quinta-feira, 3 de julho de 2014

PRELIMINAR DE TODO TRATAMENTO MAGNÉTICO

MAGNETISMO CLÁSSICO

Tradução de Lizarbe Gomes

LIVRO TERCEIRO DA DIREÇÃO DE UM TRATAMENTO MAGNÉTICO

CAPÍTULO I
PRELIMINAR DE TODO TRATAMENTO

É essencial, eu diria mesmo, indispensável fixar as horas das sessões e dizer ao doente que ela deve ser exata. Assim também o magnetizador, pois em caso de sonambulismo a inexatidão traz graves inconvenientes.

Ele irá considerar os hábitos do doente e do regime que lhe é ordinário; ele fará as modificações convenientes e recomendará a observação; a cada sessão ou de tempos em tempos, ele se informará dos resultados.

Ele prevenirá o doente que ele deve, tanto quanto possível ser assistido pela mesma testemunha e, sobretudo evitar apresentar como um crente ou homem impassível, um incrédulo ou um antagonista do magnetismo, explicando-lhe que a presença deste último poderia anular a ação ou a atenuar. E para que o doente seja atento a esta recomendação, ele não hesitará em lhe dizer que, em caso de infração da parte dele, ele será forçado a abandoná-lo. Tomadas estas precauções e depois de haver examinado a si mesmo como eu disse anteriormente, o magnetizador poderá passar ao tratamento.

CAPÍTUL0 II
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREÇÃO

O fim invariável de um tratamento magnético é ajudar a natureza sem contrariá-la jamais. É preciso então apenas magnetizar nos casos úteis e necessários, ou seja, para aliviar ou curar.
Não se deve jamais procurar agir sobre a imaginação dos doentes e procurar produzir efeitos extraordinários; ao contrário, toda a atenção deve ser empregada em fiscalizar as crises que possa sobrevir e aproveitá-las.
É preciso ter e conservar uma grande calma e quando uma crise se manifesta, deixar o doente apenas quando ela tiver terminado e quando ele tiver voltado ao seu estado normal.

Quaisquer que sejam as opiniões concebidas sobre a maior ou menor utilidade dos procedimentos é indispensável fixar-se neles, após a experiência dos outros ou da sua mesmo, afim de não ter um só momento de medo ou de hesitação, para não embaraçar a si mesmo e para não perder um tempo precioso procurando quais são os procedimentos mais convenientes.

Deve-se empregar as forças gradualmente e não de imediato ao se começar. É preciso evitar magnetizar ao sair da mesa e durante o trabalho de digestão; assim como é bom não estar de jejum, afim de não se cansar ou de esgotar tão rápido. Nem durante a doença nem durante a convalescença é preciso magnetizar por tão longo tempo; as primeiras sessões devem ser de no máximo uma hora, as seguintes de três quartos de hora à meia hora.

Quase sempre é interessante tanto para o magnetizador como para o doente, não fazer mais de duas sessões por dia. De um lado, é preciso dar tempo ao magnetismo para produzir seus efeitos e, por outro lado, pela mesma razão, o operador se fatigaria inutilmente. No entanto, se é necessário sustentar uma crise, um movimento imprimido, o que acontece às vezes, obedece-se às circunstâncias seguindo as necessidades do doente e até que a crise termine.
Tem-se visto magnetizadores obrigados a sustentar uma crise durante três, quatro, cinco horas, por vezes por todo o dia e toda uma noite.

Não se deve começar um tratamento senão se está seguro de poder continuá-lo. É bastante perigoso interromper um tratamento iniciado ou de não sustentar uma crise que se tenha excitado e que a natureza não possa conduzir a seu fim sem ajuda do magnetismo. Eu falarei disso mais adiante.

CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS GERAIS AOS CASOS PARTICULARES

Quando se vê que o magnetismo age, é preciso redobrar a atenção sem perder a calma que se tenha conservado para esperar seus efeitos; deve-se, sobretudo, evitar fazer esforços para aumentar aqueles os quais se acabou de obter, se perturbaria assim a marcha da natureza.
Se a magnetização colocou o doente num estado que não lhe é o comum, assim como as dores, os movimentos nervosos, a transpiração, os espasmos ou fortes cólicas e estes diversos sintomas se renovando durante várias sessões, não é preciso se preocupar; estes sintomas desaparecerão por si mesmos e às vezes antes do fim da sessão.

