Histórico
No tempo de
Ísis (Egito), os sacerdotes caldeus utilizavam os passes para o
restabelecimento da saúde humana. No século XV muito se falava na simpatia
magnética, designando um sistema análogo nas suas bases essenciais, ao que
tinha sido formulado por Paracelso. No século XVII Van Helmont, muito citado na
Alta Magia, afirmava ter obtido curas valiosas com a aplicação do ímã e de
placas metálicas nos corpos de doentes. Um contemporâneo dele, o jesuíta Hell,
que também era físico de renome, obteve efeitos interessantes com a aplicação
do ímã não só nos homens, mas também nos animais.
Até por volta
do início do século XIX, a medicina era algo totalmente diferente do que
conhecemos na atualidade e não havia uma nítida separação entre o médico, o
curandeiro e o charlatão. Tal fato fez com que padres e até Reis do século XVI
se auto-intitulassem “homens de cura”. A iniciativa dos padres era bem óbvia,
uma vez que naquele tempo o conhecimento estava centrado na mão da Igreja
Católica. Eram pouquíssimas as pessoas que sabiam ler e os livros, além de
raríssimos, eram guardados nos monastérios. Os reis, por sua vez, eram
privilegiados, pois detinham o poder financeiro e bélico e tinham acesso à
educação e ao conhecimento de livros e tratados antigos que falavam, entre outras
coisas, sobre como curar as doenças.
Atribuía-se
uma verdadeira revolução na medicina do século XV às obras de Paracelso
(1493-1541). Sua teoria magnética, ou Sistema da Simpatia Magnética, defendia
que os ímãs, assim como eram capazes de atrair o ferro, também poderiam atrair
certas enfermidades e doenças (Prado, 1967). Durantes alguns séculos a
aplicação de ímãs no corpo para curar enfermidades foi um dos tratamentos de
saúdes mais populares que existiam. E o mais interessante ainda era que não faltavam
relatos de cura de doenças, e melhoria dos sintomas após a aplicação da terapia
magnética. Alguns padres jesuítas passaram a usar o “poder do ímã” até para
realizar exorcismos.
“O ímã cura
os fluxos dos olhos, dos ouvidos, do nariz e das articulações externas; por
este mesmo método se curam as úlceras, as fístulas, o câncer e os fluxos
menstruais. Também contribui para resolver as fraturas e cura a icterícia e a
hidropsia, segundo a prática me tem demonstrado com frequência.” - Relato de
curandeiros do Séc. XVI.
Foi a partir
da posterior constatação, em 1786, de que os ímãs não possuíam qualquer
propriedade curativa, que se abriu o caminho para uma nova explicação do porquê
de algumas pessoas se diziam curadas. Como resposta, os cientistas descobriram que
a sugestão e a imaginação poderiam ser os responsáveis pelas curas. Ou seja, a
“mente”, que por muitos anos fora deixada de lado pelos médicos naturalistas,
que preferiam buscar explicação na anatomia e na fisiologia, passou a ser a
principal suspeita de ser a responsável pelas curas.
Foi, contudo,
Franz Anton Mesmer, médico, quem estudou os mistérios científicos até então
cuidadosamente guardados em segredo pelos seus predecessores com sendo coisa de
magia. Admitia Mesmer que, assim como o ímã, as mãos e os olhos de alguns
indivíduos podiam irradiar um fluido especial proveniente do próprio organismo,
com influência nos indivíduos e nos próprios animais. As teorias mesmerianas
foram combatidas em Viena, motivo por que Mesmer tranferiu residência para Paris
em 1778. Em 1779 ele publica a obra Magnetismo Animal, em que expõe a tese
defendida até então, ou seja, a existência de um fluido que interpenetrava tudo
e que dava às pessoas, propriedades análogas àquelas do ímã. Teve boa
aceitação, mas depois caiu em descrédito.
