sexta-feira, 12 de outubro de 2012

FLUXO DO PENSAMENTO - LEIS DO CAMPO MENTAL


O pensamento tem início de forma embrionária em seres vivos que foram aprendendo a se concentrar com determinado teor de persistência rumo a um certo objetivo, como o de se apropriarem de um alimento. Nessa longa caminhada, o pensamento passou a ser o instrumento sutil da vontade do Espírito, que exterioriza a matéria mental para atuar nas formações da matéria física, obtendo por esse caminho as satisfações que deseja.

A matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo.

Elaborando pensamentos, cada um de nós cria em torno de si um campo de vibrações impulsionado pela vontade, que estabelece uma onda mental própria, capaz de nos caracterizar individualmente.



Obedecendo às mesmas leis da energia e partículas do mundo físico, as ondas e partículas da matéria mental, em graus de excitações variados, se expressam em freqüência e cores particulares dependendo da intensidade e qualidade do pensamento emitido, ou seja, da vibração mental emitida.

Considerando o terreno das manifestações da física dos átomos, sabemos que o calor, a luz e os raios gama, são expressões vibratórias de uma mesma energia.



A excitação, por exemplo, dos átomos de uma barra de ferro por uma fonte de energia permite produzirmos calor de uma extremidade à outra da barra de ferro. A excitação dos elétrons de um filamento metálico permitirá a transmissão da luz, e a agitação dos núcleos atômicos de determinados materiais produzirá emissão de raios gama.

Tanto quanto na matéria física, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e freqüência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado.


Como a matéria é expressão da energia em diferentes condições de vibração e velocidade, a energia mental também se manifesta conforme as variações da corrente ondulatória, em corpúsculos da matéria mental. Aqui também se identificam as mesmas leis que regulam a mecânica quântica na transmissão de energia entre as partículas sub-atômicas. Quando vibram os átomos da matéria mental, correspondendo à formação de calor na matéria física, geram-se ondas de comprimento longo que se estabelecem com o propósito de manutenção de nossa individualidade ou de simples noção do Eu. Essas ondas longas prestam-se, também, para sustentar a integração da nossa unidade corporal, mantendo interligado o universo de células que compõem o nosso corpo físico.

Quando ocorrem as vibrações dos elétrons da matéria mental, irradiam-se luzes de tonalidades diferentes conforme a energia atinja os elétrons da superfície ou das proximidades do núcleo do átomo mental. Esse tipo de agitação ondulatória corresponde à emissão de pensamentos de intensidades variadas que vão, desde uma atenção momentânea voltada rapidamente a um certo objetivo, até a uma reflexão ou uma concentração profunda tentando resolver questões complexas.

Por fim, já vimos que a excitação dos núcleos atômicos gera os raios gama e, no campo da mente, a correspondente vibração dos núcleos dos átomos mentais gera ondas ultra-curtas emitidas com imenso poder de penetração de suas energias. Essas vibrações resultam de expressões de sentimentos profundos, de cores cruciantes ou de atitudes de concentração muito intensas.

A INDUÇÃO MENTAL

Indução, em termos eletrônicos, consiste na transmissão de uma energia eletromagnética entre dois corpos sem que haja contacto entre eles. Este fenômeno ocorre por conjugação de ondas através de um fluxo de energia que é transmitido de um corpo a outro. No campo mental o processo é idêntico.


Existe uma corrente de ondas suscetíveis de reproduzir suas próprias características sobre uma outra corrente mental que passa a sintonizar com ela.

Expressando qualquer pensamento em que acreditamos, estamos induzindo os outros a pensarem como nós. A aceitação que os outros fazem de nossas idéias passa a ser questão de sintonia.



Por outro lado, ao sentirmos uma idéia, absorvemos e passamos a refletir todas as correntes mentais que se assemelham a essa idéia, comungando os mesmos propósitos.

Portanto, nossas idéias e convicções nos ligam compulsóriamente a todas as mentes que pensam como nós e , quanto maior nossa insistência em sustentar uma idéia ou uma opinião, mais nos fixamos às correntes mentais das pessoas que se sentem como nós e que esposam as mesmas opiniões.

IMAGENS MENTAIS

O espírito é a fonte geradora de todas as expressões da vida, e toda espécie de vida se orienta ou se modifica pelo impulso mental.

Sempre que pensamos, estamos expressando uma vontade correspondente ao campo íntimo das idéias, e as idéias, representando a expressão de energia mental, se corporificam pelo pensamento em ondas e corpúsculos, que se organizam conforme o teor e a intensidade da vibração mental e o propósito do pensamento emitido.



