quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A FILOSOFIA DO MAGNETISMO


Adilson Mota

“Abrigo a íntima convicção de que jamais se farão verdadeiros progressos na ciência do magnetismo enquanto fundamentem seus princípios em outras ciências. (…) O magnetismo considerado como um agente da natureza tem suas leis que não são as mesmas que as da matéria.”

Ao ler o trecho acima, contido na obra Instruções Práticas do Magnetismo, de François Deleuze, minha atenção foi suscitada para uma questão que há tempos faz parte das
minhas reflexões: em que ideias se baseia a ciência magnética para desenvolver a sua terapêutica? Ou seja, qual a filosofia do Magnetismo?

O surgimento da ciência magnética, como todas as grandes verdades, fez surgirem defensores corajosos e também detratores encarniçados. Dentre aqueles que carregavam em si a convicção de ser o Magnetismo uma verdade, muitos buscaram explicá-lo através dos conhecimentos já existentes e desenvolvidos pelas ciências da época. Deleuze, como estudioso perspicaz, intuitivamente descarta esta possibilidade, visto se tratar de algo novo que se sustentava em leis naturais, mas ainda desconhecidas.

O Espiritismo fornece muitas informações a respeito dos fluidos e da sua ação. Faltam, porém, orientações acerca dos procedimentos do magnetizador nos processos de tratamento. Isto  teremos que buscar diretamente no Magnetismo. A ciência espírita explica muito bem os fundamentos  da mediunidade curadora. Com relação ao Magnetismo, Kardec optou por falar dele em linhas gerais, justificando-se com a existência, na época, de diversos órgãos especializados no assunto.
Creio ser de essencial importância entendermos os princípios que orientam o Magnetismo a fim de descobrirmos e promovermos a evolução dos procedimentos que devam ser adotados no tratamento das diversas doenças.

Particularmente, concordo com o grande magnetizador Deleuze quanto à impossibilidade de interpretarmos o Magnetismo através do conhecimento de outras ciências, com exceção do Espiritismo, por serem ciências irmãs, o qual ele não conheceu.
Tomarei para uma análise mais detalhada do tema três grandes ramos das terapias existentes na atualidade: Medicina (alopatia), Homeopatia e Medicina Chinesa. Antes, porém, lembremos que cada uma destas correntes terapêuticas, se assim podemos nos exprimir, possui seus próprios conceitos e princípios e é dentro dos limites destes que as soluções terapêuticas são aplicadas. Cada uma delas tem o seu modo de pensar e o modelo de tratamento decorre da forma de interpretar o significado de saúde e doença.

Começando pela Medicina, o termo é derivado do latim ars medicina, que significa a arte da cura (Wikipedia). Hipócrates é considerado o pai da Medicina, que deve ter vivido entre 460 e 377 a.C.. Para ele, o primeiro princípio da Terapêutica é “Natura medicatrix quae lucere oportet, quae maxime vergunt, eo ducenda per loca convenientia”, ou seja, a Natureza cura, mas com a condição de que seus efeitos sejam sustentados, auxiliados, dirigidos convenientemente. (Magnetismo Curativo, de Alphonse Bué)

A Medicina faz uso, hoje, de conhecimentos obtidos por diversos ramos da ciência como biologia, química, física, anatomia, fisiologia, epidemiologia, antropologia. Seus conceitos procedem do mecanicismo, o homem como uma máquina, pensamento desenvolvido a partir da filosofia de Descartes no século XVI. Defende a ideia do homem-matéria e direciona sua terapêutica na supressão dos sintomas. O tratamento médico funciona à base de substâncias químicas que alcançam as estruturas físicas doentes, e sua filosofia é a do tratamento pelos opostos, ou contraria contrariis curantur . Os medicamentos empregados tendem a produzir no doente sintomas diferentes dos provocados pela doença, para o desaparecimento dos sintomas.

