terça-feira, 4 de dezembro de 2012

PRECURSORES DO MAGNETISMO ANIMAL (Parte Final)


 HIPNOTISMO, SONAMBULISMO E OUTROS FENÔMENOS CORRELATOS

Diante da revelação da doutrina dos espíritos, pouco pode ser acrescido ao natural método de cura pela magnetização (passe espírita, passe fluídico ou passe magnético).
Coube, contudo, a ciência do século XX provar a existência e os fenômenos desencadeados pelo magnetismo animal, praticamente redescobrindo-o e analisando-o a partir do zero (ver kirliangrafia adiante). Para que possamos compreender melhor de que se tratam tais fenômenos e a análise que sofreram, é necessário retornar ao passado, de volta ao Marques de Puysègur, discípulo de Mesmer e responsável, como já foi revelado, pela descoberta do Sonambulismo Magnético ou Mesmérico. Esta forma diversa de sonambulismo é, contrário ao que vulgarmente se conhece acerca deste estado natural que apresentam certos indivíduos durante o sono, um estado desencadeado pela magnetização e é, em realidade, uma forma mais profunda de hipnose, este também conseguido através da magnetização.
Contudo, não são estes dois os únicos, posto que escolas de pensamento diversas entendiam o hipnotismo a sua maneira. Segundo a Escola de Salpetrière (liderada pelo Dr. Jean-Martin Charcot (1835-1893)) há o pequeno hipnotismo, que se apresenta em infinitas formas variadas, e o grande hipnotismo, que se apresenta de três modos: a letargia, a catalepsia e o sonambulismo induzido.
Outras escolas, principalmente a de Nancy (assim chamada por haver se originado na cidade de Nancy, onde os doutores Ambroise August Liébeaut e
 Hippolyte Bernheim

Hippolyte Bernheim trataram e curaram cerca de 12 mil pacientes utilizando apenas a hipnose) classificam o sono provocado de modo mais detalhado, e compreende a sonolência simples, o sono ligeiro, o sono profundo, o sono profundíssimo, o sono sonambúlico leve e o sono sonambúlico profundo, onde o individuo fica a mercê do operador. Esta experimentação e classificação dos estados mentais induzidos devem parte de sua origem ao cirurgião inglês 



Dr. James Braid

Dr. James Braid (encarnado em 1795 e desencarnado em 1860) que, em 1823 retomou as pesquisas dos mesmeristas que o precederam e conclui, diversamente do que pregavam estes, que a hipnose é produzida pela fixação de um objeto brilhante e dispensa a influência fluídica do magnetizador. Este novo método ganhou o nome de “Braidismo” e foi acompanhado da descoberta das zonas hipnógenas e da sugestão. Esta ultima é basicamente uma “força” que parte do agente (magnetizador) e domina de modo absoluto a vontade e ânimo do paciente, e com uma intensidade maior que a própria vontade deste. Uma boa explicação para a sugestão mental ainda não foi encontrada, embora existam várias teorias que se debruçam a tal intento.
Experimentando-se com indivíduos sensíveis, induzindo-os ao sonambulismo, o que se pode observar em termos fenomênicos é a hiper-excitabilidade dos sentidos destes, a transposição destes sentidos, a sugestão hipnótica e pós-hipnótica, a recordação de fatos esquecidos, a repetição exata do que foi captado pela audição - mesmo leituras extensas de textos em línguas desconhecidas -, a identificação de objetos pelo aroma ou a identidade de seu possuidor apenas pelo toque, e a visão de olhos vendados ou a visão de objetos ocultos através de superfícies sólidas - fenômeno conhecido por “dupla vista” ou “criotoscopia”, cujo caso mais impressionante se registrou por volta de 1960, numa cidade da região montanhosa dos Urais chamada Nizhniy Tagil, com a sensitiva Rosa Kuleshova. Rosa era capaz de ler de olhos fechados, utilizando apenas as pontas dos dedos; através deste método também era capaz de identificar as cores dos objetos. Seu médico, Dr. Jopsif M. Goldberg a levou a uma conferencia regional da Sociedade de Psicologia ocorrida naquela mesma localidade, impressionando os conferencistas e psicólogos presentes, a maioria russos. “O Enigma de Tagil” como Rosa passou a ser conhecida tornou-se celebre na ex-URSS, Estados Unidos e Europa. O Instituto de Biofísica da Academia de Ciência de Moscou submeteu-a a intermináveis e estafantes testes e experimentações, chegando finalmente a comprovar a autenticidade do fenômeno, sem, contudo, precisar-lhe a origem.
Paralelamente aos trabalhos desenvolvidos pela Escola de Salpetriére e a Escola de Nancy (Dr. Ambroise August Liébeaut e Dr. Hippolyte Bernheim),
 Cel. De Rochas 