Acontece por vezes – estes casos são muito raros, mas é bom estar prevenido – que a primeira impressão do magnetismo produz uma crise acompanhada de movimentos convulsivos, enrijecimento dos membros, acessos de choro ou de riso; o magnetizador não deve se assustar ou se inquietar, mas agir em consequência. Assim ele se esforçará, através de palavras doces e benevolentes, mas também firmes e seguras, para inspirar a calma e a segurança ao doente; ele pegará os seus polegares por um momento e em seguida fará várias fricções longitudinais. Se as fricções excitam o doente em vez de acalmá-lo, se faz passes à distância; magnetiza-se em “grandes correntes” e a calma acaba por chegar.

Quando o caso se apresente por duas vezes seguidas, tomam-se as precauções para a terceira sessão; contenta-se apenas em pegar os polegares e, relação estabelecida, se magnetiza por passes longitudinais à distância. O doente permanecendo calmo, retorna-se pouco a pouco ao lugar que se ocupava e se tenta de novo os procedimentos necessários até que o doente termine por suportar a ação. (1)

É necessário não confundir os movimentos convulsivos que duram apenas por um momento com uma irritação nervosa que continua após a sessão e se prolonga de uma a outra deixando o magnetizado num estado de contínuo mal-estar. Quando se encontra estas pessoas que tem este gênero de suscetibilidade, é preciso usar com eles os procedimentos mais calmantes e agir de longe.

Se, depois de três ou quatro sessões, o mesmo efeito acontecer, deve-se colocar um dia de intervalo nas sessões seguintes; e se, ao fim de oito a dez dias, os mesmos sintomas se apresentem é preciso cessar, tirando do fato as consequências seguintes: o magnetizador ou o magnetismo não convém ao doente.
Para se assegurar, confia-se o doente a um outro magnetizador; se o mesmo fenômeno ocorre, substitui-se este magnetizador por um outro; pode-se mesmo tentar um terceiro, após o qual, não havendo mudança, se concluirá que o magnetismo não convém ao doente.
Finalmente, quaisquer que sejam as crises que sobrevenham no curso de um tratamento, não se assuste; se você não se perturbar, se permanecer calmo, nada pode acontecer e nada de desagradável acontecerá ao doente.

AUBIN GAUTHIER

(1) O Sr. Deleuze diz sobre o mesmo assunto: “o efeito sobre o qual acabei de falar (uma crise nervos no início de uma magnetização) é tão raro que o produzi por mim mesmo somente três ou quatro vezes em uma prática de trinta e cinco anos. Sei bem que aconteceu várias vezes e que teve consequências desagradáveis. Mas foi entre pessoas que magnetizavam para fazer experiências, para mostrar os fenômenos e não com a calma e a única intenção de fazer o bem. Eu teria apenas cuidado de anotar este efeito se eu já não tivesse visto recentemente um exemplo do qual vou dar conta para me fazer melhor entender, se bem que esta obra não seja destinada a relacionar estes fatos. Fui solicitado há alguns dias a dar uma lição a uma senhora que queria magnetizar sua filha, atingida por uma doença leve, mas forte e antiga e cuja causa se ignorava. Eu coloquei a mãe ao meu lado e, para lhe mostrar os procedimentos, magnetizava sua filha que não experimentou absolutamente nada.

