quarta-feira, 10 de outubro de 2012

BIOGRAFIA - EURÍPEDES BARSANULFO: "HOMEM MAGNÉTICO"


Floriano Legado do Amaral
         
   Há 94 anos, em 1º de Abril de 1907, Eurípedes Barsanulfo inaugurava o primeiro Colégio Espírita do Mundo, que tomou o nome Allan Kardec. O prédio, onde funciona até hoje é um monumento da arte arquitetônica, feito com alvenaria de primeira qualidade e com muito gosto artístico.
Não há história sem referencias numéricas e humanas. Na história do Espiritismo há uma infinidade delas. Na galeria dos referenciais humanos encontramos Eurípedes Barsanulfo, que amiúde é citado em palestras, artigos, ensaios, reportagens e livros, que viveu na cidade de Sacramento, no Estado de Minas Gerais, de 1º de Maio de 1880 a 1º de Novembro de 1918. Hoje, Eurípedes Barsanulfo é Patrono de inúmeras instituições espíritas.

Extraordinário médium e grande educador, cuja Pedagogia semelhava-se à metodologia do Emérito Professor Pestalozzi, mestre de Allan Kardec. Eurípedes Barsanulfo foi um herói, pois já em 1º de Abril de 1907, ele inaugurava o primeiro Colégio Espírita do Mundo, que tomou o nome Colégio Allan Kardec. O prédio, onde funciona até hoje é um monumento da arte arquitetônica, feito com alvenaria de primeira qualidade e com muito gosto artístico. Por tudo que Eurípedes Barsanulfo fez pela educação e pela divulgação da Doutrina Espírita num tempo em que o Catolicismo imperava e as dificuldades eram imensas para os que não freqüentavam as sacristias, cheguei a pensar que o Movimento Espírita está a lhe dever um importante e vistoso monumento. Hoje já não penso assim, porque vejo que ele em si mesmo é um monumento. Sua obra educacional e mediúnica é impar. Ela avalia perfeitamente o 

Professor e o valoroso espírita que foi, é o será sempre. Possuidor de várias faculdade paranormais, soube usá-las, com decoro e disciplina, em benefício do próximo necessitado. Curou muita gente com os recursos de sua paranormalidade e com remédios homeopáticos que distribuía graciosamente. "O trabalho mediúnico de Eurípedes Barsanulfo no Grupo Espírita "Esperança e Caridade" tomava proporções imensas,exigindo muitas horas de trabalho do médium. Ele quase não tinha tempo para se alimentar. Pela manhã, tomava dois ovos crus, no almoço comia empadinhas especiais que sua irmã Mariquinha (Maria Neomísia) lhe preparava. E frutas. E dormia, tão somente, de quatro a cinco horas por dia; sono, aliás, constantemente interrompido por pessoas que pediam remédios ou vinham chamá-lo para fazer um parto ou uma cirurgia mediúnica urgente. Em verdade, nem de madrugada tinha ele sossego.

"A Igreja, preocupada com o gigantesco trabalho que o Apóstolo da Caridade vinha desenvolvendo em nome do Espiritismo procurava, de alguma forma, obstá-lo - embora, no atendimento aos sofredores, Eurípedes Barsanulfo jamais lhes perguntasse a que religião pertenciam...

E a campanha dos padres e beatos começou a ser dirigida aos pais católicos no sentido de retirarem seus filhos do Liceu Sacramentano (em que Eurípedes Barsanulfo era professor). A campanha atingiu, inclusive, diretores e professores, os quais se demitiram em massa no mês de setembro. E Eurípedes Barsanulfo, para não deixar os alunos perderem um ano de estudos, apressou o exame final - marcado para novembro - foi realizado em outubro. Watersides Wilson, seu irmão, auxiliou- o nessa tarefa.

Eurípedes Barsanulfo já havia deixado a vereança para melhor cumprir sua missão espiritual e, agora, corria perigo do Liceu Sacramentano fechar suas portas...
A campanha clerical parecia vitoriosa. Só parecia, porque no lugar do Liceu Sacramentano surgiria, por iniciativa de Eurípedes Barsanulfo, o Colégio Allan Kardec, que superou as melhores expectativas e ganhou fama e muitos alunos.
"Durante seis anos consecutivos pode Eurípedes Barsanulfo desenvolver com relativo sossego sua dupla missão: a mediúnica e a de educador, ambas a exigir total abnegação. Dir-se-ia que os perseguidores o haviam esquecido..."
"Em 1913, porém, estando com trinta anos de idade viu-se, pela primeira vez, obrigado a defender, publicamente, as verdades espirituais. Duas polêmicas teve ele de sustentar quase ao mesmo tempo com líderes católicos; uma pela imprensa, outra em praça pública - e em ambas Eurípedes Barsanulfo, amparado pela Espiritualidade Superior, fez a Doutrina Espírita sair vitoriosa".

