quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

BIOGRAFIA - MARQUÊS DE PUYSÉGUR (1751-1825)

 Armand Jacques Chastenet de Puységur, ou simplesmente Marquês de Puységur (1751 – 1825), foi um dos maiores seguidores de Mésmer e de grande importância no desenvolvimento da ciência magnética.

Era um homem de posses e, tendo abraçado o Magnetismo com abnegação de quem realmente entendeu o seu significado e alcance, passou a atender a pobreza de forma gratuita, com espírito beneficente.

 Assim como o mestre Mésmer, Puységur, tendo­se retirado para as terras de sua propriedade em Buzancy, parto de Soissons, também utilizava uma árvore, antiga e verdejante, com um córrego lateral, de cujos galhos partiam cordas, com as quais a multidão, sentada em bancos, enlaçava a parte doente de seus corpos e se curava.

Muitos referem o titulo de descobridor do sonambulismo a Puységur porém, Mésmer já o conhecia, sabedor que era de todo o desdobramento possível do Magnetismo Animal. Deve-se ao Marquês de Puységur, entretanto, o primeiro uso do sonambulismo como “... instrumento para o diagnóstico das enfermidades, prescrição do tratamento e previsão da cura, por meio dos extraordinários efeitos da lucidez sonambúlica”(Paulo H. de Figueiredo, 2005).

As técnicas utilizadas para O tratamento eram aquelas aprendidas com Mésmer, no entanto, seus pacientes não entravam em convulsões mas, em crises mais suaves eu mesmo dormiam. Nem todos os pacientes detinham a faculdade do sonambulismo, porém aqueles que a possuíam bastava, muitas vezes, tocar um dos doentes para dizer-lhe a enfermidade de que sofria, o  órgão afetado, o tratamento a ser seguido, além da duração deste. Possuíam ainda a dupla vista, a visão à distância e a leitura do pensamento. Conforme explicações de Allan Kardec, algumas dessas informações poderiam ser fornecidas pelos Espíritos aos sonâmbulos, que as retransmitiam.

Vejamos, pelas palavras do próprio Marquês, o modo inesperado como o mesmo chegou a tomar contato como sonambulismo:  “Era um camponês, homem de 23 anos, acamado fazia quatro dias, por efeito de urna pneumonia. Eu ia vê-lo. A febre e acabava de diminuir. Após fazê-lo  levantar, eu o magnetizei. Qual  foi a minha surpresa vê-lo no fim de um quarto de hora adormecer, calmamente, em meus braços, nem convulsões nem dores! Ele falava e se ocupava bem de seus misteres. Quando eu supunha que suas  ideias deviam afetá-lo de forma desagradável, eu as detinha e procurava inspirar-lhe outras mais agradáveis. Para isso ou não precisava de grandes esforços e, então, eu o via contente, imaginando tirar um premio, dançar numa festa, etc.” “... Segundo ele,  não é necessário que eu toque todos os doentes: um olhar, um gesto, uma vontade é o bastante; e é um camponês, o mais limitado do país, que me ensina isso. Quando ele entra em crise, não conheço nada mais profundo, mais prudente e mais clarividente do que ele." (Ernest Bersot)


Chastenet de Puységur viveu mais de 70 anos dedicado, até onde pôde, à cura dos seus doentes, manifestando na pratica o poder do magnetismo aliado à vontade de quem realmente deseja ajudar.

Fonte; http://tdmmagnetismobatuira.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html


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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BIOGRAFIA - LOUIS ALPHONSE CAHAGNET

LOUIS ALPHONSE CAHAGNET, considerado um dos pioneiros no uso do magnetismo para comunicar-se com os mortos através do sonambulismo induzido, reencarna na cidade de Caen, França em 1809. Em Arcanos da Vida Futura Desvendados (1848), Cahagnet compila artigos seus publicados em periódicos e que tratam de pesquisas referentes ao intercâmbio “mortos e vivos”, apresentando ao leitor importantes narrativas de sonâmbulos, a exemplo de Adèle Maginot. Esta descreve o funcionamento do mundo espiritual, sua organização, e, como correspondente dos espíritos, esclarece a existência do perispírito, explica noções básicas do magnetismo e muitos outros temas.