A mãe disse-me que ela havia sido magnetizada uma vez e que sentiu a necessidade de fechar os olhos. Eu quis ver se eu agiria sobre ela. Depois de quatro ou cinco minutos de passes em “grandes correntes” e de aplicação da mão sobre o estômago, ela exclamou: “Ah! Que sensação agradável!” Um minuto depois ela teve um movimento convulsivo; os membros se enrijeceram; o pescoço inchou e ela levantou a cabeça para trás e deu um grito. Eu peguei os polegares; eu lhe repeti várias vezes com um tom imperativo; “Acalme-se”! Eu me afastei em seguida para magnetizar em “grandes correntes”; enfim, tentei fazer, sempre à distância, passes transversais para dispersar o fluido. Então sua expressão mudou, mas sobreveio um acesso de riso que durou alguns minutos. Tudo se acalmou pouco a pouco; ela me disse que se achava muito bem. Se eu tivesse chamado alguém para detê-la, se eu tivesse ficado assustado, se não tivesse acalmado a crise, é provável que a dama assim magnetizada teria ficado perturbada durante vários dias.”
(Instruções Práticas, 60 a 62)

Jornal Vórtice ANO II, n.º 10, março/2010


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quarta-feira, 2 de julho de 2014

DO PERIGO DE MAGNETIZAR, MESMO UMA ÚNICA VEZ, SEM INSTRUÇÃO PRELIMINAR (CAPÍTULO XIII)

Tradução De Lizarbe Gomes

Depois das explicações precedentes, torna-se mais fácil compreender que é perigoso magnetizar sem conhecer as consequências do ato que se vai fazer. A maior parte das pessoas que num excesso de bondade, de zelo ou de curiosidade tenta magnetizar, mesmo uma única vez, não tem nenhuma ideia do mal que possam fazer e dos arrependimentos que preparam para toda vida.

Elas evitariam fazer isso antes de ter um conhecimento exato dos efeitos magnéticos. Uma só sessão de magnetização pode, com efeito, comprometer a vida de um homem.
“Um perigo que é nulo nos incômodos leves e recentes, diz Deleuze, é maior nas doenças orgânicas e antigas. Pode-se fazer mal ao se magnetizar uma única vez com energia para dissipar uma dor interior produzida por um abscesso, por um humor que. há vários anos, se conduz, em certas épocas, sobre um órgão. 

Quando perturbamos um movimento que estava estabelecido ou que se excita um movimento contrário, é preciso regularizá-lo para que ele não traga nenhuma desordem. Os acidentes que aconteceram porque se interrompeu bruscamente um tratamento começado não devem ser atribuídos ao magnetismo, mas à imprudência do magnetizador.” (Inst. Prat,. 283)

Quando há sonambulismo, os perigos são mais surpreendentes e também mais terríveis.
De início o contato ou toque de certos corpos leva às vezes a convulsões horríveis que colocam a vida do doente em perigo, eis um exemplo já antigo:

“Eu peguei um garrafa, disse Lehogais a Puységur, para dele me servir da maneira como Catarina (uma sonâmbula) me indicava. A Srta. Rousseau sofria ainda mais, mas não entrava em crise. Catarina se admirou: É singular – disse ela – quero tocar eu mesma esta garrafa”.

Eu a deixei fazer e examinava com atenção o efeito que isso produzia sobre a Srta. Rousseau; mas qual foi minha surpresa de ver, instantaneamente, Catarina cair em convulsões horríveis! Ajudado por minha esposa e por minha filha, eu não podia contê-la. Esta jovem, naturalmente de caráter dócil, cujas crises eram comumente tão calmas, se debatia com uma força surpreendente e entrava em crises assustadoras. Eu custei muito a acalmá-la e, bastante assustado pelo efeito que eu lhe havia causado, prometi a mim mesmo não mais tocá-la. À noite ela se foi mais tranquila, suportou tudo melhor do que de costume sem mesmo se ressentir de nenhuma fadiga do estado em que ficou.

Eu esperava que, não a tocando mais, ela não teria mais crise, mas no dia seguinte, na mesma hora, Catherine teve as mesmas convulsões da véspera! Mais uma vez foi difícil fazê-la retornar. Enfim, durante quatro dias este estado se repetiu.

“O senhor avalia qual era o meu estado de inquietude e o quanto eu me reprovava por ter me servido de um meio o qual conhecia apenas imperfeitamente.”
Sim, sem dúvida, respondeu Puységur, o único perigo que há no uso do magnetismo é servir-se dele sem conhecer seus recursos; sua indiscrição pode ter desorganizado esta jovem pelo resto de seus dias.” (1)

Nas três obras que precedem esta, eu tive ocasião da falar da irreparável infelicidade que aconteceu a um jovem médico cheio de talento, de sinceridade e de boas intenções. Estando convencido da realidade do magnetismo, este jovem não quis se dar ao trabalho de abrir os livros que tratam da matéria. Que se pode aprender, dizia-se naquela época, nos escritos de homens que não são médicos?