"O primeiro debate foi com o padre Feliciano Yague, de Campinas, missionário do Imaculado Coração de Maria e considerado notável pregador. Era homem de muita cultura e consta que dirigia o Colégio Saleziano. Veio ele a Sacramento a convite dos padres da Igreja Matriz com um único objetivo: destruir com sua poderosa dialética a influência de Eurípedes Barsanulfo e, pois, o famoso Colégio Allan Kardec..."
"Padre Yague chegou apoiado por intensa publicidade. E, no domingo pela manhã, a Igreja Matriz estava superlotada de curiosos. Compareceram, inclusive, chefes políticos da região. Terminada a missa, padre Yague subiu ao púlpito e, apoplético, fez desabar sobre o Espiritismo uma tempestade de inverdades, classificando os espíritas de "adeptos do diabo".

"A figura de Eurípedes Barsanulfo o padre deixou para o fim do sermão". Arrasou-a, inclusive, com impropérios e, para provar que a Doutrina Espírita era diabólica, cometeu um grave erro: desafiou o médium para um debate em praça pública..."
"Ora, Eurípedes Barsanulfo desdobrava-se com muita facilidade e fora, em Espírito, ouvir a pregação do padre. Quando os amigos vieram contar-lhe sobre o desafio o apóstolo, tranqüilo, respondeu:

- O nosso irmão pregador está exaltado. Mas não posso silenciar neste caso. Não que me sinta ofendido, mas porque a Doutrina Espírita foi desfigurada, publicamente. Digam ao padre Feliciano Yague que desejo encontrar- me com ele na casa do coronel José Afonso de Almeida para acertarmos o dia, local, hora e outros detalhes que se fizeram necessários.”

"Quem levou o recado foi o espírita João Gonçalves Rios. E, logo depois, José Afonso de Almeida, um dos homens mais respeitados de Sacramento (era coronel da Guarda Nacional e presidente da Câmara Municipal) recebia em sua sala de visitas o padre Feliciano Yague, Eurípedes Barsanulfo, Watersides Wilson, Orígenes Tormim e o padre Julião Nunes. O coronel aceitou a proposta de dirigir o debate e determinou que seria realisado no dia vinte e oito de outubro (1913), a uma hora da tarde, no coreto da Praça da Matriz. E mais ficou estipulado: os oradores fariam uso da palavra, alternadamente - trinta minutos cada um pelo espaço de duas horas."
- E o tema? perguntou o coronel, alisando o cavanhaque. O tema central?"

"O padre Feliciano, então, prontificou-se a provar que o Espiritismo é o ateísmo; que os fenômenos de Espiritismo não se podem explicar sem a intervenção diabólica; que o Espiritismo não é religião e nem ciência... Cinco pontos capitais. E o coronel José Afonso de Almeida, a pedido de Eurípedes Barsanulfo e com a concordância do padre Yague mandou que se lavrasse uma ata da reunião, o que foi feito, imediatamente. Leu-a em seguida em voz alta e pediu aos presentes que assinassem. Era uma medida de precaução: com a ata nenhuma das partes poderia fugir ao compromisso...

"Uma hora depois a população ficou a par da polêmica religiosa. No centro da cidade e na periferia não se falava de outro assunto. A notícia atravessou as fronteiras e vieram de outras cidades caravanas espíritas. E, no dia marcado, agruparam-se na Praça da Matriz aproximadamente duas mil pessoas! No coreto já se viam Eurípedes Barsanulfo ao lado de seu desafiante padre Yague, o coronel José Afonso de Almeida, padre Julião Nunes e o padre Pedro Ludovico de Santa Cruz; este último, é preciso que se diga, por força das circunstâncias, possuía um clube de jogo de baralho, era banqueiro do jogo do bicho e carregava dentro da batina dois revólveres."

"O ambiente era nefasto; mas a presença do coronel José Afonso de Almeida representava uma garantia. E a palavra foi franqueada ao padre Feliciano Yague, o qual, quase freneticamente, entrou direto no tema inicial. Mas, sua dialética aplicada contra o Espiritismo em nada o ajudou porque o padre partia de uma inverdade, ou seja; o Espiritismo é o ateísmo. Os intelectuais de Sacramento sentiram logo que ele perderia a polêmica. Suas divagações tornaram-se por demais tortuosas e, como era de esperar-se, trouxe à baila o "Inferno" e, assim, fugiu do tema, certamente para confundir Eurípedes Barsanulfo...

"Deus (disse o padre, gesticulando para a multidão) declara existir o inferno; o Espiritismo o nega; logo, o Espiritismo acha Deus ignorante, porque ignora a existência do inferno ou mentiroso, porque, em sabendo, declara ser irreal a sua existência.

"E, assim, com um sofisma silogístico o padre Yague viu o coronel apontar-lhe o relógio; trinta minutos se haviam passados. As duas mil pessoas entreolharam-se. Eurípedes Barsanulfo, então, sempre cavalheiro, cumprimentou o seu opositor e pediu aos presentes que pensassem em Deus - e, arrebatado, com sua voz atenorada e com timbre cristalino fez de improviso uma prece, sem esquecer de implorar a proteção para o padre Feliciano Yague e todos os que não compreendiam, ainda, as Verdades Divinas. E deu início ao seu discurso sob a inspiração de Santo Agostino.

"As frases fluíam de sua boca vertiginosamente, cheias de sabedoria e bondade. E mais: eram eles compreendidas, inclusive, pelos homens mais simples. Então, todos os andaimes do edifício construído pelo padre Yague com sofisma e expressões violentas começaram a ruir: o Espiritismo é o ateísmo... os fenômenos do Espiritismo não se podem explicar sem a intervenção diabólica... O Espiritismo não é religião... O Espiritismo não é ciência... Foi em vão a réplica do padre.

