domingo, 16 de dezembro de 2012

MESMERISMO E ESPIRITISMO



Jáder dos Reis Sampaio

É muito usual nos centros espíritas falar-se que o passe tem suas origens em Mesmer, contar-se sobre a tina das convulsões e que o médico vienense magnetizava a água. Estes são alguns dos aspectos do trabalho do mesmo que foi bem mais amplo e que marcou profundamente a Doutrina Espírita, seja em sua terminologia, seja nos princípios teóricos nos quais se baseia a sua prática.

Formação de Mesmer.
As opiniões sobre Franz Anton Mesmer (1734/1814) são controvertidas ainda hoje. Alguns o consideram charlatão, outros místico e biógrafos como Zweig são entusiastas em defender sua erudição e espírito científico, que afirma terem sido subvalorizados pelas instituições acadêmicas de sua época.
Sua formação intelectual foi ampla. Possuiu títulos acadêmicos em teologia, filosofia, direito e medicina. Prosseguiu estudando geologia, física, química, matemática, filosofia abstrata e música.

O Início da Clínica.
Mesmer iniciou seu trabalho clínico com magnetismo por volta de 1774, quando tornou-se moda usarem-se ímãs como terapêutica para as doenças do corpo. Entre os métodos inicialmente adotados, Mesmer aplicava diretamente ímãs sobre regiões enfermas, friccionava-as, colocava ímãs em bolsinhas de couro para que seus pacientes as usassem no pescoço, magnetizava água, taças, espelhos, vestidos, instrumentos musicais e outros objetos por fricção. Procurou um meio de acumular a energia magnética e conduzi-la. Construiu então o "baquet", ou cuba da saúde, que viria a ser conhecido como a tina das convulsões. Era um grande tanque de água em que "duas garrafas cheias de água magnetizada correm convergentes para uma barra provida de pontas condutoras móveis, das quais os pacientes podem aplicar algumas nas regiões doentes." (ZWEIG, 1956. p.37)
Posteriormente o médico vienense abandonaria os ímãs e escreveria um tratado sobre o "magnetismo animal", onde atribuiria às suas próprias mãos o desprendimento de uma força que curaria os males orgânicos e impregnaria objetos. "De todos os corpos da natureza é o próprio homem que atua com mais eficácia sobre o homem."
No mesmo ano em que redigiu seus primeiros escritos sobre o magnetismo animal (1776) ele defendeu uma tese sobre a ação dos astros sobre o homem através de um éter primordial.

Mesmeromania.
Um dos momentos importantes da clínica de Mesmer foi em Paris, na década de 80, quando o povo francês tomou-se daquilo que Zweig denomina "mesmeromania". As descrições dos biógrafos nos sugerem um misto de magnetização e misticismo. Mesmer montou três grandes cubas no seu pequeno hospital. Neste ambiente, tocava-se piano ou harmônio e Mesmer entrava na sala usando uma longa bata de seda lilás e carregando consigo um bastonete de ferro com o qual tocava as áreas afetadas dos pacientes. Enquanto caminhava pela câmara era freqüente o surgimento de convulsionários, principalmente no meio dos pacientes que se tratavam na cuba. É curioso destacar que os pacientes sob a ação do magnetizador eram chamados médiuns e o fato se deve à sua condição de meio de atuação do magnetismo animal.

Convulsionários.
Uma comissão científica composta por Lavoisier, Bailly, Jussieu, Guilhotin e Benjamim Franklin, pelo rei Luís, para pesquisar o fenômeno descreve os convulsionários como se vê:
"Uns se mostram tranqüilos; quietos e como enlevados; outros tossem, cospem, experimentam imensas dores, calor em todo o corpo e têm acessos de suor; outros são presas de convulsões extraordinárias em número, duração e força. Quando se manifestam em um deles, se transmite em seguida aos outros. A comissão as viu prolongarem-se por espaço de três horas, seguidas de expulsão pela boca de uma espécie de água turva e viscosa, devido à violência dos esforços. Observam-se nesses escarros algumas gotas de sangue.
Tais convulsões se caracterizam por irreprimíveis e repentinos movimentos dos membros e de todo o corpo, contrações na garganta, tremores na região abdominal (hipocôndrio) e na do estômago (epigástrio), perturbações e fixidez do olhar, gritos agudos, eructações, choros e acessos selvagens de riso. Seguem-se logo prolongados estados de cansaço e abatimento, languidez e prostração. O menor ruído inesperado os sobressalta em extremo e se tem observado que as mudanças de tom e compasso nas melodias que se interpretam ao piano influem nos enfermos, de modo que um crescendo os excita mais e aumenta a violência dos acessos nervosos.

