do Senhor", atuando como fiel discípulo do Cristo, por entender que é um ser em trânsito pela Terra.
"Quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, menos compreende sua destinação", informam-nos os Amigos espirituais através de Allan Kardec. É nosso dever, portanto, esforçarmo-nos para atingir tal merecimento, estudando com afinco o repositório das lições transcendentais que nos capacitarão a viver na Terra a dimensão do espírito imortal. Afinal, estamos no mundo para aprendermos a sair dele, o que só conseguiremos mediante a observação das sábias orientações que nos chegam por inspiração e revelação do Alto.

E a propósito do benefício da dor, vale registrarmos esta lição que o médium Francisco Cândido Xavier - o Cisco de Deus! - relatou a ao publicitário Laerte Agnelli, que escreveu o belo livro "Traços de Chico Xavier" (Ed. GEEM, 2004). É a história de um homem que procurou ajuda espiritual por atravessar um curioso episódio enfermiço que a medicina convencional não conseguia diagnosticar nem tratar. Logo que completou seus 30 anos, seu corpo começou a apresentar manchas avermelhadas que lembravam e ardiam como queimaduras, mas isto só se dava durante uma semana, a cada mês. Esse problema incomodava muito, mas não impedia que esse homem desenvolvesse suas atividades, especialmente as de ordem social, posto que estimando as práticas abnegadas da caridade, como prega o Evangelho de Jesus, ele amparava a infância sofrida cuidando de um certo número de crianças em Uberaba, onde vivia.
Procurando, afinal, o médium Chico Xavier, esse rapaz soube, por revelação mediúnica, que sua enfermidade resultava de um carma contraído numa existência anterior, ocasião em que, ambicionando a fortuna do próprio pai, não teve paciência para esperar a herança e matou o genitor, ateando fogo em sua cama enquanto este dormia. De posse dessa informação, Chico então lhe disse que, devido a sua dedicação às crianças desamparadas, seu carma fora reduzido e, assim, mensalmente ele só tinha "uma semaninha de dor"...

Francisco Muniz

A POMBA NO CAIXÃO DO CARDEAL, UM FENÔMENO DE EFEITO FÍSICO NATURAL


José Reis Chaves (Belo Horizonte/SP)
     
  Primeiramente, confesso minha gratidão ao cardeal Eugênio Sales, pois, ao enviar-lhe um exemplar da primeira edição de meu livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, em 2001, recebi dele uma atenciosa mensagem de agradecimento, a qual consta, na íntegra, de todas as oito edições do meu citado livro. E eis como ela termina: “...apesar da divergência, evidentemente, respeito sua opinião. Peço ao Senhor Jesus que nos ilumine em busca da verdade.”
   
   “Com minhas orações.”
     “Cardeal dom Eugênio Araújo Sales, arcebispo do Rio de Janeiro.”
      Desde que o mundo é mundo, os fenômenos de assombrações sempre existiram. E Kardec foi o primeiro cientista a estudar esses fenômenos. E, como se diz muito, “O Livro dos Médiuns” é o primeiro livro de parapsicologia do mundo. Para a Igreja Católica os fatos chamados de milagres são raros e sobrenaturais. Para o espiritismo, todos eles são naturais, com a intervenção de Deus apenas indireta, ou seja, através de espíritos. (Hebreus 1: 14). E são numerosas, na Bíblia, as manifestações de anjos (espíritos enviados ou “offices-boys” de Deus ou do mundo espiritual). Anjo, pois, é espírito, mas nem todo espírito é anjo (enviado). Deus nem se manifesta  diretamente. Moisés que, antes, achava que falasse com Deus face a face (Êxodo 33: 11), mais tarde disse: “Quem vir Deus, não continua vivo.” (Êxodo 33: 20). E Jesus o confirmou: “Ninguém jamais viu a Deus.” (João 1: 18).
   
   Os fenômenos mediúnicos são de vários tipos. Vou apenas dar uma pincelada sobre eles. Há duas categorias principais: os  de efeitos físicos e os de efeitos inteligentes. Quem mais se aprofundou nas suas pesquisas foi o físico inglês William Crookes, descobridor da energia irradiante da matéria, dos raios catódicos e do tálio.
     