"No final da polêmica Eurípedes Barsanulfo estava, ainda, como que transfigurado. A multidão, então, aplaudi-o e quis carregá-lo em triunfo pelas ruas. Mas, o médium pediu calma e rodeado por parentes e amigos regressou, rápido, à sua casa.
"No dia seguinte, sem que ninguém notasse, o padre Feliciano Yague tomou o caminho para Campinas, enquanto os beatos mais exaltados de Sacramento espalhavam pelas esquinas, armazéns e bares dúvidas a respeito da derrota do pregador campineiro... Eurípedes Barsanulfo, então, mandou imprimir um boletim com a síntese da polêmica e distribuiu-o entre o povo e cidades vizinhas. E encerrou a questão."

Que pena, tenho tanto ainda para falar de Eurípedes Barsanulfo, mas o espaço acabou. Remeto, então, os que quiserem saber mais sobre essa figura maravilhosa à obra Eurípedes Barsanulfo, O Apóstolo da Caridade, de Jorge Rizzini, publicado por Edições Correio Fraterno. Jorge Rizzini, fez ampla pesquisa de campo em Sacramento e pôs tudo no papel, para que a posteridade saiba quem foi Eurípedes Barsanulfo.

(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 367 de Agosto de 2001)
Fonte; http://www.espirito.org.br/portal/artigos/cor

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A CIÊNCIA GÊMEA DO ESPIRITISMO


Segundo Kardec, Magnetismo e Espiritismo são ciências gêmeas, completam-se uma a outra. E a que se separasse da outra cairia num impasse. Está na hora de recuperar a medicina de Mesmer e o sonambulismo, janela da alma.

Por Paulo Henrique de Figueredo 

 Num ambiente cômodo e silencioso, com os braços estendidos, aplica lentos passes longitudinais intercalados com imposições de mãos. Explorando o fenômeno em todos os detalhes, Allan Kardec estudou o sonambulismo por 35 anos, antes de iniciar sua pesquisa sobre o Espiritismo.
Franz Anton Mesmer, antes mesmo de 1779, quando publicou seu primeiro livro, já registrava a capacidade extraordinária de seus pacientes, quando induzidos ao que considerou ser um “sono critico” e seus discípulos e admiradores passaram a chamar de “sono mesmérico”.
Mesmer aplicava os passes com a finalidade de alcançar a cura, alguns pacientes, porém, caiam num sono especial. Os seus sentidos se aplicavam, enxergavam no escuro, ouviam à distância, respondiam à distância, respondiam ao comando do pensamento!
O médico alemão dedicava todo seu esforço a acordar os médicos para a verdadeira medicina, enfrentando sarcasmo, calúnia e perseguição. Para propor a técnica do passe magnético já foi um terrível enfrentamento. O que se diria se Mesmer revelasse o sexto sentido humano, despertado pelo sono induzido?

UMA COMISSÃO INVESTIGATIVA

Uma comissão de sábios foi convocada pelo Rei Luis XVI da França depois dos clamores populares pelo Magnetismo Animal, que os atendia, diferente dos médicos dedicados aos endinheirados.
Mesmer propôs que formassem dois grupos de pacientes. Um seria tratado pela medicina comum (que, vale lembrar, fazia uso de sangrias, vomitivos e pó de múmia), outro grupo seria tratado pelo Magnetismo Animal. Se este último apresentasse resultados melhores, mereceria ser pesquisado pelas academias e universidades.
Sua ideia contudo, foi recusada. Os cientistas e médicos “são tomés” queriam ver para crer. Mas ver o que? Perguntava Mesmer, se o fluído vital é invisível, mas tem efeitos sobre o organismo, como o imã age sobre o outro sem que nada se visse. Foi inclusive, exatamente esse o motivo da escolha do nome, Magnetismo Animal. Ma os cientistas certamente não chegaram a abrir seus livros.
A comissão, presidida por Lavoisier, depois de três meses procurando um fluido vital com suas lupas, decidiram que o Magnetismo Animal não existia, porém, perceba a contradição, concluíram que fazia mal à saúde.
Como algo que não existe pode fazer mal a saúde? - Perguntavam-se os magnetizadores, sem resposta. Indignado o Marquês de Puységur, discípulo dedicado de Mesmer, escreveu aos participantes da comissão demonstrando a realidade da cura. Depois, escreveu suas memórias registrando os fenômenos extraordinários do sonambulismo provocado. Grupo de estudos e experimentações se espalharam pela Europa. Até que a Revolução Francesa roubou toda a atenção em volta para o sangue derramado.