Nada mais estranho do que o espetáculo dessas convulsões e quem não as viu não pode imaginá-las. Não pode também ninguém deixar de se surpreender ao ver, de uma parte, a calma perfeita de uma série de pacientes e, de outra a excitação dos restantes; os diversos incidentes que se produzem e a simpatia que reina entre eles; vêem-se enfermos que sorriem reciprocamente e conversam com grande delicadeza e afabilidade, o que abranda seus espasmos. Com sua força magnética Mesmer conserva-os subjugados e, se se acham num estado aparente de prostração, seu olhar e sua voz os reanimam num instante."
(ZWEIG, 1956. p.71)

Sonambulismo:
Junto aos convulsionários houve um outro tipo de reação, a dos médiuns sonambúlicos. Estes caíam em um estado semelhante ao sono e eram passíveis de sugestões. Mesmer, entretanto, não deu o devido valor a este fenômeno, valor que só veio a ser dado pelo Marquês de Puységur. Puységur estudou os médiuns sonambúlicos (latim: ambulo = passear, andar; somnus = sono) e descreveu coisas importantes sobre eles, como a inexplicável capacidade que possuem de andar de olhos fechados por lugares perigosos sem caírem ou acidentarem-se. Falou de um "sens interieur" ou uma dupla vista (no inglês: second sight). Os médiuns sonambúlicos podiam responder perguntas e um aprofundamento em suas faculdades acabou evoluindo para as chamadas reuniões mediúnicas do início do século XIX. Estas reuniões traziam muitos elementos do Mesmerismo, como a "cadeia" de participantes, popularmente conhecida nos dias de hoje como "corrente" ou "fechar a corrente", que era a colocação das pessoas ao lado da cuba da saúde.

Sucessores de Mesmer:
O trabalho de Mesmer desencadeou uma série de escolas que sucederam-no na tentativa de trabalhar com a ampla fenomenologia levada a público pela mesmeromania. Observam-se algumas tendências através do esquema abaixo:
1) Escola Fluidista. Explica os fenômenos pela exalação de uma substância nervosa corporal. Dos muitos ramos que esta escola possui podemos citar Deleuze, Reichembach, entre outros.
2) Escola Animista. Explica os fenômenos pela atuação da vontade sobre a consciência. Podemos citar os trabalhos de Barbarin (sugestão), James Braid (hipnose) e os desencadeados por eles como os de Charcot e Bernheim.
3) Escola Espiritualista. Explica os fenômenos pela ação de entidades extracorpóreas sobre a consciência. Podemos citar a Teosofia (Blavatsky) e o Espiritismo (Kardec).

Ressalva-se que as escolas não são mutuamente exclusivas, isto é, a explicação de uma escola não elimina a explicação de outras, embora alguns dos autores acima citados tivessem reduzido seu trabalho ao seu campo teórico e não dessem notícias dos outros.
O trabalho de Kardec cabe nas três classificações, uma vez que ele relativiza os fenômenos e atribui causas diferentes a fenômenos diferentes. A grande ênfase do seu trabalho, entretanto, reside no desenvolvimento da terceira hipótese, que ele desenvolve no sentido de diferenciá-la do seu objeto de trabalho e não buscando aprofundar-se nela.

Mesmer em Kardec.

As influências do mesmerismo na obra de Kardec são claras.
"Allan Kardec reconhece que o estudo do magnetismo despertou o seu interesse desde 1820; o que fez dizer a certos adversários do Espiritismo, como René Guenon, que os médiuns de Allan Kardec estavam hipnotizados pelo fundador do Espiritismo e que falavam segundo a vontade dele. (...) O magnetismo, escreve Kardec em 1858, preparou o caminho do Espiritismo e os rápidos progressos desta última doutrina são devidos, incontestavelmente, à vulgarização dos conhecimentos sobre a primeira. Dos fenômenos do magnetismo, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas, não há mais que um passo..."
(MOREIL, 1986. p.47)
Uma primeira influência é a da terminologia. Kardec "redefiniu" muitos termos do magnetismo. Muitos leitores do Espiritismo acreditam que ele criou as palavras, mas não é verdade: Kardec criou conceitos novos. Palavras como espírito e médium são anteriores ao codificador. O sentido atribuído a elas por Kardec é que é singular à Doutrina Espírita; são conceitos a partir dos quais ela se constitui.