Portanto, na expressão de qualquer pensamento, o comprimento da onda emitida varia com a intensidade da concentração nos objetivos desejados e a natureza das idéias emitidas. Com as idéias criamos em torno de nós um campo de vibrações mentais que identificam, pelo seu próprio conteúdo, as nossas mais íntimas condições psíquicas.

Nessa atmosfera ideatória que nos cerca, os corpúsculos da matéria mental que compõem nossos pensamentos modelam "imagens" correspondentes às idéias que mentalmente projetamos.



Psiquicamente, na medida em que expressamos mentalmente uma vontade, um desejo, uma idéia, uma opinião, um objetivo qualquer, passamos a ser carregadores ambulantes de vontades com formas, de desejos com moldes, de idéias vivas que as representam, de objetivos e opiniões que se exteriorizam com cenas que materializam em torno de nós os nossos pensamentos.



Nossa mente projeta fora de nós as formas, as figuras e os personagens de todos os nossos desejos, inclusive com todo o conteúdo dinâmico do cenário elaborado. Com essa constelação de adornos mentais atraímos ou repelimos as mentes que conosco assimilam ou desaprovam nosso modo de pensar.

PERTURBAÇÕES DO FLUXO MENTAL

A criação da matéria mental se origina do estímulo ideatório do Espírito, que é a fonte da energia vital para o cérebro. O Fluido Cósmico fornece o elemento para essas construções. Os corpúsculos mentais, sob o impulso do Espírito são exteriorizados em movimentos de agitação constante, produzindo correntes de formas ideatórias que se expressam na aura da personalidade que os cria.


Nesses vórtices de energia em que cada individualidade se exprime em correntes de matéria mental, também se cria, pela corrente de átomos excitados, um fluxo energético com conseqüente resíduo eletromagnético, que se expressa na aura de cada um de nós. A capacidade criativa da mente alimenta de forma permanente essa corrente em constante agitação.



O fluxo resultante do processo ideatório pode apresentar perturbações semelhantes a defeitos da circulação da corrente elétrica comum a qualquer aparelho doméstico.

Assim, a ausência de uma corrente eletromagnética residual pode ser identificada no cérebro de pessoas profundamente ociosas. Os circuitos mentais podem permanecer bloqueados, impedindo a circulação do fluxo mental, em razão de idéias fixas ou obsessivas. As lesões orgânicas cerebrais perturbam, naturalmente, as expressões do pensamento, já que o cérebro é o veículo para a manifestação física da mente.

AS LEIS DO CAMPO MENTAL

Nossa atividade mental através do iscernimento e do raciocínio nos dá a prerrogativa de nós mes mos escolhermos nossos objetivos.

Projetando nossas idéias, produzimos os pen samentos, exteriorizando em torno de nós irra diações eletromagnéticas com poder mais ou menos intenso, conforme o comprimento das ondas mentalmente emitidas.


Essa corrente de partículas mentais nascidas de emoções, desejos, opiniões e vontades, constrói em torno de nós, cenas em forma de quadros vivos que são percebidos em flashes ou imagens seriadas, ou cenas contínuas que nos colocam em sintonia com todas as mentes que harmonizam com os pensamentos que exteriorizamos.

Já vimos, também, que somos suscetíveis de induzir pensamentos-imagens nos outros, assim como recebemos sugestões que se corporificam em formas vivificadas dentro de nossa psicosfera.

A simples leitura de uma página de jornal, uma conversação rotineira, a contemplação de um quadro, uma visita a familiares, o interesse por um espetáculo artístico ou programa de televisão, um simples conselho, são todos agentes de indução que nos compromete psiquicamente com as mentes sintonizadas nos mesmos assuntos.

Pensar ou conversar constantemente significa projetar nos outros e atrair para nós as mesmas imagens que criamos, suportando em nós mesmos as conseqüências dessa influência recíproca.



Persistir em idéias fixas, em comportamentos obsessivos ou tensões emocionais deliberadamente violentas, nos escraviza a um ambiente psiquicamente infeliz, com imagens que nós forjamos e que nos mantêm num circuito de reflexos condicionais viciosos.

Construindo com o conteúdo dos nossos pensamentos o campo mental que nos cerca, vivemos psiquicamente dentro dele, obedecendo a leis fundamentais relacionadas com a estruturação desse campo.



Por princípio, temos que entender que o campo mental é resultado de emissão de idéias que nós criamos, com nossa participação exclusiva e, portanto, com nossa total responsabilidade. Esta é a primeira lei do Campo Mental.