VOLTA TRIUNFAL

No século seguinte, grandes nomes surgiram nessa nova ciência que se estabelecia, e o nome de Mesmer foi recuperado, como suas obras e conselhos. Continuou Puységur, surgiram Deleuze, Lafontaine, Alfonse Cahagnet, Ricard, Barão Du Potet e muitos outros que abriram novos caminhos.
Quando Hippolyte Rivail chegou a Paris, na década de 1820, o Magnetismo estava estabelecido e respeitado. Seu educador, Pestalozzi, havia recomendado o estudo da Homeopatia e Magnetismo Animal, ciências progressistas e espiritualistas. Rivali procurou o curso prático de Magnetismo do Barão Du Potet, o mais conceituado na época, autor de vários livros e um influente jornal. Foi fundamental para a futura pesquisa de Rivali ter iniciado suas pesquisas pela escola de Du Potet. Esse magnetizador era fiel ao postulado de Mesmer, considerava o fluido universal e a existência de um sexto-sentido que permitia a telepatia e outros fenômenos. Já havia, inclusive, suspeitas do corpo espiritual.

MESAS COM CÉREBRO

Quando Rivali foi informado pelo magnetizador Carlotti sobre as mesmas girantes, logo conclui tratar-se de um fenômeno natural, causado pela acumulação de fluido vital sobre o móvel. Deveria ser apenas um fenômeno físico, uma novidade, mas nada alarmante ou extraordinário, pensou. Porém, quando o entusiasmado italiano voltou a procurá-lo, anunciando que as mesas estavam sendo “Hippolyte Rivail sonambulizadas”, aí era demais! Rivali conhecia o sonambulismo em detalhes, era um fenômeno psicológico, envolvia a mente e suas capacidades desconhecidas. Agora, “sonambulizar” uma mesa? Sua resposta ficou famosa, e nem por isso bem compreendida: “Até provarem que uma mesa tem cérebro, prefiro considerar essa, uma história para boi dormir!”
Sabendo que muitos outros magnetizadores, sérios estavam estudando o fenômeno novo, as mesas girantes, Rivali foi conferir de perto, e percebeu que era uma nova descoberta, ninguém estava sonambulizando a mesa, ela estava sobre a ação de seres espirituais e não dos participantes com suas mãos estiradas sobre o móvel.
Todos os espíritas conhecem como a história continua, o avançar de sua pesquisa, a adoção do pseudônimo Allan Kardec, para a publicação de O Livro Dos Espíritos.
Poucos sabem, porém, que Kardec declarou muitas vezes que o Espiritismo não veio substituir ou suplantar o Magnetismo Animal. Considerou as duas ciências irmãs e complementares. No ultimo ano de sua missão, em 1869, escreveu : “O Magnetismo e o Espiritismo são, com efeito, duas ciências gêmeas, que se completam e explicam uma pela outra, a que não quer imobilizar-se não pode chegar ao seu complemento sem se apoiar na sua congênere. Isoladas uma da outra, detêm-se num impasse. São reciprocamente como a Física e a Química, a Anatomia e a Fisiologia”.
O recado de Kardec, quando o Espiritismo já lhe era completamente conhecido, é historicamente relevante em sua época, e também em nossa. O Magnetismo Animal não tinha como evoluir sem o apoio do Espiritismo. Mas hoje, No Brasil, os espíritas perderam contato com a ciência de Mesmer. Como fica, então, a advertência de Kardec sobre “imobilizar-se”, que ele frisou no texto original?
Magnetismo Animal é uma ciência dedicada à renovação da medicina, colocando-a nos trilhos do espiritualismo. Busca atingir as causas da doença, considerando os sintomas apenas efeitos. A Homeopatia, criada por Hahnemann tem como obra fundamental o Organon, livro em cujos parágrafos encontra-se uma recomendação de seu criador para associar os remédios homeopáticos ao passe magnético: “um presente de Deus aos homens”. Além disso, o Magnetismo propões a pesquisa do sonambulismo provocado, instrumento necessário para se estudar a alma. Em O Livro dos Espíritos a importância do fenômeno está declarada com clareza : “Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno fisiológico, é uma luz projetada sobre a Psicologia. Nele que se pode estudar a alma, porque é nele que ela se mostra a descoberto.

ALMA E ESPÍRITO

Poderíamos dizer que o Magnetismo Animal estuda a alma (Espirito Encarnado), enquanto o Espiritismo pesquisa o Espírito (alma desencarnada).
Na primeira edição da Revista Espírita, em janeiro de 1858, Allan Kardec deixou bem clara a importante ligação entre as duas ciências, convocando os magnetizadores, dos quais fazia parte, para ombrearem o estudo das novas descobertas : “Quando apareceram os primeiros fenômenos espíritas, algumas pessoas pensaram que essa descoberta ( se pode dar esse nome) iria representar um golpe fatal no Magnetismo, e que ocorreria com ele como as invenções, das quais as mais aperfeiçoadas fazem esquecer a precedente. Esse erro não tardou em se dissipar, e, prontamente, se reconheceu o parentesco próximo dessas duas ciências.