o Cel. Eugène Auguste Albert D’Aiglun De Rochas (encarnado em 1837 e desencarnado em 1914) afirmava em suas obras que a sensibilidade é capaz de exteriorizar-se, ou seja, no individuo magnetizado (hipnotizado ou sonambúlico) os sentidos extrapolam os limites do corpo físico; ao induzir várias pessoas ao sonambulismo, descobriu que a anestesia cutânea inerente não significa perda completa de sensibilidade, estando esta presente em torno do corpo em um serie de camadas concêntricas. Se o individuo encontrar-se num sonambulismo profundo, forma-se ao seu entorno camadas sensíveis com um intervalo de 6 a 7 centímetros que é o duplo da distância da primeira camada à pele e que podem alcançar de 2 a 3 metros de comprimento. Estas camadas possuem um pólo positivo e outro negativo, podendo-se operar atividades paralelas em ambos os lados do corpo do sensitivo. O Coronel De Rochas levou a cabo experiências fascinantes com esta raríssima manifestação sonambúlica. Certa feita entregou um copo d’água a um sonâmbulo e observou que o tato deste havia se impregnado no liquido que, ao ser tocado desencadeava-lhe reações físicas violentas.
Noutra oportunidade, sugeriu ao sonâmbulo que sua sombra reteria seu tato e, oculto as vistas deste, tocou a parede em torno da sombra, sem conseguir nenhum resultado. Mas ao tanger a sombra, o sonâmbulo reagiu demonstrando desconforto.
Outro entusiasta que realizou experiências de exteriorização da sensibilidade foi o Sr. Émile Boirac (encarnado na França em 1851, desencarnado em 1917) foi investigador metapsiquista, reitor da Academias de Grenoble e Dijon, publicou manuais de psicologia, filosofia e pedagogia. Diferentemente do Cel. De Rochas, ele chegou a realizar uma experiência com um sensitivo em estado de vigília, onde reproduziu a exteriorização da sensibilidade com o copo d’água, conseguindo com Êxito reações semelhantes aquelas que apresentavam os sonâmbulos. Relatou tal experiência num detalhado artigo que encerra nos seguintes termos: “Se eu não tivesse visto esses fenômenos, certamente acusaria de impostura aquele que nos relatasse. Decididamente, se esta nova ciência persistir em suas pesquisas, as gerações vindouras verão coisas estranhas!...muito estranhas!”
As experimentações acerca do magnetismo ganharam um caráter comprobatório diante da figura de Hippolyte Baraduc (encarnado em 1850, desencarnado em 1909) que, além de deixar várias obras publicadas acerca do assunto, inventou um aparelho denominado Biômetro, capaz de mensurar a energia psíquica emitida pelo magnetizador.
Tal aparelho é composto de uma agulha de cobre suspensa por um fio de seda, acima de um quadrante numerado, isto tudo disposto no interior de um globo de vidro, ao abrigo de qualquer influência exterior. As irradiações emanadas das mãos de um magnetizador são capazes de sensibilizar a agulha que mede entre 40 e 75 graus, em ambos os sentidos, sendo repelida ou atraída de conformidade com o estado de saúde e ordem de pensamentos deste.
No espaço de dez anos, o Dr. Baraduc realizou mais de duas mil experiências que foram capazes de provar, sob rigorosa exatidão a existência, intensidade e graduação desta força magnético/psíquica. Diante da época em que seus estudos e experiências se realizaram, as conclusões a que chegou tornaram-se de importância profunda para a compreensão da bioenergia (magnetismo animal).
Sir Wiliam Crookes

Sir Wiliam Crookes (encarnado em 1832, desencarnado em 1919), químico inglês, descobridor do Tálio, inventor do Radiômetro, do Espintariscópio e do tubo de raios catódicos, além de haver recebido em vida uma dezena de prêmios e condecorações e ter sido aceito em todas as sociedades científicas de seu país, é, também o responsável pelas conclusões mais desconcertantes e as provas mais esmagadoras da sobrevivência do ser após a morte do corpo físico. Mas, outrossim, pode, através de suas experiências encontrar respaldo para a existência do magnetismo animal. A partir de 1869, levou a cabo diversos experimentos com os mais iminentes médiuns de seu tempo, dentre eles o famoso Daniel Dunglas Home. Serviu-se de uma balança mecânica de maior precisão que encontrara e o médium impondo a mão acima de um dos pratos influenciou-o, fazendo o ponteiro registrar cerca de 500g. Esta experiência foi realizada diversas vezes para excluir a possibilidade de fraude.
Em 1872, alguns pioneiros, entre os quais o Dr. John Beattie, conseguiram registrar em filme as irradiações do magnetismo animal. A técnica consistia em, sob completa falta de luz, colocar-se a mão acima de uma placa sensível imersa em banho revelador e, após alguns minutos de exposição, se verificava que esta se achava impressionada. A fotografia, por seu incontestável caráter iconográfico, visual, é dos assuntos mais instigantes das pesquisas psíquicas. Não seria diferente com a fotografia do pensamento, ou escotografia.
Seu idealizador foi o Comandante Daget (encarnado em 1849, desencarnado em 1923), um dos inventores da fotografia, acreditava que o pensamento é uma força exteriorizável; em 1869 concentrou seu pensamento sobre uma chapa sensibilizada e conseguiu registrar nesta a figura de uma garrafa a qual mentalizara. Logrou êxito ainda ao registrar outras imagens utilizando a mesma técnica até que inexplicavelmente este seu dom desapareceu. Outros que se aventuraram na escotografia foram os já citados Cel. De Rochas e Hippolyte Baraduc, em cujas experiências esteve presente a pesquisadora Sra. Felícia Scatcherd que ao estudo da escotografia dedicou 40 anos de sua vida. Recentemente, um dos casos mais famosos de fotografia do pensamento se deu com o sensitivo de Chicago Ted Serios que, na década de 1960, de posse de uma câmera Polaroid fixava o pensamento demonstrando grande esforço físico enquanto um terceiro acionava o diafragma da máquina. Na década seguinte, um caso ainda mais impressionante foi o do japonês Masuaki Kiyota que produzia instantâneos do pensamento com uma câmara cuja lente se encontrava tampada. Não há ainda uma boa explicação para a formação destas imagens.
Outro fenômeno correlato ao magnetismo animal é, certamente, o mais conhecido e antigo deles, a Radiestesia ou Rabdomancia. Tal fenômeno, identificado desde o Antigo Egito, consiste na prospecção da água encontrada em lençóis freáticos subterrâneos através da utilização de uma forquilha de madeira, ou mais recentemente, de um pêndulo. Presente em praticamente toda a tradição cultural do planeta, a Radiestesia possui uma bibliografia imensa, onde se podem destacar os seguintes autores: Conde Kasrl Von Klinckowstroem, Georg Agrícola, Jean Nicolas, Lorrain de Vallemont, Pierre de Touvenel, Sir William Barret e Teodore Bestarman, James George Frazer, Pierre Le Brun, Conde Agénor Gasparin e Catherine Crowe. Era crença corrente entre o povo que a forquilha deveria ser de uma certa árvore para haver o fenômeno, e esta era a aveleira. Mais tarde, todavia, ficou claro que importava mesmo a sensibilidade do rabdomante, e assim o pêndulo foi também adotado. Entre os grandes rabdomantes destacam-se os nomes de Jacques Aymar, considerado o melhor do século XVIII “era perito em descobrir fontes de água e metais ocultos”, Barthelmy Bléton, o abade Paramelle que descobriu fontes de água no sudoeste da França, local em que se acreditava não houvesse lençóis subterrâneos, e os ingleses William Stone e Leicester Gataker. A Radiestesia é usada para, além de encontrar fontes de água e metais, diagnosticar doenças. A crendice sempre foi acionada para explicar o fenômeno, a maioria creditando-a ao demônio, poucos a Deus. Uma explicação razoável aventada por Cecil Maby e T. Beford, membros de uma comissão de investigação britânica, diz que há radiações minerais e vitais (onda magnéticas?) que podem ser percebidos por certas pessoas “sensíveis” e que atuariam sobre os músculos destes, causando o movimento da forquilha e do pêndulo.
Semyon Kirlian