A segunda lei é a da assimilação, que estabelece que nós estamos ligados unicamente às mentes com quem nós nos afeiçoamos.
Portanto, além da sintonia, é necessário haver aceitação das idéias para que assimilemos as interferências boas ou más que recebemos.
A lei da assimilação significa também que uma idéia que nos incomoda, que nos martiriza ou nos revolta, só persiste em nós pela aceitação que fazemos de seu conteúdo e pelas ligações que mantemos com o seu emissor.

A terceira lei do campo mental está relacionada com o estudo e o aprendizado que desenvolve em nós o discernimento e o raciocínio. Ela estabelece que cada de um de nós só assimilará idéias, sugestões ou informações inéditas ou inovadoras, se já desenvolvemos a compreensão necessária ao avanço desses pontos de vista.

(Texto: Nubor Orlando Facure)
(Baseado na obra de André Luiz, "Mecanismos da Mediunidade", psicografada por F. C. Xavier e Valdo Vieira)
Fonte: www.espirito.org.br



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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

BIOGRAFIA - EURÍPEDES BARSANULFO: "HOMEM MAGNÉTICO"


Floriano Legado do Amaral
         
   Há 94 anos, em 1º de Abril de 1907, Eurípedes Barsanulfo inaugurava o primeiro Colégio Espírita do Mundo, que tomou o nome Allan Kardec. O prédio, onde funciona até hoje é um monumento da arte arquitetônica, feito com alvenaria de primeira qualidade e com muito gosto artístico.
Não há história sem referencias numéricas e humanas. Na história do Espiritismo há uma infinidade delas. Na galeria dos referenciais humanos encontramos Eurípedes Barsanulfo, que amiúde é citado em palestras, artigos, ensaios, reportagens e livros, que viveu na cidade de Sacramento, no Estado de Minas Gerais, de 1º de Maio de 1880 a 1º de Novembro de 1918. Hoje, Eurípedes Barsanulfo é Patrono de inúmeras instituições espíritas.

Extraordinário médium e grande educador, cuja Pedagogia semelhava-se à metodologia do Emérito Professor Pestalozzi, mestre de Allan Kardec. Eurípedes Barsanulfo foi um herói, pois já em 1º de Abril de 1907, ele inaugurava o primeiro Colégio Espírita do Mundo, que tomou o nome Colégio Allan Kardec. O prédio, onde funciona até hoje é um monumento da arte arquitetônica, feito com alvenaria de primeira qualidade e com muito gosto artístico. Por tudo que Eurípedes Barsanulfo fez pela educação e pela divulgação da Doutrina Espírita num tempo em que o Catolicismo imperava e as dificuldades eram imensas para os que não freqüentavam as sacristias, cheguei a pensar que o Movimento Espírita está a lhe dever um importante e vistoso monumento. Hoje já não penso assim, porque vejo que ele em si mesmo é um monumento. Sua obra educacional e mediúnica é impar. Ela avalia perfeitamente o 

Professor e o valoroso espírita que foi, é o será sempre. Possuidor de várias faculdade paranormais, soube usá-las, com decoro e disciplina, em benefício do próximo necessitado. Curou muita gente com os recursos de sua paranormalidade e com remédios homeopáticos que distribuía graciosamente. "O trabalho mediúnico de Eurípedes Barsanulfo no Grupo Espírita "Esperança e Caridade" tomava proporções imensas,exigindo muitas horas de trabalho do médium. Ele quase não tinha tempo para se alimentar. Pela manhã, tomava dois ovos crus, no almoço comia empadinhas especiais que sua irmã Mariquinha (Maria Neomísia) lhe preparava. E frutas. E dormia, tão somente, de quatro a cinco horas por dia; sono, aliás, constantemente interrompido por pessoas que pediam remédios ou vinham chamá-lo para fazer um parto ou uma cirurgia mediúnica urgente. Em verdade, nem de madrugada tinha ele sossego.

"A Igreja, preocupada com o gigantesco trabalho que o Apóstolo da Caridade vinha desenvolvendo em nome do Espiritismo procurava, de alguma forma, obstá-lo - embora, no atendimento aos sofredores, Eurípedes Barsanulfo jamais lhes perguntasse a que religião pertenciam...

E a campanha dos padres e beatos começou a ser dirigida aos pais católicos no sentido de retirarem seus filhos do Liceu Sacramentano (em que Eurípedes Barsanulfo era professor). A campanha atingiu, inclusive, diretores e professores, os quais se demitiram em massa no mês de setembro. E Eurípedes Barsanulfo, para não deixar os alunos perderem um ano de estudos, apressou o exame final - marcado para novembro - foi realizado em outubro. Watersides Wilson, seu irmão, auxiliou- o nessa tarefa.