FALAR DE UM E DE OUTRO

“O Magnetismo preparou os caminhos do Espiritismo, e os rápidos progressos dessa última doutrina são, incontestavelmente, devido a vulgarização da ideias da primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase, as manifestações espíritas, não há senão um passo; sua conexão é tal que é, por assim dizer, impossível falar de um sem falar do outro. Se devêssemos ficar fora da ciência magnética, nosso quadro estaria incompleto, e se poderia nos comprar a um professor de física que se abstivesse de falar da luz”.
E então conclui : “Devíamos aos nossos leitores, essa profissão de fé, que terminamos rendendo uma justa homenagem aos homens de convicção que, afrontando o ridículo, os sarcasmos e os dissabores, então corajosamente devotados à defesa de uma causa toda humanitária. A posteridade lhes fará justiça; colocará o nome do Barão Du Potet, diretor do Jornal do Magnetismo, do senhor Millet, diretor da União Magnética, ao lado de seus ilustres predecessores, o marquês de Puységur e o sábio Deleuze. Graça aos seus esforços perseverantes, o Magnetismo, tornado popular, colocou um pé na ciência oficial, onde dela já se fala, em voz baixa. Essa palavra passou para a linguagem usual; ela não espanta mais, e quando alguém se diz magnetizador, não lhe riem mais ao nariz”.

*PAULO HENRIQUE DE FIGUEIREDO é pesquisa o Espiritismo eu Magnetismo Animal há 25 anos, é autor do livro Mesmer, a Ciência Negada e os Textos Escondidos e coordenador editorial da revista Universo Espírita.
Matéria publicada originalmente na revista Universo Espírita, umas das publicações espíritas mais profundas e esclarecedoras já surgidas no mercado editorial. A revista está paralisada momentanemente na busca de recursos para prosseguir na sua trajetória. O portal da Sociedade Espírita Nova Era trará, eventualmente, alguma matéria da publicação procurando manter viva esta iniciativa, tão importante para o espiritismo.

OS BANQUETES MAGNÉTICOS



Revista Espírita, junho de 1858

No dia 26 de maio, aniversário do nascimento de Mesmer, ocorreram os dois banquetes anuais que reúnem a elite dos magnetizadores de Paris, e aqueles adeptos  estrangeiros que querem a eles se juntarem. Sempre nos perguntamos por que essa solenidade comemorativa é celebrada por dois banquetes rivais, onde cada campo bebe à saúde um do outro, e onde se leva, sem resultado, brindes à união. Quando se está lá, parece que estão bem perto de se entenderem. Por que, pois, uma cisão entre homens que se consagram ao bem da Humanidade? Estão divididos quanto aos princípios de sua ciência? De modo algum; têm as mesmas crenças; têm o mesmo mestre que é Mesmer. Se esse mestre, do qual invocam a memória, vem, como o cremos, atender a seu apelo, deve padecer vendo a desunião entre seus discípulos. Felizmente, essa desunião não engendra guerras como as que, em nome do Cristo, ensangüentaram o mundo para a eterna vergonha daqueles que se dizem cristãos.

Mas essa guerra, por inofensiva que seja, se bem que se limite a golpes de pluma e a beber cada um do seu lado, não é menos lamentável; gostar-se-ia de ver os homens de bem unidos num mesmo sentimento de confraternização; a ciência magnética, com isso, ganharia em progresso e em consideração.
Uma vez que os dois campos não estão divididos por divergência de doutrinas, a que se prende, pois, seu antagonismo? Não podemos nele ver a causa senão nas uscepi bilidades inerentes à imperfeição de nossa natureza, e da qual os homens, mesmo superiores, não estão sempre isentos. O gênio da discórdia, em todos os tempos, tem agitado seu archote sobre a Humanidade; quer dizer, do ponto de vista espírita, que os Espíritos inferiores, invejosos pela felicidade do homem, encontram entre eles um acesso muito fácil; felizes aqueles que têm bastante força moral para repelir suas sugestões.

Deram-nos a honra de nos convidarem para as duas reuniões; como ocorriam
simultaneamente, e não somos ainda senão um Espírito muito materialmente encarnado, não tendo o dom da ubiqüidade, não pudemos atender senão a um desses dois graciosos convites, o que era presidido pelo doutor Duplanty. Devemos dizer que os partidários do Espiritismo não estavam ali em maioria; todavia, constatamos com prazer que à parte alguns piparotes dados aos Espíritos nas espirituosas canções cantadas pelo senhor Jules Lovi, e naquelas não menos divertidas cantadas pelo senhor Fortier, que obteve as honras do bis, a Doutrina Espírita não foi, da parte de ninguém, objeto dessas críticas inconvenientes das quais certos adversários não deixam faltar, apesar da educação que se vangloriam. Longe disso, o doutor Duplanty, em um discurso notável e justamente aplaudido, proclamou bem alto o respeito que se deve ter pelas crenças sinceras, quando mesmo não as partilhamos.

Sem se pronunciar pró ou contra o Espiritismo, sabiamente fez observar que os fenômenos do magnetismo, em nos revelando uma força até agora desconhecida, devem tornar tanto mais circunspecto em relação àqueles que podem se revelar ainda, e que haveria pelo menos imprudência em negar aqueles que não se compreendem, ou que não se constatou, quando, sobretudo, se apoiam na autoridade de homens honrados, cujas luzes e lealdade não poderiam ser postas em dúvida. Essas palavras são sábias e, por elas, agradecemos ao senhor Duplanty; elas contrastam singularmente com aquelas de certos adeptos do magnetismo que despejam, sem respeito, o ridículo sobre uma doutrina que eles confessam Variedades - Os ban quetes magnéticos não conhecer, esquecendo que eles mesmos foram outrora um alvo dos sarcasmos; que eles também foram devotados à Petites-Maison e perseguidos pelos cépticos como inimigos do bom senso e da religião. Hoje, quando o magnetismo está reabilitado pela força das coisas, que dele não se ri mais, que se pode sem medo consagrar-se magnetizador, é pouco digno, pouco caridoso para eles, usar represálias contra uma ciência, irmã da sua, que não pode senão lhe prestar um salutar apoio. Não atacamos os homens, dizem eles; não rimos senão do que nos parece ridículo, até que a luz se faça para nós.