Na primeira vez que ele magnetizou para provocar sonambulismo – pois ele nunca ouviu nada sobre medicina magnética – ele teve êxito; mas, apenas adormecida, sua doente lhe disse, vendo o estado em que se encontrava, que ela seria em tal época atacada por tal doença, que ela morreria tal dia e a tal hora! Espantado, sem ter nenhuma prática, apenas alguns conhecimentos de fatos semelhantes, o magnetizador improvisado se contentou em despertar sua sonâmbula, que morreu como ela havia anunciado.

Eis um outro fato que prova como é perigoso, com as melhores intenções, impor as mãos sobre um doente sem ter nenhuma idéia das consequências da magnetização. Há um mês, um padre muito estimado e sábio físico me encaminhou uma senhora cuja filha de dezoito anos sofria da tísica; ele disse às duas que elas podiam confiar em mim.

A mãe, que conhecia o magnetismo apenas por ter visto fazer passes em sonâmbulas, anunciou sua determinação ao confessor: ela foi vê-lo com sua filha:
- Mas meu pai – lhe disse a senhora – eu vi magnetizar; em seguida a doente se torna sonâmbula; se o senhor quisesse magnetizar minha filha, nós saberíamos em que nos deter em sua doença. O confessor se recusou, dizendo que, apesar de seu desejo de ser útil, ele nada entendia de magnetismo.

Mas a mãe, insistindo bastante e acreditando que só os homens podem magnetizar, mostrou-lhe a maneira de passar a mão diante do rosto. O padre pareceu surpreso que tal maravilha pudesse resultar de uma ação tão simples. A mãe da doente lhe suplicou ainda para tentar, afirmando que ela conhecia o Sr. Aubin Gauthier apenas de reputação ao passo que ela tinha nele, como homem e como confessor, uma ilimitada confiança.

Convencido, o padre elevou uma mão trêmula, desceu-a, depois recomeçou e continuou durante alguns minutos. Com efeito, a jovem adormeceu e o padre, depois de contemplar por um instante este espetáculo novo para ele, disse a doente:
- Você se tornou sonâmbula, minha filha?
- Sim, meu pai!
- Você poderá então nos dizer por si mesma o que pensa de sua doença?
- Meu estado é horrível!! É tarde demais, eu não escaparei!!

Com esta notícia arrasadora, a mãe entrou em desespero; o padre, desolado por ter servido de instrumento pelo qual se chegou a semelhante resultado, se apressou em destruir a ligação magnética e despertou a doente que não mais pode se tornar sonâmbula novamente.
Provocou-se assim, nesta jovem, uma crise útil para a qual a natureza estava preparada, e se a doente devia estar sonâmbula apenas por uma única vez, era preciso ao menos aproveitar para lhe dar o tempo de melhor ver o seu estado e indicar a si mesma os remédios convenientes.

Um homem que é verdadeiramente magnetizador se conduz de outra forma; ele sabe que um sonâmbulo, na primeira inspeção de seu interior, algumas vezes se assusta com o progresso de sua doença e com o estado em que ele se encontra. É por isso que ele lhe inspira a calma que o ajuda a apreciar sua posição e indicar os remédios que podem salvá-lo, testemunha Puységur.

(...)
Os fatos provam, evidentemente, ser necessário, em magnetismo, ter conhecimentos especiais e, acima de tudo, muita calma. Para prová-lo, citarei ainda Deleuze:
“Há sonâmbulos que experimentam repugnância em examinar seu mal; eles se assustam ao ver a desordem interior em seus órgãos. Neste caso, você não partilhará os temores de seu sonâmbulo; você empregará o poder de sua vontade para determiná-lo a trazer o mais escrupuloso exame de sua doença, a considerar sem medo o interior de seu corpo, como se este corpo lhe fosse estranho e a fazer esforços para descobrir os meios de cura.

