quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PROFECIA NA VISÃO ESPÍRITA - J. Raul Teixeira



 J. Raul Teixeira

O que é uma profecia?  Dá para prever o futuro?

Raul Teixeira: Uma profecia é uma atitude através da qual desvenda o porvir, desvenda o futuro.
A mente humana tem esta possibilidade, parapsicologicamente falando, de registrar, de captar, algo que ainda vai acontecer, o que nós chamamos de futuro. E de registrar coisas que já ocorreram. Então a parapsicologia chamaria isso de retrocognição quando nós conhecemos o passado, pré-cognição quando nós conhecemos o futuro, e cognição que é o conhecimento da atualidade.
E ao longo da história dos homens, muitas foram as criaturas que demonstram ter esta habilidade, este canal aberto para determinadas sutilezas e captações. E a isso se chamou de profetismo, e profecia a atitude do profeta. O que hoje chamamos de paranormal, sensitivo ou de médium. Mas nós encontramos, por exemplo, nos textos bíblicos como profeta. Eles não falavam somente sobre coisas que viriam acontecer, mas falavam coisas da vida das pessoas.

No acidente da GOL, uma menina estava brincando e de repente disse: "O AVIÃO DO PAPAI EXPLODIU". O que é isso?

Raul Teixeira: Isso é uma profecia. Não é uma profecia quanto ao futuro, é quanto ao atual, é uma cognição. Porque o profetismo se caracteriza por este registro paranormal. Não é uma coisa que a pessoa leu num texto, que ouviu alguém falar, é algo que nasce na mente dela, brota na sua intimidade, que ela intui e que acontece, aconteceu ou acontecerá. Daí então, no momento do acidente que estava para ocorrer, a mensagem se espalhou pelo Cosmo, e quem estivesse com a sua antena naquela sintonia, seria capaz de registrar. É como se fossem rádios amadores captando as ondas do Espaço.

Como o profeta recebe esta profecia?

Raul Teixeira: Existem dois tipos de profecia. A profecia mediúnica: quando uma entidade espiritual chega para o médium e diz: "amanhã vai chover ás 3h da tarde." Esta informação ocorre porque este Espírito é conhecedor da meteorologia, ele tem conhecimento que as massas frias, estão se acumulando em tal lugar e dentro de tantas horas haverá chuva. Por que o Espírito diria isso? Raul Teixeira: Porque deve haver algum interesse. Ex.: não viaje; suspenda a festa neste lugar; não levem as crianças para tal ponto. É como aconteceu com José, quando o Espírito veio avisá-lo para fugir com o menino, por causa da sanha que Herodes iria aprontar. Então era uma premonição mediúnica, era um Espírito dizendo para alguém. Mas pode ser, que não seja mediúnica, seja uma profecia anímica (da própria alma do profeta). Há pessoas que tem a mente ativa, e a mente ativa é como um radar que vasculha o ambiente psíquico ao qual está vinculado. E tudo o que vai ocorrer na humanidade está circulando nestas ondas de "herts", está espalhado neste Cosmo. Para os Espíritos superiores não há nenhuma novidade que eles não saibam que vai ocorrer dentro dos destinos da humanidade. 

O profeta pode ser enganado por um Espírito?

Raul Teixeira: Pode, e ocorre muitas vezes. Porque há muitas pessoas ansiosas, e outras que são aventureiras. Entidades oportunistas tiram partido disso. Se eu quero ver você sofrer e eu sei que você é ansiosa, eu direi:
-          Xiii! Com este temporal que vai acontecer, eu acho que as pessoas da rua não vai chegar em casa.
Você que tem parente na rua começa a se desesperar. Mas é só para lhe ver sofrer. São Espíritos que forjam estas situações ridículas. E há outros que querem tirar proveito, dizendo:
-          Se você pagar "tanto" ali na esquina, isso não vai acontecer.
-          Se você deitar 7 vezes no chão por dia, isso não vai acontecer.
Fazem isso para zombar de você. São os Espíritos que chamamos na Doutrina Espírita de zombadores ou zombeteiros, eles tiram proveito disso.
Então, se nós estamos lidando com inteligências desencarnadas, junto à inteligências encarnadas, nós tanto vamos encontrar aquelas que são do Bem, buscando o Bem pelo Bem, como encontraremos aquelas que tiram partido.

