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terça-feira, 25 de setembro de 2012

BIOGRAFIA - LÉON DENIS


Léon Denis (lê-se: dení) nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de Tours, em França, a 1o. de Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da família. Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que os amigos invisíveis o auxiliavam. Ao invés de participar em brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais possível. Lia obras sérias, conseguindo assim, com esforço próprio desenvolver a sua inteligência. Tomou-se um autodidata sério e competente.

Aos 18 anos tomou-se representante comercial da empresa onde trabalhava, fato que o obrigava a viagens constantes, situação que se manteve até à sua reforma e manteve ainda depois por mais algum tempo. Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou concerto. Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar acordes para seu próprio devaneio. Não fumava, era quase exclusivamente vegetariano e não fazia uso de bebidas fermentadas. Encontrava na água a sua bebida ideal.

Era seu hábito olhar com interesse, para os livros expostos nas livrarias. Um dia, ainda com 18anos, o chamado acaso fez com que a sua atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Esse livro era “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec. Dispondo do dinheiro necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar entregou-se com avidez à leitura. O próprio Denis disse:

“Nele encontrei a solução clara, completa e lógica, acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas”.

O ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado, durante o qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o positivismo que olham para o Espiritismo com ironia e risadas e os crentes das demais correntes religiosas, que não hesitam em aliar-se aos ateus, para o ridicularizar e enfraquecer Léon Denis porém, como bom paladino, enfrenta a tempestade. Os companheiros invisíveis colocam-se ao seu lado para o encorajar e exortá-lo à luta. “Coragem, amigo” – diz-lhe o espírito de Jeanne – “estaremos sempre contigo para te sustentar e inspirar. Jamais estarás só. Meios ser-te-ão dados, em tempo, para bem cumprires a tua obra”. A 2 de Novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira vez, daquele Espírito que, durante meio século, havia de ser o seu guia, o seu melhor amigo, o seu pai espiritual – Jerônimo de Praga – que lhe disse: “Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti. Caminharei atrás de ti para te sustentar”.

A partir de 1910, a visão de Léon Denis foi, dia a dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o viram queixar-se. Todavia, bem podemos avaliar quão grande devia ser o seu sofrimento. Apesar deste, mantinha volumosa correspondência. Jamais se aborrecia; amava a juventude e possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza. O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que experimentava pelo fato de não mais poder manejar a pena. Secretárias ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade para Denis, consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem molestar ou importunar os amigos.

Após a 1a. Grande Guerra, aprendeu braille, o que lhe permitiu fixar no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito, pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.

Em Março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que intitulou de “O Gênio Céltico e o Mundo Invisível”. Neste mesmo mês a “Revue Spirite” publicava o seu derradeiro artigo.

Terça-feira, 12 de Março de 1927 pelas 13horas, respirava Denis com grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar da muita dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: “É preciso terminar, resumir e… concluir”. Fazia alusão ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe completamente as forças, para que pudesse articular outras palavras. Às 21:00 horas o seu espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.

As cerimônias fúnebres realizaram-se a 16 de Abril. A seu pedido, o enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.

Dentre os grandes apóstolos do Espiritismo, a figura exponencial de Léon Denis merece referência toda especial, principalmente em vista de ter sido o continuador lógico da obra de Allan Kardec. Podemos afiançar mesmo que constitui tarefa sumamente difícil tentar biografar essa grande vida, dada a magnitude de sua missão terrena, na qual não sabemos o que mais salientar: a sua personalidade contagiante, o bom senso de que era dotado, a operosidade no trabalho, a dedicação ímpar aos seus semelhantes e o acendrado amor que devotava aos ideais que esposava.