Todos os fenômenos acima descritos e cuja correlação com o magnetismo animal é profunda vem encontrar uma nova luz diante do trabalho realizado por Semyon Kirlian e sua esposa Valentina, detentores diretos do legado de Sir William Crookes e Hippolyte Baraduc, que em seu tempo iniciaram com um instrumental próprio as pesquisas de mensuração da força psíquica (magnetismo animal). As pesquisas do Casal russo teve começo em 1939, em sua cidade natal, Crasnodar, onde Semyon, eletricista, fora chamado ao Instituto de Pesquisas para consertar um equipamento. Por acaso, viu a demonstração de um aparelho de alta frequência de eletroterapia; repentinamente, observou ele que dos eletrodos ligados à pele do paciente emanavam lampejos de luz de curtíssima duração, e imaginou se os conseguiria fotografar. Pensou que se depositasse uma chapa fotográfica entre o eletrodo acima e a o objeto a ser fotografado - sua mão no caso - abaixo, poderia conseguir uma imagem. Estava certo. Observou com entusiasmo a luminescência que emanara de seus dedos impressa na foto. Buscou repetir o experimento com outras técnicas de fotografia sem luz, raios X, infravermelhos e radioatividade sem lograr êxito, deixando claro que seu talento eletrônico seria posto a prova na obtenção de equipamentos novos. Com o auxilio de sua esposa criou todo um novo método de fotografia que alcança 14 patentes. O casal Kirlian descobriu, após fotografar toda espécie de objeto, animado e inanimado, as implicações filosóficas de seu invento. Dir-se-ia que os seres vivos têm dois corpos: o corpo físico que todo mundo pode ver, e o “corpo energético” que eles viam nas fotos de alta frequência que batiam. E mais, o corpo físico parecia espelhar o que ocorria no “corpo energético”, posto que qualquer desequilíbrio apresentado neste ultimo se refletiria no primeiro dentro em pouco. A kirliangrafia foi comprovada pelo Dr. Walter Kilner, que, em Londres afirmou ter visto o mesmo fenômeno que os Kirlian, utilizando lentes especiais coloridas em seu equipamento. De acordo com este, a má saúde, a fadiga, a depressão, os estados de ânimo, enfim, tudo influi nesta aura.
Dali a conseguir realizar diagnóstico com a nova técnica foi um passo. Descobriu ainda que certas pessoas podiam mudar pela mera vontade os padrões de cores e formas de sua aura. Recentemente o Dr. Florin Dumistrescus, engenheiro e médico romeno radicado na França, e a maior autoridade mundial em eletronografia, aperfeiçoou o equipamento de Kirlian de modo a conseguir imagens estáticas ou dinâmicas mais nítidas, em preto e branco ou coloridas, que podem ainda verificar campos energéticos no interior dos corpos, facilitando em muito os diagnóstico das doenças. Em realidade, esta "janela aberta para o desconhecido", como afirmaram os Kirlian, não pode, ainda, ser mensurada pela ciência ou a filosofia.
Foto Mão (Kirlian)

