sábado, 27 de outubro de 2012

BIOGRAFIA - LOUIS ALPHONSE CAHAGNET


LOUIS ALPHONSE CAHAGNET 
 (1809 - 1885)

Cahagnet nasceu em Caen, na França. Embora descendente de uma família pobre, e tendo trabalhado sucessivamente, para poder viver como relojoeiro, torneiro de cadeiras, caixeiro de comércio, fotógrafo, conseguiu, com sua poderosa força de vontade, seu dinamismo extraordinário e sua honestidade, adquirir posição de destaque, sendo respeitado e admirado por todos quantos com ele privaram, mesmo os inimigos.

Além das citadas habilidades, Cahagnet desenvolveu mais uma que torná-lo-ia célebre - a de magnetizador. Foi desse modo que manteve relações com os entes do além túmulo, por intermédio de vários pacientes em estado sonambúlico ou de êxtase. Desse intercâmbio surgiu, em 1847, o primeiro tomo de "Arcanos da Vida Futura Revelados". Anotando as palestras do maravilhoso intercâmbio com os espíritos, Cahagnet edificou a portentosa obra com cerca de mil páginas, que formaram o tomo I dos "Arcanos". Na bela introdução desse monumental trabalho adverte o autor: "Sede prudente, não admitais nem rejeiteis nada sem um exame maduro; aquilo que não puderdes compreender, jamais digais que não é!". Ao tomo I seguiram-se os tomos II e III.

Em 1848, Cahagnet reunia em Argenteuil um grupo de pessoas que havia testemunhado os fatos obtidos através da sonâmbula Adéle Maginot, e criou a primeira "Sociedade dos Magnetizadores Espiritualistas", por sugestão do espírito Swedenborg. Três anos depois, essa sociedade continuou seus estudos sob a denominação de "Sociedade dos Estudantes Swedenborgianos", aproximando-se mais tarde do Espiritismo codificado por Allan Kardec.
Sob os auspícios da "Sociedade" funda o jornal "O Magnetizador Espiritualista", no qual são registrados todos os fatos maravilhosos das relações com o Além obtidos por ele e pelos magnetistas de todo o mundo que o quisessem fazer. Seguiram-se ainda muitas outras obras:
850 - "Santuário do Espiritismo", ou o estudo da alma humana e de suas relações com o Universo, segundo o sonambulismo e o êxtase.
1851 - "Luz dos Mortos" ou estudos magnéticos, filosóficos e espiritualistas.
- "Tratamentos das Enfermidades", obra que engloba um estudo das propriedades medicinais de 150 plantas que a extática Adéle Maginot transmitira e diversos métodos de magnetização.
1853 - "Cartas Ódicas-magnéticas do Cavaleiro de Reichenbach, traduzido do alemço.

1856 - "Revelações do Além-túmulo", pelos espíritos de Galileu, Hipócrates, Franklin e outros, onde se estuda Deus, a preexistência das almas, a criação da Terra, vários problemas da Física, da Botânica, da Matemática, da Medicina, a análise da existência do Cristo e do mundo espiritual.
1857 - "Magia Magnética", que trata dos fenômenos de transporte, de suspensão, das possessões, das convulsões, etc..
1858 - "Estudo sobre o Homem", onde tece profundas considerações sobre o homem e sobre todas as faculdades da alma humana.
1861 - "Enciclopédia Magnética Espiritualista" (1854 -1861).
1869 - "Estudo sobre o Materialismo e o Espiritualismo".
1880 - "Estudo sobre a Alma e o Livre Arbítrio".
1883 - "Terapêutica do Magnetismo e do Sonambulismo".

As datas acima mostram que a obra de Cahagnet antecedeu a de Kardec, e também a sucedeu. Sucedeu-o ainda na luta pela verdade espírita, suportando sem nunca desanimar os ataques inflingidos à doutgrina "Tudo o que a ignorância, o fanatismno, a tolice reeditaram posteriormente contra a nossa doutrina foi despejada sobre o pobre magnetizador" - diz Gabriel Delanne. Qual ocorreu com as obras de Kardec, as de Cahagnet também foram batizadas pelo fogo. A leitura dos Arcanos foi proibida em todos os países, por decisão da Igreja Católica. Cahagnet, porém, jamais esmoreceu. Interrogando os mortos, ele obteve respostas interessantes e reveladoras sobre diversos assuntos: noções de magnetismo, as propriedades da alma, a oração como meio de evitar os maus pensamentos, o modo por que deve ela ser proferida, as punições reservadas no mundo espiritual aos criminosos, as ocupações dos espíritos, as sociedades formadas pelos espíritos, as obsessões, a separação entre a alma e o corpo no momento da morte, formas diversas que os espíritos podem tomar, o inferno dos católicos (o que é), o fenômeno dos transportes, reunião dos familiares e afins no Espaço, noções sobre a loucura, suas causas, suas conseqüências no mundo espiritual, alucinações causadas pelos maus espíritos, o suicídio no além-túmulo, etc, etc..
A 10 de abril de 1885, com 76 anos, desencarnava, em Argenteuil, o velho batalhador Cahagnet, a cujo enterro compareceram inúmeros amigos e espiritistas. A esposa, meses depois, o acompanhava. Menino pobre, torneiro, relojoeiro, caixeiro, haveria de tornar-se, mercê da vontade, da inteligência e da perseverança, um erudito e profundo metafísico, merecedor do reconhecimento de sumidades científicas e literárias de todos os países, e do respeito e eterna gratidão dos espíritas do mundo inteiro.