Eurípedes Barsanulfo já havia deixado a vereança para melhor cumprir sua missão espiritual e, agora, corria perigo do Liceu Sacramentano fechar suas portas...
A campanha clerical parecia vitoriosa. Só parecia, porque no lugar do Liceu Sacramentano surgiria, por iniciativa de Eurípedes Barsanulfo, o Colégio Allan Kardec, que superou as melhores expectativas e ganhou fama e muitos alunos.
"Durante seis anos consecutivos pode Eurípedes Barsanulfo desenvolver com relativo sossego sua dupla missão: a mediúnica e a de educador, ambas a exigir total abnegação. Dir-se-ia que os perseguidores o haviam esquecido..."
"Em 1913, porém, estando com trinta anos de idade viu-se, pela primeira vez, obrigado a defender, publicamente, as verdades espirituais. Duas polêmicas teve ele de sustentar quase ao mesmo tempo com líderes católicos; uma pela imprensa, outra em praça pública - e em ambas Eurípedes Barsanulfo, amparado pela Espiritualidade Superior, fez a Doutrina Espírita sair vitoriosa".

"O primeiro debate foi com o padre Feliciano Yague, de Campinas, missionário do Imaculado Coração de Maria e considerado notável pregador. Era homem de muita cultura e consta que dirigia o Colégio Saleziano. Veio ele a Sacramento a convite dos padres da Igreja Matriz com um único objetivo: destruir com sua poderosa dialética a influência de Eurípedes Barsanulfo e, pois, o famoso Colégio Allan Kardec..."
"Padre Yague chegou apoiado por intensa publicidade. E, no domingo pela manhã, a Igreja Matriz estava superlotada de curiosos. Compareceram, inclusive, chefes políticos da região. Terminada a missa, padre Yague subiu ao púlpito e, apoplético, fez desabar sobre o Espiritismo uma tempestade de inverdades, classificando os espíritas de "adeptos do diabo".

"A figura de Eurípedes Barsanulfo o padre deixou para o fim do sermão". Arrasou-a, inclusive, com impropérios e, para provar que a Doutrina Espírita era diabólica, cometeu um grave erro: desafiou o médium para um debate em praça pública..."
"Ora, Eurípedes Barsanulfo desdobrava-se com muita facilidade e fora, em Espírito, ouvir a pregação do padre. Quando os amigos vieram contar-lhe sobre o desafio o apóstolo, tranqüilo, respondeu:

- O nosso irmão pregador está exaltado. Mas não posso silenciar neste caso. Não que me sinta ofendido, mas porque a Doutrina Espírita foi desfigurada, publicamente. Digam ao padre Feliciano Yague que desejo encontrar- me com ele na casa do coronel José Afonso de Almeida para acertarmos o dia, local, hora e outros detalhes que se fizeram necessários.”

"Quem levou o recado foi o espírita João Gonçalves Rios. E, logo depois, José Afonso de Almeida, um dos homens mais respeitados de Sacramento (era coronel da Guarda Nacional e presidente da Câmara Municipal) recebia em sua sala de visitas o padre Feliciano Yague, Eurípedes Barsanulfo, Watersides Wilson, Orígenes Tormim e o padre Julião Nunes. O coronel aceitou a proposta de dirigir o debate e determinou que seria realisado no dia vinte e oito de outubro (1913), a uma hora da tarde, no coreto da Praça da Matriz. E mais ficou estipulado: os oradores fariam uso da palavra, alternadamente - trinta minutos cada um pelo espaço de duas horas."
- E o tema? perguntou o coronel, alisando o cavanhaque. O tema central?"

"O padre Feliciano, então, prontificou-se a provar que o Espiritismo é o ateísmo; que os fenômenos de Espiritismo não se podem explicar sem a intervenção diabólica; que o Espiritismo não é religião e nem ciência... Cinco pontos capitais. E o coronel José Afonso de Almeida, a pedido de Eurípedes Barsanulfo e com a concordância do padre Yague mandou que se lavrasse uma ata da reunião, o que foi feito, imediatamente. Leu-a em seguida em voz alta e pediu aos presentes que assinassem. Era uma medida de precaução: com a ata nenhuma das partes poderia fugir ao compromisso...

"Uma hora depois a população ficou a par da polêmica religiosa. No centro da cidade e na periferia não se falava de outro assunto. A notícia atravessou as fronteiras e vieram de outras cidades caravanas espíritas. E, no dia marcado, agruparam-se na Praça da Matriz aproximadamente duas mil pessoas! No coreto já se viam Eurípedes Barsanulfo ao lado de seu desafiante padre Yague, o coronel José Afonso de Almeida, padre Julião Nunes e o padre Pedro Ludovico de Santa Cruz; este último, é preciso que se diga, por força das circunstâncias, possuía um clube de jogo de baralho, era banqueiro do jogo do bicho e carregava dentro da batina dois revólveres."

