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sábado, 9 de agosto de 2014

EXPOENTE DA CODIFICAÇÃO DELPHINE DE GIRARDIN



Nasceu Delphine Gay em Aix-La-Chapelle em 26 de janeiro de 1804, o mesmo ano do Codificador e desencarnou na capital francesa em 29 de junho de 1855.

Foi poetisa que freqüentou os salões de Mme Récamier. Casou-se com Émile de Girardin, jornalista e político francês, passando então a ser conhecida como sra. Émile de Girardin.

Ela mesma se tornou jornalista, após o casamento em 1831, escrevendo no jornal La Presse no período de 1836 a 1848, sob o pseudônimo de visconde de Launay, interessantes crônicas da sociedade do tempo de Luís Filipe. Essas crônicas ficaram conhecidas como cartas parisienses.

Publicou também romances, tragédias e comédias. Era, positivamente, grande médium inspirada.

Personalidade muito conhecida no meio poético, freqüentando os salões literários onde se reuniam as celebridades do momento, muito natural que ela tomasse contato com as mesas girantes.

Desde o primeiro contato com as mesas ela se convenceu da veracidade das manifestações. Teve oportunidade de se encontrar com o professor Rivail pessoalmente. Possivelmente, em alguma das reuniões que ele freqüentava, nas suas pesquisas em torno dos fenômenos que assombravam Paris.

Amiga pessoal de Victor Hugo, os acontecimentos políticos do ano de 1851 e o exílio de seus amigos a marcaram de forma cruel.

Fiel à amizade ela decidiu levar conforto moral aos pobres proscritos. Lançou-se ao mar e em 6 de setembro de 1853 desembarcou em Jersey, uma pequena ilha de 116 quilômetros quadrados.

O cansaço a tomava por inteiro. A viagem foi excessivamente fatigante. Diga-se de passagem: ela já se encontrava doente. O câncer a devorava.

Dinâmica, contudo, ela não se deixava abater em demasia. Um pouco triste e melancólica, mas igualmente feliz por rever seus amigos, ela reencontrou Victor Hugo e a família.

À hora do jantar, narrou as notícias de Paris, no intuito de trazer um pouco da pátria para os exilados. Com entusiasmo se referiu às mesas girantes. Na pequena ilha de Jersey algumas tentativas tinham sido feitas, sem sucesso.

Delphine, sem aguardar a sobremesa, saiu em busca de uma mesa pequena, redonda. As sessões foram longas e cansativas. Parecem não ter tido sucesso nos primeiros cinco dias.

Victor Hugo, cético, aderiu às reuniões somente para não desgostar a amiga. Finalmente, no domingo, 11 de setembro, a concentração, o silêncio foram recompensados. Uma comunicação aconteceu. Uma comunicação que mudaria os rumos da vida do grande poeta francês. Quem se comunicou, através da mesa foi nada mais, nada menos que sua filha Leopoldine. Sua amada filha, morta durante a lua-de-mel, afogada em um lago, num passeio de barco com o marido.

Em "O Evangelho segundo o espiritismo" o espírito de Delphine de Girardin assina a mensagem "A desgraça real" no capítulo V (Bem aventurados os aflitos), item 24.

Fontes de consulta:

Mutigny, Jean de. Victor Hugo et le spiritisme.
Enciclopédia Mirador Internacional
Jornal Mundo Espírita - Janeiro de 2000


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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

COLÔNIAS ESPIRITUAIS

Por Thiago S. Argolo e Riviane Damásio


Pintura de Jacques Réattu 1760-1833: Der Triumph der Zivilisation ("Os Deuses do Olimpo")

Desde a chegada do Espiritismo no Brasil, há décadas, vem se acumulando assustadoramente livros e livros de espíritas e espíritos que estão na prateleira do Espiritismo. Mas basta um leitor mais cuidadoso confrontar o conteúdo com a base da Doutrina Espírita, que atende pelo nome de O Livro dos Espíritos que veremos o choque de conceitos, claramente expressos entre um e outro. O cume deste confronto ideológico de conceitos atende pelo nome de “Colônias Espirituais”.

Os incautos podem então afirmar que tanto numa quanto na outra obra, são retratadas palavras de espíritos, e nada há para validar ou invalidar as afirmações. Entretanto, ao curioso e atento leitor que pretenda se denominar Espírita, não há de ter passado despercebido bem no início de O Evangelho Segundo o Espiritismo – outra obra considerada básica no cerne doutrinário espírita – um capítulo que atende pelo nome de CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS – CUEE.  Temos ali, revelados numa linguagem relativamente simples e inteligível, o caminho das pedras para a validação de uma obra espírita, inclusive e principalmente, o caminho de aferição da própria Doutrina Espírita, que não “caiu do céu” simplesmente, como acontece com tanta literatura fácil no meio.
O CUEE mostra a preocupação dos Espíritos, acatada por Kardec em todo o seu trabalho, do uso de metodologia, razão e bom senso.  O cuidado no aceitar qualquer coisa que venha de um médium ou de um espírito, está refletido no alerta do CUEE e também em toda a obra de O Livro dos Médiuns.

