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segunda-feira, 26 de maio de 2014

ESPIRITISMO E FILOSOFIA

Por: Jorge Cordeiro

O nome filosofia vem do grego e significa “amor à sabedoria”. A Filosofia, segundo o novo Dicionário Aurélio, “é um estudo que se caracteriza pela intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade (...)”.

O filósofo era na antiguidade o representante da busca pelo saber. E o que ele estudava? No entender dos filósofos: “tudo”. A Filosofia é um estudo que tem por finalidade ampliar o nosso conhecimento da realidade, e tem por objeto de estudo o homem e o universo. A diferença entre a Filosofia e a Ciência é que enquanto a Ciência busca conhecer muito sobre um tema específico, a Filosofia avalia toda uma vastidão de conhecimentos para encontrar uma síntese desses fenômenos. A Filosofia pode também ser diferenciada pelo instrumento de pesquisa, pelo método e pela finalidade.

Enquanto a Ciência utiliza-se dos mais variados instrumentos, como, telescópios, microscópios, computadores, etc. A Filosofia utiliza basicamente a razão, o raciocínio puro, como instrumento de pesquisa da verdade.

O método em sua essência se utiliza da indução e da dedução. O primeiro, através dos fatos, descobre os princípios primeiros; o segundo ilumina os fatos com os princípios primeiros, para compreendê-los melhor.

A Filosofia não está voltada para fins práticos como a Ciência. Ela tem como único objetivo o conhecimento e por extensão, a verdade em si mesma.

Apesar de todas as coisas serem suscetíveis de pesquisa filosófica, alguns problemas são de preferência, estudadas pela Filosofia: a Lógica (se ocupa do problema da exatidão do raciocínio); a Epistemologia (o valor do conhecimento); a Metafísica (do fundamento último das coisas em geral); a Ética (a origem e natureza da lei moral, da virtude e da felicidade); A Teologia (da existência e natureza de Deus e das relações com os homens); a Estética (do problema do belo e da natureza e função da arte); e a Axiologia (o problema dos valores); Cosmologia (a constituição essencial das coisas materiais, da sua origem e de seu devir).

As teses fundamentais que integram a Doutrina Espírita encontram-se no “O Livro dos Espíritos”, as quais podem ser identificadas com as principais categorias filosóficas.

A Filosofia Espírita apesar de se encaixar dentro dessas categorias, não é propriamente um saber clássico. Em muitas de suas facetas ela é um assunto novo e vibrante. Primeiramente, o Espiritismo aborda um Universo dual, com um componente material e outro espiritual. Com isto se abre diante de nós toda uma gama de possibilidades de estudo. Neste Universo espiritual habitam espíritos, que são criados simples e puros, para evoluírem e aprenderem com seus próprios erros e experiências, trilhando um longo caminho até compreender a relação entre Deus e o Homem, alcançando uma harmonia entre o conhecimento, a moral e a inteligência. O espírito e o espiritual, certamente não fazem parte desta filosofia tradicional, por isso podemos falar de uma nova filosofia que se nos mostra: “a Filosofia Espírita”, possuidora de uma cosmologia, uma metafísica e uma ética próprias, apesar de baseada na ética cristã.

Para Jon Aizpúrua (2000) o Espiritismo é:

Uma filosofia deísta, porque reconhece a existência de Deus como força inteligente e causa primária de todas as coisas;

Uma filosofia espiritualista, porque afirma a existência do espírito como princípio independente da matéria, assim como sua sobrevivência após a morte;

Uma filosofia evolucionista, porque admite que a evolução é a lei que rege o Universo, presidindo todas as transformações, tanto de ordem física como de ordem espiritual;

Uma filosofia científica, uma filosofia racionalista e humanista, porque coloca o ser humano e as suas necessidades no centro de suas atenções.

Devemos nos lembrar que a Filosofia Espírita não é um alimento somente para o intelecto, mas também para a alma que sente e sofre, que presencia a alegria mas às vezes sucumbe à tristeza. Lembremos o que disse Kardec (1995, p.483):

“Mesmo os que nenhum fenômeno têm testemunhado, dizem: à parte esses fenômenos, há a filosofia, que me explica o que NENHUMA OUTRA me havia explicado. Nela encontro, por meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para os problemas que no mais alto grau interessam ao meu futuro. Ela me dá calma, firmeza, confiança; livra-me do tormento da incerteza. Ao lado de tudo isto, secundária se torna a questão dos fatos materiais.”