A Homeopatia, a segunda terapia em análise, surgiu com Samuel Hahnemann em 1796, ano em que publicou o seu primeiro trabalho.
Foi, no entanto, a partir da sua principal obra intitulada Organon da Medicina Racional (modificada para Organon da Arte de Curar a partir da 2.a edição), no ano de 1810, onde foram expostos os princípios da nova medicina, o que podemos marcar como o verdadeiro início da Homeopatia. Para Hahnemann, a Medicina tradicional (alopática) apenas cura temporariamente por interpretar de maneira errada o funcionamento da natureza. Ainda segundo ele, a verdadeira arte de curar está inscrita no princípio da semelhança (similia similibus), antagônico ao contraria contrariis curantur da alopatia. A doença desaparece através de medicamentos que provocam sintomas semelhantes aos já existentes, porém um pouco mais fortes. Estes sintomas artificiais combatem e fazem desaparecer os sintomas originais da doença e dissipam-se, por sua vez, com a suspensão do medicamento.

O segundo princípio homeopático está no medicamento em si, cujas dissoluções são tão  grandes que matematicamente se torna impossível encontrar qualquer traço da química original. Tornam-se medicamentos de grande sutileza. Seguindo o princípio da cura pelos semelhantes, o criador da Homeopatia desenvolveu medicamentos capazes de promoverem não somente o alívio dos sintomas, mas a cura definitiva. Através do Espiritismo sabemos que as medicações homeopáticas sutis interferem numa zona também sutil do ser, o perispírito, promovendo a sua harmonização e o consequente desaparecimento da doença no âmbito orgânico. Os procedimentos homeopáticos levam em consideração a individualidade de cada doente, através da anamnese das suas características físicas, mentais, emocionais e sociais.

“Acrescentemos sumariamente, e de memória, já que não podemos aprofundar aqui o assunto, que a ação dos remédios homeopáticos em doses infinitesimais, é baseada no mesmo princípio; a substância medicamentosa, levada pela divisão ao estado atômico, até certo ponto adquire as propriedades dos fluidos, menos, todavia, o princípio anímico, que existe nos fluidos animalizados e lhes dá qualidades especiais.” (Allan Kardec in Revista Espírita de março de 1868)

O pensamento de Hahnemann exposto no prefácio da sexta edição do Organon concorda com o da Doutrina Espírita “(…) de que as doenças humanas não são causadas por matéria alguma, nenhuma acrimônia, i.e., por matéria morbífica alguma, mas que elas são unicamente transtornos imateriais (dinâmicos) da força imaterial (o princípio vital, a força vital), que anima o corpo humano”.

A mais antiga das três terapias, a Medicina Chinesa, é uma arte milenar na cura das doenças, datando de aproximadamente 4.500 anos o seu surgimento. Ao interpretar os princípios fundamentais da Medicina Chinesa para a mentalidade ocidental, muito acaba se perdendo do seu entendimento, visto que as palavras de qualquer língua são insuficientes para descrever a essência de uma outra cultura, mais ainda uma tão diversa da nossa como é a chinesa. Sempre somos tentados a interpretar uma cultura diferente utilizando a nossa como filtro.

Dentro das limitações normais impostas pelas diferenças culturais, podemos dizer que a “Medicina Tradicional Chinesa é uma medicina energética, ou seja, toma como base a existência de uma estrutura energética para além do corpo físico, e afirma que no nosso corpo a energia circula por canais que têm pontos específicos que, ao Serem  puncturados,  reorganizam a circulação energética de todo o corpo. A doença, por sua vez, é sempre uma desorganização da energia funcional que controla e dinamiza os órgãos” - http://www.medicinachinesa.net/). Estes canais são chamados no ocidente de meridianos e além de ligarem os pontos entre si, também interligam o corpo sutil a órgãos e regiões específicos do corpo físico.
A Medicina Chinesa aponta diversos tipos e funções para os meridianos que não vamos aqui detalhar, para não fugirmos do objetivo deste artigo.

Um dos princípios fundamentais da Medicina Chinesa é o conceito de Yin e Yang que “representam qualidades opostas, mas também complementares”, duas fases de um movimento cíclico, como escreveu Giovanni Maciocia, em Os Fundamentos da Medicina Chinesa. O equilíbrio entre os dois polos seria o conceito de saúde e o oposto, o de doença. Esta teoria pode ser aplicada não somente nas questões de saúde, mas em tudo que existe no Universo em termos macro e micro. Assim Yang representa o imaterial, o Sol, a energia, o calor, o que está acima, etc.
O Yin representa o oposto: o material, a Lua, a substância, o frio, o que está abaixo.
O segundo princípio é a teoria dos Cinco Elementos: água, fogo, madeira, metal e terra. De acordo com Acupuntura Clássica Chinesa, de Tom Sintan Wen, “(…) todos os fenômenos dos tecidos e órgãos, da fisiologia e da patologia do corpo humano, estão classificados e são interpretados pelas inter-relações desses elementos”. Logicamente, estes elementos representam simbolismos tomados da própria Natureza que servem para explicar características e estados físicos ou psíquicos. Percebe-se claramente que os sistemas fisiológicos e as patologias na Medicina Chinesa são entendidos de forma bastante diferente da Medicina Ocidental, englobando numa mesma filosofia tanto os aspectos orgânicos, como mentais, emocionais e espirituais do ser.