O que se seguiu às fotografias Kirlian foi uma miríade nova e resplandecente de descobertas incríveis. Em 1968, os Drs. V. Inyushin, N. Vorobev, N. Shouisiki, N. Fedorova e F. Gibadulin anunciaram a descoberta daquilo que batizaram de Corpo de Plasma Biológico, que consiste num corpo energético paralelo ao corpo material formado de átomos e encontrado em toda criatura viva. Afirmaram que a biolumenescência visível nas fotos Kirlian é causada por este bioplasma e não pela eletricidade do corpo físico; observaram ainda que os processos no interior deste corpo energético se dão de maneira diversa daquele do corpo físico, além deste possuir polaridade. Afirmaram também que o bioplasma do corpo energético é especifico em cada organismo, tecido e mesmo molécula. Não apenas os russos, mas cientistas de muitos outros países têm, pressuposto a existência de uma espécie de padrão matricial organizador invisível, inerente a todos os seres vivos. Acaso seria a biolumenescência registrada nas fotografias Kirlian esse corpo organizador? Os experimentadores russos observaram nas fotografias que, embora se extraia parte do corpo físico de um ser vivo, o corpo bioplasmático subsiste, inteiro e visível num campo de alta frequência. Muitos se perguntaram o que geraria este corpo energético? Seria ele capaz de esgotar-se? Como dar-lhe uma recarga? A resposta, segundo verificaram estes mesmos cientistas russos, é o oxigênio, que converte alguns de seus elétrons excedentes a um certo "quantum" de energia do corpo energético. O hinduísmo sempre sustentou que a respiração carrega todo o corpo de "força vital" ou "prana", e a Ioga possui exercícios específicos de respiração para manter a saúde. Diante de tais constatações, cientistas da Universidade do Cazaquistão entenderam porque respirar oxigênio ionizado tem um grande efeito medicinal em muitas doenças; o simples borrifo de oxigênio ionizado sobre uma ferida é capaz de acelerar o processo de cicatrização. Estudando os iogues, os cientistas russos observaram que o corpo energético se desprende do corpo físico quando estes estão em estado de transe.
Ainda postularam que isto também pode ocorrer com qualquer um que se encontre sob a influência de anestésicos, em estado de coma ou em crises psicológicas profundas. Assim como fez Hippolyte Baraduc quase duzentos anos atrás, os russos conseguiram flagrar o instante em que este corpo de energia deixa o corpo físico no exato momento da morte de uma pessoa; eles testemunharam, por uma câmera Kirlian, fagulhas e clarões oriundos do corpo bioplasmático se arremessando vagarosamente no espaço, “nadando para longe e desaparecendo". Nenhuma área do pensamento humano haverá de ser o mesmo diante da constatação unânime da existência de que somos compostos de não apenas um, mas de dois corpos.
Esta idéia do duplo corpo desenvolveu-se a partir das pesquisas empreendidas pelo professor russo Alexander Gurvitch (encarnado em 1879, desencarnado em 1954), descobridor da radiação mitogênica, uma força que emana dos seres em ondas eletromagnéticas e lhes dá forma. Muitos outros investigadores e cientistas o seguiram neste campo de pesquisa, no que se pode concluir que as células do corpo físico são dirigidas por um campo de biofótons que atua mediante uma coerência espantosa, semelhante à do raio laser. Dentre aqueles que dedicaram suas vidas e intelectos a essa descoberta, destacam-se as figuras do Dr. Hans Driesch (encarnado em 1867, desencarnado em 1941), que foi o primeiro a demonstrar que os organismos vivos são campos de energia; Drs. Colli e Faccini, biofísicos italianos que descobriram em 1954 que várias sementes de plantas irradiam luz, que vai desde o verde ao vermelho do espectro de cores; Fritz Albert Popp, biofísico alemão que na década de 1970 conclui que "a renovação das células nos homens e nos animais só poderia ser transmitida se existisse uma comunicação operando a velocidade da luz entre todas as células", assim, todas as células são avisadas da morte de uma célula; e Prof. Kasnatchev, que demonstrou que as células vivas trocam informações biológicas no campo ultravioleta por meio dos fótons. Em suma: ondas eletromagnéticas!
Dr. Wilhelm Reich

Dr. Wilhelm Reich (encarnado em Dobrzcynica, Galicia austrÌaca 1897 e desencarnado na penitenciária de Lewisburg, Pensilvânia, EUA em 1957), médico e psicanalista, descobriu uma energia vital a que deu o nome de Energia Orgânica. Ele acreditava que o homem se compõe desta energia e que também o alimente; ela é da cor azul e provêm do sol e do ar que respiramos. Afirmou: "Vivemos em um mundo impregnado de energia universal, primária e onipresente". Em suas pesquisas descobriu que a energia Orgânica é mais intensa em certos indivíduos e, para os que a possuem em menor grau recomendava que se alimentassem de produtos energéticos e fossem habitar em locais abertos, em contato com a natureza, absorvendo as puras energias. Aos que não podiam fazê-lo, inventou seu "Acumulador Orgânico", a qual deveria o paciente realizar sessões que iam de 15 a 20 minutos, não podendo ultrapassar este tempo. Aqueles que se submeteram ao aparelho sentiram em principio calor, sonolência e formigamentos. O Acumulador Orgânico é basicamente um armário com 1,50m. de altura, com largura e profundidade que permitam uma pessoa sentada. A entrada possui uma pequena porta guarnecida com uma janela. O exterior é feito de madeira, o interior é de ferro galvanizado e entre estas camadas há um recheio de palha de aço e fibra de vidro. Nos últimos anos de sua vida, Reich buscou estabelecer um confronto entre a energia Orgânica e a Nuclear; acabou por descobrir que ambas são opostas. Experimentou, então, depositar um miligrama de rádium no Acumulador Orgânico e todo o laboratório ficou contaminado. Ele e seus assistentes adoeceram e após se curarem descobriram-se imunes à radioatividade, o que motivou a criação do projeto ORANUR (Orgon Against Nuclear Radiation), que consistia num processo de imunização a radioatividade. Devido ao uso constante que fizera do seu Acumulador Orgânico para curar seus pacientes, Reich foi denunciado a justiça norte-americana por prática ilegal da medicina. Morreu de ataque cardíaco na prisão, enquanto aguardava julgamento, e suas pesquisas caíram em descrédito e consequente esquecimento.
Três anos após a morte de Wilhelm Reich nasceu a Psicotrópica, que consiste na tentativa de sintetizar as pesquisas desenvolvidas por investigadores de todo mundo com o objetivo de estabelecer as conexões entre matéria, energia e consciência. Em 1973, ocorreu em Praga o primeiro Congresso de Psicotrópica, com a participação de biólogos, médicos, físicos, químicos e outros profissionais com a pretensão de a definir como ciência. De base ao que foi exposto ali, o engenheiro tchecoslovaco Robert Pavilita criou um aparelho ao qual chamou de "Gerador Psicotrônico", que funciona usando por bateria a energia mental de qualquer individuo. Jana, secretária deste conseguiu mover a hélice de um cata-vento usando tal aparato. Experiência semelhante foi levada a cabo por outro engenheiro tcheco de nome Julius Krimssky que construiu um "Detector de Energia Psicotrópica", máquina capaz de demonstrar que a mente influencia a matéria; utilizando-a conseguiu acender uma lâmpada. Há dois tipos de geradores que acumulam energia psicotrônica: os bioenergéticos, como o criado por Robert Pavilita, e os cósmicos, cujas aplicações se imaginam ilimitadas. A Grande Pirâmide de Quéops é apontada como um gerador deste segundo tipo. A câmara do rei, no interior desta, parece ter sido projetada para selecionar uma energia especifica denominada "energia concentrada da vida", ou raio pi, e direcioná-la para o sarcófago real.
O pesquisador Christopher Hills, baseado nesta assertiva um tanto fantasiosa criou um aparato denominado "Cofre Acumulador de Energia Orgânica Raio Pi", que reproduzia a exatidão as condições encontradas dentro da câmara do rei da Grande Pirâmide.
Parece lógico pensar que, a exemplo de todos os outros aparelhos citados ate aqui, este também tenha funcionado como se esperava. Mas, nem mesmo este ou qualquer outro foi capaz de causar uma pressuposta revolução cientifica decorrida da constatação do elemento psíquico/espiritual presente na criatura humana encarnada. Acaso nem Mesmer, Kardec ou Sir William Crookes puderam escapar imunes ao lodaçal dogmático que os homens das Academias sustentaram em seu inquebrantável ceticismo, poder-se-ia pensar que os russos diante da Guerra Fria puderam ter emergido com o coringa de Kirlian a dar as provas que sustentariam as novas bases da ciência que trataria do homem como ser integral formado de matéria e espírito. Mas, não. Nem a fotografia Kirlian e todos os outros avanços que se sucederam atrás da Cortina de Ferro puderam dobrar o academicismo da mente dos detratores, opositores e cínicos que se acham senhores de toda racionalidade. Todavia, nem mesmo eles são capazes de apagar os fatos e as provas. Não pode a ciência de nosso tempo ainda dar o definitivo parecer acerca do espírito humano, certamente o fará no futuro diante de novos avanços técnicos. Aí, então, descobrirão todos o que foram os milagres do mestre Jesus e os gênios que ao longo dos séculos desvelaram os mistérios da existência do ser humano sobre a Terra.