"Sede prudente, não admitais nem rejeiteis nada sem um exame maduro; aquilo que não puderdes compreender, jamais digais que não é!"
Louis Alphonse Cahagnet

 RELAÇÃO DA OBRAS PARA DOWNLOAD  http://www.autoresespiritasclassicos.com/Autore
BIOGRAFIA DE LOUIS ALPHONSE CAHAGNET
 LOUIS ALPHONSE CAHAGNET - THE CELESTIAL TELEGRAPH
 LOUIS ALPHONSE CAHAGNET - DU TRAITEMENT DES MALADIES OU ÉTUDE SUR LES PROPRIÉTÉS MÉDICINALES DE 150 PLANTES
 LOUIS ALPHONSE CAHAGNET - ÉTUDES SUR L'ÂME ET SUR LE LIBRE ARBITRE
LOUIS ALPHONSE CAHAGNET - GUIDE DU MAGNÉTISEUR OU PROCÉDÉS MAGNÉTIQUES D'APRÈS
 LOUIS ALPHONSE CAHAGNET - LETTRES ODIQUES MAGNÉTIQUES DU CHEVALIER DE REICHENBACH

Sociedade Espírita SErvir
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sábado, 20 de outubro de 2012

OBRAS DE AFONSO CAHAGNET E KARDEC BATIZADOS NO FOGO


AFONSO CAHAGNET

"Se há estações para as flores, há séculos para as luzes.”
(Últimas palavras dos Arcanos, t. III)

            Anos antes de surgirem os fenômenos tiptológicos e as mesas falantes, girantes, através da mediunidade das irmãs Fox, no Estado de Nova York, os quais iniciaram celeremente uma verdadeira revolução nos conhecimentos do porquê de nossa existência, já Louis Alphonse Cahagnet, conceituado magnetizador, nascido em Caen (França), em 1809, mantinha relações com os entes do além-túmulo por intermédio de vários pacientes em estado sonambúIico, ou de êxtase, estados provocados pela ação magnética. Desse intercâmbio surgiu, em 1847, o primeiro tomo de  Arcanes de la vie future dévoilés, mais ou menos ao mesmo tempo que aparecia nos Estados Unidos a volumosa obra mediúnica intitulada The principIes of nature, her divine revelations and a voice to mankind ditada pelos Espíritos ao reverendo William Fisbough, através da mediunidade de André Jackson Davis.

            Do primeiro volume dos Arcanos fez-se uma tradução portuguesa, que sabemos ser muito antiga, mas não podemos precisar o nome do tradutor e o ano de sua publicação, por falta absoluta de referências nesse sentido.

            Na cidade de Argenteuil (arredores de Versalhes), Cahagnet fundava, também em 1847, a sociedade dos Estudantes Swedenborgianos, que mais tarde se aproximou do Espiritismo kardecista.
  
Não obstante todo o cuidado que se deve tomar na aceitação das narrativas dos sonâmbulos, Gabriel Delanne é o primeiro a afirmar que com Cahagnet o caso é diferente, sustentando que o célebre magnetista realmente conversou com os Espíritos, identificando muitos deles, "Não são simples reprodução de imagem dos sere desaparecidos: são individualidades que conversam, se movem, vivem e afirmam categoricamente que a morte não as atingiu" - fala Delanne, confirmando o intercâmbio entre o Além e Cahagnet.

            Em 1850 Cahagnet publicou Sanctuaire du Spiritualisme, ou o Estudo da alma humana e de suas relações com o Universo, segundo o sonambulismo e o êxtase; em 1851 aparecia Lumière des morts ou Études magnétiques, philosophiques et spiritualistes, e Traitement des maladies, obra esta que engloba um estudo das propriedades medicinais de 150 plantas que a extática Adèle Maginot transmitira a Cahagnet, além de uma exposição de diversos métodos de magnetização; em 1853, traduzidas do alemão, dava à luz em Paris as Lettres odiques--magnétiques du chevalier de Reichenbach.