Léon Denis foi o consolidador do Espiritismo. Não foi apenas o substituto e continuador de Allan Kardec, como geralmente se pensa. Denis tinha uma missão quase tão grandiosa quanto à do Codificador. Cabia-lhe desenvolver os estudos doutrinários, continuar as pesquisas mediúnicas, impulsionar o movimento espírita na França e no Mundo, aprofundar o aspecto moral da Doutrina e sobretudo consolidá-la nas primeiras décadas do Século. Nessa nova Bíblia ( o Espiritismo) o papel de Kardec é o sábio e o papel de Denis é o de filósofo. Léon Denis foi cognominado o APÓSTOLO DO ESPIRITISMO e pela magnífica atuação desenvolvida, pela palavra escrita e falada, em favor da nova Doutrina foi, também, o seu Consolidador O “filósofo do Espiritismo”, de acentuadas qualidades morais, dedicou toda unia longa vida à defesa dos postulados que Kardec transmitira nos livros do pentateuco espírita, O aspecto moral (religioso) da Doutrina, os princípios superiores da Vida, a instrução, a família, mereceram dele cuidados extremos e, por isso mesmo, sua vida de provações, exemplo de trabalho, perseverança e fé, é um roteiro de luz para os espíritas, diremos mais, para os homens de bem de todos os tempos. Em palavras de confiança e fé, ele mesmo resumiu assim a missão que viera desempenhar em favor de uma nobre causa: “Consagrei esta existência ao serviço de uma grande causa, o Espiritismo ou Espiritualismo moderno, que será certamente a crença universal, a religião do futuro”.

A sua bibliografia é bastante vasta e composta de obras monumentais que enriquecem as bibliotecas espíritas. Deve-se a ele a oportunidade ímpar que os espíritas tiveram de ver ampliados novos ângulos do aspecto filosófico da Doutrina Espírita, pois, as suas obras de um modo geral focalizam numerosos problemas que assolam os homens, e também a sempre momentosa questão da sobrevivência da alma humana em seu laborioso processo evolutivo. Léon Denis imortalizou-se na gigantesca tarefa de dissecar problemas atinentes às aflições que acometem os seres encarnados, fornecendo valiosos subsídios no sentido de lançar novas luzes sobre a problemática das tribulações terrenas, deixou de lado os conceitos até então prevalecentes para apresentá-la aureolada de ensinamentos altamente consoladores, hauridos nas fontes inesgotáveis da Doutrina dos Espíritos.

Dedicando-se ao estudo aprofundado do Espiritismo, em seu tríplice aspecto de ciência, filosofia e religião, demorou-se com maior persistência na abordagem do seu aspecto filosófico. Concomitantemente com os seus profundos estudos nesse campo, também deu a sua contribuição, valiosa na abordagem e estudo de assuntos históricos, fornecendo importantes subsídios no sentido de esclareceras origens celtas da França e no tocante ao dramático episódio do martírio de Joana D’Arc, a grande médium francesa. Seus estudos não pararam aí; ele preocupou-se sobremaneira com as origens do Cristianismo e o seu processo evolutivo através dos tempos.

Dentre as suas múltiplas ocupações, foi presidente de honra da União Espírita Francesa, membro honorário da Federação Espírita Internacional, presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris, no ano de 1925. Teve também a oportunidade de dirigir durante longos anos, um grupo experimental de Espiritismo, na cidade francesa de Tours.

A sua atuação no seio do Espiritismo foi bastante diversa daquela desenvolvida por Allan Kardec. Enquanto o Codificador exerceu suas nobilitantes atividades na própria capital francesa, Léon Denis desempenhou a sua dignificante tarefa na província. A sua inusitada capacidade intelectual e o descortino que tinha das coisas transcendentais, fizeram com que o movimento espírita francês, e mesmo mundial, gravitasse em torno da cidade de Tours. Após a desencarnação de Allan Kardec, essa cidade tornou-se o ponto de convergência de todos os que desejavam tomar contato com o Espiritismo, recebendo as luzes do conhecimento, pois, inegavelmente, a plêiade de Espíritos que tinha por incumbência o êxito de processo de revelação do Espiritismo, levou ao grande apóstolo toda a sustentação necessária a fim de que a nova doutrina se firmasse de forma ampla e irrestrita.

Enquanto Kardec se destacou como uma personalidade de formação universitária, que firmou seu nome nas letras e nas ciências, antes de se dedicar às pesquisas espíritas e codificar o Espiritismo, Léon Denis foi um autodidata que se preparou em silêncio, na obscuridade e na pobreza material, para surgir subitamente no cenário intelectual e impor-se com conferencista o escritor de renome, tornando-se figura exponencial no campo da divulgação doutrinária do Espiritismo. Denis possuía uma inteligência robusta, era um Espírito preclaro, grande orador e escritor, desfrutando de apreciável grau de intuição. Referindo-se a ele, escreveu o seu contemporâneo Gabriel Gobron: “Ele conheceu verdadeiros triunfos e aqueles que tiveram a rara felicidade de ouvi-lo falar a uma assistência de duas ou três mil pessoas, sabem perfeitamente quão encantadora e convincente era a sua oratória.”

