segunda-feira, 26 de maio de 2014

ESPIRITISMO E FILOSOFIA

Por: Jorge Cordeiro

O nome filosofia vem do grego e significa “amor à sabedoria”. A Filosofia, segundo o novo Dicionário Aurélio, “é um estudo que se caracteriza pela intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade (...)”.

O filósofo era na antiguidade o representante da busca pelo saber. E o que ele estudava? No entender dos filósofos: “tudo”. A Filosofia é um estudo que tem por finalidade ampliar o nosso conhecimento da realidade, e tem por objeto de estudo o homem e o universo. A diferença entre a Filosofia e a Ciência é que enquanto a Ciência busca conhecer muito sobre um tema específico, a Filosofia avalia toda uma vastidão de conhecimentos para encontrar uma síntese desses fenômenos. A Filosofia pode também ser diferenciada pelo instrumento de pesquisa, pelo método e pela finalidade.

Enquanto a Ciência utiliza-se dos mais variados instrumentos, como, telescópios, microscópios, computadores, etc. A Filosofia utiliza basicamente a razão, o raciocínio puro, como instrumento de pesquisa da verdade.

O método em sua essência se utiliza da indução e da dedução. O primeiro, através dos fatos, descobre os princípios primeiros; o segundo ilumina os fatos com os princípios primeiros, para compreendê-los melhor.

A Filosofia não está voltada para fins práticos como a Ciência. Ela tem como único objetivo o conhecimento e por extensão, a verdade em si mesma.

Apesar de todas as coisas serem suscetíveis de pesquisa filosófica, alguns problemas são de preferência, estudadas pela Filosofia: a Lógica (se ocupa do problema da exatidão do raciocínio); a Epistemologia (o valor do conhecimento); a Metafísica (do fundamento último das coisas em geral); a Ética (a origem e natureza da lei moral, da virtude e da felicidade); A Teologia (da existência e natureza de Deus e das relações com os homens); a Estética (do problema do belo e da natureza e função da arte); e a Axiologia (o problema dos valores); Cosmologia (a constituição essencial das coisas materiais, da sua origem e de seu devir).

As teses fundamentais que integram a Doutrina Espírita encontram-se no “O Livro dos Espíritos”, as quais podem ser identificadas com as principais categorias filosóficas.

A Filosofia Espírita apesar de se encaixar dentro dessas categorias, não é propriamente um saber clássico. Em muitas de suas facetas ela é um assunto novo e vibrante. Primeiramente, o Espiritismo aborda um Universo dual, com um componente material e outro espiritual. Com isto se abre diante de nós toda uma gama de possibilidades de estudo. Neste Universo espiritual habitam espíritos, que são criados simples e puros, para evoluírem e aprenderem com seus próprios erros e experiências, trilhando um longo caminho até compreender a relação entre Deus e o Homem, alcançando uma harmonia entre o conhecimento, a moral e a inteligência. O espírito e o espiritual, certamente não fazem parte desta filosofia tradicional, por isso podemos falar de uma nova filosofia que se nos mostra: “a Filosofia Espírita”, possuidora de uma cosmologia, uma metafísica e uma ética próprias, apesar de baseada na ética cristã.

Para Jon Aizpúrua (2000) o Espiritismo é:

Uma filosofia deísta, porque reconhece a existência de Deus como força inteligente e causa primária de todas as coisas;

Uma filosofia espiritualista, porque afirma a existência do espírito como princípio independente da matéria, assim como sua sobrevivência após a morte;

Uma filosofia evolucionista, porque admite que a evolução é a lei que rege o Universo, presidindo todas as transformações, tanto de ordem física como de ordem espiritual;

Uma filosofia científica, uma filosofia racionalista e humanista, porque coloca o ser humano e as suas necessidades no centro de suas atenções.

Devemos nos lembrar que a Filosofia Espírita não é um alimento somente para o intelecto, mas também para a alma que sente e sofre, que presencia a alegria mas às vezes sucumbe à tristeza. Lembremos o que disse Kardec (1995, p.483):

“Mesmo os que nenhum fenômeno têm testemunhado, dizem: à parte esses fenômenos, há a filosofia, que me explica o que NENHUMA OUTRA me havia explicado. Nela encontro, por meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para os problemas que no mais alto grau interessam ao meu futuro. Ela me dá calma, firmeza, confiança; livra-me do tormento da incerteza. Ao lado de tudo isto, secundária se torna a questão dos fatos materiais.”