Bibliografia:
Aizpúra, Jon (2000). Os fundamentos do espiritismo. São Paulo, CEJB.
Ferreira, Aurélio (1999). Novo Aurélio – século XXI. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira.
Kardec, Allan (1995). O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro, FEB.
Mondin, B. (1987). Introdução à Filosofia. São Paulo, Edições Paulinas.

Postado por Livraria Cristal às 16:22


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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

ESTUDO SEQUENCIAL OU SISTEMATIZADO?


Juvan de Souza Neto
Dirigente do C. E. Jesus de
Nazaré, Barra Velha • SC
juvandesouza@gmail.com



35 anos do sistema de ensino apostilado ESDE geram reflexão sobre importância de estudo  das Obras Básicas

 Nestes tempos de reflexão  sobre os 35 anos do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita no Brasil, ousamos, dentro de nossa limitação doutrinária, traçar algumas reflexões. Sem dúvida, o ESDE é uma significativa ferramenta para o Estudo na Casa Espírita. Aqui em Barra Velha, litoral norte de Santa Catarina, já completamos todo o ciclo (apostilas I, II e tomo único) da nova edição da FEB e completamos também algumas apostilas anteriores, também da  FEB, Feparaná e também na Mediunidade, com apostilas igualmente febianas.

Mas na condição de dirigente, ficamos ao mesmo tempo satisfeitos de observar progressos no grupo, e preocupados. Não estamos invertendo a ordem do estudo? Por mais que o ESDE tenha estratégias pedagógicas, planos de aula, propostas de discussão, avaliação final, ele acaba por suprimir o conhecimento DIRETO que o estudioso da Doutrina poderá ter com a Obra Básica em questão. E mais: esse ESDE será sempre o fruto da pesquisa e seleção de um grupo de encarnados- em que pese a boa vontade e conhecimento amplo dos elaboradores da apostila e o fato de eles se basearem nas lições dos Imortais.

Essa sistematização não vem, digamos, diretamente da Espiritualidade Superior (não pelo menos no grau que temos quando nos deparamos com as Obras Básicas), e pode suprimir trechos importantes da Codificação que chegaram para nós justamente como o Codificador queria que chegasse: na mesma ordem metodológica e didática que sabemos que o Senhor Allan Kardec usou, desdobrando sua primeira obra em quatro outros livros, a partir dos livros (ou sublivros) de "O Livro dos Espíritos".

Desde 2009, em Barra Velha, nós apostamos no Estudo Sequencial. Primeiro, o Sequencial: "O Livro dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns" (em andamento), "O Evangelho Segundo o Espiritismo", já completado. Já completamos igualmente "O Céu e o Inferno" e "A Gênese" também. E outras ricas e oportunas obras sequenciais: "O Consolador", "Nosso Lar", "Os Mensageiros” (em andamento), "O Espírito e o Tempo" (recentemente concluído, fantástico livro de Herculano Pires), e agora estamos em "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", Léon Denis. Claro que isso dividido em dias e horários diferentes, com monitores diferentes. E junto disso, o ESDE, nas segundas-feiras, recentemente concluído.

Vejam bem: não estamos minimizando a importância do ESDE ou qualquer outra estratégia de aprendizagem, pois como bem lembrou o confrade Marcelo Henrique Pereira, de São José, Santa Catarina, o Codificador (em “Obras Póstumas”, no “Projeto 1868”, que todos deveriam ler e reler), foi profético ao recomendar a preparação e profusão de “Um curso regular de Espiritismo”, o qual seria “professado com o fim de desenvolver os princípios da Ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios”. Continua Kardec frisando que “este curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as ideias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns”.

Vimos, por nós próprios, que apenas recomendar que o estudioso da Doutrina Espírita leia as Obras Básicas em casa, por si só, não basta. Muitos não chegam nem a "O Que é o Espiritismo?". Absoluta maioria sequer abriu as páginas da Revista Espírita.