Em nossa opinião, a ciência magnética, ciência que nós mesmos professamos há 35 anos, deveria ser inseparável da compostura; parece-nos que à sua verve satírica não faltam alimentos nesse mundo, sem tomar por ponto de mira as coisas sérias. Esquecem-se, pois, de que se teve para com elas a mesma linguagem; que eles também acusam os incré dulos de julgarem levianamente, e que lhes dizem, como o fazemos a nosso turno: Paciência! rirá melhor quem rir por último.

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/1858/06h-variedades.html (1 of 2)7/4/2004 08:15:12


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terça-feira, 9 de outubro de 2012

A GRANDE CRISE - MENSAGEM DE BEZERRA DE MENEZES/DIVALDO FRANCO EM SANTO ANDRÉ SP NA NOITE DE 30/09/2012


...Jesus volta para convidar-nos à compaixão.

Se não puderdes perdoar, pelo menos, desculpai aqueles que vos ferem, que vos magoam, e se não tiverdes forças para desculpar, pelo menos, permiti que a compaixão aloje-se nas paisagens tristes dos vossos sentimentos magoados.
A grande crise moral da sociedade anuncia a era nova.
Buscai ouvir, e escutareis em toda parte a musicalidade diferente de um mundo novo; fazei silêncio interior, e ouvireis a sinfonia dos astros.
Tende a coragem, pois, de amar, em qualquer circunstância, por que se amardes somente àqueles que vos amam, mais não fazeis do que retribuir, no entanto, se fordes capazes de amar a quem vos alveja com os petardos terríveis da ingratidão, da ofensa, da perseguição gratuita, vosso nome será escritono livro do reino dos céus  e uma alegria inefável tomará conta de vossos corações preenchendo o vazio existencial.

FILHOS E FILHAS DA ALMA!
Vossos guias espirituais acercam-se-vos, e em torno dos vossos pensamentos enviam mensagens de paz para diminuir a agressividade e a violência.
Tornai-vos pacíficos no lar, no relacionamento, nas parcerias, no trabalho, na rua, no clube... Onde estiverdes mantende a paz, sendo pacíficos para vos transformardes em pacificadores.
O mundo é o que dele têm feito os seus habitantes, mas, crede em mim, nunca houve tanto amor na Terra como hoje.
A violência e a exaltação do crime ganham manchetes, vendem na grande mídia alucinando as vidas, mas nos alicerces da sociedade o amor é o paradigma que nutre as existências de milhões de mães e pais anônimos, assim como de filhos abnegados e estóicos que compreendem os mártires e os companheiros abnegados.



NÃO VOS ENVERGONHEIS DE AMAR!
Na época da tirania o vosso amor é semelhante à terra que, exultante, arrebenta-se em flores como gratidão a Deus.
Sois as divinas flores da humanidade agradecendo a Deus a presença de Cristo Jesus na Terra.
Ide, ide na paz! Amai de tal forma que uma dor imensa de compaixão expresse o vosso amor para a vossa plenitude.
É a mensagem dos Espíritos-espíritas que aqui estamos convosco neste dia dedicado à gratidão em nome do amor de Jesus-Cristo pelas suas ovelhas.
Muita paz, meus filhos!
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe e permaneça Ele conosco hoje, amanhã e sempre.
São os votos do companheiro paternal e humilde de sempre,

                                                              BEZERRA. (*)
(Mensagem psicofônica através do médium Divaldo Pereira Franco, ao encerramento da sua conferência na Creche Amélia Rodrigues, na noite de 30 de setembro de 2012, em Santo André, (SP).
 A mensagem foi revisada pelo autor espiritual