            Embora descendente de uma família pobre, e tendo trabalhado sucessivamente, para poder viver, como relojoeiro, torneiro de cadeiras, caixeiro de comércio, fotógrafo, conseguiu, com sua poderosa força de vontade e seu dinamismo extraordinário e sua honestidade, adquirir posição de destaque, respeitado e admirado por todos quantos com ele privavam, mesmo os inimigos.

   No primeiro tomo dos Arcanos da vida futura desvendados, o Autor, numa dedicatória aos ilustres magnetizadores Barão du Potet e Hébert de Garnay, este último, gerente do Journal du Magnétisme, declara desassombradamente num certo ponto: "Outros têm temor em revelar verdades que poderiam ofender o espírito das seitas. Se estas últimas sustentam com denodo e boa-fé os erros, quanto não devemos nós dar a conhecer a fim de esclarece-las? Acaso devemos temer qualquer coisa quando nos é dado substituir a fé pela experiência, e quando demonstramos a todos a inefável bondade do Criador? Não, senhores, vós o sabeis após haver adquirido, como eu, provas irrefutáveis de um mundo melhor; são estas provas que se torna necessário que todos as obtenham, e a ciência, que propagais  com tão corajosa perseverança, deve fornecê-las a todas as pessoas."

            "Se eu não houvesse sido auxiliado pela luz divina, teria sucumbido sob tão penosa tarefa" - declara mais adiante Cahagnet.
  
  O Barão du Potet, homem que na época era um tanto céptico com respeito a essas revelações do Além, mas que mais tarde foi constrangido a acreditar nelas e no mundo dos Espíritos, "por efeito de sério exame dos fatos", no próprio dizer dele, escreve então a Cahagnet longa carta de agradecimento, com alguma ironia, e termina assim: "Um filósofo céptico disse: "A alma não me parece senão fraca centelha que no instante do trespasse se dissipa nos ares", Vós provareis - eu espero - que tal filósofo estava em erro."

            De fato, assim fez Cahagnet e, "interrogando os túmulos, falando com os seres falecidos" e anotando as palestras desse maravilhoso intercâmbio, edificou a portentosa obra com cerca de mil páginas, que formaram o tomo I dos Arcanos, descortinando para a Humanidade desorientada uma nova pátria, cheia de vida, de atividade; onde moram os nossos mortos, Na bela introdução a esse monumental trabalho adverte o Autor: "Sede prudentes, não admitais nem rejeiteis nada sem um exame maduro; aquilo que não puderdes compreender, jamais digais que não é!" E mais adiante informa: "Esta obra vos oferecerá a prova de um mundo melhor que o nosso, onde vivereis após deixardes aqui o vosso corpo, e onde um Deus infinitamente bom vos recompensará em cêntuplo as aflições que vos eram proveitosas nesta terra de dor. Vou demonstrar que vossos pais e amigos ali vos esperam com impaciência, e que podeis, embora ainda sobre este globo, entrar em comunicação com eles, falar-lhes e deles obter as informações que julgardes necessárias." '

            Concluindo sua introdução, disse que se sentiria muito feliz se - "conseguisse firmar com outros homens essa crença que adquirira sobre a existência desse mundo de consolação, e fizesse penetrar pelo menos em algumas almas toda a felicidade que sentia, de esperanças tão doces!"

            Ao tomo I dos Arcanos, seguiram-se os tomos II e III. "Tudo o que a ignorância, o fanatismo, a tolice reeditaram posteriormente contra a nossa doutrina foi então despejado sobre o pobre magnetizador” diz Gabriel Delanne. Cahagnet, porém, não esmorece. Nessa época, ele, juntamente com outros companheiros, fundam, sob os auspícios da Sociedade dos Magnetizadores Espiritualistas, o jornal Le Magnétiseur Spiritualiste, no qual são consignados todos os fatos maravilho os das relações o Além, obtidos por ele e pelos magnetistas de o mundo que o quisessem fazer.  

            Os dois primeiros volumes dos Arcanos contêm as descrições de experiências realizadas com oito estáticos que possuíam a faculdade de ver e conversar com os Espíritos Adélia Maginot foi um dos mais notáveis, sendo ela a intermediária de extensa série de evocações. Mais de 150 atas foram ratificadas por testemunhas que afirmaram reconhecer os Espíritos que a sonâmbula descreveu. O abade Almignana, doutor em Direito Canônico, teólogo, assistiu com entusiasmo a várias sessões de Cahagnet, tornando-se adepto do magnetismo e desenvolvendo, mesmo, suas possibilidades mediúnicas.
          
 Somente no tomo III dos Arcanos refere-se o Autor aos fenômenos espíritas que se produziam nos Estados Unidos da América, e que foram também registados no nº 162 do Journal du Magnétisme. Neste volume, Cahagnet, em diálogos-refutações, responde vigorosa e inteligentemente aos seus contraditores: padres, homens de ciência, materialistas, alma etc., pondo por terra os diversos argumentos desfavoráveis ao conteúdo de sua obra. Cita ainda testemunhas merecedoras de crédito que relatam fenômenos de aparição, além de inúmeras respostas do Espírito de Swedenborg a questões formuladas.