E como podemos diferenciar as mensagens do Bem e as do que não são do Bem?

Raul Teixeira: Pela lógica. Nós estamos desacostumados a pensar. Nós estamos acostumados a acreditar. Somos pouco criteriosos. Jesus pediu para que fossemos "mansos como as pombas, mas prudentes como as serpentes". E nós somos mansos como as pombas e nos esquecemos de ser prudente como a serpente.  E tudo que os outros dizem, nós acreditamos. Vejamos que na idade média, a religião tradicional dizia para o povo que o mundo ia acabar. E o povo saía entregando as fazendas, as cabras, as casas, para a religião dominante. Mas, se o mundo ia acabar, porque a religião recebia? E ninguém refletia sobre isto? Mostrando como somos tolos. Temos que pensar no que está sendo apregoado, se faz sentido. E na maioria das vezes, veremos que são coisas ridículas. E os zombeteiros tiram proveito disso, enquanto nós nos conformamos dizemos que isso é das religiões.

Então, lembremos que, as previsões são os registros capitados pelos profetas (médiuns). Estas previsões sofrem modificações pelas interpretações que correspondem a sua cultura, sua maturidade intelectual e/ou experiências religiosas, o que torna sempre vulnerável a veracidade de tais comunicações. Sem deixarmos de lembrar que os Espíritos Nobres nunca tem o objetivo de amedrontar, de impor, de nos modificar à força, mas, ao contrário, estão sempre dispostos a sugerir, a orientar, a propor sem nada exigir. 
Compilação de Rudymara retirado de uma entrevista feita por Yasmin Madeira com J. Raul Teixeira
Postado Por;  http://grupoallankardec.blogspot.com.br/     
10.08.2012

A DOUTRINA DO ESPIRITISMO



Que significa esta palavra: Espiritismo?
- Significa: Ciência do Espírito ou ensino dos Espíritos, porque são os próprios Espíritos que no-lo revelaram.
O Espiritismo é uma ciência ou uma crença?
- O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência positiva, uma filosofia, uma doutrina social; é também uma crença, porém, baseada na ciência experimental.
É uma ciência, uma filosofia, uma doutrina, uma crença nova?
- De modo algum; é a ciência integral, a filosofia humana, a doutrina universal. Ele é o antigo e novo, como a Verdade, que é eterna.
Por que espiritualismo experimental?
- Porque essa doutrina repousa sobre fatos positivos, controlados pela experimentação científica.

Prove que o Espiritismo é uma ciência.
- O Espiritismo é uma ciência porque repousa em princípios positivos de onde se podem tirar deduções científicas incontestáveis. Além disso, ele é a própria razão da ciência, porque a ciência que não esclarece o homem sobre sua natureza íntima e sobre seu destino é uma ciência incompleta e estéril, como o positivismo. Ora, o Espiritismo é a ciência completa do homem; ela lhe indica sua verdadeira natureza, seu princípio fundamental, seu destino final e, por consequência, se esforça, dando-lhe toda a luz sobre sua vida para torná-la mais feliz e melhor.

Quais são as provas científicas atuais do Espiritismo?
- As provas atuais do Espiritismo são as descobertas recentes da radioatividade de todos os corpos e de todos os seres, a hipnose, o magnetismo, os fenômenos múltiplos da telepatia, do desdobramento, os fantasmas dos vivos e dos mortos, em uma palavra, todo o conjunto dos fenômenos de ordem psíquica. As descobertas futuras, das quais estas são apenas o prefácio, darão ao Espiritismo experimental uma consagração definitiva.
Se o Espiritismo é uma ciência positiva, por que encontra tanta oposição, hostilidade mesmo, entre os sábios?
- O Espiritismo só é combatido, geralmente, pelos sábios oficiais, precisamente porque ele é uma revolução na ciência oficial. A maioria dos sábios livres e independentes é, ao contrário, favorável ao Espiritismo e vem engrossar nossas fileiras.
Como o Espiritismo, que é uma ciência, é, ao mesmo tempo, uma filosofia e uma moral?
- Porque o Espiritismo é uma ciência eminentemente prática, que ensina aos homens as duas grandes virtudes sobre as quais repousa toda a moral humana: a justiça e a solidariedade, isto é, o progresso na ordem e o amor.
O Cristianismo não explica essa moral?
- Sim, é a moral universal escrita, em todos os tempos, na consciência humana. Jesus a ensinou ao mundo, há vinte séculos, mas os sacerdócios e as teologias a desnaturaram e alteraram por meio de acréscimos interesseiros ou de interpretações sutis. O Espiritismo lhe restitui sua pureza primitiva, a apóia em provas sensíveis e a apresenta ao gênero humano com toda a amplitude que convém à sua evolução atual e a seus progressos futuros.