Não só a medicina, mas toda a cultura e visão de mundo chineses, “nasce a partir destes dois princípios básicos. A medicina chinesa, como legado cultural chinês, aplica estes princípios à compreensão da natureza e do corpo humano, e a partir daí constrói o seu corpo de saber científico tradicional”. (http://www.medicinachinesa.net/)
Por último, abordaremos sobre o Magnetismo, utilizado desde eras remotas. No final do século XVIII, com Franz Anton Mesmer, tornou-se uma ciência que trata dos meios de cura através das energias magnéticas humanas*, bem como dá conta dos chamados fenômenos magnéticos (letargia, catalepsia, telepatia, dupla vista, sonambulismo, êxtase) que a Doutrina Espírita classificou como fenômenos de emancipação da alma – leia-se O Livro dos Espíritos, segunda parte, capítulo VIII.
Para Alphonse Bué, em Magnetismo Curativo, o Magnetismo, em certo aspecto, segue o mesmo princípio da medicina de Hipócrates, o tendo como ponto fundamental: é a Natureza que cura, com a condição de ser ajudada, sustentada e dirigida para os seus admiráveis fins. Como fazer, no entanto, magneticamente falando, para sustentar e dirigir os esforços da Natureza para a finalidade da cura?

A ciência magnética ampliada pelo Espiritismo baseia-se na existência em todo ser vivo de um campo energético que o circunda e o penetra. Esse campo, conhecido como duplo etérico localiza-se na zona limítrofe entre o perispírito e o corpo físico, sendo o armazenador e distribuidor das energias magnéticas necessárias à harmonia e à sobrevivência física, como elo de ligação entre as zonas sutis perispirituais e a região mais densa, orgânica. Como canais de ligação e distribuição energética entre os dois corpos existem os chamados centros de força, verdadeiras usinas fluídicas, bombas centrípetas e centrífugas de captação e de emissão energética, além de distribuição, processamento, armazenamento e filtragem.
Interligando estes centros, bem como dirigindo-se aos órgãos e regiões físicas há os nádis, canais de circulação fluídica.

Atuando sobre estas áreas sutis ou diretamente sobre os órgãos doentes, regulariza-se a quantidade e o funcionamento das energias que servem de base ao corpo físico.
Por essa sumária descrição de cada um destes grandes métodos de tratamento, compreende-se que cada um deles  possui a sua própria filosofia a respeito do que seja saúde e doença. Desta filosofia é que decorre o método de tratamento. Daí, reportando-me novamente às palavras de Deleuze, em epígrafe, o máximo que podemos fazer ao estudar as outras ciências é aproveitar aquilo que possa ser aplicado ao Magnetismo a fim de dar-lhe desenvolvimento.
Seria prejudicial, porém, tentarmos moldar o seu método de tratamento fazendo uso dos conceitos fisiológicos e patológicos das demais.

A Medicina alopática entende o ser humano como um aglomerado de matérias orgânicas e segue, em termos de sistemas anátomo-fisiológicos, aquilo que a forma racional de pensar do ocidente lhe proporcionou a partir da influência de filósofos, pensadores e cientistas de várias épocas.
Já a Homeopatia, ou medicina homeopática, se serve da noção de que existe no ser humano algo que é sutil, o fluido vital, e que este é o responsável pelas manifestações saudáveis ou doentias. Este pensamento fez Hahnemann criar medicamentos sutis, que fossem capazes de regularizar as manifestações desequilibradas deste agente vital.
A Medicina Chinesa também enxerga a doença no ser humano como sendo uma expressão de desarmonias ocorridas no nível sutil-energético que podem ser regularizadas através de interferências em campos também sutis.
Com o Magnetismo não poderia ser diferente. Com o auxílio da ciência espírita e também com ajuda do Mundo Espiritual, acredito que alcançamos o conhecimento mais abrangente de todos até então. Sabemos que o homem é composto de Espírito, perispírito e corpo, onde relacionamse  pensamentos, sentimentos, emoções e comportamentos ou reações físicas. Não somente o nosso corpo adoece, mas também o perispírito e o Espírito. Sofremos interferências de diversas formas em nossa saúde: da alimentação, do sono e de todos os hábitos físicos, bem como das nossas emoções e pensamentos. Assim, o estresse pode adoecer tanto ou até mais do que uma alimentação desequilibrada.
Sentimentos de raiva ou de desvalia provocam consequências danosas ao Espírito, tanto quanto ao nosso perispírito e corpo físico.