Denis jamais cursou uma academia oficial, entretanto, formou-se na escola prática da vida, na qual a dor própria e alheia, o trabalho mal retribuído, as privações heróicas ensinam a verdadeira sabedoria, por isso dizia sempre: “Os que não conhecem dessas lições, ignoram sempre um dos mais comovedores lados da vida.” Com o concurso de sua inteligência invulgar furtar-se-ia à pobreza, mas ele preferiu viver nela, pois em sua opinião era difícil acumular egoisticamente para si, aquilo que ele recebia para repartir com os seus semelhantes.

Com idade bastante avançada, cego e com uma constituição física relativamente fraca, vivia ainda cheio de tribulações. Nada disso, entretanto, mudava o seu modo de proceder Apesar de todas essas condições adversas, a todos ele recebia obsequioso. Desde as primeiras horas da manhã ditava volumosa correspondência, respondendo aos apelos das inúmeras sociedades que fundara ou de que era presidente honorário. Onde quer que comparecesse, ali davam-lhe sempre o lugar de maior destaque, lugar conquistado ao preço de profunda dedicação, perseverança e incansável operosidade no bem.

Fonte; http://mundomaior.wordpress.com/

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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A MEDIUNIDADE, POR LÉON DENIS



Chama-se Mediunidade, o conjunto de faculdades que permitem ao ser humano comunicar-se com o Mundo Invisível.
O médium desfruta, por antecipação, dos meios de percepção e de sensação que pertencem mais à vida do espírito que à do homem, por isso tem o privilégio de servir de traço de união entre eles.
Toda extensão das percepções da alma é uma preparação para uma vida mais ampla e mais elevada, uma saída aberta a um horizonte mais vasto. Sob este ponto de vista, as mediunidades, em conjunto, representam uma fase transitória entre a vida terrestre e a vida livre do espaço.

O primeiro fenômeno desse gênero, que chamou a atenção dos homens, foi o da visão. Por ela se revelaram, desde a origem dos tempos, a existência do mundo do Além e a intervenção, entre nós, das almas dos mortos. Estas manifestações, ao se repetirem, deram nascimento ao culto dos espíritos, ponto de partida e base de todas as religiões. Depois, as relações entre os habitantes da Terra e do Espaço se estabeleceram das mais diversas e variadas formas, que se foram desenvolvendo através dos tempos, sob diferentes nomes, mas todas partem de um único princípio.
Por meio da mediunidade sempre existiu um laço entre ambos os mundos, uma via traçada pela qual a alma humana recebia revelações, gradualmente mais elevadas, acerca do bem e do dever, luzes cada vez mais vivas sobre seus destinos imortais.
Os grandes espíritos, por motivo de sua evolução, adquirem conhecimentos progressivamente mais amplos e se convertem em instrutores, em guias dos humanos cativos na matéria.

Por todos os procedimentos medianímicos, os espíritos superiores se esforçam em trazer a alma humana das profundidades da matéria para as altas e sublimes verdades que regem o Universo, para que se revistam dos altos fins da vida e encarem a morte sem terror, para que aprendam a desprender-se dos bens passageiros da Terra e prefiram os bens imperecíveis do espírito.
A autoridade e o prestígio de seus ensinamentos ficam realçados ainda mais pelas profecias, pelas previsões que os precedem ou os acompanham.
Aos espíritos superiores se unem as almas amigas dos parentes mortos, cuja solicitude continua estendendo-se sobre nós, assistindo-nos em nossas dolorosas lutas contra a adversidade e contra o mal.
Então pode-se ver como se estabeleceu a comunicação dos vivos e dos mortos; como se constitui essa fronteira ideal onde as duas humanidades, uma visível e a outra invisível, entram em contato; como, graças a essa penetração, se estende e se esclarece nosso conhecimento da vida futura, a noção que possuímos das leis morais que a regem, com todas as suas conseqüências e suas sanções.

Assim, a mediunidade bem exercida se converte em um manancial de luzes e consolos. Por seu intermédio, as vozes do Alto nos dizem:
Escutai nossas chamadas; vós que buscais e chorais não estais abandonados... Temos sofrido para lograr estabelecer um meio de comunicação entre o vosso mundo esquecido e o nosso mundo de recordações.
A mediunidade já não se verá enxovalhada, menosprezada, maldita, porque os homens já não poderão desconhecê-la. Ela é o único laço possível entre os vivos e nós, a quem nos chamam mortos.