            Pouco tempo depois de ter saído o primeiro tomo dos Arcanos, o Autor foi premiado por seus denodados esforços: ele recebe várias cartas, onde os signatários expandem sua satisfação, o seu júbilo emocionado por tão gratas revelações.

Barão du Potet


            Outros, entretanto, como o Barão du Potet, acharam que o assunto era cedo ainda para ser tratado. Procederam tal e qual, até hoje, procedem os nossos irmãos sacerdotes católicos, mesmo os desencarnados, sempre a dizerem que o homem ainda não deve conhecer essas profundas questões do ser, sendo-lhe necessária a disciplina dogmática. Mas assim não pensava Cahagnet, e, hoje, nós com ele. Potet, por exemplo, escrevera: "Tratais destas questões com o avanço de 20 anos; o homem ainda não está preparado para compreendê-las", ao que Cahagnet replicou, no vol. III, dizendo: "Ah! respondemos então, porque o vemos banhar com suas lágrimas as cinzas daqueles que julga haver perdido Para sempre? Em que momento da existência podemos chegar mais a propósito para dizer a esse homem: Consola-te, irmão, aquele que presumes separado de ti, para sempre, acha-se ao teu lado, a te asseverar, por meu intermédio, que ele vive, que é mais feliz do que na Terra, e que te aguarda nas esferas próximas para continuar o convívio contigo."

            Qual ocorreu com as obras de Kardec, as de Cahagnet também foram batizadas pelo fogo. A leitura dos Arcanos foi proibida em todos os países católicos, por decisão do Tribunal Supremo e Sagrado, chamado a "Sagrada Congregação", tribunal cristícola e não cristão, diz Cahagnet, tribunal que - informa ainda o Autor - "julgou sem nos ouvir e condenou sem outro motivo que o de prazerosamente arremessar três de nossas obras, num só dia, no fogo ... "
          
            Em 1856, um ano antes de aparecer O Livro dos Espíritos, Cahagnet fazia surgir as Révélations d’outre-tombe, pelos Espíritos de Galileu, Hipócrates,  Franklin, e outros, obra que estuda Deus, a preexistência das almas, a criação da Terra, vários problemas da Física, da Botânica, da Metafísica, da Medicina, a análise da existência do Cristo e do mundo espiritual, passando em revista as aparições e manifestações dos Espíritos, no século XIX, etc.

            Magie magnétique, outra publicação da autoria dele, surgida em 1857 ou 1858, trata dos fenômenos de transporte, de suspensão, das possessões, das convulsões, etc.
            O nome de Cahagnet atravessa as fronteiras francesas. Em 1861, ele recebe a honrosa visita do sábio Aksakof, que buscava dilatar seus conhecimentos e seus estudos sobre o magnetismo e o psiquismo.

            O número de produções aumenta. Aparecem: Encyclopédie magnétique spiritualiste (1854-1861); Étude sur le matérialisme et sur le spiritualisme (1869);  Étude sur l’âme  et le libre arbitre (1880)  e várias outras, parecendo-nos que a última obra  de Cahagnet tenha sido 
Thérapeutique du magnétisme et du somnambulisme, impressa em 1883.
         
Gabriel Delanne


   Realmente, Cahagnet foi um grande trabalhador, digno, sob todos os aspectos, da nossa admiração e reverência pela muita luz que, a par das críticas que sobre ele choviam, distribuiu entre muitos necessitados do espírito. "Um lutador soberbo",  "que teve a glória de fazer-se o que foi: um dos pioneiros da verdade" - manifesta-se G. Delanne, com ênfase.

            Interrogando os mortos, Cahagnet obteve respostas interessantes e reveladoras sobre diversos assuntos: noções de magnetismo, as propriedades da alma, a oração como meio de evitar os maus pensamentos, o modo por que deve ela ser proferida, as punições reservadas no mundo espiritual aos criminosos, as ocupações dos Espíritos, as sociedades formadas pelos Espíritos, as obsessões, descrição da separação que se faz entre a alma e o corpo no momento da morte, descrição dos Espíritos luminosos, sensações experimentadas no momento da morte, formas diversas que os Espíritos podem tomar, o inferno dos católicos (o que é), o fenômeno dos transportes, reunião dos familiares e afins no espaço, noções sobre a loucura, suas causas, suas consequências no mundo espiritual, alucinações causdas pelos maus Espíritos, o livre arbítrio, a cura pela prece, a linguagem do pensamento entre os Espíritos, a vestimenta dos Espíritos, as consequências do suicídio no além-túmulo, os lugares de reparação do mal, etc. etc. Dezenas de Espíritos, conhecidos e desconhecidos, se comunicaram com Cahagnet.