"O ambiente era nefasto; mas a presença do coronel José Afonso de Almeida representava uma garantia. E a palavra foi franqueada ao padre Feliciano Yague, o qual, quase freneticamente, entrou direto no tema inicial. Mas, sua dialética aplicada contra o Espiritismo em nada o ajudou porque o padre partia de uma inverdade, ou seja; o Espiritismo é o ateísmo. Os intelectuais de Sacramento sentiram logo que ele perderia a polêmica. Suas divagações tornaram-se por demais tortuosas e, como era de esperar-se, trouxe à baila o "Inferno" e, assim, fugiu do tema, certamente para confundir Eurípedes Barsanulfo...

"Deus (disse o padre, gesticulando para a multidão) declara existir o inferno; o Espiritismo o nega; logo, o Espiritismo acha Deus ignorante, porque ignora a existência do inferno ou mentiroso, porque, em sabendo, declara ser irreal a sua existência.

"E, assim, com um sofisma silogístico o padre Yague viu o coronel apontar-lhe o relógio; trinta minutos se haviam passados. As duas mil pessoas entreolharam-se. Eurípedes Barsanulfo, então, sempre cavalheiro, cumprimentou o seu opositor e pediu aos presentes que pensassem em Deus - e, arrebatado, com sua voz atenorada e com timbre cristalino fez de improviso uma prece, sem esquecer de implorar a proteção para o padre Feliciano Yague e todos os que não compreendiam, ainda, as Verdades Divinas. E deu início ao seu discurso sob a inspiração de Santo Agostino.

"As frases fluíam de sua boca vertiginosamente, cheias de sabedoria e bondade. E mais: eram eles compreendidas, inclusive, pelos homens mais simples. Então, todos os andaimes do edifício construído pelo padre Yague com sofisma e expressões violentas começaram a ruir: o Espiritismo é o ateísmo... os fenômenos do Espiritismo não se podem explicar sem a intervenção diabólica... O Espiritismo não é religião... O Espiritismo não é ciência... Foi em vão a réplica do padre.

"No final da polêmica Eurípedes Barsanulfo estava, ainda, como que transfigurado. A multidão, então, aplaudi-o e quis carregá-lo em triunfo pelas ruas. Mas, o médium pediu calma e rodeado por parentes e amigos regressou, rápido, à sua casa.
"No dia seguinte, sem que ninguém notasse, o padre Feliciano Yague tomou o caminho para Campinas, enquanto os beatos mais exaltados de Sacramento espalhavam pelas esquinas, armazéns e bares dúvidas a respeito da derrota do pregador campineiro... Eurípedes Barsanulfo, então, mandou imprimir um boletim com a síntese da polêmica e distribuiu-o entre o povo e cidades vizinhas. E encerrou a questão."

Que pena, tenho tanto ainda para falar de Eurípedes Barsanulfo, mas o espaço acabou. Remeto, então, os que quiserem saber mais sobre essa figura maravilhosa à obra Eurípedes Barsanulfo, O Apóstolo da Caridade, de Jorge Rizzini, publicado por Edições Correio Fraterno. Jorge Rizzini, fez ampla pesquisa de campo em Sacramento e pôs tudo no papel, para que a posteridade saiba quem foi Eurípedes Barsanulfo.

(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 367 de Agosto de 2001)
Fonte; http://www.espirito.org.br/portal/artigos/cor

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A CIÊNCIA GÊMEA DO ESPIRITISMO


Segundo Kardec, Magnetismo e Espiritismo são ciências gêmeas, completam-se uma a outra. E a que se separasse da outra cairia num impasse. Está na hora de recuperar a medicina de Mesmer e o sonambulismo, janela da alma.

Por Paulo Henrique de Figueredo 

 Num ambiente cômodo e silencioso, com os braços estendidos, aplica lentos passes longitudinais intercalados com imposições de mãos. Explorando o fenômeno em todos os detalhes, Allan Kardec estudou o sonambulismo por 35 anos, antes de iniciar sua pesquisa sobre o Espiritismo.
Franz Anton Mesmer, antes mesmo de 1779, quando publicou seu primeiro livro, já registrava a capacidade extraordinária de seus pacientes, quando induzidos ao que considerou ser um “sono critico” e seus discípulos e admiradores passaram a chamar de “sono mesmérico”.
Mesmer aplicava os passes com a finalidade de alcançar a cura, alguns pacientes, porém, caiam num sono especial. Os seus sentidos se aplicavam, enxergavam no escuro, ouviam à distância, respondiam à distância, respondiam ao comando do pensamento!
O médico alemão dedicava todo seu esforço a acordar os médicos para a verdadeira medicina, enfrentando sarcasmo, calúnia e perseguição. Para propor a técnica do passe magnético já foi um terrível enfrentamento. O que se diria se Mesmer revelasse o sexto sentido humano, despertado pelo sono induzido?