Em 1848 é fundada, por sugestão do espírito de Swedenborg, a “Sociedade dos Magnetizadores Espiritualistas” grupo formado por pessoas que participaram das pequisas realizadas por Cahagnet; mais tarde passaria a se chamar “Sociedade dos Estudantes Swedenborgianos”.
Respeitado no meio científico, podemos observar como Louis Alphonse Cahagnet contribuiu e beneficiou as pesquisas de inúmeros estudiosos do magnetismo, como exemplo, Michaelus em Magnetismo Espiritual, Gabriel Delanne (1857- 1926) em A Alma é Imortal, Silvino Canuto de Abreu (1892-1980) em O Livro dos Espíritos e sua
Tradição Histórica e Lendária, etc.

Certamente existiram aqueles que depreciaram seu trabalho. Seus opositores  afirmavam que a narrativa daqueles sonâmbulos não merecia crédito como prova material. Poderiam ser induzidos pelo comando do magnetizador ou por uma simples
transmissão de pensamento. Testemunhas que participavam dessas atividades confirmaram a veracidade das comunicações, pois muitas delas receberam informações de cunho pessoal.

Fala-se que Cahagnet não acreditava na reencarnação, pois suas raízes no catolicismo eram muito fortes, mas teve a certeza de que a comunicação com aqueles que já não estão conosco deste lado era possível e que a morte não existe.
Desencarna em 1885 na cidade de Argenteuil,França.

Produções Literárias: Santuário do Espiritualismo (1850), Luz dos Mortos (1851),

Tratamentos das Enfermidades (1851), Cartas Ódicas-magnéticas do Cavaleiro de Reichenbach (1853), Magia Magnética (1854), Revelações do Além-túmulo (1856), Estudo sobre o Homem (1858), Enciclopédia Magnética Espiritualista (1854-1861), Estudo sobre o Materialismo e o Espiritualismo (1869), Estudo sobre a Alma e o Livre Arbítrio (1880), Terapêutica do Magnetismo e do Sonambulismo (1883).

JORNAL VÓRTICE - ANO I, N.º 08, JANEIRO/2009


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CRISTIANISMO PRIMITIVO E DOUTRINA ESPÍRITA

“As raposas têm tocas e as aves dos céus, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mt., 8:20.)

SEVERINO CELESTINO DA SILVA

Todas as correntes religiosas cristãs se qualificam como seguidoras dos princípios morais e dos ensinamentos implantados por Jesus. No entanto, a maioria de seus adeptos não se dá ao trabalho de conhecer os outros princípios religiosos que buscam Jesus. Assim, recebem as informações incompletas, preconceituosas e destorcidas, ensinadas pelos diversos dirigentes e responsáveis por suas religiões.No que concerne ao Espiritismo, boa parte dos seus adeptos, embora aceitando os princípios da Doutrina e acompanhando a sua literatura, principalmente a de origem mediúnica, não se dedica ao estudo sistemático das obras básicas da Codificação e as que lhe são complementares e subsidiárias. O preconceito é a ausência de conceito, por isso o Mestre nos orienta, em João, 8:32, que busquemos a verdade, pois só assim nos libertaremos.

Ao refletirmos sobre o conteúdo do capítulo 8, versículo 20 do evangelho de Mateus, citado acima, encontramos motivos para um balanço reflexivo ao longo da história. Este balanço passa pela avaliação do que Jesus realmente pregou e do que se tem praticado, em seu nome, ao longo desses dois mil anos.
Jesus demonstra neste versículo como deveriam ser os seus seguidores: tomar como ensino fundamental que o reino dele não é deste mundo e ter, antes de tudo, desprendimento e desinteresse total por tudo o que é efêmero, principalmente os bens materiais.
Jesus não fundou igrejas ou nenhum outro tipo de edificação com finalidade de prática  religiosa.

A sua religião foi o amor caracterizado na simplicidade dos profundos ensinamentos, no atendimento e assistência ao necessitado em qualquer lugar.
Segundo Mateus, “Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda e qualquer doença ou enfermidade do povo.
A sua fama espalhou-se por toda a Síria, de modo que lhe traziam todos os que eram acometidos por doenças diversas e atormentados por enfermidades, bem como endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E Ele os curava”. (Mt., 4:23 e 24.)