Médium, para o mesmerismo, é a pessoa que se coloca sob a ação do magnetizador. Para Kardec, "todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos é, por este fato, médium." (Kardec, 1861. cap. XIV)
O termo médium sonambúlico cabe também às duas ciências com acepções diferentes. Para o mesmerismo este seria qualquer pessoa que entra em estado sonambúlico mediante a aplicação do magnetismo. Em Kardec os médiuns sonambúlicos seriam apenas os sonâmbulos capazes de acusar a presença de espíritos e servirem como seus intérpretes ou intermediários. (Kardec, 1861. § 172 a 174)
A noção de um éter primordial está presente em "O Livro dos Espíritos" e em "A Gênese", ampliada e discutida com o nome de "Fluido Universal ou Fluido Cósmico". Em ambos Kardec também trata de temas como letargia, sonambulismo, dupla vista, convulsionários e outros temas importantes ao mesmerismo.
Há três mensagens atribuídas a Mesmer, publicadas na Revista Espírita (1864, p.303 e 1865, p. 153).
Kardec publicou diversos artigos sobre o magnetismo na Revista Espírita. Neles, Kardec faz assertivas como: "O Espiritismo liga-se ao magnetismo por laços íntimos, como ciências solidárias." Ou então: "Os espíritos sempre preconizaram o magnetismo, quer como meio de cura, quer como causa primeira de uma porção de coisas..." Kardec queixou-se dos ataques desfechados por adeptos do mesmerismo em sua época contra o Espiritismo, defendeu os magnetizadores e seu tratamento à base de toques e passes magnéticos, defendeu-os também contra ações judiciais movidas por pacientes insatisfeitos. Relatou o tratamento pelo hipnotismo e descreveu o caso de pacientes tratados por Braid e Broca e por outros acadêmicos da época.

A incorporação dos "passes magnéticos" e da "água magnetizada" ao movimento espírita, não é uma mera transposição de práticas, uma vez que Kardec estudou e propôs a ação e intervenção dos espíritos no tratamento magnético, ampliando a noção de fluido.

O conhecimento do Mesmerismo e de outras doutrinas contemporâneas a Kardec facilitam o estudo da obra do codificador e nos permite fazer leituras mais precisas. Obviamente, o sentido atual de magnetismo, postulado pela Física, difere bastante do sentido do magnetismo de Mesmer. Ignorar este aspecto é perder o sentido de muitas afirmações do codificador. Muitos enganos cometidos por leitores e comentaristas desavisados, e muitas vezes polemistas contumazes, seriam mais facilmente esclarecidos se conhecêssemos melhores as nossas raízes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALZAC, Honoré. Úrsula Mirouët. A comédia humana. (3ª ed bras) Rio de Janeiro: Globo, 1955. v.5, cap.6. Primeira edição francesa em 1841.
CASTELLAN, Yvonne. La metapsíquica. Buenos Aires, Editorial Paidós, 1955.
___________________ O Espiritismo.São Paulo: Saber Atual, 1961.
EDGE, H. et al. Foundations of parapsychology. London: Routledge & Kegan Paul Inc, 1986.
ESPECHIT, A. Aksakof versus Kardec. Correio Fraterno do ABC. São Paulo, suplemento literário, fev 87, p.3, mar 87, p.1, abr 87, p.4, mai 87, p.4.
FARIA, Osmard A. O que é hipnotismo. São Paulo: Brasiliense, 1986.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. (44ª ed. pop. bras.) Rio de Janeiro: FEB, 1978. Primeira edição francesa em 1857.
_____________ O livro dos médiuns.(40ª ed. bras.) Rio de Janeiro: FEB, 1978. Primeira edição francesa em 1861.
_____________ A gênese.(16ª ed. bras.) Rio de Janeiro: FEB, 1973. Primeira edição francesa em 1868.
KARDEC, Allan (Org.) Revista espírita.(1ª ed. bras.) São Paulo: EDICEL, 1986. Traduzido das edições francesas de 1858 a 1869.
MOREIL, André. Vida e obra de Allan Kardec. São Paulo, EDICEL, 1986.
WANTUIL, Zêus, THIESEN, Francisco. Allan Kardec. Rio de Janeiro: FEB, 1980. v.2.
ZWEIG, Stephan A cura pelo espírito. Rio de Janeiro: Delta, 1956.
Extraído de SAMPAIO, Jáder (org.) Doutrina Espírita, Cristianismo e História. Belo Horizonte: Publicação Autônoma, 1996. (Publicado no Boletim GEAE Número 475 de 18 de maio de 2004)