Bibliografia:
Aizpúra, Jon (2000). Os fundamentos do espiritismo. São Paulo, CEJB.
Ferreira, Aurélio (1999). Novo Aurélio – século XXI. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira.
Kardec, Allan (1995). O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro, FEB.
Mondin, B. (1987). Introdução à Filosofia. São Paulo, Edições Paulinas.

Postado por Livraria Cristal às 16:22


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quinta-feira, 3 de abril de 2014

BIOGRAFIA - WILLIAM CROOKES

William Crookes  (1822 - 1919)
As pesquisas sobre os fenômenos do Espiritismo efetuadas por Sir William Crookes durante os anos de 187O a 1874 constituem um dos mais significativos eventos da história do movimento.

Sir William Crookes era figura proeminente no mundo científico. Eleito Membro da Sociedade Real em 1863, recebeu dessa organização em 1875 a Royal Gold Medal, por suas várias pesquisas no campo da Física e da Química, a Davy Medal, em 1888, e a Sir Joseph Copley Medal em 19O4.

Foi nomeado Cavaleiro pela Rainha Vitória em 1897 e recebeu a Ordem do Mérito em 191O. Ocupou diversas vezes a cadeira de Presidente da Royal Society, da Chemicak Society, da Institution of Eletrical Engineers, Da British Association e da Society for Psychical Research.

Sua descoberta do novo elemento químico a que deu o nome de "Thallium", suas invenções do radiômetro, do espintariscópio e do tubo de Crookes representam apenas uma pequena parte de sua grande pesquisa. Em 1859 fundou o Chemical News, que editou, e em 1864 tornou-se redator do Quarterley Journal of Science.

Em 188O a Academia de Ciências da França lhe concedeu uma medalha de ouro e um prêmio de 3.OOO francos, em reconhecimento por seu importante trabalho. Nessa época, os fenômenos psíquicos estavam em moda na Europa e na América, desafiando as conhecidas leis da ciência e os cientistas. Crookes aceitou o desafio. Confessa o sábio que iniciou as suas investigações sobre fenômenos psíquicos pensando que tudo fosse truque. Seus colegas sustentavam o mesmo ponto de vista e ficaram satisfeitos com a atitude que ele havia tomado. Foi manifestada profunda satisfação porque a pesquisa ia ser conduzida por um homem altamente qualificado. Quase não duvidavam que aquilo que consideravam as falsas pretensões do Espiritismo fosse desmascarado. Disse um escritor da época: "se um homem como Mr. Crookes trata do assunto... em breve saberemos em que acreditar". Numa comunicação a Nature, o Dr. Balfour Stewart, mais tarde professor, elogiou a coragem e a honestidade que levou Crookes a tomar aquela resolução. O próprio Crookes assentou que era dever dos cientistas fazer tal investigação.

Durante quatro anos de experiências levadas a efeito com a médium Florence Cook e o Sr. Home foram observados os seguintes fenômenos: movimentos de corpos pesados com contato, mas sem esforço mecânico; fenômenos de percussão e outros sons da mesma natureza; movimentos de objetos pesados colocados a certa distância do médium; mesas e cadeiras elevadas do solo sem ninguém lhes tocar; elevação de corpos humanos; aparições luminosas; aparição de mãos luminosas ou visíveis à luz ordinária; formas e figuras de fantasmas; casos particulares parecendo indicar a ação de uma inteligência exterior; manifestações diversas de caráter complexo. Nessas experiências Crookes tirou 42 fotografias de Katie King (o espírito que comumente materializava-se nas reuniões).

Após exaustiva pesquisa Crookes publica o seu relatório, anexando a carta na qual pedia a Stokes, Secretário da Sociedade Real, que viesse ver as coisas com seus próprios olhos. Recusando-o, Stokes colocou-se exatamente na mesma posição daqueles cardeais que não quiseram ver as luas de Júpiter pelo telescópio de Galileu. Defrontando um fato novo, a ciência material se mostrou tão fanática quanto a teologia medieval.