Se você tiver calma, se você sabe querer, seu sonâmbulo lhe obedecerá certamente; ele se tranquilizará e lhe explicará o perigo presente e os meios de remediá-lo. Talvez você não consiga curá-lo, mas você procurará todo o alívio possível e você saberá o que deve lhe esperar.

Não perca a esperança, mesmo quando lhe afirmarem que sua doença é incurável; seguidamente tenho visto sonâmbulos dizerem, nas primeiras sessões que seria impossível de arrancá-los da morte e, em seguida, encontrar-se a maneira de recuperá-los.” (Inst. Prát., 121 e 122)
(...)
AUBIN GAUTHIER

(1) Puységur, Memórias, 38 – Felizmente a natureza veio em socorro da doente; depois de fortes dores e de uma febre terçã que durou um mês, sua saúde retornou.

Jornal Vórtice ANO III, n.º 06, novembro/2010



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terça-feira, 1 de julho de 2014

MÉDIUNS DE ONTEM E DE HOJE

Na excelente obra Os Cátaros e a Heresia Católica, Hermínio Miranda discorre detalhadamente a respeito das características da linda sociedade cristã, cátara, que floresceu na região do Languedoc, no sul da França, nos idos do século XIII. Considerada herética pela Igreja Católica, em razão de afrontar resolutamente dogmas já pétreos, através dos quais se via o legado espiritual de Jesus para o mundo completamente distorcido, dentre as convicções de vanguarda defendidas pelos crentes cátaros existia, já, a da evolução do espírito ao longo das vidas sucessivas; e também tratavam sobre as ocorrências mediúnicas que, para aquele povo simples dos séculos XII e XIII, constituíam-se não mais do que em fatos comuns, com os quais lidavam com naturalidade, e dos quais falavam naturalmente para as suas crianças.
Viram-se, assim, em apuros, na conjuntura delicada do momento histórico no qual começaram a ameaçar o poderio religioso e político da Igreja, ao passo em que iam amealhando crescente simpatia em regiões várias da Europa. E, com a investida das Cruzadas Albigenses e, em sequência, encurralados pela Inquisição em tempos imediatamente posteriores, quis o poder do clero extinguir, decidida e definitivamente, aquele povo e suas ideias mais fiéis aos verdadeiros ensinamentos de Jesus – respeitando como iguais as mulheres e a liberdade de pensamento; refutando duramente a pompa das hierarquias sacerdotais e vários de seus dogmas centrais, e, sobretudo, falando abertamente de mediunidade e reencarnação, um conceito em absoluto renegado pelo Alto Clero nos postulados da doutrina cristã, nada embora tivesse o próprio Cristo discorrido sobre eles com naturalidade, ao longo de sua missão sacrificial.

A obra de Hermínio Miranda trata com brilhantismo ímpar do tema, e, em seu conteúdo, oferece-nos a narração de um caso interessante, que ilustra aos espíritas atuais que a realidade do dom da mediunidade é atributo comum ao ser humano de hoje como em todo tempo histórico, indistintamente. Narra o caso de Arnaud Gélis, um personagem peculiar do começo do século XIV que, naqueles tempos difíceis de martírios, era médium confesso. Submetido ao cerco férreo da Inquisição, no entanto, continuou agindo e falando não mais do que do mesmo modo natural, espontâneo, sincero, sobre a sua convivência diária com os espíritos, que diante dele se materializavam e conversavam, sem cerimônia, provenientes das mais disparatadas situações sociais; dotados de variegadas características individuais, de personalidade, temperamentos e, mesmo, vestimentas – para profunda ira de seu inquisidor, Jacques Fournier, bispo de Pamiers – e, aliás, futuro papa - resoluto em atribuir heresia a todo aquele que afrontasse a prepotência Católica em definir o que, ao ser humano comum, deveria ser considerado como expressão da verdade no que se referia ao que os postulados religiosos queriam outorgar ditatorialmente, para melhor manutenção do poder temporal e de domínio e manipulação das consciências do mundo.