Em 1784, o
Marquês de Puységur, discípulo de Mesmer, descobrira Sonambulismo Artificial e
em 1787 Pététin descobria a Catalepsia Artificial. Em 1841, Braid descobre o
hipnotismo. Charcot o estuda metodicamente, Liebault o aplica à clínica e Freud
o utiliza ao criar a Psicanálise.
O Magnetismo
Em Física:
Fluido emanado do ferro magnético e dos ímãs, que tem a propriedade de atrair
outros metais e de orientar a agulha magnética em direção Norte-Sul.
Teoria do
Magnetismo Animal: Existe no indivíduo uma força latente que pode ser emitida
mediante a ação da vontade. Esta força apresenta analogia com a eletricidade e
o magnetismo mineral e existe em todos os seres vivos no estado estático e no
estado dinâmico, circulando ao longo das fibras nervosas e irradiando para o
exterior pelos olhos, pelas pontas dos dedos e pela boca, com maior ou menor
intensidade da vontade.
Segundo
Michaelus, o mesmerismo foi o arauto do magnetismo para a sociedade com suas
vinte e sete proposições em “Memóire sur la découvet du magnétisme animal”,
destacando-se: “essas propriedades podem ser transmitidas a outros corpos
animados ou inanimados; a moléstia é apenas resultante da falta ou do
desequilíbrio na distribuição do magnetismo pelo corpo”; e Rouxel em “Rapports
du magnétisme et du Spiritisme” afirmou ser o “magnetismo uma transfusão de
vida espiritualizada do organismo do operador para o paciente”.
O Hipnotismo
Deriva de
Hipnose, palavra introduzida por James Braid em 1843. Provém da palavra grega
hypnos, que na mitologia helênica significa Deus do sono, chamado Sommus pelos
romanos. O termo não é feliz, uma vez que dá a errônea impressão de ser a
hipnose igual ao sono. Hypnos quer dizer sono, mas os estados hipnóticos não
são obrigatoriamente tranquilos e semelhantes ao sono. Braid, após propor o
termo hipnose, observou que a mesma distinguia-se de um estado de sono, porém o
termo já havia se consagrado. O hipnotismo são os vários processos, pelos quais
uma pessoa dotada de grande força de vontade exerce sua influência sobre outras
pessoas de ânimo mais débil, numa espécie de êxtase (ou transe).
Nasceu com
Braid o primeiro esboço da neurofisiologia da hipnose. Na realidade, há
indícios do uso da hipnose desde tempos muito remotos, onde eram utilizadas
induções hipnóticas nas várias civilizações, encontrando-se a mesma
fenomenologia em muitas partes do mundo. Os hebreus, os astecas, os índios
americanos chippewas e os araucanos do sul do Chile sabiam induzir o “sono
mágico” e outras formas de transes grupais e individuais. Podiam produzir
analgesia, gravar sugestões pós-hipnóticas e curar dores físicas ou
psicossomáticas.
Chiron induzia o estado de transe em seu grande discípulo
Esculápio. O “sono mágico” era usado tanto nos Templos do Sono egípcios, como
individualmente por sibilas e oráculos. Andrade Faria, relata que num baixo
relevo encontrado num sarcófago de Tebas, nota-se um sacerdote em pleno ato de
indução hipnótica de um paciente. Os egípcios, os caldeus e os hindus
realizavam induções através de rituais mágico-religiosos há milênios.