Aí, uma casa espírita que oferece apenas a leitura em apostilas durante 5, 10, 15 anos, correrá o risco de ao final perguntar quem conhece a fundo o conteúdo, por exemplo, do "O Livro dos Espíritos", e receber apenas a resposta: "É, conheço, mas trechos dele...". Será um conhecimento fragmentado. "Picotado". 

Chegamos à conclusão que na casa espírita, o primeiro deve ser mesmo o estudo sequencial. A apostila vem depois. É complemento, é imprescindível, vem como referencial teórico, acrescido de excelentes trechos de ótimas obras, vasta bibliografia e todas as vantagens citadas acima. Essa é nossa modesta opinião.

Por hora, rogamos as bênçãos do Cristo aos lutadores, dos Dois Planos, dessa excepcional proposta de estudo e metodologia elaborada nos últimos 35 anos chamada “ESDE”. Mas ousamos dizer: "Em primeiro, Kardec por Inteiro!"

O Jornal dos Espíritas Catarinenses  • Ano XI • Nº 38 • Novembro de 2013


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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

DUPLA VISTA


“Esta faculdade faz parte do conjunto de fenômenos de desprendimento da alma, estudados em capítulo específico em O Livro dos Espíritos, bem como em quase todas as obras da Codificação, além da Revista Espírita.”


A dupla vista, também conhecida como segunda vista, vista espiritual ou ainda vista psíquica, segundo definição de Allan Kardec “é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentidos humanos”.(O Livro dos Espíritos) Pode ocorrer em diversos graus, desde uma simples capacidade de apreender as coisas em profundidade ou, como se diz vulgarmente, entender pelas entrelinhas, até a possibilidade de ver à distância, através de obstáculos e de corpos opacos, inclusive o interior do próprio corpo físico, ou mesmo enxergar o passado ou o futuro.
Revelando os vários aspectos e detalhes em que a faculdade pode se manifestar, diz Allan Kardec: “Esse dom da segunda vista é que, em estado rudimentar, dá a certas pessoas o tato, a perspicácia, uma espécie de segurança aos atos, o que se pode com
justeza denominar: golpe de vista moral. Mais desenvolvido, ele acorda os pressentimentos, ainda mais desenvolvido, faz ver acontecimentos que já se realizaram, ou que estão prestes a realizar-se; finalmente, quando chega ao apogeu, é o êxtase vígil.”(Obras Póstumas)
Na Revista Espírita de outubro de 1864 complementa o codificador: “Esta faculdade, muito mais comum do que se o crê, se apresenta com graus de intensidade e aspectos muito diversos segundo os indivíduos; nuns, ela se manifesta pela percepção permanente ou acidental, mais ou menos límpida, das coisas distantes; noutros, pela simples intuição dessas mesmas coisas; noutros, enfim, pela transmissão do pensamento.”
Esta faculdade faz parte do conjunto de fenômenos de desprendimento da alma, estudados em capítulo específico em O Livro dos Espíritos, bem como em quase todas as obras da Codificação, além da Revista Espírita. Tendo o perispírito a possibilidade de irradiar-se para além dos limites do corpo físico, pode, dentro destas condições, perceber com maior acuidade e justeza tudo o que ocorre. A Doutrina Espírita, tendo como objetivo estudar os fenômenos da alma, nos fornece, desta maneira, a teoria explicativa da dupla vista. Prossigamos com Kardec:
“Ela tem, pois, seu princípio na propriedade radiante do fluido perispiritual, que permite à alma, em certos casos, perceber as coisas à distância, de outro modo dito, na emancipação da alma, que é uma lei da Natureza. Não são os olhos que vêem, é a alma que, por seus raios, atinge um ponto dado, exerce sua ação fora e sem o concurso dos órgãos corpóreos.”
(Revista Espírita, outubro de 1864) A dupla vista pode acontecer tanto no estado sonambúlico quanto no de vigília, quando o indivíduo vê através da sua vista ordinária e de uma forma tão natural que ele acaba acreditando que todo mundo a possui.