Todavia, não havia como Arnaud não se comportar, à compreensão despótica do inquisidor, como um continuador encarniçado da já secular heresia cátara, se bem não fosse ele, faticamente, um seguidor do catarismo - e não há, a esta altura, no século XXI, um modo de descartarmos esta hipótese. Arnaud fora iniciado nas suas práticas mediúnicas, conforme nos elucida Hermínio Miranda com base em seus estudos históricos, justamente sob a batuta de um cônego da catedral de Pamiers, Hugues de Dufort, por volta de 1311 ou 1312. Fora a orientação do espírito de um cônego, assim, que levara Gélis a assumir a sua então tida como “macabra” atividade de comunicação com os defuntos.*¹

Textualmente, Miranda nos diz, às fls. 184 de sua obra:

“Gélis não tinha culpa de ser médium. Os espíritos que ele via e com os quais conversava e dos quais recebia recados a serem transmitidos aos vivos eram uma realidade indiscutível. A realidade que Gélis testemunhava não conferia com a que a Igreja adotara e impunha. Para o chamado cristianismo de então – e que perdura até hoje – as almas dos ‘mortos’ têm que ficar quietinhas nos seus túmulos até o dia mágico da ressurreição da carne, quando então lhes seria dada a destinação final. Ainda que isto fosse admissível para as que tenham ido parar no purgatório, não se aplicaria a mesma norma para as que teriam ido para o céu ou para o inferno. Já não são, estas, destinações definitivas? Ademais, as almas pareciam ignorar os dogmas e as proibições e continuavam a se manifestar ao pobre médium.
Para a desgraça de Gélis, ele as via por toda parte e com elas se entendia. Os sacerdotes mortos, por mais elevadas que tenham sido suas posições hierárquicas no mundo dos vivos – bispos e até arcebispos – não estavam no céu, e sim perambulando pelos lugares ermos, obviamente infelizes, perdidos, sem rumo nem destino (...)”

Mas não era só Dufort que se apresentava aos colóquios com Gélis, mas “muitos outros veneráveis cônegos, como Hugues de Ros, Athon d’Unzent, Pierre Durand. O cenário em que se manifestavam era aquele mesmo que frequentaram enquanto “vivos” – o claustro dos mosteiros ou as igrejas às quais estavam ligados (...) Os mortos, segundo Gélis, sentiam frio no inverno e tinham sede no verão.(...) “*²
Hermínio menciona em parágrafos posteriores que, segundo o conteúdo da obra de Christian Bernardac, estudioso histórico, inclusive, simpático à causa e às interpretações católicas distorcidas do catarismo, na qual encontramos a descrição desses registros inquisitoriais, Arnaud Gélis não seria considerado um mal intencionado ou fraudador consciente - mas visionário alucinado! Um pobre infeliz, auto iludido, crente nas próprias fantasias, provavelmente, induzidas pelas influências do diabo. Muito provavelmente, padecendo de distúrbios mentais!
Ora, amigo leitor e leitora, onde, e em quantas vezes, nos tempos atuais, já vimos a repetição da mesma história? De vez que, em muitos quesitos importantes, vitais mesmo, os dogmas cristãos em nada se modificaram, e em se observando a trajetória daqueles que hoje em dia, guardadas as semelhanças de compreensão destas realidades da vida, bem poderiam ser taxados de neocátaros, em quantos episódios não soubemos de semelhante perseguição desfechada por pessoas que apenas se transferiram de séculos, repetindo, nem mais nem menos, do que as mesmas vivências infortunadas contra Arnaud Gélis?