Esperai, não deixaremos fechar-se a porta que temos entreaberta para que, em meio às vossas dúvidas e vossas inquietudes, possais entrever as claridades celestes.”
A alma não pode achar harmonia senão no conhecimento e na prática do bem, e somente dessa harmonia é que flui, para ela, a felicidade.

Retirado do livro ‘Espíritos e Médiuns’ - Léon Denis

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A MEDIUNIDADE
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MESMER FALA SOBRE MEDIUNIDADE E MAGNETISMO
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PALAVRAS DO CODIFICADOR - MEDIUNIDADE CURADORA
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A DOUTRINA DO ESPIRITISMO



Que significa esta palavra: Espiritismo?
- Significa: Ciência do Espírito ou ensino dos Espíritos, porque são os próprios Espíritos que no-lo revelaram.
O Espiritismo é uma ciência ou uma crença?
- O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência positiva, uma filosofia, uma doutrina social; é também uma crença, porém, baseada na ciência experimental.
É uma ciência, uma filosofia, uma doutrina, uma crença nova?
- De modo algum; é a ciência integral, a filosofia humana, a doutrina universal. Ele é o antigo e novo, como a Verdade, que é eterna.
Por que espiritualismo experimental?
- Porque essa doutrina repousa sobre fatos positivos, controlados pela experimentação científica.

Prove que o Espiritismo é uma ciência.
- O Espiritismo é uma ciência porque repousa em princípios positivos de onde se podem tirar deduções científicas incontestáveis. Além disso, ele é a própria razão da ciência, porque a ciência que não esclarece o homem sobre sua natureza íntima e sobre seu destino é uma ciência incompleta e estéril, como o positivismo. Ora, o Espiritismo é a ciência completa do homem; ela lhe indica sua verdadeira natureza, seu princípio fundamental, seu destino final e, por consequência, se esforça, dando-lhe toda a luz sobre sua vida para torná-la mais feliz e melhor.

Quais são as provas científicas atuais do Espiritismo?
- As provas atuais do Espiritismo são as descobertas recentes da radioatividade de todos os corpos e de todos os seres, a hipnose, o magnetismo, os fenômenos múltiplos da telepatia, do desdobramento, os fantasmas dos vivos e dos mortos, em uma palavra, todo o conjunto dos fenômenos de ordem psíquica. As descobertas futuras, das quais estas são apenas o prefácio, darão ao Espiritismo experimental uma consagração definitiva.
Se o Espiritismo é uma ciência positiva, por que encontra tanta oposição, hostilidade mesmo, entre os sábios?
- O Espiritismo só é combatido, geralmente, pelos sábios oficiais, precisamente porque ele é uma revolução na ciência oficial. A maioria dos sábios livres e independentes é, ao contrário, favorável ao Espiritismo e vem engrossar nossas fileiras.
Como o Espiritismo, que é uma ciência, é, ao mesmo tempo, uma filosofia e uma moral?
- Porque o Espiritismo é uma ciência eminentemente prática, que ensina aos homens as duas grandes virtudes sobre as quais repousa toda a moral humana: a justiça e a solidariedade, isto é, o progresso na ordem e o amor.
O Cristianismo não explica essa moral?
- Sim, é a moral universal escrita, em todos os tempos, na consciência humana. Jesus a ensinou ao mundo, há vinte séculos, mas os sacerdócios e as teologias a desnaturaram e alteraram por meio de acréscimos interesseiros ou de interpretações sutis. O Espiritismo lhe restitui sua pureza primitiva, a apóia em provas sensíveis e a apresenta ao gênero humano com toda a amplitude que convém à sua evolução atual e a seus progressos futuros.