Com a divulgação de suas opiniões a respeito dos fatos psíquicos, William Crookes recebeu da idiossincrasia dos pensadores contemporâneos a gargalhada do deboche, a bofetada da indiferença. Não obstante, o cientista prosseguiu com o mesmo entusiasmo, até que convocado a receber uma das mais altas homenagens da Coroa Britânica, o título nobiliárquico de "Sir", foi-lhe sugerido que abandonasse as teorias de ordem espiritista para afirmar que a sua conclusão fora o resultado de uma alucinação psicológica. A isso o eminente pesquisador contestou com altivez: "Cada dia que passa, à medida que os tempos se dobram sobre os anos, na razão direta em que se vão e são adquiridas experiências novas é maior certeza tenho a respeito da indestrutibilidade do espírito imortal, da realidade da vida após a morte e da grande fenomenologia espiritista, que nos coloca em contato com essa realidade: a vida espiritual".

Assim foi a vida de Crookes após suas pesquisas espirituais. As críticas maldosas e os elogios sinceros nunca mais estariam ausentes do seu cotidiano. Disseram ser ele apenas um velho apaixonado pela jovem Florence. Mas outros refutavam dizendo-se privilegiados por viverem em sua época e por serem ingleses.


Crookes brilha na história dos fenômenos psíquicos como o sábio que mais profundamente ousou adentrar-se no invisível através da pesquisa científica metódica, desvelando para o mundo leigo e acadêmico a existência de um outro mundo vasto e complexo, mas perfeitamente penetrável e palpável para os exploradores desarmados dos pueris preconceitos contra o mundo espiritual.

Fonte; http://www.gesp.org.br/biografias/biowilliam_crookes.htm


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sexta-feira, 14 de março de 2014

O PROBLEMA DO DESTINO

Uma questão que se apresenta para todos os seres humanos é o “porquê” do seu destino. Por que alguns são tão afortunados e outros não? Qual a razão de termos tantas diferenças de nascimento entre os seres humanos, principalmente a grande desigualdade dos talentos e das fortunas? Por que tanta diferença na vida, onde para uns parece sorrir a sorte e para outros tudo sair errado ?

A resposta para esta questão, intimamente ligada ao problema da existência da dor e do mal, parece impossível de ser encontrada pela mente ocidental. Como compatibilizar tanto sofrimento, tanta injustiça, com a existência de Deus?

Pois bem, a questão do destino não é tão complicada como se imagina ! Sua solução escapa dos pensadores quando estes restringem o seu próprio campo de visão, seja pelas doutrinas materialistas que professam – doutrinas que nada admitem além da morte – seja por apegarem-se a antigos dogmas religiosos, para os quais o homem vive apenas uma vez sobre a terra.

Uma vez que se admita a pré-existência do espírito, e sua jornada evolutiva através das reencarnações, o problema se coloca em outro prisma. Nosso destino atual nada mais é do que o resultado do que fizemos ontem e o nosso dia de amanhã será determinado pelo nosso modo de agir no agora. A lei de causa e efeito, dando a cada um conforme suas obras, estabelece o equilíbrio na criação e garante justiça para todos os seres.

O problema da existência do mal, também deixa de ser tão impressionante, para se revelar o resultado da existência em nosso planeta de uma população de espíritos endividados perante a lei eterna, recapitulando experiências difíceis, que deixaram de aprender pelos caminhos do bem. O mal, em si mesmo, é apenas o resultado da ausência de bem, da ignorância, do mesmo modo que as trevas são apenas a ausência de luz e não um poder antagônico a ela.

Determinando o destino, além da lei de “Causa e Efeito”, há a lei do “Progresso”, que impulsiona todos os seres para a perfeição. Na sua forma mais visível é esta lei que leva instintivamente todos os seres a buscarem a felicidade e a libertação do sofrimento. Nesta busca incessante desenvolvem suas capacidades e progridem.

Assim, o destino do homem é construído por ele mesmo. Da mesma forma o destino das sociedades é o resultado das ações coletivas de seus membros. A história, em essência, é o registro das causas e efeitos provocados ao longo do tempo pelo esforço das coletividades humanas em busca do progresso.

Como nem sempre o progresso intelectual é feito ao mesmo tempo que o moral, as circunstâncias variam enormemente na história dos povos. Grandes progressos intelectuais podem ser seguidos de grandes catástrofes morais. Outras vezes séculos de penúria material trazem grandes progressos morais. A trama do destino é complexa e seu conjunto completo escapa da nossa visão restrita. Presos ao plano material perdemos a visão dos atos intermediários que se passam no plano espiritual e não temos a capacidade de abranger em nossa análise todos os milênios de aprendizado que cada um de nós tem por detrás de si.