  Já vimos, em outras matérias, que os tradutores bíblicos colocam o artigo definido “o” diante da palavra espírito e com a inicial “E” maiúscula, seguida de Santo, também com a inicial “S” maiúscula, para dar a entender que se trata do Espírito Santo trinitário, quando o artigo certo deve ser o indefinido “um”, e com as iniciais de espírito e santo minúsculas, assim: um espírito santo. É o caso do Batismo de Jesus por João Batista que, no original grego, traz o artigo definido “tò” (“o” em português) e que está entre chaves. E por que entre chaves? (A consciência de quem escreveu ou modificou texto pesou!). Porque o certo é o artigo indefinido “um”, que, aliás, não existe em grego, mas que não pode ser substituído pelo definido “tò” (“o”), pois muda o sentido do texto. No português, temos os dois artigos definido e indefinido. Quando não houver o definido em grego, a tradução certa para o português e outras línguas tem que ter o indefinido. A tradução correta, pois, do texto (Mateus 3: 16) é “... e viu um espírito de Deus como pomba vindo sobre ele”, e não o Espírito de Deus. Você que é biblista e sabe grego, confira, por favor, essa passagem no original grego, e verifique o artigo “tò” entre  chaves.

 Realmente, no citado episódio não é Deus que desceu em forma de pomba, mas um espírito de Deus, falando em nome de Deus. É, pois, um fenômeno de efeito físico natural, como foi natural também e nada de sobrenatural o que aconteceu com a pomba que queria ficar no caixão do cardeal Eugênio Salles. Trata-se da manifestação de um espírito que gosta dele e de suas ideias, e que, por isso, se manifestou daquela forma.
     
José Reis Chaves (Belo Horizonte/SP)

estudou para padre na Congregação dos Redentoristas, é formado em Comunicação e Expressão na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É Escritor, durante vários anos lecionou Português, Literatura, História, Geografia e Latim. É Teósofo, parapsicólogo, biblista, e ao longo de toda a sua vida, o autor vem desenvolvendo pesquisas sobre a Bíblia, as religiões e a Parapsicologia. Por último, passou a estudar o Espiritismo, Doutrina que assimilou com facilidade, tendo em vista o seu longo tempo de estudo da Bíblia, da História e da Teologia Cristãs. Aposentado, atualmente dedica-se ao trabalho de escrever e proferir palestras na área espiritualista, mas principalmente Espírita, por todo o Brasil.
É autor dos livros, entre outros:  “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”,
“Quando chega a Verdade” e "A Face Oculta das Religiões

HORA DE TRABALHAR



Desnecessário dizer que o esforço em prol do bem deve ser incessante. Desnecessário porque vocês já sabem das orientações todas enviadas daqui para a esfera dos homens. Compete a todos - a vocês, principalmente - observar que o trabalho com o Cristo, embora conte com o beneplácito da paciência do lado de cá, espera o incansável e inadiável comprometimento. A todo instante vocês devem pensar no quanto os necessitados aguardam sua boa vontade, em quantas pessoas estão em situação de carência, caminhando ao seu lado para despertar-lhes os sentimentos de caridade e fraternidade que deve unir os homens em torno de um só objetivo.
Abram os olhos!
Oh, amigos, as lágrimas e as dores são tantas, a fome acomete a tantas pessoas, a carência de luz ante as trevas que prendem muitos homens na ignorância é tão grande!... É a vocês que já sabem do Cristo e das divinas verdades que eles procuram! É de vocês que deverá partir a iniciativa do auxílio. Nós apenas nos utilizaremos de sua disposição, porquanto não podemos agir sozinhos, posto ser preciso que vocês adquiram méritos. Não percam tempo, portanto; o trabalho não espera, ante o muito por fazer, e, se não contarmos com vocês, outros poderão ser instrumentos mais maleáveis.
O Pai, o Senhor Supremo de nossas vidas, aquele que todos os dias renova nossas oportunidades, por conhecer nossa capacidade, espera que saibamos despertar da indolência e colaborar na tarefa do aprimoramento de Sua obra, na Terra e em toda parte.
Olhem para os lados, para a frente e, como o Cristo convida, peguem da charrua para continuar a semeadura, confiantes em que a colheita será sempre proveitosa para quem decide trabalhar sem esperar recompensas. A hora é esta. A necessidade de uns é preenchida quando se pensa na necessidade dos outros. Vamos caminhar. Vamos trabalhar. Vamos? 