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DE QUE FORMA O MAGNETISMO PODE AUXILIAR NOS CASOS DE OBSESSÃO



O desrespeito com que o Magnetismo vem sendo tratado pelo Movimento Espírita já chegou ao ponto de se duvidar de sua ação nos processos desobsessivos. Raciocinemos: o corpo físico é, em sua base primordial, fluido; o perispírito também é "feito" de fluído; o canal de conexão entre o obsessor e obsidiado é o perispírito, logo este é igualmente fluídico. O mundo em que nos movemos e vivemos, estejamos encarnados ou desencarnados, também é fluídico. O elemento que gera atração e repulsão é fluídico e todos os fluidos são, em última instância, a matéria fundamental do Magnetismo. Ora, se o Magnetismo pode ser até definido como vida, tamanha é sua repercussão em todos os fenômenos vitais, como se pensar em dissociar o Magnetismo das influências espirituais?

Temos sido ensinados que a questão moral é quem se apresenta como o mais relevante fator de relação entre encarnados e desencarnados; embora isso possa ser plenamente verdadeiro, como diminuir a influência fluídica nesse processo?

Se apenas a moral predominasse no processo obsessivo, todo individuo mau seria completamente dominado pelos obsessores; na prática isso não se verifica. Por outro lado, pessoas notoriamente boas e de paz jamais sofreriam assédios e influências perniciosas dos Espíritos imperfeitos, o que não condiz com as observações do dia a dia. Portanto, se as influências ocorrem e nem sempre estão contidas nos limites apenas morais é porque outro ou outros elementos influem nessa ação. Para mim parece óbvio se tratar dos campos fluídicos, portanto, magnéticos.

Isto posto, fica bastante evidente que pode haver, sim, muita influência da ação magnética na terapia desobsessiva. Se assim não fosse, Allan Kardec não teria indicado o que se segue:
A Subjugação corporal tira muitas vezes do obsidiado a energia necessária para dominar o mau Espírito. Daí o tornar-se precisa a intervenção de um terceiro, que atue, ou pelo magnetismo, ou pelo império da sua vontade.

Em falta do concurso do obsidiado, essa terceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito; porém, como este ascendente só pode ser moral, só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo e seu poder será tanto maior, quanto maior for a sua superioridade moral, porque, então, se impõe àquele, que se vê forçado a inclinar-se diante dele. Por isso é que Jesus tinha tão grande poder para expulsar o a que naquela época se chamava demônio, isto é, os maus Espíritos obsessores.

Aqui, não podemos oferecer mais do que conselhos gerais, porquanto nenhum processo material existe, como, sobretudo, nenhuma fórmula, nenhuma palavra sacramental, com o poder de expelir os Espíritos obsessores. Às vezes, o que falta ao obsidiado é força fluídica suficiente; nesse caso, a ação magnética de um bom magnetizador lhe pode ser de grande proveito. Contudo, é sempre conveniente procurar, por um médium de confiança, os conselhos de um Espírito superior, ou do anjo guardião. (grifos meus). (Livro dos Médiuns, cap. 23, item 251). Embora tratando de um caso grave (a subjugação) fica bastante evidente que a ação de um magnetizador, nos casos de desobsessão, é por demais importante.

O que deve fazer o magnetizador, então?
Atuar magnetizando apropriadamente. Quando quiser que o obsidiado expresse o que o Espírito transmite, ampliem-se os campos magnéticos apropriados (no caso da obsessão quase sempre se trata do centro umeral, que fica no alto da coluna); para suspender sua interferência, passes dispersivos nos mesmos locais onde se acionou a "atração e fixação do comunicante".

O problema maior fica por conta do obsidiado que quase nunca pode ou é convidado a participar da sessão mediúnica ou, quando vai, apenas recebe um singular "passe espiritual", sem os devidos reforços fluídicos em seu sistema como um todo (que pode ser obtido com os concentrados nos centros menos vitalizados, sempre seguidos de muitos dispersivos a fim de evitar congestões fluídicas ou concentrados desequilibrantes, o que poderia vir a favorecer ao hospedeiro obsessor).

