segundo
J.P.F Deleuze".
Ana
Vargas
Os
magnetizadores clássicos empregavam vários meios acessórios de magnetização,
como por exemplo: tecidos de algodão ou de lã, ― segundo Du Potet a
magnetização persiste por vários dias neles nestes últimos ― vidros, objetos
metálicos, árvores, etc.. Porém, a preferência recai sobre a água. O que usamos
até o presente nos trabalhos de passes. Mas fazemos, na grande maioria dos
grupos de passes, s.m.j, um uso muito limitado e empregado com subaproveitamento
desse recurso.
Há
sabedoria em ouvirem-se os conselhos de um mestre.
No
intuito de oferecer um material a mais para repensarmos o emprego dado a esse
meio auxiliar nos trabalhos de magnetismo, transcrevo, em uma tradução livre e
própria, o estudo de J.P.F Deleuze, extraído do livro Instrucción Prática sobre
El Magnetismo, cap. 4, pág 67-73, os textos abaixo. Aproveitemos o que nos seja
útil.
“A
água magnetizada é um dos agentes mais
poderosos e mais saudáveis que podemos empregar. Fazemos bebê-la os enfermos
com os quais se estabelece a relação, recomendamos que a bebam durante ou nos
intervalos entre as refeições.
Esta
água leva diretamente o fluido magnético ao estômago, e dali a todos os órgãos;
facilita as crises a que está disposta a natureza; e por esta razão, de imediato,
excita a transpiração, as evacuações, a circulação do sangue, fortifica o
estômago, diminui as dores, e muitas vezes pode substituir a vários medicamentos.
Para
magnetizar a água, se toma a vasilha que a contém, passando as duas ao longo do
recipiente de cima para baixo.
Introduzimos
o fluído pela boca do recipiente colocando várias vezes na mesma os dedos em ponta, podemos fazer o sopro na água, e, às
vezes, podemos agitá-la com o dedo polegar. Magnetiza-se um copo de água pegando-o
com uma das mãos, enquanto com a outra projetamos o fluido sobre ele.
Há
outro procedimento que emprego de preferência para magnetizar uma garrafa de
água,
quando tenho a certeza de não ser desagradável à pessoa que magnetizo: consiste
em colocar a garrafa sobre meus joelhos, e pôr minha boca na abertura. Deste
modo faço entrar meu sopro na garrafa, e, ao mesmo tempo, faço alguns passes
com as duas mãos sobre toda sua superfície. Eu acredito que este procedimento
acumula muito fluido, mas não é necessário: bastam as mãos para
magnetizar.
Podemos
magnetizar uma garrafa de água em dois ou três minutos; um copo de água em um
minuto; é inútil repetir aqui que os procedimentos indicados para magnetizar a
água, como qualquer outra coisa, seriam absolutamente infrutíferos, se não se
empregassem com atenção, e com uma vontade determinada.
Tenho
visto a água magnetizada produzir efeitos maravilhosos que cheguei a crer fossem
ilusões minhas, e não lhes dei crédito senão depois de milhares de experiências.
Em geral, os magnetizadores não a usam muito; se concedessem a este meio toda a
confiança que merece, poupariam a eles mesmos muita fadiga, a seus enfermos muitos
remédios, e acelerariam a cura.
Sobretudo
nas enfermidades internas é que a água magnetizada opera de uma aneira
assombrosa, pois conduz diretamente o magnetismo sobre os órgãos afetados.
Dê-se um copo de água magnetizada a um enfermo que tem, por exemplo, dor em um
lado
do
corpo; poucos momentos depois de ingeri-la, lhe parece que a água afluiu diretamente
ao local da dor.
Durante
oito dias tenho purgado com água magnetizada; o efeito é o mesmo que se
houvesse tomado um medicamento laxante, com a única diferença de que não experimentou
cólicas.
(...)
A
água magnetizada é o melhor remédio nas convalescenças, dá força, restabelece o
estômago, facilita a digestão e faz evacuar, seja pela urina ou pela transpiração,
tudo o que impedia o inteiro restabelecimento do enfermo.
(...)
Emprega-se,
com grande êxito, a água magnetizada em loções para a cura de feridas. Nas
enfermidades dos olhos, fortifica o órgão e produz comumente uma sensação
parecida a que produziria a água misturada com algumas gotas do espírito do vinho.Os banhos de água fluidificada têm
produzido, muitas vezes, excelente resultados.
(...)
Quando o magnetizador não pode visitar seu enfermo senão duas ou três vezes por
semana, a água magnetizada supre a ação direta. Convém seguir usando-a algum
tempo depois de terminado o tratamento.
(...)
Creio
que a água que se faz o enfermo beber deve estar magnetizada sempre pelo mesmo magnetizador
que tenha realizado o tratamento. Isto é uma consequência do princípio que
estabelecido, de que um enfermo não deve ser magnetizado por pessoas
que
não estejam em relação com o primeiro magnetizador, e de que não possuindo os
fluidos dos diversos indivíduos a mesma qualidade, e não trabalhando da mesma
forma, não se deve misturar sua ação.
Tenho
visto fenômenos notáveis que confirmam esta opinião. Os sonâmbulos conhecem
perfeitamente quando um objeto foi magnetizado por diferentes pessoas, e
esta
mistura de diversos fluidos lhes é, algumas vezes, insuportável.
Ainda
não se sabe quanto tempo a água magnetizada conserva suas propriedades; as
sabe-se que as conserva por muitos dias, depreendendo-se de numerosas observações
que duram algumas semanas. Sem dúvida, quando se pode ver com facilidade o enfermo,
convém magnetizar diariamente a água para ele.
(...)
Parece
que água magnetizada não exerce nenhuma influência sobre as pessoas que não
tenham estado na presença do magnetizador; em geral, somente produz efeitos bem
marcados depois de duas ou três sessões de magnetismo. Para que o fluido do
magnetizador atue sobre o enfermo, é preciso que se estabeleça a relação, e esta
somente se estabelece pela manipulação direta e imediata.
Tornei
muito extenso o texto sobre o uso da água magnetizada: os que a empregaram
com
confiança reconheceram que falei pouco sobre as vantagens que dela podemos
obter. Devo, sem dúvida, advertir que há enfermos sobre os quais a água
magnetizada não parece ter ação alguma, mas são muito poucos.”
JORNAL VÓRTICE ANO II, N.º 08/BRASIL, JANEIRO/2010
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