Observemos a sua maneira de assistir e ajudar os sofredores e comparemos com o que raticam hoje, aqueles que se intitulam seus  seguidores. Será que estão seguindo e praticando realmente as obras de Jesus? Podemos descobrir, sem muita dificuldade, o quanto se encontram distantes do ensino do Mestre. O que chamam de religião é algo destoado ao longo da história pela imposição de dogmas e conceitos que não sintonizam com a mensagem do Evangelho do Mestre.
Muitas correntes religiosas costumam afirmar que a Doutrina Espírita não é uma religião.Sabemos que no aspecto característico constitucional, a Doutrina Espírita possui tríplice aspecto: filosófico, científico e religioso.

Por isso, o Espiritismo não é uma religião constituída nos moldes da maioria das religiões  dogmáticas e ritualistas tradicionais.
O seu aspecto religioso não possui hierarquia nem dogmas. Não possui rituais nem sacerdotes, nem pastores, nem dízimos, nem sacrifícios de animais, nem despachos, nem andores, nem cromoterapia, nem amuletos, nem queima de incensos, nem velas ou qualquer outro tipo de simpatia ou ritual.

O Espiritismo adota em sua totalidade os ensinamentos de Jesus buscando-os em sua essência e unindo-os ao “Fora da caridade não há salvação”, preconizado por Allan Kardec.
Quando analisamos as recomendações de Jesus, o Cristo, no evangelho de Mateus, capítulo 25 versículos 34 a 36, sobre o “Juízo Final”, verificamos o quanto estes ensinamentos são compatíveis com a Doutrina Espírita. “Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo.
Pois tive fome e me destes de  comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes.

Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes me ver.” Esta é a grande receita de Jesus para os que querem segui-lo praticando os seus ensinamentos. A Doutrina Espírita está perfeitamente sintonizada com estes conceitos e orientações de Jesus na sua conduta de assistência aos necessitados do caminho. Através de suas creches, hospitais, sanatórios, asilos, abrigos, distribuição de enxovais e gêneros alimentícios, busca o Espiritismo a execução destas recomendações de Jesus.
As orientações feitas por Ele quando da escolha dos seus discípulos traz o verdadeiro roteiro a ser seguido: “Curai os doentes, purificai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai. Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos, nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu salário”. (Mt., 10:8-10.)

Estes versículos representam a base do Cristianismo nascente. A essência prática e o entendimento destes princípios parecem esquecidos nas estradas do tempo. A Doutrina Espírita chega ao século XIX com o objetivo de ressuscitar estes conceitos de Jesus e lembrar o que Ele deixou como roteiro para a prática do seu Evangelho. Está o Espiritismo lado a lado com estes ensinamentos e solicita dos cristãos, de todas as correntes religiosas, que se voltem para o resgate da mensagem original de Jesus.

A receita é pura, simples, cristalina e autêntica. Sem véus nem subterfúgios. Pois que Jesus deu o maior exemplo nascendo em uma manjedoura e tendo como leito de morte uma cruz, além de não ter, durante sua passagem entre nós, onde reclinar a cabeça.
Tudo que praticou foi de forma singela, simples e amorosa. Chorou sobre Jerusalém por não poder juntar os seus filhos e deixou para nós a responsabilidade de nos unirmos e praticar os seus preceitos em essência e espiritualidade.

A Doutrina Espírita chega e nos traz de volta a condição para ressuscitarmos a mensagem de Jesus.
Trabalhemos, pois, com ela e busquemos o resgate e a conquista do retorno à cristalinidade da mensagem vivida por todos os que praticavam o Cristianismo Primitivo.
Sê conosco Jesus!

Revista Reformador / Março, 2007 / N o 2.136


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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

MAGNETIZAÇÃO DA ÁGUA

segundo J.P.F Deleuze".
Ana Vargas

Os magnetizadores clássicos empregavam vários meios acessórios de magnetização, como por exemplo: tecidos de algodão ou de lã, ― segundo Du Potet a magnetização persiste por vários dias neles nestes últimos ― vidros, objetos metálicos, árvores, etc.. Porém, a preferência recai sobre a água. O que usamos até o presente nos trabalhos de passes. Mas fazemos, na grande maioria dos grupos de passes, s.m.j, um uso muito limitado e empregado com subaproveitamento desse recurso.