Na Revista Espírita de dezembro de 1858, Allan Kardec cita o caso do Sr. Adrien que, tendo desenvolvido a segunda vista e mesmo sem ser sonâmbulo, podia enxergar a longas distâncias, descrevendo locais, pessoas nos seus afazeres e fatos, tendo sido possível verificar a sua autenticidade.
Pouco estudada atualmente no meio espírita, esta faculdade era bem conhecida dos magnetizadores mesmo antes do surgimento da Doutrina, os quais davam àquela uma utilidade prática nos tratamentos dos seus pacientes.
Em Magnetismo Curativo, de Alphonse Bué, encontramos a seguinte citação referente à dupla vista (sob o nome de clarividência) durante o estado sonambúlico:
“Onde a clarividência me parece dever prestar verdadeiros serviços, é quando, desenvolvendo-se normalmente no decurso dum tratamento, sem ter sido exigida nem solicitada, se manifesta espontaneamente num doente, como crise natural que devia produzir-se.
O doente, nesse estado, julga claramente da natureza do seu mal, da sua origem e da sua causa, dos meios a empregar para combatê-la; vê o interior do seu corpo, os órgãos doentes; prevê, de antemão, a natureza e a época exata das crises pelas quais
deverá passar, e anuncia todas as peripécias da marcha da moléstia, sua duração e modo de acabar.”
Vemos, então, que os magnetizadores conheciam muito bem a dupla vista e a tinham como recurso terapêutico de grande valia tanto no diagnóstico das doenças como no acompanhamento dos tratamentos. Mais adiante, na mesma obra, o autor relata a respeito do tratamento de uma jovem de nome Luíza que há 12 anos sofria com uma atrofia muscular progressiva. Suas pernas estavam completamente paralisadas e os braços a caminho do mesmo destino.

A jovem apresentou-se sonâmbula decorrido um mês de tratamento. Sigamos com Bué: “Luíza, em sono magnético, seguia diariamente este trabalho de reorganização da Natureza, com interesse crescente; como via perfeitamente o interior do corpo, tinha prazer em pôr-me ao corrente das flutuações que o tratamento imprimia ao seu estado; o que lhe chamava principalmente a atenção era o aspecto dos seus músculos. Não possuindo nenhuma noção de anatomia, limitava-se simplesmente a explicar-me a seu modo aquilo que via.
Os músculos assim enferrujados pela inação, se lhe afiguravam, a princípio, como que empastados de substância amarelo-fosco, que parecia ter invadido os interstícios fibrilares; de amarela que era, essa substância tornou-se branca; depois, pareceu fundirse e reabsorver-se; o sangue afluiu, então, mais abundantemente para o músculo, vindo restituir-lhe a vitalidade e mobilidade; mas, ao mesmo tempo, ela previu uma crise próxima e de grandes sofrimentos: “A vida volta, disse-me ela, mas é
acompanhada da inflamação; já se acha invadido o envoltório dos músculos por placas vermelhas, semeadas de milhares de botõezinhos, oh! Como vou sofrer horrivelmente!” E passado um momento de silêncio, acrescentava: “Mas é necessário e depois passarei muito melhor”.”
Fomos encontrar ainda, na Revista Espírita de junho de 1867, o seguinte exemplo dado por Allan Kardec:
“Conhecemos, em Paris, uma senhora na qual ela [a dupla vista] é permanente, e tão natural quanto a visão comum; ela vê sem esforço e sem concentração o caráter, os hábitos, os antecedentes de quem dela se aproxima; descreve as doenças e prescreve tratamentos eficazes, com mais facilidade do que muitos sonâmbulos comuns; basta pensar em uma pessoa ausente para que ela a veja e a designe. Estávamos um dia em sua casa, e vimospassar na rua alguém com quem temos relação e que ela jamais viu. Sem ser nisto provocada por nenhuma pergunta, dela fez o retrato moral mais exato, e nos deu a seu respeito conselhos muito sábios.
Essa senhora, no entanto, não é sonâmbula; ela fala do que vê, como falaria de qualquer outra coisa sem se desviar de suas ocupações. Ela é médium? Ela mesma não sabe nada disso, porque tem pouco tempo, não conhece o Espiritismo, nem mesmo de nome. Essa faculdade, pois, é nela muito natural e tão espontânea quanto possível. Como ela percebe se não for pelo sentido espiritual?
Devemos acrescentar que essa senhora tem fé nos sinais da mão; também a examina quando se a interroga; nela vê, diz ela, o indício das doenças.
Como ela vê certo, e que é evidente que muitas coisas que ela diz não podem ter nenhuma relação fisiológica com a mão, estamos persuadidos de que para ela é simplesmente um meio de se pôr em relação, e desenvolver sua vista fixando-a sobre um ponto determinado; a mão faz o papel de espelho mágico ou psíquico; ela vê como outros vêem num copo, numa garrafa ou noutro objeto.”
Com a explicação acima, podemos entender a que grau pode chegar a segunda vista, bem como o porquê do uso de objetos e acessórios tais como bola de cristal, cartas, cristais, búzios, etc, pelos ledores da sorte. Estas pessoas geralmente têm como suporte ou auxiliar da concentração os objetos  itados, usando todavia a sua capacidade de visão espiritual para enxergar o passado, o futuro ou as doenças e seus tratamentos, mesmo estando consciente, ou seja, em estado de vigília. A leitura
das mãos teria uma vantagem que é o contato físico, o qual facilita a relação entre o clarividente e o consulente.