UMA COMISSÃO INVESTIGATIVA

Uma comissão de sábios foi convocada pelo Rei Luis XVI da França depois dos clamores populares pelo Magnetismo Animal, que os atendia, diferente dos médicos dedicados aos endinheirados.
Mesmer propôs que formassem dois grupos de pacientes. Um seria tratado pela medicina comum (que, vale lembrar, fazia uso de sangrias, vomitivos e pó de múmia), outro grupo seria tratado pelo Magnetismo Animal. Se este último apresentasse resultados melhores, mereceria ser pesquisado pelas academias e universidades.
Sua ideia contudo, foi recusada. Os cientistas e médicos “são tomés” queriam ver para crer. Mas ver o que? Perguntava Mesmer, se o fluído vital é invisível, mas tem efeitos sobre o organismo, como o imã age sobre o outro sem que nada se visse. Foi inclusive, exatamente esse o motivo da escolha do nome, Magnetismo Animal. Ma os cientistas certamente não chegaram a abrir seus livros.
A comissão, presidida por Lavoisier, depois de três meses procurando um fluido vital com suas lupas, decidiram que o Magnetismo Animal não existia, porém, perceba a contradição, concluíram que fazia mal à saúde.
Como algo que não existe pode fazer mal a saúde? - Perguntavam-se os magnetizadores, sem resposta. Indignado o Marquês de Puységur, discípulo dedicado de Mesmer, escreveu aos participantes da comissão demonstrando a realidade da cura. Depois, escreveu suas memórias registrando os fenômenos extraordinários do sonambulismo provocado. Grupo de estudos e experimentações se espalharam pela Europa. Até que a Revolução Francesa roubou toda a atenção em volta para o sangue derramado.

VOLTA TRIUNFAL

No século seguinte, grandes nomes surgiram nessa nova ciência que se estabelecia, e o nome de Mesmer foi recuperado, como suas obras e conselhos. Continuou Puységur, surgiram Deleuze, Lafontaine, Alfonse Cahagnet, Ricard, Barão Du Potet e muitos outros que abriram novos caminhos.
Quando Hippolyte Rivail chegou a Paris, na década de 1820, o Magnetismo estava estabelecido e respeitado. Seu educador, Pestalozzi, havia recomendado o estudo da Homeopatia e Magnetismo Animal, ciências progressistas e espiritualistas. Rivali procurou o curso prático de Magnetismo do Barão Du Potet, o mais conceituado na época, autor de vários livros e um influente jornal. Foi fundamental para a futura pesquisa de Rivali ter iniciado suas pesquisas pela escola de Du Potet. Esse magnetizador era fiel ao postulado de Mesmer, considerava o fluido universal e a existência de um sexto-sentido que permitia a telepatia e outros fenômenos. Já havia, inclusive, suspeitas do corpo espiritual.