A Medicina, Homeopatia e Magnetismo, “cada um desses meios poderá, pois, ser eficaz, se empregado a propósito e adequado à especialidade do mal; mas, seja qual for, compreendese que a substituição molecular, necessária ao restabelecimento do equilíbrio, não pode operar-se senão gradualmente, e não por encanto e por um golpe de batuta; se possível, a cura só pode ser o resultado de uma ação contínua e perseverante, mais ou menos longa, conforme a gravidade dos casos”, escreveu o Codificador na Revista Espírita já citada. A especialidade do mal a que se refere Allan Kardec define-se pela origem do problema de saúde, seja físico (Medicina) ou perispiritual (Homeopatia e Magnetismo), acrescentando-se ainda as patologias cuja origem remonta ao Espírito devedor às leis divinas, cuja especialidade pertence ao Espiritismo.

Esta é a filosofia do Magnetismo da qual deve decorrer o seu método de tratamento. O Magnetismo, a rigor, poderíamos dizer, não trata doenças, mas sim desarmonias energéticas que uma vez saneadas proporcionarão o reajuste físico.
Escreveu o Barão du Potet, um dos maiores magnetizadores da história:

“Dentro da prática, as coisas se apresentam da maneira seguinte: de um lado está o magnetizador, que dispõe de grandes reservas do fluido magnético concentrado; do outro lado está o doente: este tem um organismo magneticamente desequilibrado, seja por um funcionamento excessivamente desenvolvido, ou seja, ao contrário, por um funcionamento desacelerado. Segundo o caso, o magnetizador deverá então, acalmar os órgãos superativados facilitando o esvaziamento do excesso, ou estimulando os órgãos sem vitalidade, “injetando” neles, fluidos novos. Para operar com o objetivo de restabelecer o equilíbrio magnético rompido dentro do organismo doente, o magnetizador fará um determinado número de técnicas práticas, às vezes conhecidas desde a mais longínqua antiguidade.” (Manual do Estudante Magne-tizador)

O Magnetismo tem por regra encontrar o desequilíbrio energético e tentar regularizá-lo. Estas desarmonias podem  ser causadas por excesso ou carência de fluidos, ou ainda deficiência na sua circulação. O hábil magnetizador saberá detectar a anormalidade e saneá-la através da técnica adequada.

Espero que este texto seja útil de alguma forma para colocarnos num caminho que nos leve à melhor compreensão e desenvolvimento da prática magnética. Aguardo os comentários e as complementações de vocês leitores para construirmos juntos esse conhecimento em prol da humanidade sofredora.□
  
* Apenas com o advento do Espiritismo pôde-se explicar que as energias espirituais poderiam participar do processo de magnetização.
JORNAL VORTICE - ANO VI, Nº 03 - Agosto – 2013 


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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