Deparamo-nos então com dois tipos de erros graves: A preguiça de aferir pelo método aquilo que supostamente é revelado como novo e o descaso com o rico conteúdo doutrinário que apesar de não estar fechado, ainda é jovem, e fonte preciosa de estudos e revelações. E não raras vezes, a doutrina é rechaçada pela prática espírita vigente, virando mero objeto de ilustração, supostamente inspirando por aí, supostos “filhos” ou filiados desta doutrina, mas que não trazem em suas obras, colocações e práticas doutrinárias - o fruto que comprovaria seu DNA.

No mais, no capítulo do Controle Universal do Ensino dos Espíritas, temos o alerta tão especialmente perfeito:
“Os Espíritos Superiores procedem, nas suas revelações, com extrema prudência. Só abordam as grandes questões da doutrina de maneira gradual, à medida que a inteligência se torna apta a compreenderas verdades de uma ordem mais elevada, e que as circunstâncias INTRODUÇÃO são propícias para a emissão de uma idéia nova. Eis porque, desde o começo, eles não disseram tudo, e nem o disseram até agora, não cedendo jamais à impaciência de pessoas muito apressadas, que desejam colher os frutos antes de amadurecerem. Seria, pois, inútil, querer antecipar o tempo marcado pela Providência para cada coisa, porque então os Espíritos verdadeiramente sérios recusam-se positivamente a ajudar. Os Espíritos levianos, porém, pouco se incomodando com a verdade, a tudo respondem. É por essa razão que, sobre todas as questões prematuras, há sempre respostas contraditórias.”

Como é vida após a morte? Seria a pergunta chave que culmina em tanta controvérsia entre espíritas diversos. Por um lado, defensores do relato dos Espíritos Superiores, Laboratório de estudos psíquicos de Kardec, e outras obras mais antenadas com o Espiritismo, acham graça dos mitos que permeiam as crenças: umbrais, colônias, hospícios, hospitais, verdadeiros elefantes brancos espirituais, que em suma se existissem não justificariam a encarnação, pois sendo cópia do mundo terrestre, desnecessário seria aos espíritos destes mundos encarnarem para sua evolução.

O choque materialista, trava a batalha da razão versus a emoção de evitar conceber um mundo espiritual sem os acessórios terrenos. Na instrução dos Espíritos da Codificação, concluímos após leitura atenta, que a Terra não é uma cópia do plano espiritual, sendo o mundo espiritual o principal e o material, secundário que poderia até mesmo não existir. Este mundo é fruto das nossas necessidades materiais e orgânicas enquanto espíritos encarnados, desnecessário, portanto, ao espírito desencarnado, cujo foco é o seu progresso intelectual e moral.  O ambiente terrestre também pode ser concebido como o laboratório onde iremos colocar em ação vivencial os nossos avanços.  Se em erraticidade tivéssemos uma cópia da terra, encarnar seria supérfluo e desnecessário. Não haveria motivo para encarnar, se no mundo espiritual apresenta as mesmas condições materiais para se evoluir.

Em certa literatura que se denomina Espírita, lemos:“O Umbral – continuou ele, solícito – começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos.” (...) “O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima, a prestações, o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena."

Entra então o conceito de existir. Será Existência "real/material" ou existência "psíquica"? Segundo O Livro dos Médiuns, nos redutos espirituais não há existência concreta, são de curta duração, transitórias, fluídicas... O Livro dos Espíritos afirma que não existe purgatório e nenhum local destinado a penas ou sofrimentos, o que existem são aglomerações por afinidades de Espíritos ainda apegados à matéria. Necessidades materiais apenas são contempladas em mundos materiais e não num contexto espiritual. Temos então, vários mundos materiais, prontinhos para serem  sugados/desbravados/obsedados por espíritos ainda apegados à matéria, que não precisam demandar tempo e esforço em criarem clones terrestres deste à moeda até os trambolhos habitacionais.

Os espíritos em erraticidade e encontram numa dimensão invisível ao nosso olhar racional, mas tecnicamente podem estar aqui do nosso lado, se ainda apegados aos nossos impulsos primários e muito distantes se avançados em sua evolução.
Cabe-nos entender principalmente que o caminho evolutivo é longo e penoso. Não só para os que desligados do corpo terrestre, caminham para o fim destinado a todos os espíritos – o da purificação – quanto aos que se encontram neste intervalo encarnatório, em lutas quixotescas contra as páginas de Kardec e dos Espíritos da Codificação que tão bem ilustram nossas dúvidas e anseios do porvir. Duvidas estas embaçadas pelos nossos olhos que se recusam a ver e nosso orgulho se recusa a entender.

REFERÊNCIAS
KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos – 1857. Tradução Ed. Lake, 1995, Herculano Pires
KARDEC, Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo - 1863, Tradução Ed. Lake, 2003, Herculano Pires
XAVIER, Chico , Nosso Lar - Ed. Feb, 1944 - 45ª edição

Fonte; NEFCA -NÚCLEO ESPÍRITA DE FILOSOFIA E CINCIA APLICADA


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