Entretanto, toda moral pede uma sanção, isto é, uma recompensa para o bem, um castigo para o mal?
- A recompensa do bem cumprido é o próprio bem, como o castigo do mal cometido é a consciência de o ter praticado com premeditação; daí o remorso. O espírito humano é para consigo mesmo seu próprio recompensador ou seu algoz. Deus não pune nem recompensa ninguém. Uma lei imutável, uma justiça imanente presidem a ordem do universo e as ações dos homens. Todo ato cumprido encerra suas consequências. Deus deixa ao tempo o cuidado de realizá-las.
Não há, portanto, céu nem inferno?
- O céu ou o inferno estão na consciência de cada um de nós; toda alma traz em si e consigo sua alegria ou seu sofrimento, sua glória ou sua miséria, conforme seus méritos ou seus deméritos.
Então, por que fazer o bem e evitar o mal, se não se é recompensado pelo céu, nem punido pelo inferno?
- É necessário fazer o bem e evitar o mal, não com o fim egoístico de uma recompensa, nem pelo temor servil de um castigo, mas unicamente porque é a lei de nosso adiantamento. O progresso dos seres é o resultado de seu esforço individual; assim se anulam o dogma injurioso da graça e a teoria fatalista da predestinação.

Como é formulada a lei do destino?
- Cada um de nossos atos, bom ou mau, temos dito, recai sobre nós. A vida presente, feliz ou infeliz, é o resultado de nossos atos passados e a preparação de nossas vidas futuras. Colhemos, matematicamente, através dos séculos o que semeamos. A lembrança de nossas vidas anteriores se apaga por ocasião da volta da alma à carne; mas o passado subsiste nas profundezas do ser. Essa lembrança se recobra na morte e até durante a vida, quando a alma se desprende do corpo material, nos diferentes estados do sono. Então, o encadeamento de nossas vidas e, por conseguinte, o das causas e dos efeitos que as rege se reconstituem. A realização nelas de uma lei soberana de justiça torna-se evidente para nós.

Como ciência, o Espiritismo se dirige à razão; mas como se dirige ao coração humano?
1) Consolando-o na provação; 2) fazendo-o amar a vida, a natureza, o universo, como uma obra solidária e harmoniosa, toda impregnada de amor, de poesia, de beleza.
Como o Espiritismo consola o homem em suas provas?
- Fazendo-o compreender que o sofrimento é uma educação necessária ao seu destino; que ele engrandece a alma, forma o juízo, tempera o caráter, apura as sensações e inspira o nobre sentimento da piedade, pelo qual nos assemelhamos mais a Deus.
Isso são consolações que se dirigem mais à razão; mas as verdadeiras penas do coração, tais como a perda daqueles que amamos, de uma mãe, de um filho, de um amigo etc. não são penas inconsoláveis?
- Não há penas inconsoláveis. São precisamente essas que o Espiritismo consola melhor, porque graças a seu ensino e a suas práticas, sentimos em torno de nós a presença de nossos mortos bem amados. Seu fluido nos envolve; eles nos falam, por vezes se deixam ver e até fotografar. A fé religiosa dá somente a esperança; o Espiritismo dá a certeza e faz tocar a realidade.
O Espiritismo nega, então, a morte?
- Não, mas a livra dos terrores e dos temores cujos prejuízos a cercam. O Espiritismo nos faz amar a vida e nos ensina a não temer a morte.

Como o Espiritismo nos faz amar a vida?
- Apresentando-a como uma das etapas necessárias de nosso destino. Além disso, ele nos faz compreender como a existência humana, apesar de sua duração e suas aparências efêmeras, se liga ao plano geral da evolução, do amor e da beleza, que constitui o universo.