Há sabedoria em ouvirem-se os conselhos de um mestre.

No intuito de oferecer um material a mais para repensarmos o emprego dado a esse meio auxiliar nos trabalhos de magnetismo, transcrevo, em uma tradução livre e própria, o estudo de J.P.F Deleuze, extraído do livro Instrucción Prática sobre El Magnetismo, cap. 4, pág 67-73, os textos abaixo. Aproveitemos o que nos seja útil.


“A água magnetizada é um dos  agentes mais poderosos e mais saudáveis que podemos empregar. Fazemos bebê-la os enfermos com os quais se estabelece a relação, recomendamos que a bebam durante ou nos intervalos entre as refeições.
Esta água leva diretamente o fluido magnético ao estômago, e dali a todos os órgãos; facilita as crises a que está disposta a natureza; e por esta razão, de imediato, excita a transpiração, as evacuações, a circulação do sangue, fortifica o estômago, diminui as dores, e muitas vezes pode substituir a vários medicamentos.

Para magnetizar a água, se toma a vasilha que a contém, passando as duas ao longo do recipiente de cima para baixo.

Introduzimos o fluído pela boca do recipiente colocando várias vezes na mesma os dedos em  ponta, podemos fazer o sopro na água, e, às vezes, podemos agitá-la com o dedo polegar. Magnetiza-se um copo de água pegando-o com uma das mãos, enquanto com a outra projetamos o fluido sobre ele.

Há outro procedimento que emprego de preferência para magnetizar uma garrafa de
água, quando tenho a certeza de não ser desagradável à pessoa que magnetizo: consiste em colocar a garrafa sobre meus joelhos, e pôr minha boca na abertura. Deste modo faço entrar meu sopro na garrafa, e, ao mesmo tempo, faço alguns passes com as duas mãos sobre toda sua superfície. Eu acredito que este procedimento acumula muito fluido, mas não é necessário: bastam as mãos para
magnetizar.

Podemos magnetizar uma garrafa de água em dois ou três minutos; um copo de água em um minuto; é inútil repetir aqui que os procedimentos indicados para magnetizar a água, como qualquer outra coisa, seriam absolutamente infrutíferos, se não se empregassem com atenção, e com uma vontade determinada.

Tenho visto a água magnetizada produzir efeitos maravilhosos que cheguei a crer fossem ilusões minhas, e não lhes dei crédito senão depois de milhares de experiências. Em geral, os magnetizadores não a usam muito; se concedessem a este meio toda a confiança que merece, poupariam a eles mesmos muita fadiga, a seus enfermos muitos remédios, e acelerariam a cura.

Sobretudo nas enfermidades internas é que a água magnetizada opera de uma aneira assombrosa, pois conduz diretamente o magnetismo sobre os órgãos afetados. Dê-se um copo de água magnetizada a um enfermo que tem, por exemplo, dor em um lado
do corpo; poucos momentos depois de ingeri-la, lhe parece que a água afluiu diretamente ao local da dor.

Durante oito dias tenho purgado com água magnetizada; o efeito é o mesmo que se houvesse tomado um medicamento laxante, com a única diferença de que não experimentou cólicas.
(...)

A água magnetizada é o melhor remédio nas convalescenças, dá força, restabelece o estômago, facilita a digestão e faz evacuar, seja pela urina ou pela transpiração, tudo o que impedia o inteiro restabelecimento do enfermo.
(...)

Emprega-se, com grande êxito, a água magnetizada em loções para a cura de feridas. Nas enfermidades dos olhos, fortifica o órgão e produz comumente uma sensação parecida a que produziria a água misturada com algumas gotas do espírito do  vinho.Os banhos de água fluidificada têm produzido, muitas vezes, excelente resultados.

(...) Quando o magnetizador não pode visitar seu enfermo senão duas ou três vezes por semana, a água magnetizada supre a ação direta. Convém seguir usando-a algum tempo depois de terminado o tratamento.
(...)

Creio que a água que se faz o enfermo beber deve estar magnetizada sempre pelo mesmo magnetizador que tenha realizado o tratamento. Isto é uma consequência do princípio que estabelecido, de que um enfermo não deve ser magnetizado por pessoas
que não estejam em relação com o primeiro magnetizador, e de que não possuindo os fluidos dos diversos indivíduos a mesma qualidade, e não trabalhando da mesma forma, não se deve misturar sua ação.