Apostila: O Magnetismo Animal Seus Precursores e Fenômenos Correlatos
OS FENÔMENOS ANÍMICOS E O ESPIRITISMO
http://www.batuiranet.com.br/

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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

MAGNETISMO NO NOVO TESTAMENTO


Lizarbe Gomes/RS

Ao longo da leitura da parte primeira, livro terceiro, a “Fisiologia do Magnetizador”, do “Tratado Prático do Magnetismo e do Sonambulismo” (1845) encontramos a seguinte dissertação do autor, Aubin Gauthier: “O Magnetismo é um agente disseminado na natureza e dele todos os corpos são impregnados.

Ele escapa aos nossos sentidos, não o vimos.
Se não o vimos, podemos observar seus efeitos, o que já seria suficiente para estabelecer sua existência. Porém, o homem, em estado de sonambulismo vê o fluido magnético sob a forma de um fogo brilhante que sai particularmente das mãos do magnetizador, o que explica porque a Antiguidade representava os deuses com flamas nas pontas dos dedos e como Mesmer afirmou: “O magnetismo animal, considerado como agente, é um fogo invisível”.
Quando um magnetizador impõe a mão sobre um doente, de seu corpo saem imediatamente correntes de matéria fluídica que se dirigem sobre o magnetizado. Diz Mesmer “observa-se o escoamento de uma matéria cuja sutileza penetra todos os corpos.”
Concebe-se então que o magnetizador não doa apenas seus esforços e fruto de seus estudos, mas doa ainda uma parte de sua própria existência.

Sem entender de outra maneira os atos magnéticos relacionados às incomparáveis curas operadas por Jesus Cristo, eu lembrarei que tendo ele sido tocado, na ponta de seu manto por uma mulher enferma, a qual foi curada. Jesus logo disse: ‘Quem me tocou? “. Como todos se defendessem, Pedro e aqueles que estavam com Ele lhe disseram: “Mestre, a multidão vos pressiona e vos oprime e vós quereis saber quem vos tocou!”.
Jesus respondeu: “Alguém me tocou, pois senti uma virtude que saiu de mim!”.
Essas palavras de Jesus Cristo tem, na boca de São Lucas, um caráter particular que hoje interessa bastante ao magnetismo, pois São Mateus, que era um coletor de impostos não fala da “virtude saída” do corpo de Jesus Cristo, cita apenas a cura; São Marcos, discípulo de São Pedro, que era um pescador, diz simplesmente que Jesus conhecendo em si mesmo a virtude que saía dele, se voltou para a multidão e disse “Quem tocou minhas vestes?”
São João nada diz sobre este assunto.

São Lucas relata com palavras completamente racionais: “Alguém me tocou, pois senti uma virtude que saiu de mim!”.
Por que esta superioridade de São Lucas sobre os outros evangelistas? É que São Lucas era médico.

Seu Evangelho oferece mesmo esta particularidade médica e magnética. Ele é também o único dos evangelistas que diz a respeito da mulher doente:
“Que ela havia dispensado todos seus bens com os médicos e que nenhum pode curá-la.” Para São Lucas, a cura se deveu a virtude saída do corpo de seu Divino Mestre.
Ora, a virtude magnética que residia em um grau incomparável em Jesus Cristo existe em um grau inferior entre todos os homens e cada vez que um magnetizador impõe suas mãos, dele sai uma virtude”.
Posteriormente, ou seja, mais de vinte anos depois, o mesmo tema voltaria a ser estudado com cuidado por Allan Kardec, no capítulo XV de “A Gênese – os Milagres e as predições segundo o Espiritismo”, no qual encontramos o seguinte comentário do Codificador: “É notável que o efeito não foi provocado por nenhum ato da vontade de Jesus; ele não fez nem magnetização e nem imposição das mãos. A irradiação fluídica normal bastou para operar a cura.

Mas por que essa irradiação se dirigiu para essa mulher, antes que para os outros, uma vez que Jesus não pensava nela e que estava cercado pela multidão?
A razão disso é bem simples. “O fluido, sendo dado como matéria terapêutica, deve atingir a desordem orgânica para repará-la; pode ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído, pelo desejo ardente, a confiança, em uma palavra, a fé do enfermo.” Diz ainda Allan 

Kardec: “Jesus, pois tinha razão em dizer: a vossa fé vos salvou. Compreende-se aqui que a fé não é virtude mística, tal como certas pessoas a entendem, mas uma verdadeira força atrativa, ao passo que aquele que não a tem opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou pelo menos uma força de inércia que paralisa a ação. Segundo isto, compreende-se que dois enfermos atingidos pelo mesmo mal, estando em presença de um curador, um pode ser curado e o outro não.”