Descartando a bem-vinda circunstância de não mais haver tribunais inquisitoriais – hoje travestidos para modalidades mais sutis de repressão, diluídos na sociedade – quantos casos semelhantes já não nos chegaram ao conhecimento, ou foram duramente experimentados por aqueles de nós, de dentro do Movimento Espírita? Fatos lamentáveis havidos com médiuns de todas as esferas de ação, ou com aqueles cujas atividades são de maior expressão pública, como Chico Xavier ou Divaldo Franco, ilustram, ainda hoje, a intolerância, a brutal incompreensão originada na ignorância mais absoluta dos detalhes da realidade destes acontecimentos comuns, de interatividade entre habitantes das esferas corpóreas e incorpóreas!
O ‘nunca ninguém voltou para contar como é’, para nossa profunda perplexidade, ainda impera em milhares de mentalidades e corações mal informados sobre o que vige nas leis imutáveis do Criador para a destinação de todas as criaturas. Resultado de séculos malfadados de adulteração da verdade maior e definitiva pelas religiões institucionalizadas, para favorecer interesses temporais de poder e dominação das consciências reencarnadas no mundo em lento processo de avanço espiritual, eis-nos, ainda, médiuns atuantes de maior ou menor expressão pública, às voltas com a cegueira das reações das massas para com aquilo que constitui não mais do que manifestação cotidiana de uma lei natural - apenas que ainda mal compreendida pelas mentalidades adormecidas e pela ciência renitente nos paradigmas obsoletos para a aferição do funcionamento dos mecanismos maiores que regem a vida no universo.
Não haveria, pois, naqueles tempos, como Arnaud Gélis agir de modo diverso da sinceridade cristalina com que lidava com a simples expressão pessoal da realidade diária de sua convivência multidimensional - como hoje, também, não há outro caminho, mais honesto, mais reto, aos médiuns contemporâneos, do que resistir bravamente à ainda opressora resistência dos investimentos de interesse ou das limitações individuais para se aceitar pacificamente o que simplesmente não podemos mais negar ou rejeitar, em detrimento de uma verdade mais ampla das coisas.
É, pois, finda a era de se favorecer mentiras que não merecem prevalecer por mais tempo, num mundo que, com atraso, deve deixar para trás o lastimável estado de quarentena cósmica causada pela resistência do ser humano em avançar espiritualmente, não nos permitindo, assim, a benção de nos colocarmos em situação de cidadãos universais, em coexistência pacífica com os habitantes dos muitos mundos e dimensões das mais variadas expressões vitais espalhados pelo infinito.
É o exigível, para a consolidação de uma humanidade menos egoísta e mais responsável, em bases meritórias de responsabilidade própria, por um futuro de maior felicidade, harmonia e entendimento, com avanços significativos em todos os níveis de convivência que haverão de transportar a Terra, de fato, para o estágio mais grato de planeta de regeneração.

*¹ - Hermínio Miranda – Os Cátaros e a Heresia Católica – Ed. Lachátre – Capítulo Uma Reformatação do Catolicismo – pág. 184
*² - Hermínio Miranda – Os Cátaros e a Heresia Católica – Ed. Lachátre – Uma Reformatação do Catolicismo – pág. 184 e seguintes.

Christina Nunes
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro - RJ


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 Aos amigos do Magnetismo - Reforma, Progresso, Futuro!
Felizes e cheios de esperança saudamos a nova era que começa, pois as mudanças políticas que se operam só podem ser favoráveis ao progresso dos princípios que nós defendemos¹.

Por tão longo tempo corporações de sábios, sustentados por um poder retrógrado, nos tem sido opressivas ou contrárias; ao longo de 70 anos uma verdade magnífica não pôde ocupar o lugar que lhe pertence nas ciências.
Os déspotas mais teimosos, mais perseguidores do que reis vetaram o magnetismo; e cheios de insolência e de orgulho eles gritam também:  nada, nada para vocês!
O tempo da justiça chegou para nós como chegou também para todas as outras coisas. A Academia de Medicina e a de Ciências vão prestar suas contas e estes sábios, em sua maior parte cúpidos ou corrompidos, vão atentar para a reação poderosa que se opera contra todos os que foram injustos.

Nós tínhamos necessidade desta liberdade para desenvolver e produzir grandes coisas; os fatos que destroem a hipocrisia porque desmascaram o poder mentiroso; os fatos que destroem as doutrinas apoiadas apenas em raciocínios vãos.
Cada passo que nós queríamos dar era impedido pelos interessados em sustentar a mentira, pelos homens sem entranhas, que preferiam ver seus irmãos em sofrimento em lugar de aceitar uma verdade fecunda, própria a lhes trazer o alívio.