            Embora muitas respostas sejam imperfeitas e incompletas, pois o Espiritismo apenas alvorecia, e embora a obra do magnetista de Caen não se iguale  à inimitável exposição feita nos livros de Kardec, todos os espíritas devemos reverenciar a memória desse homem de fé e de coragem que foi - Cahagnet.

            Atualmente o Espírito de André Luiz nos vem dando revelações mais claras sobre a vida no além- túmulo, revelações que resumidamente já estavam explanadas em 1847, nos Arcanos e em algumas outras obras ditadas por sonâmbulos.      
            Registaremos algumas das perguntas e respostas constantes no livro mencionado:
          
            P. - Que fazem os irmãos (da sonâmbula) no céu?
            R. - Eles recreiam e passeiam.
           
            P. - Não se pode recrear e passear durante uma eternidade, sem um fim.
            R. - Oh! eles fazem música, estudam ciências; ocupam-se melhor e com mais prazer que nós.
            P. - Que faz ela (o Espírito da mãe da sonâmbula) no céu?
            R. - Ela está com meu pai, meus irmãos, minha irmã, enfim, toda a família; ela se inquieta muito por mim, mas está muito feliz; ela lê e se sente satisfeita em ouvir meus irmãos tocar música.

            P. - Há então livros no céu?
            R. - Eu te rogo crê-lo, e não são eles romances como na Terra.

            P. - De que falam eles?
            R. - Dos mistérios de Deus, das ciências; mas não são escritos da maneira por que o são sobre a Terra, diz-me a minha mãe.

            Noutra página, diz o Espírito da mãe da sonâmbula que, para o conhecimento de altos problemas, há instrutores, que são mais amigos que mestres."

            Eis agora como o Espírito de um sacerdote católico responde a algumas questões:
            P. - A forma da alma que tendes é perfeitamente semelhante à do corpo em que ela habitava?

            R. - Sim.
            P. - Vós dormis e comeis?
            R. - Dorme e come quem quer; isto não é uma necessidade como no Planeta; é mais uma satisfação para aqueles que o fazem.

            P. - Morais numa casa como na Terra?
            R. - Eu estou numa casa; há casas nesta vida, do mesmo modo que sobre a Terra.

            P. - Há também cidades e aldeias?
            R. - Eu não sei como se nomeiam as cidades no céu; basta dizer-vos que há casas. Não me ocupo do resto.

            P. - Quais são as vossas ocupações ordinárias?
            R. - Leio, escrevo e passo parte do meu tempo a aconselhar o bem aos indivíduos inclinados ao mal.

            P. - Podeis então comunicar com eles?
            R. - Sim, com os espíritos deles.

            O espiritista italiano Ernesto Volpi, tendo publicado, em determinado ano, um artigo em que narrava os primeiros albores do Espiritismo no mundo, foi contraditado por alguns espíritas americanos, que disseram não ter sido Kardec o fundador do Espiritismo, porque antes dele já haviam aparecido Davis e Cahagnet.

            Eis como Volpi, em Junho de 1890, a isso respondia, com clareza e exatidão: "Os fundadores do Espiritismo são os Espíritos que sempre e em todos os tempos se têm manifestado. Doutro lado, é bom observar que não falei de Kardec somente, mas da Doutrina que ele compendiou. Neste ponto ele é mais completo que os precedentes, precisamente porque sua sábia capacidade coordenadora pode servir-se também dessas últimas fontes. A Davis e a Cahagnet coube a glória de terem sido os primeiros a recolher os materiais para formar a base do Espiritismo moderno, e a Allan Kardec, a glória de havê-la solidamente estabelecida." Dessa forma, fica definida a posição de Cahagnet na história do Espiritismo, lugar de pioneiro que sempre será lembrado pelo nosso coração agradecido.

            A 10 de Abril de 1885, com 76 anos, desencarnava, em Argenteuíl, o velho batalhador - Cahagnet, a cujo enterro compareceram inúmeros amigos e espiritistas. A esposa, meses depois, o acompanhava.
            O jornal Phare, dos departamentos do Seine-et-Oise e do Sena, publicou um artigo necrológico que a Revue Spirite de 1º de Maio de 1885 transcreveu e do qual registaremos um trecho: "Cahagnet é um exemplo raro do que pode uma firme vontade aliada a uma vasta, inteligência. Ele se tornara, à força de trabalho e perseverança, um erudito, um profundo metafísico, e adquirira, no mundo que se ocupa do Magnetismo e do Espiritismo, distinguido lugar como publicista. Suas diversas obras - e o número é grande -, traduzidas para o inglês e o alemão, valeram-lhe numerosos testemunhos de estima e simpatia. Nada mais curioso e mais interessante a esse respeito que sua volumosa correspondência com sumidades científicas e literárias de todos os países."