A filosofia Espírita respondendo ao problema do destino, coloca diante do homem a responsabilidade de mudá-lo. Se nós mesmos fazemos nosso destino, é a nós que cabe criar o mundo melhor do amanhã. Ao espírita não basta apenas o conhecimento, é imprescindível a vivência desse conhecimento.

Aproveitamos também este editorial, que trata do problema do destino, para homenagear Léon Denis, que no livro “O problema do ser, do destino e da dor” (titulo da tradução da FEB), trata longamente deste tema. É uma pena que as obras de Léon Denis não sejam mais amplamente conhecidas e estudadas, grande divulgador da Doutrina e grande filósofo, soube explorar com maestria os grandes problemas respondidos pelo Espiritismo e que podem mudar os rumos da humanidade.

Muita Paz,

Grupo de Estudos Avançados Espíritas
(Publicado no Boletim GEAE Número 451 de 11 de março de 2003 )


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segunda-feira, 10 de março de 2014

POR QUE MOTIVO ALGUÉM SE TORNA "SUGADOR" DAS ENERGIAS DE OUTRO? COMO FAZER PARA EVITAR SER SUGADO?

Nos diz o trocadilho popular que um dos mais chatos problemas de uma pessoa é ela se perceber sendo o que não percebe que é. Nesse universo, muitos sequer chegam a notar que são tidos como: sempre sorrindo de tudo, tristes, chatos, brincalhões, inconvenientes, desinteressantes, enfim... Só que nesse tipo de problema, via de regra surge alguém que diz, comenta ou mesmo orienta como fazer para mudar, despertando a criatura a refletir sobre o que se passa e como reagir ou mudar positivamente.

No caso de uma pessoa sugadora de energias (magnetismo ou fluidos), o problema é mais complexo. Enquanto as pessoas se afastam daquelas primeiras circunstancialmente, com estas há uma tendência a se evitar estar perto, chegando-se ao ponto de “troca de calçada” para evitar qualquer aproximação. É que estas, após algum contato ou relação, deixam seus interlocutores exauridos, abatidos, acabados, desenergizados, seria a expressão mais correta.

E de onde vem essa capacidade de sucção? Esta é uma questão sem resposta precisa. Podemos conjecturar que, de alguma forma, os centros vitais de um sugador tem uma capacidade de centripetação de fluidos (introjetar em si mesmo) muito alta, favorecendo a que sejam atraídos ou arrancados fluidos daqueles que se permitam ser sugados. Essa “permissão” para a sucção independe, de certa forma, da vontade do “doador” – adiante veremos como conter isso.

Mas também existe a possibilidade de haver pessoas com baixa capacidade de se auto manterem, energeticamente falando, por isso se transformando em potenciais sugadoras. Essa possibilidade se constata com o fato de sugadores estarem sempre precisando estar perto de gente, conhecida ou não. E quando os sugadores se sentem bem após terem estado próximos a alguém, pode-se facilmente comprovar que este alguém se sente repentinamente fragilizado.

Uma terceira possibilidade é que o sugador gosta de se sentir farto, pesado, como quem acabou de se alimentar demasiadamente e agora quer ficar num estado quase letárgico, como o que o organismo lhe proporciona. Esse tipo de sugador costuma ter um jeito de ser meio lerdo e quase sempre apresenta sinais de pouco entendimento das circunstâncias em geral que o rodeiam .

Pode ocorrer que outras origens sejam a matriz do fenômeno, mas não conheço nenhuma pesquisa que esteja em andamento acerca do fato, como igualmente desconheço detalhes ou considerações outras em obras ou anotações alhures. Caso você, leitor do Vórtice, tenha algo que contribua para o melhor conhecimento desse fenômeno, por favor escreva para este jornal e nos informe.
Quanto ao evitar a perda de fluidos para um sugador, algumas providências podem ser observadas .