SAÚDE INTEGRAL OS CHACRAS E A BIOENERGIA

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Introdução

Existe uma força imensurável, que está além do inconsciente coletivo da humanidade, uma força universal, que coordena e impulsiona tudo o que é manifesto – espírito e energia, em seus diversos planos – para a harmonia.
É uma lei transcendental que existe e sempre existiu e todo aquele que “foge” do seu campo sofre o “choque” de forças contrárias, que têm como objetivo redirecioná-lo ao equilíbrio necessário para a manutenção da Harmonia doTodo. Na verdade, o caos é apenas aparente (maya=ilusão).
Tudo no universo é interdependente – novamente, espírito e energia, em seus diversos planos – nada está só.
Nesta interdependência, forças influenciam-se mutuamente, desde planetas e galáxias inteiras até as menores partículas subatômicas. Nesta constante transformação, o caos (trevas) é constantemente transformado pela ordem (luz).
Matéria é energia em estado condensado; energia é matéria em estado radiante. Percebemos, então, que tudo no universo tem a mesma origem, o mesmo princípio, chamado na Doutrina Espírita de Fluido Universal.
Os espíritos também. Todas as consciências, apesar de únicas, individualizadas, têm a mesma origem; apesar de vivenciarem aspectos diferentes da realidade, estão imersas numa única e absoluta Realidade.
A fonte destes dois princípios – o material e o espiritual – é chamada, nas diferentes religiões, por vários nomes. Chamemos, aqui, de Deus.
Desta forma, entendemos que a harmonia é nosso estado verdadeiro e quando nos distanciamos dele surgem os efeitos (doenças).
A busca pela saúde é uma manifestação do instinto de conservação. Até os animais o manifestam.
Este livro é uma pequena introdução ao conceito de chacras, bioenergia, fluido vital (prana), a lei do karma etc.
O assunto é muito vasto e deve ser aprofundado por todo aquele que busca ampliar seus conhecimentos sobre a vida.
As doutrinas espiritualistas orientais como o hinduísmo, o budismo, o taoísmo, o tantra, a yoga etc, são ricas em informação sobre estas questões. Quem desejar se aprofundar deve estudar também as medicinas tradicionais chinesa e indiana.
Neste livro, procuramos fazer uma abordagem do ponto de vista do espiritismo, a fim de manter a linha editorial da coleção.
A partir dele, o leitor estará apto a entender como as terapias alternativas, como a acupuntura, por exemplo, atuam.
Os métodos para alcançar a saúde integral (corpo e espírito) são vários, mas as causas e efeitos dela são o mesmo: Paz, Amor e Harmonia!
Victor Rebelo
Editor
Os corpos espirituais
Por Elzio Ferreira de Souza
Comecemos com uma análise sobre o pensamento de Allan Kardec. Ele estabeleceu uma concepção tríplice acerca do homem, que seria formado pelo espírito, pelo perispírito e pelo corpo físico. Erroneamente, muitos proclamaram esta concepção como genuinamente espírita, enquanto que o codificador, reconhecendo sua anterioridade, fazia questão de lembrar a existência de antecedentes históricos que a confirmavam como um elemento presente nas mais variadas culturas. Ao seu ver, este fato constituía uma prova da universalidade do espiritismo.
Kardec não se limitou aos antecedentes oriundos das culturas orientais, mas trouxe a doutrina de Paulo de Tarso, que registrava a concepção tríplice e foi explorada por Watchman Nee, pensador protestante.
Para Paulo, o conceito de alma não é de espírito encarnado, como consta em O Livro dos Espíritos, ou de princípio inteligente, como propôs Kardec, mas corresponde ao de perispírito, intermediário entre o espírito e o corpo físico. É interessante destacar que o codificador não reinvindicava prioridades para o Espiritismo. Ao estudar comparativamente as filosofias religiosas, procurava demonstrar que a verdade nele contida estava no fundo dos tempos.
Durante a revelação espírita, foram recebidas várias mensagens e realizados experimentos que indicavam uma pluralidade de corpos espirituais, correspondendo aos vários “sharitras” ou “koshas” (corpos) das doutrinas hinduístas. O dr. Antônio J. Freire registra uma comunicação mediúnica obtida pelo coronel Albert de Rochas e ditada pelo espírito Vincent. Apresentando-se como um espírito extraterrestre, dizia que “o perispírito é constituído por uma série de invólucros mais ou menos eterizados, dos quais os habitantes do mundo astral vão se desfazendo sucessivamente, à medida que se elevam na escala de evolução, não sendo embutidos uns sobre os outros, como os tubos de um telescópio, mas se interpenetrando em todas as suas partes”.
As investigações dos grandes magnetizadores levaram à admissão dessa pluralidade de corpos espirituais.

Ver a continuação dessa matéria aqui.:  OS CORPOS SUTIS NA OBRA DE KARDEC
Fonte; http://tdmmagnetismobatuira.blogspot.com.br/

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QUAL A IMPORTÂNCIA DO CENTRO DE FORÇA ESPLÊNICO NO CIRCUITO VITAL?