Como o Espiritismo compreende a solidariedade humana?
- Em seu mais alto e mais amplo sentido. Cada homem, devendo renascer um dia para reparar suas faltas ou aperfeiçoar sua vida nesta mesma Terra, que é o campo de batalha de suas lutas e o terreno de seus labores, não tem ele todo o interesse de aí fazer o bem em torno de si, de amar seus semelhantes, lhes prestar serviço, a fim de preparar para si próprio um retorno feliz neste mundo de provas?

Acabamos de ver que o Espiritismo é uma ciência positiva e uma filosofia moral; como, além disso, é uma doutrina social?
- Porque o Espiritismo bem compreendido e bem praticado torna o indivíduo melhor e que é somente pela melhoria do indivíduo que se pode obter a da sociedade.
Como o Espiritismo torna o indivíduo melhor?
- Dando-lhe a verdadeira noção da vida e, portanto, a do seu destino, isto é, realizando a educação moral do homem individual e do homem social.



Retirado do livro 'Síntese Doutrinária' – Léon Denis

Fonte; http://espiritananet.blogspot.com.br/2009/02/doutrina-do-espiritismo.html

MELINDRES


Richard Simonetti

Melindres

Indagado sobre problemas de relacionamento humano, disse Chico:

    Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: à mais leve contrariedade, se sentem humilhadas... Ora, nós não viemos a este mundo para nos banhar em águas de rosas... Somos Espíritos altamente endividados - dentro de nós o passado ainda fala mais alto...  Não podemos ser tão suscetíveis assim...

 Com a sabedoria de sempre, há todo um tratado de bem viver em suas singelas expressões.

Muitos problemas seriam evitados se as pessoas se dessem ao trabalho de cogitar dos objetivos da existência.

Não somos fruto do acaso, a partir do encontro de um óvulo com espermatozoide vencedor.

Vivíamos antes do berço.

Viveremos após o túmulo.

Transitamos pela Terra pilotando o corpo, máquina frágil que precisa ser alimentada e cuidada.

A todo momento apresenta desajustes e dores que exigem cuidados e, não raro, nos oprimem.

E convivemos com pessoas que guardam limitações semelhantes, sob a regência do egoísmo, esse vilão das almas, a sustentar as dores e confusões do Mundo.

 Estimaríamos, no relacionamento humano, banhar-nos em rosas, guardando inefável tranquilidade e inalterável bem-estar.

Ocorre que isso nunca acontece em plenitude, porquanto há sempre espinhos que nos ferem a sensibilidade, impostos pela convivência com desafetos da Terra e do Além.

O problema, amigo leitor, não está na contundência dos espinhos, mas, como afirma Chico, em nossa suscetibilidade, que se exprime na facilidade em nos melindrarmos.

É como uma alergia.

Há pessoas que podem comer quilos de queijo, sem problema algum. Outras ficam com o rosto deformado pelo inchaço, ingerindo mínima porção.

O melindre é a alergia da alma.

Um mínimo de contrariedade e eis o estrago feito, promovendo transtornos em nosso ânimo.

Para vencer a alergia física há uma terapia de dessensibilização, com o suporte medicamentoso a ser aplicado com critério e perseverança.

Para vencer a alergia espiritual, que tanto nos perturba e aborrece, é preciso arejar a alma, com o exercício perseverante da humildade.

Alguém alegará:

– Como pode ser a humildade o remédio para o melindre se é justamente por sermos humilhados que nos sentimos melindrados?

Quem assim questiona está confundindo humildade com humilhação.

A humilhação é a sensação de rebaixamento, de discriminação. Julgamos que alguém nos boicotou, diminuiu ou menosprezou…

A humildade é a consciência de nossas próprias limitações, que nos induz a não nos julgarmos melhor do que ninguém.

É simples entender.

Se sou humilde, nunca me sentirei humilhado.

Se me sinto humilhado, humilde não sou.

 Proclama Jesus (Lucas, 17:21):

  …o Reino de Deus está dentro de vós.

 Isso significa que entrar no Reino é realizá-lo em nossa própria consciência, em inefável tranquilidade interior.

Jesus nos indica como fazê-lo, em O Sermão da Montanha (Mateus, 5:3):

 Bem-aventurados os humildes, porque deles é o Reino de Deus.

 Olhe aí, amigo leitor, mais uma vez a humildade!

É muito mais do que um remédio para a alergia da Alma!

É o passaporte para estados de beatitude na consciência, o Reino em nós, sem as escuras nuvens de indesejável suscetibilidade.

richardsimonetti@uol.com.br