Tenho visto fenômenos notáveis que confirmam esta opinião. Os sonâmbulos conhecem perfeitamente quando um objeto foi magnetizado por diferentes pessoas, e
esta mistura de diversos fluidos lhes é, algumas vezes, insuportável.

Ainda não se sabe quanto tempo a água magnetizada conserva suas propriedades; as sabe-se que as conserva por muitos dias, depreendendo-se de numerosas observações que duram algumas semanas. Sem dúvida, quando se pode ver com facilidade o enfermo, convém magnetizar diariamente a água para ele.
(...)

Parece que água magnetizada não exerce nenhuma influência sobre as pessoas que não tenham estado na presença do magnetizador; em geral, somente produz efeitos bem marcados depois de duas ou três sessões de magnetismo. Para que o fluido do magnetizador atue sobre o enfermo, é preciso que se estabeleça a relação, e esta somente se estabelece pela manipulação direta e imediata.

Tornei muito extenso o texto sobre o uso da água magnetizada: os que a empregaram

com confiança reconheceram que falei pouco sobre as vantagens que dela podemos obter. Devo, sem dúvida, advertir que há enfermos sobre os quais a água magnetizada não parece ter ação alguma, mas são muito poucos.”

JORNAL VÓRTICE  ANO II, N.º 08/BRASIL, JANEIRO/2010

sábado, 7 de dezembro de 2013

DIVULGAÇÃO DE MENSAGENS MEDIÚNICAS

 Um dos correspondentes da Revista Espírita enviou a  Allan Kardec, a seguinte pergunta,: “Deve-se publicar tudo quanto dizem os Espíritos?” O Codificador do Espiritismo respondeu a indagação com outra pergunta: “(…) seria bom publicar tudo quanto dizem e pensam os homens?”[1]

Antes, porém, de emitir opinião abalizada sobre o assunto, Kardec  apresenta  ponderadas considerações que merecem ser recordadas, sobretudo porque permanecem atuais:

Quem quer que possua uma noção do Espiritismo, por mais superficial que seja, sabe que o mundo invisível é composto de todos os que deixaram na Terra o envoltório visível. Entretanto, pelo fato de se haverem despojado do homem carnal, nem por isso os Espíritos se revestiram da túnica dos anjos. Encontramo-los de todos os graus de conhecimento e de ignorância, de moralidade e de imoralidade; eis o que não devemos perder de vista. Não esqueçamos que entre os Espíritos, assim como na Terra, há seres levianos, estouvados e zombeteiros; (pseudo sábios); vãos e orgulhosos, de um saber incompleto; hipócritas, malvados e (…) existem os sensuais, os ignóbeis e os devassos, que se arrastam na lama. Ao lado disto, tal como ocorre na Terra, temos seres bons, humanos, benevolentes, esclarecidos, de sublimes virtudes (…); resulta que o mundo dos Espíritos compreende seres mais avançados intelectual e moralmente que os nossos homens mais esclarecidos, e outros que ainda estão abaixo dos homens mais inferiores.[2]

Prosseguindo em suas considerações, Kardec enfatiza a necessidade de aprendermos analisar o teor das mensagens mediúnicas, atentos à linguagem utilizada pelo comunicante desencarnado, principalmente quando esta  comunicação é subscrita com o nome de personalidade conhecida, respeitada e amada.

Desde que esses seres [desencarnados] têm um meio patente de comunicar-se com os homens, de exprimir os pensamentos por sinais inteligíveis, suas comunicações devem ser o reflexo de seus sentimentos, de suas qualidades ou de seus vícios. Serão levianas, triviais, grosseiras, mesmo obscenas, sábias, sensatas e sublimes, conforme o seu caráter e sua elevação. Revelam-se por sua própria linguagem; daí a necessidade de não se aceitar cegamente tudo quanto vem do mundo oculto, e submetê-lo a um controle severo. (…).[3]

Os comentários que se seguem, expõem de forma clara o pensamento de Allan Kardec relativo ao assunto, e as suas ponderações devem servir de modelo para todos nós, espíritas, que cotidianamente recebemos notícias do plano espiritual.