Irmã Rafaela Fonte; http://almaespirita.blogspot.com.br/

CUIDADO DOS DIRIGENTES DE CENTROS


       CUIDADO DOS DIRIGENTES DE CENTROS
         EM FACE DAS CONFUSÕES DOUTRINÁRIAS

Duas espécies de confusões: as intencionais e as
inocentes — Confusões de origem mediúnica — O caso de Ramatis.

J. HERCULANO PIRES

O Infinito e o Finito. Artigo 36.

Faz-se, em geral, muita confusão a propósito de Espiritismo. Há confusões intencionais, promovidas por elementos interessados em combater a propagação inevitável da Doutrina, e há confusões inocentes, feitas por pessoas de reduzido conhecimento doutrinário. As primeiras, as intencionais, não seriam funestas, porque facilmente identificáveis quanto ao seu objetivo, se não houvesse confusões inocentes, que preparam o terreno para aquelas explorações.

Os Centros Espíritas têm um grande papel a desempenhar na luta pelo esclarecimento do povo, devendo promover constantes programas de combate a todas as formas de confusão doutrinária. Por isso mesmo, devem ser dirigidos por pessoas que conheçam a Doutrina, que a estudem incessantemente e que não se deixem levar por sugestões estranhas. Quando os dirigentes de Centro não se sentirem bastante informados dos princípios doutrinários, devem revestir-se, pelo menos, da humildade suficiente para recorrerem aos conselhos de pessoas mais esclarecidas e à leitura de textos orientadores.

Há um pequeno livro de Kardec que muitos dirigentes desprezam, limitando-se a aconselhar a sua leitura aos leigos e principiantes: exatamente “O Principiante Espírita”. Esse livrinho é precioso orientador doutrinário, que os dirigentes devem ler sempre. Outro pequeno volume aconselhável é “O Que É o Espiritismo”, também de Kardec. Principalmente agora, nesta época de confusões que estamos atravessando, os dirigentes de Centros, Grupos Familiares e demais organizações doutrinárias, deviam ter esses livros como leitura diária, obrigatória.

Além das confusões habituais entre Umbanda e Espiritismo, Esoterismo, Teosofia, Ocultismo e Espiritismo, há outras formas de confusão que vêm sendo amplamente espalhadas no meio espírita. São as confusões de origem mediúnica, oriundas de comunicações de espíritos que se apresentam como grandes instrutores, dando sempre respostas e informações sobre todas as questões que lhes forem propostas. Um exemplo marcante é o de Ramatis, cujas mensagens vêm sendo fartamente distribuídas. Qualquer estudioso da Doutrina percebe logo que se trata de um espírito pseudo-sábio, segundo a “escala espírita” de Kardec. Não obstante, suas mensagens estão assumindo o papel de sucedâneos das obras doutrinárias, levando até mesmo oradores espíritas a fazerem afirmações ridículas em suas palestras, com evidente prejuízo para o bom conceito do movimento espírita.

Não é de hoje que existem mensagens dessa espécie. Desde todos os tempos, espíritos mistificadores, os falsos profetas da erraticidade, como dizia Kardec, e espíritos pseudo-sábios, que se julgam grandes missionários, trabalham, consciente ou inconscientemente, na ingrata tarefa de ridicularizar o Espiritismo. Mas a responsabilidade dos que aceitam e divulgam essas mensagens não é menor do que a dos espíritos que as transmitem. Por isso mesmo, é necessário que os confrades esclarecidos não cruzem os braços diante dessas ondas de perturbação, procurando abrir os olhos dos que facilmente se deixam levar por elas.

O Espiritismo é uma doutrina de bom senso, de equilíbrio, de esclarecimento positivo dos problemas espirituais, e não de hipóteses sem base ou de suposições imaginosas. As linhas seguras da Doutrina estão na Codificação Kardeciana. Não devemos nos esquecer de que a Codificação representa o cumprimento da promessa evangélica do Consolador, que veio na hora precisa. Deixar de lado a Codificação, para aceitar novidades confusas, é simples temeridade. Tanto mais quando essas novidades, como no caso de Ramatis, são mais velhas do que a própria Codificação.