Quantos esforços, quantas tentativas fizemos! E quantas vezes  a indignação fez saltar o coração em nosso peito pois recebíamos ultrajes lançados pelas bocas dos acadêmicos! Em nosso desespero nós apelamos ao tempo! E ele veio, o tempo no qual as associações poderosas vão se formar.

Regozijem-se, magnetizadores! Eis a aurora de um belo e grande dia! Vocês desfrutarão do triunfo reservado a tudo que é justo e legítimo; a verdade desta vez vencerá,  pois ela terá como apoio um mundo novo.

Ó Mesmer! Tu que amavas a República, tu que traçaste com tuas mãos as primeiras bases!
Em tua sabedoria já avaliavas o quanto as corporações seriam contrárias aos interesses do povo. Tu pressentias o tempo, mas como acontece aos homens avançados, não foste compreendido. Voltas para nos animar. Tua alma generosa vem para animar as nossas para sustentar dignamente não tua reputação, pois ela se estabelecerá por si mesma e crescerá em todas as raças, mas para desenvolver tuas idéias, para cultivar o que espalhaste nesta terra da França. Tu quiseste gerações sadias e robustas tanto quanto virtuosas e os homens te infamaram e diminuíram a cada dia, não sabendo ou não querendo seguir o que traçaste.

Agora estes homens não encontrarão mais apoio. É preciso que eles se ofereçam à discussão e que suportem o exame que se fará dos títulos que usurparam. A verdade se colocará frente ao erro; cadeiras novas serão criadas; todas as leis que se prestavam para favorecer uma corporação não mais verão o dia. Os princípios fecundos não encontrarão mais entraves para serem ensinados.

A medicina magnética e sonambúlica não mais será impedida e não nos baterão mais com as armas feitas para combater criminosos. Tudo o que é bom e justo poderá se produzir sem medo e um dia nos lembraremos com horror das perseguições que experimentamos. Nossos sábios não querem o magnetismo. Em breve, porém, ele estará em toda parte para cobri-los de vergonha. Para nós foi preciso mais de cem anos para obter este resultado. Sejam abençoados vocês todos que morreram pela Pátria pois não somente asseguraram a liberdade mas sua morte terá preparado para as gerações o que a liberdade não pode dar sozinha, o que a falsa ciência lhe recusou: os princípios da conservação dos seres.

Abençoados sejam! Seu sangue, como o daqueles outros mártires, nos livrou de uma dupla servidão. As argolas da corrente despótica que a ciência não quis romper se quebraram e nós lhes devemos homenagens e um reconhecimento ilimitado, pois sem vocês, por tanto tempo isolados, nós teríamos curvado a cabeça a quem combatíamos para libertar os homens.

Que todos os magnetizadores se preparem! É necessário que uma resolução se efetive que uma demanda coletiva apele ao poder a fim de que um hospital seja fundado para justificar diante do mundo inteiro os resultados que cada um de nós obteve em silêncio. A divina filosofia que se revela ao coração de todos os magnetizadores se expandirá a partir de um lugar consagrado.
Não escutam partir do coração de todos aqueles a quem a sociedade tinha esquecido estas palavras: reforma, nova organização social. Inscrevam em seu pendão: justiça para a natureza ultrajada, criação de uma cadeira onde se ensinará suas verdades, leis e os deveres de todo o homem que quiser ser seu ministro.

Basta de sangue, basta de mortes. A medicina atual deve ser reformada. A humanidade assim como a verdade o exigem aos brados. Magnetizadores ajudemos no nosso empreendimento, batam neste corpo que dispõe da vida do homem; mas que seja para apelar à partilha de seus gozos. Vocês confraternizarão com ela quando, perpassada por seus sentimentos, ela terá reconhecido a justiça da causa que como eu, vocês defendem!
Barão du Potet

1 Ao longo do artigo, o Barão du Potet fará referência às modificações políticas e sociais ocorridas na França, em decorrência da Revolução de  1848, marcada por violentos  conflitos e muitas mortes, que pôs fim à monarquia e instaurou a República. Nesta  nova ordem, os  magnetizadores tinham  esperança de não sofrer as perseguições que sofreram durante a monarquia. (nota da tradutora)

Jornal Vórtice ANO II, n.º 09, fevereiro/2010   


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