Ao lado dessas comunicações francamente más, e que chocam qualquer ouvido delicado, outras há que são simplesmente triviais ou ridículas. Haverá inconvenientes em publicá-las? Se forem dadas pelo que valem, serão apenas impróprias; se o forem como estudo do gênero, com as devidas precauções, os comentários e os corretivos necessários, poderão mesmo ser instrutivas, naquilo que contribuírem para tornar conhecido o mundo espírita em todos os seus aspectos. Com prudência e habilidade tudo pode ser dito; o mal é dar como sérias coisas que chocam o bom senso, a razão e as conveniências. Neste caso, o perigo é maior do que se pensa. (…).[4]

Surgem, então e muito naturalmente, outras indagações: que riscos podem ocorrer, caso sejam divulgadas mensagens mediúnicas triviais, sem maiores exames?  Que problemas poderiam advir da publicação de mensagens pressupostamente assinadas por entidades veneráveis, mas que, aqui e ali, apresentam pontos discordantes quanto à identificação?  Revelando-se como arguto analista, Kardec esclarece:

Em primeiro lugar, essas publicações têm o inconveniente de induzir em erro as pessoas que não estão em condições de aprofundá-las nem de discernir o verdadeiro do falso, especialmente numa questão tão nova como o Espiritismo. Em segundo lugar, são armas fornecidas aos adversários, que não perdem tempo em tirar desse fato argumentos contra a alta moralidade do ensino espírita; porque, insistimos, o mal está em considerar como sérias coisas que constituem notórios absurdos. Alguns mesmos podem ver uma profanação no papel ridículo que emprestamos a certas personagens justamente veneradas, e às quais atribuímos uma linguagem indigna delas.[5]

Em suma, assevera Allan Kardec, como conclusão da análise deste assunto, tão útil quanto necessário:

(…) As comunicações grosseiras e inconvenientes, ou simplesmente falsas, absurdas e ridículas, não podem emanar senão de Espíritos inferiores: o simples bom senso o indica.  (…) A importância que, pela publicidade, é concedida às suas comunicações, os atrai, excita e encoraja. O único e verdadeiro meio de os afastar é provar-lhes que não nos deixamos enganar, rejeitando impiedosamente, como apócrifo e suspeito, tudo que não for racional, tudo que desmentir a superioridade que se atribui ao Espírito que se manifesta e de cujo nome ele se reveste. Quando, então, vê que perde seu tempo, afasta-se.[6]

Os espíritas esclarecidos estão compromissados com a Causa, onde quer que se encontrem. Pontuam fidelidade à Doutrina Espírita e não se afastam do propósito de se transformarem em pessoas de bem.  Não se deixam enganar por informações infelizes, mentirosas mesmo, presentes em algumas publicações, supostamente espíritas, mas que não resistem a uma análise séria, e o que é mais grave: contrariam a mais elementar conceituação espírita: o controle universal do ensino dos Espíritos que, brilhantemente, Allan Kardec inseriu no primeiro capítulo de A Gênese. Os Milagres e as Predições, que trata do Caráter da Revelação Espírita. É importante conferir.
  
Assim, nada mais justo, e necessário, portanto, seguir este conselho de Bezerra de Menezes: “(…) Mantenhamo-nos, por isso, vigilantes. Jesus na Revelação e Kardec no esclarecimento resumem para nós códigos numerosos de orientação e conduta. (…).”[7]

[1] Allan Kardec. Revista Espírita- Jornal de estudos Psicológicos.  Ano II, novembro de 1859, pág. 423.
[2] Ibid., pág. 423/424.
[3] Ibid., pág. 424.
[4] Ibid., pág. 425.
[5] Ibid. ibid., pág. 425.
[6] Ibid., pág. 427.
[7] Juvanir Borges de Souza (coord.). Bezerra de Menezes: Ontem e Hoje. Pt. 3,, cap. 16, pág. 153. (mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, publicada em Reformador de abril de 1977, pág. 104.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 KARDEC, Allan. Revista Espírita. Jornal de Estudos Psicológicos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. 2ª  ed.  Ano II. Novembro de 1859. Nº 11. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2004.
 SOUZA, Juvanir Borges (coordenador). Bezerra de Menezes: Ontem e Hoje. 4ª ed. 4ª imp. Brasília: FEB Editora, 2013.


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