Por muitas vezes já me perguntei por que será que se demorou tanto a se fazer uma melhor análise sobre o Centro Vital Esplênico!
Mesmo considerando a literatura oriental que chega até nós, percebo que invariavelmente tem sido muito acanhada a indicação da influência ou da ação desse Centro Vital em nossos campos físico, energético e mesmo espiritual. Como lido com o magnetismo há mais de 40 anos, não tinha como não me deparar com a força da presença e da ação desse verdadeiro elemento chave nos sistemas que envolvem e mantêm os espíritos encarnados.
E as maiores evidências da ação do Centro Vital Esplênico se fizeram perceber por mim quando me deparei com o problema da depressão. Havia algo que passava despercebido e que não me dava conta do que e de onde era. Tentando, testando e refletindo acerca do que sob “minhas mãos” percebia, enfim aquilo se tornara sensível, palpável, quase visível; o sistema energético do depressivo estava como que totalmente bloqueado e sem circular com um mínimo de eficiência e onde tudo se complicava era exatamente nos limites desse sistema, que hoje chamo de sistema esplênico.

Os “filtros” dos organismos estavam e sempre estiveram ali associados e nem por isso essa observação foi considerada. O sistema linfático, o sistema imunológico e aquilo que poderíamos chamar de “sistema básico da energética orgânica” estava, sempre esteve e está direta e dependentemente ligado ao funcionamento do Centro Vital Esplênico.
Por outro lado, associam-se ao sistema esplênico órgãos de capital importância para a vida humana. São eles: o baço, o pâncreas, o fígado, os rins e as glândulas suprarrenais. Além disso, dois dos nadis (canal de ligação entre centros vitais) principais do esplênico conectam-se diretamente com dois outros Centros Vitais fundamentais: o gástrico e o cardíaco; sendo que este último muitas vezes tem seu ritmo de tal forma vinculado ao esplênico que poder-se-ia dizer que o funcionamento do esplênico determina muito mais o ritmo cardíaco do que o ritmo daquele influenciaria nas funções do outro.
Chegando ao campo prático do Magnetismo, é de se ficar surpreso quando Mesmer, tratando da senhorita Paradis, atacada por problema nos olhos e uma melancolia profunda (depressão), cuidou fluidicamente do fígado dela, daí resultando em melhoras profundas naquele estado depressivo. E nem assim ficou chamada a atenção para as funções esplênicas.

Depois das avaliações e das confirmações envolvendo o Centro Esplênico e as terapias antidepressivas, passou-se a se ponderar sobre outras repercussões, especialmente quando se realizavam terapias diversas, em diversos pacientes e para atender a diferentes problemáticas, e muitos desses casos ficavam sem uma solução razoável.
Mas o pior era que não se sabia a razão. Quando se passou à associação de tratamentos considerando o Centro Esplênico no bojo das ações magnéticas, percebeu-se que havia uma mudança muito grande  – e favorável  – a favor dos resultados agora alcançados.
E isso faz todo sentido, pois se esse Centro é responsável por tantas repercussões fisiológicas e energéticas no ser humano, óbvio seria que se ele fosse bem estabilizado, normalizado e até energizado ou simplesmente rearmonizado, tudo o que dependesse dele tomaria um novo rumo.

Resultado: hoje temos reconhecido que o Centro Vital Esplênico é, de fato e de direito, um centro vital por excelência. Só para concluir, antigamente se usava, por exemplo, as técnicas perpendiculares passando as mãos apenas pela frente e pelas costas do paciente; mas quando se sabe que o Centro Vital Esplênico está “abrindo” para um ângulo inclinado (cerca de 45º) em relação ao eixo principal dos centros de posicionamento frontal e se inclui, nos perpendiculares, passar as mãos igualmente na abertura desse posicionamento do esplênico, os resultados obtidos são consideravelmente mais eficientes e imediatos.
Posso hoje assegurar, sem qualquer nesga de dúvidas, que o Centro Vital Esplênico ainda será melhor estudado, melhor conhecido e melhor considerado por muitos, inclusive por aqueles que ainda nem sequer cogitam de sua existência ou de suas ações.
JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 07     - dezembro - 2012


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DEFORMIDADES NA EXTERIORIZAÇÃO


Descrevendo o desdobramento de um médium, André Luiz nos oferece alguns dados que permitem uma comparação. “O médium, assim desligado do veículo carnal, afastou-se dois passos, deixando ver o cordão vaporoso que o prendia ao campo somático. Enquanto o equipamento fisiológico descansava imóvel, 

Castro, tateante e assombrado, surgia junto a nós em uma cópia estranha de si mesmo, porquanto, além de maior em sua configuração exterior, apresentava-se azulada à direita e alaranjada à esquerda”. O espírito esclarece ainda que, quando foi submetido a um médium para renovar as operações magnéticas, Castro teria recuado o duplo etérico até o corpo físico, que engoliu instintivamente certas faixas de força, e se apresentado normalmente fora da matéria densa a partir desse instante.