MESAS COM CÉREBRO

Quando Rivali foi informado pelo magnetizador Carlotti sobre as mesmas girantes, logo conclui tratar-se de um fenômeno natural, causado pela acumulação de fluido vital sobre o móvel. Deveria ser apenas um fenômeno físico, uma novidade, mas nada alarmante ou extraordinário, pensou. Porém, quando o entusiasmado italiano voltou a procurá-lo, anunciando que as mesas estavam sendo “Hippolyte Rivail sonambulizadas”, aí era demais! Rivali conhecia o sonambulismo em detalhes, era um fenômeno psicológico, envolvia a mente e suas capacidades desconhecidas. Agora, “sonambulizar” uma mesa? Sua resposta ficou famosa, e nem por isso bem compreendida: “Até provarem que uma mesa tem cérebro, prefiro considerar essa, uma história para boi dormir!”
Sabendo que muitos outros magnetizadores, sérios estavam estudando o fenômeno novo, as mesas girantes, Rivali foi conferir de perto, e percebeu que era uma nova descoberta, ninguém estava sonambulizando a mesa, ela estava sobre a ação de seres espirituais e não dos participantes com suas mãos estiradas sobre o móvel.
Todos os espíritas conhecem como a história continua, o avançar de sua pesquisa, a adoção do pseudônimo Allan Kardec, para a publicação de O Livro Dos Espíritos.
Poucos sabem, porém, que Kardec declarou muitas vezes que o Espiritismo não veio substituir ou suplantar o Magnetismo Animal. Considerou as duas ciências irmãs e complementares. No ultimo ano de sua missão, em 1869, escreveu : “O Magnetismo e o Espiritismo são, com efeito, duas ciências gêmeas, que se completam e explicam uma pela outra, a que não quer imobilizar-se não pode chegar ao seu complemento sem se apoiar na sua congênere. Isoladas uma da outra, detêm-se num impasse. São reciprocamente como a Física e a Química, a Anatomia e a Fisiologia”.
O recado de Kardec, quando o Espiritismo já lhe era completamente conhecido, é historicamente relevante em sua época, e também em nossa. O Magnetismo Animal não tinha como evoluir sem o apoio do Espiritismo. Mas hoje, No Brasil, os espíritas perderam contato com a ciência de Mesmer. Como fica, então, a advertência de Kardec sobre “imobilizar-se”, que ele frisou no texto original?
Magnetismo Animal é uma ciência dedicada à renovação da medicina, colocando-a nos trilhos do espiritualismo. Busca atingir as causas da doença, considerando os sintomas apenas efeitos. A Homeopatia, criada por Hahnemann tem como obra fundamental o Organon, livro em cujos parágrafos encontra-se uma recomendação de seu criador para associar os remédios homeopáticos ao passe magnético: “um presente de Deus aos homens”. Além disso, o Magnetismo propões a pesquisa do sonambulismo provocado, instrumento necessário para se estudar a alma. Em O Livro dos Espíritos a importância do fenômeno está declarada com clareza : “Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno fisiológico, é uma luz projetada sobre a Psicologia. Nele que se pode estudar a alma, porque é nele que ela se mostra a descoberto.

ALMA E ESPÍRITO

Poderíamos dizer que o Magnetismo Animal estuda a alma (Espirito Encarnado), enquanto o Espiritismo pesquisa o Espírito (alma desencarnada).
Na primeira edição da Revista Espírita, em janeiro de 1858, Allan Kardec deixou bem clara a importante ligação entre as duas ciências, convocando os magnetizadores, dos quais fazia parte, para ombrearem o estudo das novas descobertas : “Quando apareceram os primeiros fenômenos espíritas, algumas pessoas pensaram que essa descoberta ( se pode dar esse nome) iria representar um golpe fatal no Magnetismo, e que ocorreria com ele como as invenções, das quais as mais aperfeiçoadas fazem esquecer a precedente. Esse erro não tardou em se dissipar, e, prontamente, se reconheceu o parentesco próximo dessas duas ciências.

FALAR DE UM E DE OUTRO

“O Magnetismo preparou os caminhos do Espiritismo, e os rápidos progressos dessa última doutrina são, incontestavelmente, devido a vulgarização da ideias da primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase, as manifestações espíritas, não há senão um passo; sua conexão é tal que é, por assim dizer, impossível falar de um sem falar do outro. Se devêssemos ficar fora da ciência magnética, nosso quadro estaria incompleto, e se poderia nos comprar a um professor de física que se abstivesse de falar da luz”.
E então conclui : “Devíamos aos nossos leitores, essa profissão de fé, que terminamos rendendo uma justa homenagem aos homens de convicção que, afrontando o ridículo, os sarcasmos e os dissabores, então corajosamente devotados à defesa de uma causa toda humanitária. A posteridade lhes fará justiça; colocará o nome do Barão Du Potet, diretor do Jornal do Magnetismo, do senhor Millet, diretor da União Magnética, ao lado de seus ilustres predecessores, o marquês de Puységur e o sábio Deleuze. Graça aos seus esforços perseverantes, o Magnetismo, tornado popular, colocou um pé na ciência oficial, onde dela já se fala, em voz baixa. Essa palavra passou para a linguagem usual; ela não espanta mais, e quando alguém se diz magnetizador, não lhe riem mais ao nariz”.

*PAULO HENRIQUE DE FIGUEIREDO é pesquisa o Espiritismo eu Magnetismo Animal há 25 anos, é autor do livro Mesmer, a Ciência Negada e os Textos Escondidos e coordenador editorial da revista Universo Espírita.
Matéria publicada originalmente na revista Universo Espírita, umas das publicações espíritas mais profundas e esclarecedoras já surgidas no mercado editorial. A revista está paralisada momentanemente na busca de recursos para prosseguir na sua trajetória. O portal da Sociedade Espírita Nova Era trará, eventualmente, alguma matéria da publicação procurando manter viva esta iniciativa, tão importante para o espiritismo.