Num artigo como este não dá para maiores detalhamentos, daí ser conveniente que os interessados estudem bem o Magnetismo para aplicá-lo com sabedoria e eficiência.Uma última observação: o Magnetismo pode e deve ser um reforço, uma verdadeira alavanca na superação dos casos de desobsessão, todavia, jamais se menospreze a oração, as boas e bem dirigidas orientações morais e a indução à melhoria íntima tanto do obsidiado como do(s) obsessor(es).

JACOB MELO


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sábado, 15 de dezembro de 2012

O PASSE


Jacob Melo,
Entrevista Para "A Jornada"
17/07/2001

     Jacob Melo, esta entrevista não pretende esgotar o assunto e sim dar uma visão geral e esclarecer algumas dúvidas e tabus sobre o Passe.
Desde já agradecemos sua colaboração.

A Jornada: — O passe é somente uma prática Espírita?

Jacob Melo: Não. Muitas religiões, seitas e mesmo terapias alternativas usam o passe como um dos seus mecanismos de cura, apesar de normalmente usarem nomes diferentes e, por vezes, princípios estranhos e confusos.

AJ: — Os passes dos Espíritas são mais ou menos eficientes dos que não crêem no Espiritismo?

JM: Conforme propuseram os Espíritos a Allan Kardec, quando acreditamos nos Espíritos temos condições de realizar verdadeiros "milagres". Mas não são apenas os espíritas que acreditam nos Espíritos. Portanto...

AJ: — Quais são os objetivos do passe? Além do físico, ele pode influir na Moral do receptor?

JM: Em tese, melhorar o paciente em vários níveis: orgânico, emocional, psíquico e espiritual. A moral pode ser alcançada em conseqüência da melhora geral obtida pelo passe, mas não que o passe, por si só, tenha em si condições de modificar a moral de alguém pelo simples fato de recebê-lo.

AJ: — É comum o passista sentir fadiga após uma sessão de passes?

JM: Sendo o passe com doação de fluidos do próprio passista (passe magnético), isto é sempre provável de ocorrer, podendo o mesmo chegar à delicada situação de fadiga fluídica (sugiro, a respeito, a leitura do capítulo referente ao tema em algum dos meus livros sobre passes: "O Passe", editado pela FEB ou "Manual do Passista", pela Minémio Túlio).

AJ: — Quando isso ocorre pode significar algum desequilíbrio do passista?

JM: Pode significar doação em excesso, uso indevido de técnicas ou mesmo congestão fluídica.

AJ: — Ao aplicar passe em uma pessoa obsidiada, o obsessor também se beneficia?

JM: Obviamente que sim, daí eles tentarem afastar suas presas dos tratamentos fluidoterápicos.

AJ: — Sabemos que no passe parte dos fluidos emanam do Passista e parte emana dos Espíritos. Qual é a porção de cada um (%)?

JM: Não é possível definir isso. Posso dizer que os chamados passes espirituais são aqueles onde os fluidos espirituais predominam, enquanto que os magnéticos são os predominantemente anímicos.

AJ: — Porque os Espíritos precisam dos passistas?

JM: Principalmente por conta da cola psíquica (recomendo a leitura dos meus livros já citados).

AJ: — Qual é a "dose" certa de fluidos a serem doados no passe? Como podemos saber?

JM: Só mesmo a prática e a observação criteriosa, apoiada no estudo, pode dizer o quanto e como se realizar certos tratamentos com fluidos.

AJ: — Qual é a duração ideal na aplicação do passe?

JM: Para os chamados passes espirituais, usualmente varia de 1 a 2 minutos. Os magnéticos são quase sempre muito mais demorados.

AJ: — Por quanto tempo os benefícios do passe podem agir sobre o receptor?

JM: Se tudo for bem assimilado e as "dosagens" forem aplicadas corretamente, os benefícios diretos chegam a mais de setenta e duas horas. Por isso se recomenda, especialmente a quem faz tratamento semanal, tomar água fluidificada ao longo da semana, como complemento indispensável do mesmo.

AJ: — O passe tem o mesmo efeito nos animais?

JM: Não. Dependendo do fluido que se aplica, pode o passe no animal chegar a matá-lo. O próprio Allan Kardec fulminou um cachorro dele.

AJ: — O passe age diferentemente nos centros de força (Chakras)?

JM: Tanto neles quanto fora deles.

AJ: — Muitos centros aplicam o passe apenas com a imposição de mãos sobre o Centro de Força Coronário, dizendo que este se encarrega de distribuir os fluidos para os outros de acordo com a necessidade. Isso é correto?