Constatamos assim o quanto a preocupação dos estudiosos do Magnetismo em compreender de maneira racional a ação do fluido magnético nas curas operadas por Jesus até então consideradas “miraculosas”. Tal assunto também mereceu a atenção de Kardec que destacou ainda a atitude de quem recebe: se souber exercer a fé como força atrativa poderá, sem dúvida, obter resultados positivos. Aliás, no diversos aplicação épocas Jornal do 
Magnetismo há artigos que abordam a do Magnetismo desde as mais remotas e por diferentes povos. O Barão Du Potet inúmeras vezes referia-se a ele, denominando-o “Ciência dos Templos”, já que inicialmente sua prática se dava no recesso dos templos da 

Antiguidade, seja na Mesopotâmia, na Pérsia, no Egito, Grécia ou em Roma.
Finalizando, recordemos ainda as palavras de Léon Denis, em sua obra “No Invisível”: “Desembaraçado de qualquer móvel interesseiro, praticado com um objetivo de caridade, o magnetismo se torna a medicina dos humildes e dos crentes, do pai de família, da mãe para seus filhos, de todos aqueles que sabem amar. Sua aplicação está ao alcance dos mais simples. Ela exige apenas a confiança em si, a fé no infinito poder que faz irradiar por toda a parte a força e a vida. Como o Cristo e os apóstolos, como os santos, os profetas e os magos, cada um de nós pode impor as mãos e curar se tivermos amor aos semelhantes e a ardente vontade de aliviar”.

JORNAL VÓRTICE -ANO II, n.º 05 , outubro/2009


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EM QUE PRINCÍPIOS SE FUNDAMENTA O TATO MAGNÉTICO? COMO DESENVOLVÊ-LO?   (NOVO)
DIÁLOGO ENTRE UM PASSISTA E UM MAGNETIZADOR                        (NOVO)
MAGNETISMO E HOMEOPATIA, PRECURSORES DO ESPIRITISMO
PRELIMINAR DE TODO TRATAMENTO MAGNÉTICO
AOS AMIGOS DO MAGNETISMO - REFORMA, PROGRESSO, FUTURO!
MAGNETISMO CLÁSSICO - Aubin Gauthier
O QUE É, QUAIS OS RISCOS E COMO REGULARIZAR UMA SITUAÇÃO DE FADIGA FLUÍDICA?
CAMPO MAGNÉTICO
MESMER FALA SOBRE MEDIUNIDADE E MAGNETISMO
BREVE HISTÓRICO SOBRE MAGNETISMO
DE QUE FORMA O MAGNETISMO PODE AUXILIAR NOS CASOS DE OBSESSÃO
OS BANQUETES MAGNÉTICOS
PERÍODO MAGNÉTICO
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
MAGNETISMO NA VIDA HUMANA
DA SENSIBILIDADE MAGNÉTICA
MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL SERÁ COISA MÁGICA OU MARAVILHOSA?
O MAGNETISMO E O ESPIRITISMO COMPARADOS.
O MAGNETISMO NAS OBRAS DE CHICO XAVIER
O MAGNETISMO SEGUNDO LÉON DENIS
ILUSTRES PIONEIROS MARQUÊS DE PUYSÉGUR E O SÁBIO DELEUZE.
RIVAIL E O MAGNETISMO
MAGNETISMO E HIPNOTISMO
DE QUE FORMA O MAGNETISMO PODE AUXILIAR EM CASOS DE OBSESSÃO?
MESMER FALA SOBRE MEDIUNIDADE E MAGNETISMO
CONHECER E ESTUDAR O MAGNETISMO
MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL
A FILOSOFIA DO MAGNETISMO 2
A FILOSOFIA DO MAGNETISMO
DA EXTREMA SENSIBILIDADE DAS CRIANÇAS À AÇÃO DO MAGNETISMO E DE
SEU PRONTO RESTABELECIMENTO
PERÍODO MAGNÉTICO
MAGNETISMO CLÁSSICO (Jornal do Magnetismo critica o Espiritismo)
PRECURSORES DO MAGNETISMO ANIMAL (Parte I)
PRECURSORES DO MAGNETISMO ANIMAL (Parte Final)
EMPREGO OFICIAL DO MAGNETISMO ANIMAL - A DOENÇA DO REI DA SUÉCIA
PASSES E MAGNETISMO
MAGNETISMO,UM SABER A SER RESGATADO
CURA DE UMA FRATURA PELA MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL
QUAIS OS LIMITES QUE SE PODE ALCANÇAR ATRAVÉS DO MAGNETISMO?
O TATO MAGNÉTICO E A FICHA DE ATENDIMENTO
DA DURAÇÃO DO TRATAMENTO MAGNÉTICO CAPÍTULO X
ENSAIO TEÓRICO DAS CURAS INSTANTÂNEAS
TEORIAS E PROCEDIMENTO DO MAGNETISMO
O QUE FAZ COM QUE UM TRATAMENTO MAGNÉTICO SEJA MAIS OU MENOS LONGO?

terça-feira, 20 de novembro de 2012

RIVAIL E O MAGNETISMO


O magnetismo animal, também conhecido por mesmerismo, visto ter sido Franz Anton Mesmer, doutor pela Universidade de Viena, o seu célebre renovador nos tempos modernos, esteve em voga nos fins do século XVIII, adquirindo maior impulso na primeira metade do XIX. Na França, sobretudo, sumidades médicas e ilustres prelados confirmavam a veracidade dos fenômenos magnéticos, principalmente no que diz respeito a curas psíquicas, a diagnósticos e prescrições terapêuticas fornecidos por sonâmbulos, com quem igualmente se observavam incontestáveis fatos de clarividência ou lucidez, de visão a distância, de visão através de corpos opacos, de previsão etc.