Como vimos, a dupla vista pode ser muito útil, se bem educada, como apoio nos tratamentos magnéticos, afora as outras capacidades que podem ser reveladas por quem é portador. Infelizmente, aprendemos a esperar em tudo pelos Espíritos desencarnados e relegamos ao esquecimento as potências que vivem em germe no íntimo de nós encarnados. Descobrir e desenvolver as nossas faculdades espirituais faz parte do programa reencarnatório. Se sufocamos estas aptidões antes mesmo delas despontarem e se as desprezamos por um comodismo que nos libera de qualquer esforço, então estamos cometendo um crime contra Deus e as suas leis.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

OS FENÔMENOS ANÍMICOS E O ESPIRITISMO

“Será que estamos sabendo estudar Kardec? De outra forma: será que estamos dando o devido valor às obras do codificador?”

 Há mais de 10 anos conheço uma jovem que, vez ou outra, passa por certas dificuldades, as quais acontecem com ela desde criança. São crises de ausência, transe prolongado, força física exacerbada, saídas conscientes do corpo, percepções extrasensoriais, etc., sendo tudo isto reputado a um prolongado e difícil problema obsessivo. Tratamentos desobsessivos foram tentados ao longo do tempo com poucos resultados positivos.

Não faz muito tempo, ao ler Magnetismo Espiritual de Michaellus, a “ficha foi caindo” a cada capítulo. Descobri que esta irmã é sonâmbula.

Ficou claro para mim, naquele momento, o porquê do desdobramento consciente, da insensibilidade física, da dupla vista. Aquilo que sempre foi tido à conta de obsessão, nada mais é do que sonambulismo natural que, mal orientado, tem provocado distúrbios diversos na vida dela e dos que lhe rodeiam. Como foi possível ninguém ter percebido esta ligação?
Inclusive eu, nunca tinha pensado nesta possibilidade até a leitura do livro, o que me causa uma certa vergonha.

Afinal de contas, Kardec deixou um capítulo inteiro (e extenso) escrito em O Livro dos Espíritos sobre os fenômenos anímicos intitulado “Emancipação da Alma”.
Nas demais obras da Codificação existem muitas referências ao assunto, tanto quanto na Revista Espírita nos seus diversos volumes.

E eu que já li e reli O Livro dos Espíritos inúmeras vezes!

Será que estamos sabendo estudar Kardec? De outra forma: será que estamos dando o devido valor às obras do codificador? Quantos espíritas será que existem que fazem confusão entre os fenômenos anímicos e os fenômenos mediúnicos e que todo tipo de dificuldade enfrentada, remete à influência dos Espíritos? Conhecer então a importância do sonambulismo para o Espiritismo... nem pensar. Para ilustrar, transcrevo abaixo o email que uma amiga espírita me enviou.