JM: Não concordo, pois se houver aplicação de fluidos magnéticos (humanos) em dosagem elevada ou com densidade muito baixa, pode haver congestionamento do centro e isso seria muito desconfortável e mesmo prejudicial ao paciente. O ideal é que após as imposições sejam aplicados dispersivos localizados para evitar essas congestões. Apenas os passes eminentemente espirituais em tese não congestionam os centros vitais por imposições.

AJ: — A fé influencia na qualidade do passe?

JM: Certamente. O Evangelho está cheio de evidências e registros.

 AJ: — O passe age sobre todas as pessoas ou somente beneficia os que têm merecimento?

JM: Age sobre todos nós, pois, de uma forma direta ou indireta, todos temos merecimento, já que todos somos filhos de Deus. Mas é preciso que se considere que nem todos receberão os benefícios na mesma intensidade nem do mesmo modo.

AJ: — Qual o cuidado ao aplicar passes em pessoas enfermas?

JM: Primeiro, saber o que está fazendo; depois, evitar os riscos decorrentes de doenças infecto contagiosas; por fim, não expô-la a situações perigosas ou constrangedoras.

AJ: — Quando a origem do problema é cármica, o passe pode interferir?

JM: Entendendo por "cármica" a expressão decorrente da lei de causa e efeito, pode sim. Veja-se que uma doença, qualquer uma, normalmente tem uma origem cármica — seja de um passado distante, seja de um passado imediato. E como os passes atuam com relativa eficiência em muitas destas, obviamente ele interfere no carma.

AJ: — Qual deve ser a condição física e moral do passista?

JM: Fisicamente o passista deve estar com o organismo isento de vícios, não contaminado nem congestionado, medianamente alimentado e ser "usinador" de fluidos, para o caso do passista magnético (abstração feita a mulher gestante, crianças, pessoas com problemas mentais e/ou obsessivos, indivíduos tomando remédios controlados ou que atuem no sistema nervoso central, crianças, jovens e idosos em carência fluídica). Em termos morais, o ideal é que ele esteja bem harmonizado, em estado de oração e com a consciência tranqüila.

AJ: — Há pessoas "viciadas" em passes, são os conhecidos "Papa passes", isso pode ser prejudicial a eles?

JM: Todas as vezes que nos apropriamos indevidamente de algo que poderia ser destinado com maior proveito a outrem, estamos, por isso mesmo, contraindo compromissos. Isto, por si só, já indica que o "papa passes" está se prejudicando. Depois, em termos mais diretos, tomar muitos e seguidos passes pode congestioná-lo ou sugestioná-lo negativamente, de sorte que quando vier realmente a precisar dos passes os mesmos não façam o efeito desejado.

AJ: — Como funciona o passe a distância?

JM: Mais conhecido como irradiação, sua ocorrência ideal se verifica quando emissor (passista) e paciente estão sintonizados, ao mesmo tempo, no sentido de dar e receber os fluidos em trânsito. Esta sintonia favorece significativamente os resultados.

AJ: — Quais são os tipos de passe e qual a diferença entre eles?

JM: Podemos generalizar e considerar apenas três: os espirituais, os magnéticos e os mistos. Nos primeiros, os fluidos são predominantemente dos Espíritos; nos magnéticos, preponderam os fluidos do magnetizador; e nos mistos, há uma espécie de equilíbrio entre as duas fontes de fluidos.

AJ: — O passe aplicado em pessoas inconscientes tem o mesmo efeito?

JM: Dependendo da inconsciência, sim ou não. Se se trata de alguém dormindo ou em coma, por exemplo, o resultado pode ser considerado muito bom, mas se a causa da inconsciência é motivada por bebidas ou efeitos de drogas, haverá uma perda substancial dos benefícios.

AJ: — Como a alimentação influencia na qualidade do passe (Passista e Receptor)?

JM: Para ambos os envolvidos, uma alimentação pesada, muito carnívora, hiperácida, muito condimentada ou muito volumosa, há embaraços de diversos matrizes, todos eles prejudicando tanto a doação quanto a captação. Para o passista, o jejum também é potencialmente prejudicial, tanto na "usinagem" quanto para seu próprio aparelho digestivo. O ideal é fazer uma refeição leve antes do passe, de preferência sem carnes e sem estimulantes.

AJ: — Qual a importância das Palestras que ocorrem antes dos Passes?