            A Cahagnet, pois, rendamos as homenagens do espírito, e ele as merece plenamente.
assina     Zêus Wantuil
in ‘Reformador’ (FEB) Abril 1950

domingo, 14 de outubro de 2012

EMPREGO OFICIAL DO MAGNETISMO ANIMAL - A DOENÇA DO REI DA SUÉCIA

      
    A DOENÇA DO REI DA SUÉCIA 
Joseph François Oscar Bernadotte
8 de março de 1844
8 de Julho  de  1859

REVISTA ESPÍRITA, OUTUBRO DE 1858

Escreveu-se de Estocolmo, em 10 de setembro de 1858, ao Journal dês Débats:

"Infelizmente, nada tenho de muito consolador a vos anunciar quanto à doença da qual sofre, desde logo aos dez anos, o nosso soberano. Todos os tratamentos e remédios que as pessoas credenciadas prescreveram nesse intervalo, não trouxeram nenhum alívio aos sofrimentos que acabrunham o rei Oscar. Seguindo o conselho de seus médicos, o senhor Klugenstiem, que goza de alguma reputação como magnetizador, foi recentemente chamado ao castelo de Drottningholm, onde continua a residir a família real, para proporcionar, ao augusto doente, um tratamento periódico de magnetismo.
Crê-se mesmo aqui que, por uma coincidência bastante singular, a sede da doença do rei Oscar se acha precisamente estabelecida nessa região da cabeça onde está colocado o cerebelo, como isso parece, infelizmente, ser o caso hoje do rei Frederico Guilherme IV, da Prússia."

Perguntamos se, há vinte e cinco anos somente, os médicos teriam usado propor, publicamente, um semelhante meio, mesmo a um simples particular, com mais forte razão a uma cabeça coroada? Nessa época, todas as Faculdades científicas, e todos os jornais, não tinham sarcasmo bastante para denegrirem o magnetismo e seus partidários. As coisas muito mudaram nesse curto espaço de tempo! Não somente não se ri mais do magnetismo, mas hei-lo oficialmente reconhecido como agente terapêutico. Que lição para aqueles que se riem das idéias novas! Fá-los-á enfim, compreenderem o quanto é imprudente inscrever-se em falso contra as coisas que não se compreendem? Temos uma multidão de livros escritos contra o magnetismo, por homens em evidência; ora, esses livros ficarão como uma mancha indelével sobre sua alta inteligência. Não teria sido melhor calar e esperar? Então, como hoje para o Espiritismo, se lhe opuseram a opinião dos mais eminentes homens, os mais esclarecidos e mais conscienciosos: nada abalava seu ceticismo. Aos seus olhos, o magnetismo não era senão um malabarismo indigno de pessoas sérias. Qual ação poderia ter um agente oculto, movido pelo pensamento e pela vontade, e do qual não se podia fazer análise química? Apressemo-nos em dizer que os médicos suecos não foram os únicos que mudaram de opinião sobre essa idéia estreita, e que por toda parte, na França como alhures, a opinião mudou completamente a esse respeito; e isso é tão verdadeiro que, quando se passa um fenômeno inexplicável, diz-se: é um efeito magnético. Acha-se, pois, no magnetismo a razão de ser de uma multidão de coisas que se levava à conta da imaginação, essa razão tão cômoda para aqueles que não sabem senão dizer.

O magnetismo curará o rei Oscar? É uma outra questão. Sem dúvida, ele tem operado curas prodigiosas e inesperadas, mas tem os seus limites, como tudo o que está na Natureza; e, aliás, é preciso ter em conta esta circunstância que a ele não se recorre, em geral, senão in extremis e em desespero de causa, quando, freqüentemente, o mal fez progressos irremediáveis, ou foi agravado por uma medicação contrária Para que ele triunfe de tais obstáculos, é preciso que seja bem poderoso!

Se a ação do fluido magnético é hoje um ponto geralmente admitido, não ocorre o mesmo com respeito às faculdades sonambúlicas que encontram, ainda, muitos incrédulos no mundo oficial, sobretudo no que toca às questões médicas. Todavia, se convirá que os preconceitos, sobre esse ponto, estão singularmente enfraquecidos, mesmo entre os homens de ciência: disso temos a prova no grande número de médicos que fazem parte de todas as sociedades magnéticas, seja na Franca, seja no estrangeiro. Os fatos estão de tal modo vulgarizados, que é bem preciso ceder à evidência e seguir a corrente, bom ou malgrado. Logo isso ocorrerá com a lucidez intuitiva como com o fluido magnético.