Entretanto, toda moral pede uma sanção, isto é, uma recompensa para o bem, um castigo para o mal?
- A recompensa do bem cumprido é o próprio bem, como o castigo do mal cometido é a consciência de o ter praticado com premeditação; daí o remorso. O espírito humano é para consigo mesmo seu próprio recompensador ou seu algoz. Deus não pune nem recompensa ninguém. Uma lei imutável, uma justiça imanente presidem a ordem do universo e as ações dos homens. Todo ato cumprido encerra suas consequências. Deus deixa ao tempo o cuidado de realizá-las.
Não há, portanto, céu nem inferno?
- O céu ou o inferno estão na consciência de cada um de nós; toda alma traz em si e consigo sua alegria ou seu sofrimento, sua glória ou sua miséria, conforme seus méritos ou seus deméritos.
Então, por que fazer o bem e evitar o mal, se não se é recompensado pelo céu, nem punido pelo inferno?
- É necessário fazer o bem e evitar o mal, não com o fim egoístico de uma recompensa, nem pelo temor servil de um castigo, mas unicamente porque é a lei de nosso adiantamento. O progresso dos seres é o resultado de seu esforço individual; assim se anulam o dogma injurioso da graça e a teoria fatalista da predestinação.

Como é formulada a lei do destino?
- Cada um de nossos atos, bom ou mau, temos dito, recai sobre nós. A vida presente, feliz ou infeliz, é o resultado de nossos atos passados e a preparação de nossas vidas futuras. Colhemos, matematicamente, através dos séculos o que semeamos. A lembrança de nossas vidas anteriores se apaga por ocasião da volta da alma à carne; mas o passado subsiste nas profundezas do ser. Essa lembrança se recobra na morte e até durante a vida, quando a alma se desprende do corpo material, nos diferentes estados do sono. Então, o encadeamento de nossas vidas e, por conseguinte, o das causas e dos efeitos que as rege se reconstituem. A realização nelas de uma lei soberana de justiça torna-se evidente para nós.

Como ciência, o Espiritismo se dirige à razão; mas como se dirige ao coração humano?
1) Consolando-o na provação; 2) fazendo-o amar a vida, a natureza, o universo, como uma obra solidária e harmoniosa, toda impregnada de amor, de poesia, de beleza.
Como o Espiritismo consola o homem em suas provas?
- Fazendo-o compreender que o sofrimento é uma educação necessária ao seu destino; que ele engrandece a alma, forma o juízo, tempera o caráter, apura as sensações e inspira o nobre sentimento da piedade, pelo qual nos assemelhamos mais a Deus.
Isso são consolações que se dirigem mais à razão; mas as verdadeiras penas do coração, tais como a perda daqueles que amamos, de uma mãe, de um filho, de um amigo etc. não são penas inconsoláveis?
- Não há penas inconsoláveis. São precisamente essas que o Espiritismo consola melhor, porque graças a seu ensino e a suas práticas, sentimos em torno de nós a presença de nossos mortos bem amados. Seu fluido nos envolve; eles nos falam, por vezes se deixam ver e até fotografar. A fé religiosa dá somente a esperança; o Espiritismo dá a certeza e faz tocar a realidade.
O Espiritismo nega, então, a morte?
- Não, mas a livra dos terrores e dos temores cujos prejuízos a cercam. O Espiritismo nos faz amar a vida e nos ensina a não temer a morte.

Como o Espiritismo nos faz amar a vida?
- Apresentando-a como uma das etapas necessárias de nosso destino. Além disso, ele nos faz compreender como a existência humana, apesar de sua duração e suas aparências efêmeras, se liga ao plano geral da evolução, do amor e da beleza, que constitui o universo.

Como o Espiritismo compreende a solidariedade humana?
- Em seu mais alto e mais amplo sentido. Cada homem, devendo renascer um dia para reparar suas faltas ou aperfeiçoar sua vida nesta mesma Terra, que é o campo de batalha de suas lutas e o terreno de seus labores, não tem ele todo o interesse de aí fazer o bem em torno de si, de amar seus semelhantes, lhes prestar serviço, a fim de preparar para si próprio um retorno feliz neste mundo de provas?

Acabamos de ver que o Espiritismo é uma ciência positiva e uma filosofia moral; como, além disso, é uma doutrina social?
- Porque o Espiritismo bem compreendido e bem praticado torna o indivíduo melhor e que é somente pela melhoria do indivíduo que se pode obter a da sociedade.
Como o Espiritismo torna o indivíduo melhor?
- Dando-lhe a verdadeira noção da vida e, portanto, a do seu destino, isto é, realizando a educação moral do homem individual e do homem social.



Retirado do livro 'Síntese Doutrinária' – Léon Denis

Fonte; http://espiritananet.blogspot.com.br/2009/02/doutrina-do-espiritismo.html