(* ) BEZERRA DE MENEZES

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

FLUIDO MENTAL - MATÉRIA MENTAL


 É, pois, em novo_plano, a dividir-se em variados setores de ação e de luta, que a consciência desencarnada, agora relativamente responsável, vai conhecer o resultado de suas próprias criações na passagem pelo campo carnal, através dos reflexos respectivos em seu pensamento, — o fluido em que se lhe imprimem os mais íntimos sentimentos e que lhe define os mais íntimos desejos.
        Com a supervisão dos Orientadores Divinos, associaram-se-lhe no cérebro o centro coronário e o centro cerebral em movimento sincrônico de trabalho e sintonia.
        Por intermédio do centro coronário, a mente administra o seu veículo_de_exteriorização, utilizando-se, a rigor, do centro_cerebral que lhe recolhe os estímulos, transmitindo impulsos e avisos, ordens e sugestões mentais aos órgãos e tecidos, células e implementos do corpo por que se expressa.
        E assim como o centro cerebral se representa no córtex_encefálico por vários núcleos de comando, controlando sensações e impressões do mundo sensório, o centro coronário, através de todo um conjunto de núcleos do diencéfalo, possui no tálamo, para onde confluem todas as vias aferentes à cortiça cerebral, com exceção da via do olfato, que é a única via sensitiva de ligações corticais que não passa por ele (8), vasto sistema de governança do espírito.  Aí, nessa delicada rede de forças, através dos núcleos intercalados nas vias aferentes, através do sistema talâmico de projeção difusa e dos núcleos parcialmente abordados pela ciência_da_Terra (quais os da linha média, que não se degeneram após a extirpação do córtex, segundo experiências conhecidas), verte o pensamento ou fluido mental, por secreção sutil não do cérebro, mas da mente, fluido que influencia primeiro, por intermédio de impulsos repetidos, toda a região cortical e as zonas psicossomatossensitivas, vitalizando e dirigindo todo o cosmo biológico, para, em seguida, atendendo ao próprio continuísmo de seu fluxo incessante, espalhar-se em torno do corpo_físico da individualidade consciente e responsável pelo tipo, qualidade e aplicação do fluido, organizando-lhe a psicosfera_ou_halo_psíquico, qual ocorre com a chama de uma vela que, em se valendo do combustível que a nutre, estabelece o campo em que se lhe prevalece a influência.
        Esse fluido  ou  matéria mental tem a sua ponderabilidade e as suas propriedades quimioeletromagnéticas específicas, definindo-se em unidades perfeitamente mensuráveis, qual acontece no sistema_periódico_dos_elementos_químicos, no plano terrestre, compreendendo-se que, em círculos da inteligência mais evoluída, surpreendentes combinações dos fatores conhecidos podem ser efetuadas com vistas a certos fins, como sucede atualmente na Terra, onde elementos como o netuno, o plutônio, o amerício e o cúrio podem ser artificialmente produzidos.

(8) - Devemos esclarecer que a via olfatória não passa pelo tálamo, contudo, mantém conexões com alguns núcleos talâmicos através de fibras provenientes do corpo mamilar, situado no hipotálamo. — (Nota do Autor espiritual)

REFLEXÃO  DAS IDEIAS
        A partícula de pensamento, pois, como corpúsculo fluídico, tanto quanto o átomo, é uma unidade na essência, a subdividir-se, porém, em diversos tipos, conforme a quantidade, qualidade, comportamento e trajetórias dos componentes que a integram.
        E assim como o átomo é uma força viva e poderosa na própria contextura, passiva, entretanto, diante da inteligência que a mobiliza para o bem ou para o mal, a partícula de pensamento, embora viva e poderosa na composição em que se derrama do espírito que a produz, é igualmente passiva perante o sentimento que lhe dá forma e natureza para o bem ou para o mal, convertendo-se, por acumulação, em:
fluido gravitante ou libertador,
ácido ou balsâmico,
doce ou amargo,
alimentício ou esgotante,
vivificador ou mortífero, segundo a força do sentimento que o tipifica e configura, nomeável, à falta de terminologia equivalente, como “raio da emoção” ou “raio do desejo”, força essa que lhe opera a diferenciação de massa e trajeto, impacto e estrutura.
        Com o fluido mental carreiam-se, desse modo, não apenas as disposições mentossensitivas das criaturas, em atuação recíproca, mas também as imagens que transitam entre os cérebros que se afinam pela reflexão natural e incessante, estabelecendo-se as ideações progressivas que, originariamente vertidas dos Espíritos Superiores, transmitem aos desencarnados da Terra as noções de civilização mais apurada. E por essas mesmas entidades, em contato com as tribos encarnadas do paleolítico, semelhantes noções descem para o chão planetário, disciplinando as criaturas e ofertando-lhes novos horizontes à visão e ao entendimento.
       Pela reflexão das ideias, surge, assim, entre as duas esferas entranhado circuito de forças.

AFINIDADE
        O homem permanece envolto em largo oceano de pensamento, nutrindo-se de substância mental, em grande proporção.
        Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência.
        Em forma de impulsos e estímulos, a alma recolhe, nos pensamentos que atrai, as forças de sustentação que lhe garantem as tarefas no lugar em que se coloca.
        O homem poderá estender muito longe o raio de suas próprias realizações, na ordem material do mundo, mas, sem a energia mental na base de suas manifestações, efetivamente nada conseguirá.
        Sem os raios vivos e diferenciados dessa força, os valores evolutivos dormiriam latentes, em todas as direções.
        A mente, em qualquer plano, emite e recebe, dá e recolhe, renovando-se constantemente para o alto destino que lhe compete atingir.
        Estamos assimilando correntes mentais, de maneira permanente.
        De modo imperceptível, “ingerimos pensamentos”, a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós mesmos. (Ver: Psicosfera)
        Por isso, quem não se habilite a conhecimentos mais altos, quem não exercite a vontade para sobrepor-se às circunstâncias de ordem inferior, padecerá, invariavelmente, a imposição do meio em que se localiza.
        Somos afetados pelas...
vibrações de paisagens,
pessoas
e coisas que nos cercam.
Se nos confiamos às impressões alheias de enfermidade e amargura, apressadamente se nos altera o “tonus mental”, inclinando-nos à franca receptividade de moléstias indefiníveis.
Se nos devotamos ao convívio com pessoas operosas e dinâmicas, encontramos valioso sustentáculo aos nossos propósitos de trabalho e realização.
        Princípios idênticos regem as nossas relações uns com os outros, encarnados e desencarnados.
Conversações alimentam conversações.
Pensamentos ampliam pensamentos.
Demoramo-nos com quem se afina conosco.
Falamos sempre ou sempre agimos pelo grupo de espíritos a que nos ligamos.
Nossa inspiração está filiada ao conjunto dos que sentem como nós, tanto quanto a fonte está comandada pela nascente.
Somos obsidiados por amigos desencarnados ou não e auxiliados por benfeitores, em qualquer plano da vida, de conformidade com a nossa condição mental.
        Dai, o imperativo de nossa constante renovação para o bem infinito.
Trabalhar incessantemente é dever.
Servir é elevar-se.
Aprender é conquistar novos horizontes.
Amar é engrandecer-se.
        Trabalhando e servindo, aprendendo e amando, a nossa vida íntima se ilumina e se aperfeiçoa, entrando gradativamente em contacto com os grandes gênios da imortalidade gloriosa.