O Espiritismo liga-se ao Magnetismo por laços íntimos (essas duas ciências são solidárias uma com a outra); e todavia, quem o teria acreditado? Ele encontra adversários obstinados mesmo entre certos magnetizadores que, eles, não os contam entre os espiritistas. Os Espíritos sempre preconizaram o magnetismo, seja como meio curativo, seja como causa primeira de uma multidão de coisas; eles defendem sua causa e vêm prestar-lhe apoio contra seus inimigos. Os fenômenos espíritas abriram os olhos a muitas pessoas, que ao mesmo tempo se juntaram ao Magnetismo. Não é bizarro ver os magnetizadores esquecerem tão cedo o que deveram sofrer com os preconceitos, negarem à existência de seus defensores, e lançarem contra eles os golpes que se lhes lançaram outrora? Isso não é grande, isso não é digno de homens aos quais a Natureza, revelando-lhes um dos mais sublimes mistérios, mais do que a ninguém, tirou o direito de pronunciar o famoso nec plus ultra. Tudo prova, no desenvolvimento rápido do Espiritismo, que ele também terá logo seu direito de burguesia; a espera disso, aplaude com todas as suas forças a categoria que acaba de alcançar o Magnetismo, como a um sinal incontestável do progresso das idéias.


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sábado, 13 de outubro de 2012

HIPNOSE NO SÉCULO 19

    

Hipnose entrou no século 19 como uma atividade marginal associado com charlatães, e deixou-o como uma técnica médica mainstream praticada em hospitais respeitados e universidades. Esta transformação notável foi devido à persistência dos médicos e pesquisadores individuais, que arriscaram ostracismo profissional e ridículo para explorar as técnicas descobertas por Mesmer. A razão que eles fizeram isso porque, apesar de toda a mística magnética patranhas, um fato inconveniente permaneceu - mesmerismo funcionou.
Idéias de Mesmer não desapareceu após a sua morte, mas espalhar-se entre um grupo crescente de devotos para desenvolver de maneiras que ele nunca poderia ter imaginado. Nas primeiras décadas do século, mesmeristas caiu em dois campos, "fluidists", que se agarrou à crença em magnetismo animal sendo transmitidos através do éter, e "animistas", que procuravam uma explicação mais psicológica. Na primeira, o debate entre esses dois campos ocorreu fora dos círculos médicos, com homens como Faria de Jose-Custódio (1756-1819), um padre católico de Goa, defendendo a "animista" vista.
FRANÇOIS DELEUZE
Pouco a pouco, a crença em um fluido etéreo magnética desapareceu, ea idéia da sugestão e crença começou a ganhar terreno. Ao mesmo tempo, o estabelecimento médico começou a tomar conhecimento. Alexandre Bertrand (1795-1831), um médico de Nantes, começou a palestra sobre as experiências de sujeitos e de conduta, depois de testemunhar uma exibição pública de mesmerismo em 1819. Em 1826, experimentos conduzidos por Hénin de Cuvillers (1755-1841) e Philippe Joseph François Deleuze (1753-1835) convenceu a Académie de Médecine para investigar as possibilidades do mesmerismo mais uma vez. Um relatório foi publicado em 1831, reconhecendo os resultados reais que mesmerismo foi capaz de produzir, e aumentando a perspectiva tentadora de seu uso em cirurgia.

Esta ideia foi defendida na Grã-Bretanha por John Elliotson (1791-1868), um médico da Universidade College Hospital, que tinha se interessado em mesmerismo depois de ver uma demonstração em 1829 pelo químico francês Richard Chevenix. Na primeira, o interesse principal Elliotson era no uso de mesmerismo como um tratamento para distúrbios do sistema nervoso. Ele se envolveu com Jane e O'Key Elizabeth, um par de irmãs irlandeses internados por "convulsões histéricas", que provou ser muito prestativo assuntos mesméricos. Elliotson começou a usá-los em exposições públicas, onde se tornou uma estrela por sua vez, a mudança de personalidade em seu comando para cantar, dançar e entregar réplicas espirituosas.

Para os olhos do século 21, este parece mais como um show de hipnose de palco de uma demonstração científica, e foi controverso mesmo na época. Os O'Keys parecia desfrutar de sua carreira no showbiz mesmeric um pouco demais, e eles eram constantemente acusado de falsificar. Elliotson capacidade de defendê-los foi prejudicada pelo fato de que ele era um "fluidist" convicto, uma posição que foi se tornando cada vez mais insustentável. Ele foi forçado a demitir-se do Hospital, mas passou a reivindicar um lugar de destaque na história da hipnose, quando ele abriu a Londres Infirmary Mesmeric em 1849. Aqui, ele foi pioneiro no uso da hipnose para anestesia e controle da dor na cirurgia, mantendo registros meticulosos de muitas operações de sucesso, incluindo amputações.