OS BANQUETES MAGNÉTICOS



Revista Espírita, junho de 1858

No dia 26 de maio, aniversário do nascimento de Mesmer, ocorreram os dois banquetes anuais que reúnem a elite dos magnetizadores de Paris, e aqueles adeptos  estrangeiros que querem a eles se juntarem. Sempre nos perguntamos por que essa solenidade comemorativa é celebrada por dois banquetes rivais, onde cada campo bebe à saúde um do outro, e onde se leva, sem resultado, brindes à união. Quando se está lá, parece que estão bem perto de se entenderem. Por que, pois, uma cisão entre homens que se consagram ao bem da Humanidade? Estão divididos quanto aos princípios de sua ciência? De modo algum; têm as mesmas crenças; têm o mesmo mestre que é Mesmer. Se esse mestre, do qual invocam a memória, vem, como o cremos, atender a seu apelo, deve padecer vendo a desunião entre seus discípulos. Felizmente, essa desunião não engendra guerras como as que, em nome do Cristo, ensangüentaram o mundo para a eterna vergonha daqueles que se dizem cristãos.

Mas essa guerra, por inofensiva que seja, se bem que se limite a golpes de pluma e a beber cada um do seu lado, não é menos lamentável; gostar-se-ia de ver os homens de bem unidos num mesmo sentimento de confraternização; a ciência magnética, com isso, ganharia em progresso e em consideração.
Uma vez que os dois campos não estão divididos por divergência de doutrinas, a que se prende, pois, seu antagonismo? Não podemos nele ver a causa senão nas uscepi bilidades inerentes à imperfeição de nossa natureza, e da qual os homens, mesmo superiores, não estão sempre isentos. O gênio da discórdia, em todos os tempos, tem agitado seu archote sobre a Humanidade; quer dizer, do ponto de vista espírita, que os Espíritos inferiores, invejosos pela felicidade do homem, encontram entre eles um acesso muito fácil; felizes aqueles que têm bastante força moral para repelir suas sugestões.

Deram-nos a honra de nos convidarem para as duas reuniões; como ocorriam
simultaneamente, e não somos ainda senão um Espírito muito materialmente encarnado, não tendo o dom da ubiqüidade, não pudemos atender senão a um desses dois graciosos convites, o que era presidido pelo doutor Duplanty. Devemos dizer que os partidários do Espiritismo não estavam ali em maioria; todavia, constatamos com prazer que à parte alguns piparotes dados aos Espíritos nas espirituosas canções cantadas pelo senhor Jules Lovi, e naquelas não menos divertidas cantadas pelo senhor Fortier, que obteve as honras do bis, a Doutrina Espírita não foi, da parte de ninguém, objeto dessas críticas inconvenientes das quais certos adversários não deixam faltar, apesar da educação que se vangloriam. Longe disso, o doutor Duplanty, em um discurso notável e justamente aplaudido, proclamou bem alto o respeito que se deve ter pelas crenças sinceras, quando mesmo não as partilhamos.

Sem se pronunciar pró ou contra o Espiritismo, sabiamente fez observar que os fenômenos do magnetismo, em nos revelando uma força até agora desconhecida, devem tornar tanto mais circunspecto em relação àqueles que podem se revelar ainda, e que haveria pelo menos imprudência em negar aqueles que não se compreendem, ou que não se constatou, quando, sobretudo, se apoiam na autoridade de homens honrados, cujas luzes e lealdade não poderiam ser postas em dúvida. Essas palavras são sábias e, por elas, agradecemos ao senhor Duplanty; elas contrastam singularmente com aquelas de certos adeptos do magnetismo que despejam, sem respeito, o ridículo sobre uma doutrina que eles confessam Variedades - Os ban quetes magnéticos não conhecer, esquecendo que eles mesmos foram outrora um alvo dos sarcasmos; que eles também foram devotados à Petites-Maison e perseguidos pelos cépticos como inimigos do bom senso e da religião. Hoje, quando o magnetismo está reabilitado pela força das coisas, que dele não se ri mais, que se pode sem medo consagrar-se magnetizador, é pouco digno, pouco caridoso para eles, usar represálias contra uma ciência, irmã da sua, que não pode senão lhe prestar um salutar apoio. Não atacamos os homens, dizem eles; não rimos senão do que nos parece ridículo, até que a luz se faça para nós.

Em nossa opinião, a ciência magnética, ciência que nós mesmos professamos há 35 anos, deveria ser inseparável da compostura; parece-nos que à sua verve satírica não faltam alimentos nesse mundo, sem tomar por ponto de mira as coisas sérias. Esquecem-se, pois, de que se teve para com elas a mesma linguagem; que eles também acusam os incré dulos de julgarem levianamente, e que lhes dizem, como o fazemos a nosso turno: Paciência! rirá melhor quem rir por último.

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/1858/06h-variedades.html (1 of 2)7/4/2004 08:15:12


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