A Era
Científica da hipnose começou com o alemão Franz Friedrich Anton Mesmer, que em
1775, diplomou-se em medicina onde apresentou sua tese de formatura “De
planetarium influxu”, inspirada em idéias filosóficas e teosóficas do século XVI
e XVII, como por exemplo as de Paracelso. Defendia em sua tese que corpos
celestes influenciavam na cura de doenças. Existiria um fluido ou energia
universal interligando os corpos e os astros, sendo captado e emitido pelo
ferro magnético. Aos poucos, Mesmer percebe que o ferro imantado não é
necessário, pois parecia que ele mesmo podia emitir essa força magnética
curadora recebida dos astros, a qual então ele passa a chamar de “magnetismo
humano”, que podia ser transmitido em cadeia para outras pessoas. O
sensacionalismo e as perseguições, não permitiram a Mesmer introduzir suas
descobertas nas universidades. Mudou-se para Paris onde todavia se repetem os
sucessos espetaculares e o insucesso científico. A repercussão das curas
alcançada por Mesmer, leva o Rei da França, Luís XVI, a nomear uma comissão da
Sociedade Real de Medicina e outra da Academia de Ciências para analisar
métodos tão pouco ortodoxos. Foram convidados os maiores expoentes da cultura
científica francesa, entre os quais Lavoisier, Benjamin Franklin, Jussieu e
Guillotin. Apenas Jussieu não considera as curas maravilhosas como resultados
da sugestão.
Podemos
afirmar que a hipnose pode ser vista como “antes de Mesmer” e “depois de
Mesmer”, embora o termo hipnose só tenha surgido com James Braid.
James Braid,
com bases no mesmerismo, apresentando um quadro fisiológico, apresentou o
hipnotismo moderno, definindo-o como: “o estado particular do sistema nervoso,
determinado por manobras artificiais, tendendo, pela paralisia dos centros
nervosos a destruir o equilíbrio nervoso”, entretanto, Charles Richet, ao
descrever o seu método, afirmou: “o hipnotismo tratava-se de projetar o fluido
magnético no corpo do paciente”.
O Hipnotismo
moderno admite que o paciente fica hipnotizado por auto-sugestão e concentração
mental, não havendo fluido algum. Os cientistas não aceitaram o termo
magnetismo; preferiram o hipnotismo. Apenas o hipnotismo é aceito pela ciência.
Ficou assim prestigiado o hipnotismo através dos tempos pela ciência oficial e
relegado o magnetismo com os seus passes as suas imposições e os seus fluidos
para o monturo das teorias condenadas como obra do charlatanismo. (Michaelus,
in Magnetismo Espiritual, Ed. FEB, 1967).
Fontes:
Comportamento.Net
Centro Espírita Ismael
UniversoPsi
Guia Heu
* * *
“Há quem diga
que o ato de hipnotizar se filia à ciência de atuar sobre o espírito alheio, e,
para que a impressão provocada, nesse sentido, se faça duradoura e profunda é
imperioso se não desenvolva maior intimidade entre o magnetizador e a pessoa
que lhe serve de instrumento, porquanto a faculdade de hipnotizar, para
persistir em alguém, reclama dos outros obediência e respeito.
Exteriorizando-se
em mais rigoroso regime de ação e reação sobre si mesma, a corrente mental dos
assistentes capazes de entrar em sintonia com o toque de indução do
hipnotizador passa a absorver-lhe os agentes mentais, predispondo-se a
executar-lhe as ordens.
Semelhantes
pessoas não precisarão estar absolutamente coladas à região espacial em que se
encontra a vontade que as magnetiza. Podem estar até mesmo muito distanciadas,
sofrendo-lhe a influência através do rádio, de gravações e da televisão.
Desde que se
rendam, profundamente, à sugestão inicial recebida, começam a emitir certo tipo
de onda mental com todas as potencialidades criadoras da ideação comum, e ficam
habilitadas a plasmar as formas-pensamentos que lhes sejam sugeridas, formas
essas que, estruturadas pelos movimentos de ação dos princípios mentais
exteriorizados, reagem sobre elas próprias, determinando os efeitos ou
alucinações que lhes imprima a vontade a que se submetem.”
Do livro 'Mecanismos
da Mediunidade'
Pelo espírito André
Luiz
Psicografia Francisco
Cândido Xavier
Fonte; http://magnetizador.blogspot.com.br/search/label/Hipnotismo
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MAGNÉTICO? COMO DESENVOLVÊ-LO? (NOVO)
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