Elliotson teve uma profunda influência sobre James Esdaile (1808-1859), um cirurgião escocês que trabalhou na Índia entre 1845 e 1851. Aqui ele realizou mais de 300 grandes operações menores e 1000 utilizando apenas anestesia hipnótica. Em seu livro Mesmerismo Na Índia, e sua aplicação prática em Cirurgia e Medicina, Esdaile apresenta um resumo dos 73 indolores operações cirúrgicas que realizou nos últimos oito meses de sua estadia na Índia. Estes incluem o braço, da mama e, de forma alarmante, amputações pénis, a cirurgia dentária e a remoção de tumores. Além disso, ele usou a hipnose para curar 18 queixas nervoso e médicas, incluindo dores de cabeça, tiques e convulsões, dor ciática, inflamação de várias partes do corpo e uma "sensação de insetos rastejando sobre o corpo." (1)

Apesar do sucesso da anestesia hipnótica, por 1846 a medicina convencional tinha vindo a favorecer o uso de óxido nitroso em operações cirúrgicas. A promissora linha de investigação foi assim encerrado, exceto para os esforços esporádicos por pesquisadores individuais. Mesmerismo continuou em seu curso retrógrado, muitas vezes, como uma forma de entretenimento de salão, ou em conjunto com sessões espíritas.

Novos desenvolvimentos significativos ocorreram no final do século 19, quando um debate surgiu na França entre os Saltpêtrière e Nancy "escolas" de hipnose. Ambos foram inspirados pela obra de Charles Richet (1850-1935), professor de fisiologia na Universidade de Paris, que realizou muitos experimentos na hipnose médica ou clínica na década de 1870.

A escola Saltpêtrière cresceu em torno de Jean-Martin Charcot (1825-1893), Diretor de Medicina Asilo da famosa / infame Saltpêtrière Mulher. O principal interesse de Charcot foi em "histeria" feminina. Ele era uma figura extravagante, dado a apresentações teatrais e manifestações, ilustrados com a mais alta tecnologia fotográfica (de fato, ele publicou um jornal normal fotográfica, ilustrado com retratos de seus pacientes em vários estágios de histeria). Ele também ganhou o apelido pouco lisonjeiro em vez de o "Napoleão da Neurose".

Charcot explicitamente relacionada a hipnose para a histeria, uma vez que os sintomas da histeria, como ele a viu, correspondia exatamente os três "fases" de hipnose que ele tinha sido capaz de identificar, na sequência do trabalho Richet. Estes eram "catalepsia", onde o assunto iria responder a sugestões físicas dadas pelo hipnotizador; "letargia", onde não iria responder a todas as sugestões de todos, e "sonambulismo", onde o sujeito foi capaz de conversar e responder a qualquer sugestão que lhe são transmitidas. Charcot era fascinado pela susceptibilidade pronto que histeria exibido para a hipnose, e formou a conclusão de que a hipnose era uma outra forma de histeria - em suma, uma anormalidade.

Em oposição a isso, uma escola de pensamento cresceu em torno dos escritos de Hippolyte Bernheim (1840-1919), um professor de medicina na Universidade de Nancy. Bernheim atacado descobertas de Charcot, disputando os "três fases" modelo de hipnose e com sucesso argumentando que sugestionabilidade era um traço humano normal. Ele provou isso usando os homens em suas experiências, uma vez que foi amplamente aceito que os homens eram menos suscetíveis a sugestão de que as mulheres!

A disputa entre as duas escolas cresceu bastante amargo. Mesmer como antes dele, Charcot foi parcialmente destruído por sua própria personalidade, mas de forma mais significativa pelo fato de que a hipnose era comprovadamente uma experiência humana universal. A visão Saltpêtrière teve uma influência persistente, em que Sigmund Freud pegou em uma série de teorias de Charcot. Na verdade, Freud era um devoto início da hipnose, antes de abandoná-lo em favor de técnicas de associação livre.

Os detalhes da disputa obscurecer o fato de que ambas as partes aceitaram a existência de hipnose como um fenômeno válido, e só discordaram sobre a interpretação. Que este poderia ser o caso em duas universidades eminentemente respeitáveis ​​e mainstream é notável, e prova o quanto a hipnose tinha viajado desde os dias de Mesmer. Em algum lugar ao longo do caminho, é claro, tornou-se "hipnose" ao invés de "mesmerismo". O elo perdido é o trabalho de James Braid (1795-1860).

(1)   Esdaile, J. Mesmerismo Na Índia, e sua aplicação prática em Cirurgia e Medicina de 1846

ILUSTRES PIONEIROS MARQUÊS DE PUYSÉGUR E O SÁBIO...

O SÁBIO DELEUZE (1753 -1835)

BARÃO DU POTET (1786 – 1881)

PUYSÉGUR E O HIPNOTISMO

OS BANQUETES MAGNÉTICOS