JM: Muito grande. Pelas palestras doutrinárias podemos dar o complemento indispensável que o "bom passe" solicita. Como o passe deve atender a um tratamento integral, holístico, a explanação evangélica, tratando da moral e das idéias, favorece a que as reformas interiores sejam analisadas e mais facilmente assimiladas.

AJ: — O passe pode ser aplicado em qualquer local ou somente nas Casas Espíritas?

JM: Observadas as questões de conveniências e de condições gerais de equilíbrio e bom senso, o passe pode ser aplicado em qualquer lugar, a qualquer hora. Todavia, ressalto que o local ideal será sempre a Casa Espírita.

AJ: — Os passes coletivo surtem o mesmo efeito?

JM: Em tese sim, mas casos que requeiram tratamento especializado e com a presença e a atuação direta de um magnetizador serão melhor resolvidos se contarem com outras condições mais apropriadas.

AJ: — Qual deve ser a postura do passista ao aplicar o passe? (Postura, respiração, atitude mental, roupas, etc.)

JM: Sobretudo, a da coerência com a moral ensinada pela Doutrina Espírita. Nada de excessos nem de faltas; nada de exageros ou despropósitos. O equilíbrio é a posição mais sensata. Com ele, nada de respirações ofegantes nem excessivas gesticulações (salvo os casos que requeiram técnicas, as quais devem ser sabidas, conhecidas e bem realizadas). A atitude mental deve ser de oração e comunhão com o mundo espiritual superior; de fé, confiança e de conhecimento acerca do que realiza.

AJ: — No momento do passe como devem ser os "Pensamentos" do Passista?

JM: De amor; pelo que faz, pelo paciente, pelos Espíritos e por si mesmo. Só quem ama verdadeiramente está habilitada a transmitir com eficiência projeções amorosas. Para se conseguir esse estado, deve-se amar continuamente. E como ponte, a oração e a fé são fundamentos básicos.

AJ: — Qual é a distância ideal entre as mãos do passista e o receptor?

JM: Depende do que pretenda realizar. Sugiro o estudo do magnetismo para saber o que de fato deve ser feito — particularmente, posso recomendar meus dois livros já mencionados.
  
AJ: — Uma pessoa pode aplicar passe em si mesmo?

JM: Pode, mas nem sempre é eficaz. Se a necessidade do auto passe prende-se a problemas emocionais, psicológicos e/ou espirituais, dificilmente uma técnica de passes, que não seja a meditação e/ou a oração, resultará positiva. Mas para casos orgânicos e/ou perispirituais localizados pode ser que o auto passe desempenhe relevante papel. Mais uma vez, será necessário o estudo detido do assunto para se ter certeza do que, como, quando e onde fazer.

AJ: — Os passes devem ser aplicados de uma maneira diferente nas crianças?

JM: Normalmente o são. As crianças recebem, via de regra, fluidos muito subtis, bem menos densos do que os adultos e idosos. Assim, é conveniente evitar-se demorados concentrados fluídicos em crianças (principalmente por imposições) e, por medida de segurança, terminar os passes nelas com técnicas dispersivas.

AJ: — Os passes podem interferir na mediunidade da pessoa que está recebendo, despertando ou interferindo? Como agir no caso de manifestação mediúnica no momento do passe?

JM: Se for numa cabine, tentar evitar aplicando-se dispersivos sobre o coronário, frontal e laríngeo ou mesmo sobre o umeral (vide "Manual do Passista"). Mas se for numa reunião mediúnica, onde se pretenda uma manifestação, fazer-se concentrados fluídicos nesses mesmos centros.

AJ: — Pode-se aplicar passe em desdobramento (viagem astral)?

JM: Pode sim e temos disso vários depoimentos.

AJ: — Como os remédios podem interferir no Passe (Passista e receptor)?

JM: Positivamente, quando favorecendo ao refazimento do organismo; negativamente, quando agindo de forma contrária ou congestionando o paciente. Vejamos um exemplo. Os compostos e tratamentos radioterápicos resolvem partes dos problemas a que se destinam, mas seus efeitos colaterais são "terríveis". Passistas harmonizados podem ajudar sobremaneira nesses tratamentos. Mas quando o passista toma ou ingere alguns medicamentos que atacam o sistema nervoso, podem vir a prejudicar os pacientes, pelo que deve ser observado muito critério para tais casos.

AJ: — Se por acaso um passista cobra pelo seu "serviço" (soube que isto ocorre nos EUA), isto influi na qualidade de seu passe?