Pouco depois que o jovem discípulo de Pestalozzi chegou a Paris, teve a sua curiosidade despertada para o magnetismo animal, a que o marquês de Puységur, juntamente com d'Eslon, professor e regente da Faculdade de Medicina de Paris, e com o sábio naturalista Deleuze, haviam imprimido nova feição, ao modificarem os métodos de Mesmer, disso resultando na descoberta do sonambulismo provocado. Rivail refere-se elogiosamente a esses magnetistas franceses, colocando ao lado deles os nomes de dois outros grandes vultos: o barão Du Potet e o sr. Millet.

A iniciação de Rivail nesse novo ramo dos conhecimentos humanos deu-se aproximadamente em 1823, segundo ele próprio o afirmou. E nos anos que se seguiram aplicaria parte do seu tempo, mas sem prejuízo de suas tarefas educacionais, no estudo criterioso e equilibrado, teórico e prático, de todas as fases ou graus do sonambulismo, testemunhando muitos prodígios provocados pela ação do agente magnético. Suas leituras não se circunscreveram às obras favoráveis ao magnetismo. No propósito de aquilatar o valor das objeções, leu, igualmente, conforme frisou na página 277 da Revue Spirite de 1858, grande número de livros contra essa ciência, “escritos por homens em evidência”.

O barão Du Potet, que mais tarde seria amigo dos espíritas, tornara-se desde 1825 o chefe da escola magnética na França, tendo ido mais longe que seus predecessores na aplicação do magnetismo à terapêutica. Este justamente o lado que mais impressionou a Rivail, que com o tempo pôde inteirar-se bem da força magnética que todos os seres humanos possuem em graus diversos, vindo a ser, ele próprio, “experimentado magnetizador”, segundo escreveu seu amigo pessoal e discípulo Pierre-Gaëtan Leymarie, na Revue Spirite de 1871. Este valoroso espírita lembraria ainda, pela Revue Spirite de 1886, página 631, que o mestre lionês conheceu as pesquisas do padre português José Custódio Faria (o abbé Faria dos franceses) e lhe rendia as devidas homenagens. O padre Faria, iniciado nas práticas do Magnetismo pelo marquês de Puységur, a quem dedicou seu livro De la cause du somneil lucide, ou étude de la nature de l'homme (1819), considerando-o seu mestre, foi o precursor do hipnotismo de Braid. Lecionou em liceus e academias de várias cidades francesas.

Despido dos preconceitos dominantes na época, o padre Faria pôs por terra o caráter sobrenatural com que a Igreja cercava o magnetismo, iniciando em 1813 as suas concorridas conferências na rua de Clichy (Paris), seguidas de demonstrações práticas.

A Igreja condenava o Magnetismo. Tudo provinha da ação de fluidos de origem infernal. Um teólogo francês escreveu que “o sonambulismo e o magnetismo eram sobrenaturais e diabólicos, anticristãos, anticatólicos e antimorais”. O padre Faria estudou as práticas magnéticas e convenceu-se da inanidade de tais interpretações. Crente e padre, não teve dúvida em afrontar as iras dos teólogos do seu tempo, para afirmar que nada havia de sobrenatural em tais fenômenos e que o sono hipnótico era, afinal, uma “modalidade da sugestão.” (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira , Lisboa – Rio de janeiro, vol. X, p.919)

Diz Anna Blackwell, no prefácio à sua tradução inglesa (1875) de O Livro dos Espíritos, que Rivail tomou parte ativa nos trabalhos da Sociedade de Magnetismo de Paris, a mais importante da França. Ele, porém, ficaria eqüidistante das rivalidades doutrinárias que haviam surgido entre os magnetizadores parisienses. Soube fazer amigos nessa e naquela corrente de idéias, e um deles, o magnetizador Fortier, a quem conhecia desde muito tempo, foi quem, em 1854, lhe falaria pela primeira vez das chamadas mesas falantes.

Tendo, assim, adquirido sólidos conhecimentos de magnetismo, ciência que ele mais tarde, em diferentes ocasiões, demonstrou possuir em profundidade ao elaborar o corpo doutrinário do Espiritismo, foi capaz de perceber, logo ao início de suas observações pessoais junto às mesas girantes e falantes a íntima solidariedade entre o Espiritismo e Magnetismo, o que o levaria a afirmar: “Dos fenômenos magnéticos do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas, não há senão um passo; sua conexão é tal, que é, por assim dizer, impossível falar de um sem falar do ouro.”

(WANTUIL, Zeus e THIESEN, Francisco. ALLAN KARDEC. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979. Vol. I, cap. 17. P. 102 a 105)



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http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2013/03/o-que-faz-com-que-um-tratamento.html

domingo, 4 de novembro de 2012

KARDEC ANALISA EMMANUEL SWEDENBORG

Swedenborg 1688 - 1772
Na Revista Espírita do mês de novembro de 1859, Allan Kardec publica um artigo altamente esclarecedor sobre a veracidade ou não de certas doutrinas e revelações feitas por Espíritos. Na realidade, o Mestre nos dá uma aula sobre tal problemática, analisando as experiências mediúnicas de Swedenborg, e suas constatações pós mortem.

Inicialmente, o Codificador faz um breve resumo biográfico de Swedenborg, e comenta que o mesmo “é um desses personagens mais conhecidos de nome que de fato, ao menos para o vulgo.” Segundo Kardec, “suas obras muito volumosas e, em geral, muito abstratas, quase que só são lidas pelos eruditos.” Daí, para uns, “ele é considerado um grande homem, para outros, não passa de um charlatão, de um visionário, de um taumaturgo.”

Assevera o Codificador, que na realidade a doutrina defendida por Swedenborg deixa muito a desejar. E que o próprio Swedenborg, na condição de Espírito, está longe de aprová-La em todos os pontos! No entanto, segundo as palavras de Kardec, “por mais refutável que seja, nem por isso deixará de ser um dos homens mais eminentes do seu século.”