Trabalho em um Centro Espirita onde estudamos a polaridade como uma tecnica de passe (se e que assim posso dizer). Estudamos um livro de Richard Gordon "A cura pelas maos". Dai comecei a sentir dores pelo corpo no momento de aplicacao.
Curiosamente eu senti uma dor na perna esquerda em um paciente e, quando ele voltou, oito dias depois, mancava e sentia dor na mesma perna (la nos nao comentamos nada com os pacientes, as vezes sutilmente percebemos ou o mesmo fala); depois comecei a ver manchas escuras que passeiam pelo corpo; certa feita vi minha mao entrar no corpo e voltar com algo redondo e escuro e tinha a sensacao que segurava algo. Quando toco nos pacientes, as vezes e como se suas células conversassem comigo e me dissessem de “algo” fisico ou psiquico. Recentemente, vejo por dentro do corpo humano como um ultrassom de ultima geração em 3D e colorido. Nao sao em todos os pacientes, varia muito. Vejo medicos, cirurgias e, por vezes, com auxilio de irmaos espirituais alivio dores. Em outros momentos aumento estas dores. Ate agora fiquei quieta, achei que o telefone so toca de la pra ca. Mas, como vem aumentando os detalhes, acho que devo aprender e auxiliar os “amigos”. So nao sei como, as vezes fico na duvida do que sinto e vejo e nada falo aos amigos mediuns que me cercam. Antes que voce pense, nao tenho formacao na area de saude. Depois disso tudo, leio e, quando vejo os orgaos, recorro aos mapas de anatomia e fico pasma, sao iguais. O que devo fazer? Voce pode me ajudar? As pessoas que converso aqui me dizem que estou em desenvolvimento mediunico, faz oito anos, que tudo isso acontece. Ja esperei demais sem me aprofundar, sei que os amigos espirituais precisam de instrumentos afinados. Agradeco mais uma vez. Muita paz.

Dá para imaginar o drama desta irmã, possuindo inúmeras faculdades valiosas que podem e devem ser utilizadas para beneficiar o próximo, porém, sem
conhecimentos adequados por parte dela e das pessoas com as quais convive nas atividades do Centro Espírita.

Aquilo que se tem entendido como mediunidade, podese ver que é fenômeno anímico, ou seja, faculdades da própria alma encarnada, como por exemplo, percepções e sensações com relação às desarmonias do paciente, visão interna dos órgãos físicos, dupla vista. Ao que parece, existe uma capacidade mediúnica, porém complementada por uma bela faculdade anímica. São, portanto, recursos medianímicos que necessitam de estudo por parte da sua portadora e de todos os envolvidos, a fim de se encontrar formas adequadas de aproveitá-los para o benefício do próximo.

Muitas Casas Espíritas não contemplam estes assuntos em seus estudos doutrinários. Além do mais, as pessoas não podem comentar o que sentem e, quando comentam, recebem respostas ou explicações evasivas e superficiais. Os pacientes também não
podem relatar o que sentem a fim de se fazer um acompanhamento eficiente das suas problemáticas. E quanto se aprenderia com estes relatos! Sendo assim, é preciso adequar as estruturas de trabalho pois, do contrário, pode-se simplesmente desperdiçar estas oportunidades por não se saber lidar com elas ou por força de uma estrutura que não condiz com os instrumentos humanos e psíquicos disponíveis.
Inúmeras “Casas” não oferecem condições nos seus trabalhos de cura para que se possa acompanhar a situação do paciente ao longo do tratamento, nem estabelecem trocas de experiência entre os trabalhadores, onde facilmente se detectaria as ansiedades e angústias de pessoas como a autora do e-mail acima.

Não é à toa que o magnetismo e o sonambulismo são tão desconhecidos por nós espíritas, o que realça a nossa ignorância. Logicamente, não estou generalizando pois há inúmeros companheiros que se dedicam ao aprendizado teórico e prático destes fenômenos que formam a base do Espiritismo. É do conhecimento de todos, acredito, que toda mediunidade tem seu pilar de sustentação nos fenômenos de emancipação da alma.

Evolutivamente, a faculdade mediúnica surgiu a partir do momento em que o espírito encarnado desenvolveu a capacidade de dissociar-se do corpo físico iniciando, cada vez de forma mais direta, os contatos com os seres de outras dimensões que, aos poucos, procederam ao processo de transmissão mental através do indivíduo em transe, vindo, com o tempo, a surgirem as mais variadas nuances mediúnicas tão bem
estudadas por Allan Kardec e que compõem as suas obras.