JM: Duas coisas: a moral ou a ausência dela não interfere diretamente no magnetismo, mas as desarmonias que uma ausência de moral provoca pode afetar negativamente as usinagens fluídicas, vindo a desnaturá-las. A cobrança pelo serviço do "passe espírita" é totalmente despropositada e anti-doutrinária, pelo que deve ser evitada. Mas pessoas que estudam o magnetismo e suas variantes e se "formam", por assim dizer, podem exercer a faculdade, que é como uma outra qualquer. Um outro ponto a destacar é que tenho visitado regularmente os Estados Unidos e não tenho visto nem sabido de grupos e/ou passistas que cobrem pelos seus serviços de passes. A exceção de dá por aqueles que não são espíritas e praticam toda sorte de técnicas em nome de cursos e treinamentos os mais variados possíveis que fazem.

 AJ: — No caso das gestantes, como devemos agir? Elas podem aplicar ou receber passes?

JM: A prudência recomenda que elas se abstenham de aplicar, principalmente se elas forem magnetizadoras. Como pacientes, normalmente lhes são indicados passes dispersivos.

AJ: — Pode-se aplicar passe na criança ainda no período de gestação?

JM: Pode sim, mas usualmente aplicamos passes na mãe e os fluidos, por ela, atingem a criança naquilo que elas necessitam.

AJ: — Muitas pessoas mantém as mãos viradas para cima para "receber" melhor o passe. Isso faz diferença?

JM: Nenhuma, a não ser pelo atavismo de que possam estar envolvidas. As mãos abertas para cima indicam que a mente está "pedindo", não passando, portanto, de uma resposta fisiológica para uma atitude psicológica.

AJ: — No momento do passe o passista deve manter os olhos abertos?

JM: O ideal é que ele esteja de olhos semicerrados. É mais seguro.

AJ: — Há casas Espíritas que dizem que o passe só pode ser aplicado por uma pessoa do mesmo sexo do receptor, alegando que há diferenças no tipo de fluidos de homens e mulheres. Isso é correto?

JM: No meu modo de ver e sentir a realidade do magnetismo, esse argumento não passa pelo crivo do bom senso nem da lógica.

AJ: — No centro em que atuo, a Câmara de Passes possui até 22 passistas trabalhando ao mesmo tempo. Já que as pessoas atendidas têm necessidades diferentes, pode haver algum tipo de "interferência" ou "mistura" de fluidos?

JM: Não creio. Além do direcionamento feito por cada passista, o Mundo Espiritual normalmente atua com muita eficiência nessas ocasiões.

AJ: — Fora do Espiritismo existem as Benzedeiras. O que elas fazem pode ser chamado de Passe?

JM: Pode sim. A diferença é que elas não estudam, mas, se observarmos com cuidado, elas fazem a aplicação das técnicas do magnetismo com muita propriedade e riqueza, dando verdadeiros "banhos" de conhecimentos em muitos passistas espíritas.

AJ: — Qual deve ser o comportamento do passista no dia em que for aplicar passes em termos de alimentação, atividades físicas, sexo, vícios, etc.?

JM: O de moderação. Alimentação leve e quantidades menores do que as habituais, atividades físicas nunca além do necessário, evitar-se práticas sexuais ou mesmo provocações da libido, abster-se dos vícios, inclusive os mentais e orar bastante, policiando-se para não se stressar ou se descontrolar emocionalmente.

AJ: — Para finalizar, gostaríamos de saber sua opinião sobre a atuação dos sites Espíritas quanto a divulgação e o estudo da Doutrina Espírita?

 JM: Estão muito bons, mas para ótimos ainda teremos um longo caminho a percorrer. Mas isso é natural. Apenas não deveríamos nos acomodar, pensando que já temos e fazemos o melhor.

AJ: — Considerações finais.

JM: Muito obrigado pela oportunidade desta entrevista. Quero dizer aos amigos que nos leram que em fins de agosto de 2001 estaremos lançando um novo trabalho sobre passes, pela editora Martin Claret (de São Paulo). Trata-se do livro: "Cure-se e cure pelo passe". Um livro feito à base de perguntas e respostas e muitas ilustrações de primeiríssima qualidade. Aguardo vocês nas páginas desse novo livro. Até lá!!!
Muita Paz!

Abraço,

Jacob Melo
Fonte: A Jornada
Postado por Daniel de Almeida Giroto 


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