Afinal, quem foi Swedenborg? - Emmanuel Swedenborg, nasceu em 1688, em Estocolmo, e faleceu em Londres, em 1722, aos 84 anos de idade. Destacou-se em todas as ciências, especialmente na Teologia, na Mecânica, na Física e na Metalurgia. Em 1716, Carlos XII o nomeou seu assessor na Escola de Metalurgia de Estocolmo. A rainha Ulrica o fez nobre, e ele ocupou os pontos de maior relevo, com distinção, até 1743, época em que teve a sua primeira revelação espírita. Tinha então, 55 anos. Pediu demissão e não quis mais se ocupar senão de seu apostolado e do estabelecimento da doutrina Nova Jerusalém.

Allan Kardec observa que “mesmo rendendo justiça ao mérito pessoal de Swedenborg, como cientista e como homem de bem, não nos podemos constituir defensores de doutrinas que o mais elementar bom-senso condena.” À esse respeito, vale pontuar que hodiernamente, tal determinação kardeciana, é totalmente desconsiderada! Qualquer mensagem mediúnica, ou entendimentos pessoais de médiuns e/ou palestrantes famosos ou não, por mais esdrúxulos e contraditórios que sejam, são acatados, publicados e divulgados como preceitos espíritas válidos e procedentes.

Acrescenta o Codificador: - “Ele (Swedenborg) cometeu um equívoco dificilmente perdoável, não obstante sua experiência das coisas do mundo oculto: o de aceitar cegamente tudo quanto lhe era ditado, sem o submeter ao controle severo da razão. Se tivesse pesado maduramente os prós e os contras, teria reconhecido princípios irreconciliáveis com a lógica, por menos rigorosa que fosse. (...) A qualidade que a si mesmo se atribui o Espírito que a ele se manifestou bastaria para o por em guarda, sobretudo se considerarmos a trivialidade de sua apresentação. (...) Seus próprios erros devem ser um ensinamento para os médiuns demasiado crédulos, que certos Espíritos procuram fascinar, lisonjeando-lhes a vaidade ou os preconceitos por uma linguagem pomposa ou de aparências enganosas.” (grifei) Observemos o alerta de Kardec para o controle severo da razão!

Prosseguindo em seus esclarecimentos, o Mestre transcreve uma comunicação dada pelo Espírito de Swedenborg, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 23 de setembro de 1859, na qual, o Espírito faz a abertura da sessão, pontuando dentre outras coisas, que sua moral espírita e a sua doutrina, não estariam isentas de grandes erros, os quais atualmente (na condição de Espírito) reconhece. Nega por exemplo, a “eternidade das penas“, como também a existência “do mundo dos anjos”. Assim se expressa o Espírito: “O que eu também dizia do mundo dos anjos, que é o que pregam os templos, não passava de ilusão dos meus sentidos; acreditei vê-lo, agia de boa-fé, mas enganei-me.” (grifei) Vale ressaltar aqui, o cuidado para as tais “cidades espirituais” tão em voga na literatura espiritualista!

Vejamos agora, algumas indagações feitas por Allan Kardec, e as respectivas respostas dadas pelo Espírito de Swedenborg:

- Qual foi o Espírito que vos apareceu, dizendo ser o próprio Deus? Era realmente Deus? Resposta - Não. Acreditei no que me falava porque nele via um ser sobre-humano e fiquei lisonjeado. (grifei)

- Por que ele tomou o nome de Deus?
Resposta - Para ser mais bem obedecido. (grifei) O Espírito utiliza-se do nome de personalidades famosas e respeitadas para que seja facilmente obedecido pelo médium lisonjeado e temeroso.

- Aquele Espírito que vos fez escrever coisas que hoje reconheceis como errôneas. Ele o fez com boa ou com má intenção?
- Não o fez com má intenção; ele próprio se enganou, porque não era suficientemente esclarecido. Agora percebo que as ilusões do meu próprio Espírito e de minha inteligência o influenciavam, mau grado seu. Entretanto, no meio de alguns erros de sistema, fácil é reconhecer grandes verdades. (grifei)

Oportuno observar na fala de Swedenborg, que o Espírito comunicante era de grau evolutivo inferior, e se deixava também influenciar pelas “ilusões” criadas por Swedenborg, “mau grado seu”!

- O princípio de vossa doutrina repousa sobre as correspondências. Continuais acreditando nessas relações que encontráveis entre cada coisa do mundo material, e cada coisa do mundo moral?
Resposta - Não; é uma ficção. (grifei)

- Poderíeis dizer-nos de que maneira recebíeis as comunicações dos Espíritos? Escrevíeis aquilo que vos era revelado à maneira de nossos médiuns, ou por inspiração?
Resposta - Quando me achava em silêncio e em recolhimento, meu Espírito ficava como que maravilhado, extasiado, e eu via claramente uma imagem diante de mim, que me falava e ditava o que deveria escrever; algumas vezes minha imaginação se misturava nisso. (grifei)

Diante de ensinamentos tão importantes, ministrados e exemplificados com tanta propriedade pelo Mestre Allan Kardec, constatamos da necessidade do estudo efetivo e aprofundado das Obras Fundamentais da Codificação, e da Revista Espírita. Só assim poderemos identificar e rechaçar a avalanche de mensagens de Espíritos desencarnados e/ou encarnados, produto de ilusões e mistificações, e que acabam por confundir e desvirtuar os preceitos doutrinários Espíritas, levando multidões de desavisados ao engano e a futuras decepções. 

Por Maria das Graças Cabral 

REFERÊNCIA:
KARDEC, Allan. REVISTA ESPÍRITA, Jornal de Estudos Psicológicos. Ano II, novembro de 1859. Ed. FEB., RJ/RJ, 2ª edição, 2004, p. 437/446.
In: Um Olhar Espírita - http://umolharespirita1.blogspot.com/2012/02/kardec-analisa-swedenborg.html
Posted in: Allan Kardec,Bom Senso,comunicação mediúnica,CUEE,Doutrina Espírita,espiritismo,mistificação,O Crivo da Razão,Swedenborg


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