Os fenomenos animicos se revestem da maior importancia para a ciência magnetica no ponto em que esta engloba desde a telepatia e a visao a distancia, passando pela dupla vista, catalepsia e letargia ate chegar ao extase, dentre outros. Todas estas variacoes da emancipacao da alma ja eram conhecidas dos magnetizadores antigos, inclusive de Kardec, mesmo antes do surgimento da Doutrina Espirita. Atraves do sonambulismo, por exemplo, os magnetizadores detectaram a existência do Espirito como principio imortal no ser humano.

O sonambulo, que a maioria das pessoas so conhece como sendo alguem que acorda no meio da noite e caminha pela casa (sonambulismo natural), era utilizado largamente pelos magnetizadores durante os tratamentos, quando a faculdade se manifestava espontaneamente no paciente, como meio de diagnostico e orientacao quanto ao metodo de cura. Estes individuos que conseguiam realizar as maiores proezas psiquicas como enxergar o interior do seu corpo fisico e detectar as doencas, ver atraves das paredes ou de qualquer corpo opaco, ler com os olhos vendados, captar pensamentos, ver a distancia, tornar-se insensiveis a dor, etc., provavam, atraves destas faculdades, que existe algo no ser humano que não pode ser fisico pois que transcende a todas as possibilidades de realização dos sentidos fisicos.

E saber que Kardec estudou tudo isto e colocou na Codificacao Espirita. Pena que nos grupos de estudo, nas palestras, seminarios, congressos, etc. este tema e tão pouco abordado. Nao e que dou menor valor a mediunidade, em hipotese alguma, mas e que nos encarnados somos tambem Espiritos. E todas as faculdades que aqui relatamos, e ainda outras, fazem parte da herança espiritual que carregamos. Somos dotados destas capacidades em menor ou maior grau por que somos Espiritos. E muita gente as possui sem se dar conta, muitas vezes confundindo com  Mediunidade ou mesmo com obsessao.

A unica saida e repensarmos a nossa maneira de estudar e aprender Kardec. Deixar de lado o “fulano disse que e assim” ou “o Espirito tal disse que e assim” e voltarmos a usar a logica que Kardec sempre utilizou. E em materia de logica Kardec e exemplar.

Alguns fenômenos anímicos definidos por Kardec:

SONO: momento de repouso do corpo quando o Espírito, aproveitando que os laços que o ligam ao corpo afrouxam-se e não precisando este último da sua presença, se lança no espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.
SONHO: é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Nem sempre sonhamos por que nem sempre nos lembramos do que vimos ou de tudo que vimos. Devido a não termos a alma em pleno desenvolvimento das faculdades, não nos resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha a partida ou o regresso ao corpo, à qual se junta a lembrança do que fizemos ou do que nos preocupa no estado de vigília.
TELEPATIA: comunicação de pensamento com outros Espíritos, encarnados ou desencarnados, mesmo em vigília, embora o faça mais dificilmente.
LETARGIA: perda momentânea da sensibilidade e do movimento. A suspensão das forças vitais se dá de forma geral dando ao corpo todas as aparências da morte.
CATALEPSIA: semelhante à letargia, só que de forma localizada, podendo afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo e deixando a inteligência livre para se  Manifestar.
SONAMBULISMO: estado de independência da alma em que esta se encontra na posse plena de si mesma. Pode ser natural ou magnético (provocado) e ocorre principalmente durante o sono. O sonâmbulo pode adquirir a clarividência com a qual pode ver à distância, através de corpos opacos, ou ainda demonstrar conhecimentos que não expressa no estado de vigília. Pode também conversar com Espíritos e deles receber orientações.
ÊXTASE: estado em que a alma se encontra mais independente ainda do que no sonambulismo. A alma do extático penetra nos Mundos Superiores, vê os Espíritos que lá habitam e compreende a sua felicidade.
DUPLA VISTA: é a vista da alma, embora o corpo não esteja adormecido. Dá a quem a possui a faculdade de ver, ouvir e sentir além dos limites do nossos sentidos. Percebem as coisas ausentes por toda parte onde a alma possa estender a sua ação; veem, por assim dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem.

Extraído de O Livro dos Espíritos, cap. Emancipação da Alma.