Essa deformidade existente na exteriorização do duplo etérico foi observada por Mircea Eliade. “Eu vi o corpo do médium, não o físico, mas o fluídico. Estava sentado, porém, tinha uma grande diminuição dos membros inferiores, as pernas se apresentavam curtas e disformes, projetando-se para um lado. Era uma parte distorcida, como se visse uma sombra na parede que, ao movimentar o corpo, tomasse a forma com distorção. A cor era esbranquiçada, como um duplo do médium”, contou.
A clarividente verificou que aplicaram uma espécie de “máscara”, parecida com a utilizada em combates de esgrima, antes da tela final de proteção, algo branco que dava a impressão de ser acolchoado, tomando parte da testa até mais ou menos a boca.
Ajustada essa máscara, o duplo etérico começou a tomar proporções corretas, reajustando-se todo o corpo fluídico. Porém, é de se notar que, ao invés de uma figura maior, o médium teve os membros diminuídos. Só que em outro registro, ela anotou que viu “todo o rosto do médium ondulando como uma imagem desfocada, com coloração inicialmente esbranquiçada”.

Comparando-se a descrição de André Luiz com as referidas acima, no que tange à coloração com que se apresenta o duplo etérico, notamos a divergência com relação à localização das cores azul e laranja (ou avermelhada). Em nosso grupo de trabalho, também tinha sido observada a luminosidade avermelhada à direita e azulada à esquerda, o que não só coincidia com aquelas observações, mas também com as de Shaffica Karagulla, registradas durante as pesquisas feitas sobre os pólos do ímã com a clarividente Diana.
Segundo seu registro, o campo de energia da mão direita (avermelhada) e o pólo sul do ímã (com uma névoa de cor avermelhada) se repeliam, enquanto que, ao segurar o mesmo pólo com a mão esquerda (azulada), ocorria uma atração entre os dois campos. Com o pólo norte, que apresentava uma névoa azulada, aconteceu exatamente o contrário, criando um campo de atração com a mão direita e de repulsão com a esquerda.

As cores dos pólos do ímã correspondem à descrição feita pelo barão Reinchenbach acerca de uma experiência realizada com a senhorita Nowstuy, em abril de 1774, na cidade de Viena, Áustria: pólo sul, amarelo-avermelhado; pólo norte, azul. Correspondem também às experiências do dr. Luys. Então haveria uma contradição com a descrição de André Luiz? É bem verdade que o próprio dr. Luys apurou também que alguns dos sensitivos percebiam o lado direito com uma coloração azul (violeta nos histéricos) e o esquerdo emitindo eflúvios vermelhos, o que coincide com o registro de André Luiz.
A solução dessa aparente contradição é dada pelo próprio dr. Luys. Ele esclarece que, muitas vezes, os sensitivos invertem as colorações que atribuem aos fluídos, isto é, existem aqueles que vêem o vermelho no lado direito e o azul no esquerdo. Quando isso acontece, fazem sempre do mesmo modo, apresentando-se as cores dos pólos do íma igualmente alteradas, ou seja, invertidas.

O duplo etérico também aparece à evidência de modo distinto, como se a “pele” que o reveste fosse retirada e se pudesse enxergá-lo interiormente. Há muito tempo, tivemos a ocasião de observar, ao lado de um médium que expressava a comunicação de um espírito sofredor, um duplo formado por finos fios, com uma luminosidade semelhante a tubos de neon. Parecia uma múmia, com a particularidade de que os fios eram finíssimos. Outros médiuns também realizaram observações desse tipo. “Comecei a ver o lado direito do médium, era como se estivesse todo cheio de fios, que pareciam nervos, feitos de uma substância alva, prateada. Eu não via o médium, somente os fios”, relatou Mircea Eliade. A descrição coincide com a fornecida por Karagulla, ou seja, “para o clarividente, o corpo etérico parece uma teia luminosa de linhas finas e brilhantes”.

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