O primeiro quesito é identificar quem e quando está sugando. O início dessa identificação se dá quando percebemos ou simplesmente nos sentimos sendo sugados. Ato contínuo a essa percepção, busque-se identificar, o quanto antes, quem a está provocando. Certifique –se se se trata mesmo de quem foi identificado. Para tanto, aproxime-se por uns instantes do provável sugador e perceba o que ocorre em você, procurando notar se há alguma sensação estranha e desconfortável; em seguida afaste-se bastante (cerca de uns 3 a 5 metros) e note se essa sensação desagradável (de sucção) diminui acentuadamente ou até se já passou. Confirmada esta hipótese, tome atitudes  como as que recomendo em seguida .

Todavia, em não sendo confirmada essa mudança, repita a experiência com outra pessoa que esteja por perto e que possa vir a ser quem se procura; e siga assim até “descobrir”  o sugador.
Observe que pessoas muito tristes e falando coisas negativas sempre transmitem um certo toque de sucção mas que nem sempre se trata desse fenômeno e sim de um reflexo psicológico que traduz estarmos nos envolvendo emocionalmente com situações desagradáveis, as quais nos desestabilizam, mas que nem por isso está, necessariamente, provocando perdas fluídicas.

Outro ponto a ser observado é se quem está “arrancando” seus fluidos está próximo ou distante . Quando está próximo, o mecanismo que indiquei acima será suficiente para confirmar, porém quando o sugador está distante, então ele estará agindo de forma quase hipnótica, para isso usando de foco fixo em você e colocando-se abstrato a tudo o mais que o rodeia.  Geralmente isso ocorre de forma tão concentrada que esse tipo de sugador sequer sabe dizer o que está se passando, por mais que ele diga estar prestando atenção ao que ocorre fora do fenômeno.

Um terceiro ponto a considerar é procurar saber se o sugador é consciente ou  inconsciente acerca do que faz . A grande maioria é absolutamente inconsciente; a única coisa que ele identifica é que certas pessoas parece deixarem-no mais vivo, mais energizado, mais farto. Essas pessoas são as que oferecem melhor afinidade magnética. Os sugadores conscientes precisam ser orientados que esse procedimento é imoral e devem ser convidados a refletirem sobre o que fazem, da mesma maneira como advertimos pessoas indelicadas, grosseiras ou que ofendem outras pessoas.
Isto colocado, vamos às defesas.

Identificado o sugador, a atitude mais comum que a maioria toma é a do afastamento, mas isso não resolve o problema em si, pois se ele não te suga, sugará a outrem. Assim, tendo sido identificado e não se pretendendo uma aproximação, tome-se atitudes dispersivas como: agitar o corpo, evitar posturas muito estáticas ou ficar parado ante seu olhar, como que hipnotizado, favorecendo ao clima de sucção. E se a percepção da sucção se der após o sugador ter-se ido, procure tomar um bom banho ou fazer uma boa caminhada e, em todo e qualquer caso, fazer respiração diafragmática; essas atitudes são tipicamente dispersivas, que são o reconstituinte básico de reequilíbrio após grandes perdas fluídicas.

Caso seja possível a aproximação mais demorada junto ao sugador, procure envolvê-lo com atitudes igualmente dispersivas, como abraços com movimentos de braços, sorrisos com bons bocados de ar expelidos de forma mais forte, e, de preferência e se for o caso, fazer-lhe bons passes dispersivos  e só dispersivos. Quanto mais dispersivos ele receber, mais ele terá possibilidades de se harmonizar, com isso vindo a diminuir sua capacidade de sucção(*). Provavelmente será sentido que quanto mais dispersivos se fizer, tanto o sugador como o magnetizador se sentirão mais energizados, só que o primeiro ficará sem sentir aquela sensação de peso e o segundo, como se tivesse recarregado as baterias. A falta disso termina deixando ambos descompensados e leva ao afastamento dos pares, adiando as possíveis soluções de curto, médio e longo prazo.

Os sugadores devem ser orientados a mudarem seus modos excessivamente estáticos ou de fixação sobre pessoas e também a fazerem regulares exercícios de respiração diafragmática, pois isso diminuirá significativamente essas sucções despropositadas e ainda os deixarão melhor ante suas próprias naturezas.

Um último ponto, que se trata de uma repetição: a respiração diafragmática é sempre muito útil nesses casos e deve ser usada por ambos, sugadores e sugados.
 (*) Sugiro a leitura dos valores dos dispersivos em meus livros “Manual do Passista” ou “Cure e cure-se pelos passes”.


JORNAL VÓRTICE  ANO VI, n.º 09- fevereiro -2014 Pág.18