  — Mas a matéria mental emitida pelo homem inferior tem vida própria como o núcleo de corpúsculos microscópicos de que se originam as enfermidades corporais?
        O mentor generoso sorriu singularmente e acentuou:
        — Como não? Vocês, presentemente, não desconhecem que o homem_terreno vive num aparelho psicofísico. Não podemos considerar somente, no capítulo das moléstias, ...

a situação fisiológica propriamente dita,
mas também o quadro psíquico da personalidade encarnada.

Ora, se temos a nuvem de bactérias produzidas pelo corpo doente,
temos a nuvem de larvas mentais produzidas pela mente enferma, em identidade de circunstâncias.
        Desse modo, na esfera das criaturas desprevenidas de recursos espirituais, tanto adoecem corpos, como almas. No futuro, por esse mesmo motivo, a medicina da alma absorverá a medicina_do_corpo. Poderemos, na atualidade da Terra, fornecer tratamento ao organismo de carne. Semelhante tarefa dignifica a missão do consolo, da instrução e do alívio. Mas, no que concerne à cura real, somos forçados a reconhecer que esta pertence exclusivamente ao homem-espírito.
        — Deus meu! — exclamou Vicente, espantado — a que perigos está submetido o homem!
        — Por isso — tornou Aniceto, cuidadoso —, a existência terrestre é uma gloriosa oportunidade para os que se interessam pelo conhecimento  e  elevação_de_si_mesmos. E, por esta mesma razão, ensinamos a necessidade da fé_religiosa entre as criaturas humanas. Desenvolvendo essa campanha, não pretendemos intensificar as paixões nefastas do sectarismo, mas criar um estado positivo de confiança, otimismo e ânimo sadio na mente de cada companheiro encarnado. Até agora, apenas a fé pode proporcionar essa realização.

As ciências e as filosofias preparam o campo;
entretanto, a fé que vence a morte, é a semente vital.
        Possuindo-lhe o valor eterno, encontra o homem bastante dinamismo espiritual para combater até a vitória plena em si mesmo.
        Compreendendo que precisaria completar o esclarecimento, exclamou, depois de pausa mais longa:
        — Todos precisamos saber emitir e saber receber. Para alcançarem a posição de equilíbrio, nesse mister, empenham-se os homens encarnados e nós outros, em luta incessante. E já que conhecemos alguma coisa da eternidade, é preciso não esquecer que toda queda prejudica a realização, e todo esforço nobre ajuda sempre.
        As explicações recebidas não poderiam ser mais claras. Aquela visão, porém, repleta de pontos sombrios a se deslocarem vagarosos, atingindo homens e máquinas, nas vias públicas, assombrava-me.

 EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS - Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira – André Luiz 20ª edição. *
A convite de André_Luiz, os médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira receberam os textos deste livro em noites de domingos e quartas-feiras, respectivamente nas cidades de Pedro Leopoldo e Uberaba, Estado de Minas gerais, em 1958.
ROTEIRO –  10a ed. - Francisco Cândido Xavier – ditado pelo espírito Emmanuel
OS MENSAGEIROS- Francisco Cândido Xavier – André Luiz - 29ª edição. - @1944 *

Fonte; http://www.guia.heu.nom.br/fluido_mental.htm

Leitura Recomendada;

OS FLUIDOS (A GÊNESE, CAPÍTULO XIV)
OS CORPOS SUTIS NA OBRA DE KARDEC
O FLUIDO VITAL E O DUPLO ETÉRICO
DOS CORPOS ESPIRITUAIS (A VISÃO DE ANDRÉ LUIZ)
FLUXO DO PENSAMENTO - LEIS DO CAMPO MENTAL
A “FREQÜÊNCIA” DOS PENSAMENTOS – CARLOS TORRES PASTORINO
O PODER DO PENSAMENTO
A VONTADE E O PODER DO MAGNETIZADOR
A FORÇA PSÍQUICA. OS FLUIDOS. O MAGNETISMO
O CORPO É UM REFLEXO DA MENTE
A DISCIPLINA DO PENSAMENTO E A REFORMA DO CARÁTER
O PENSAMENTO –“As Potências da Alma”
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2014/07/o-pensamento-as-potencias-da-alma.html