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terça-feira, 1 de julho de 2014

MEDIUNIDADE NO TEMPO DE JESUS



Paulo da Silva Neto Sobrinho

“Se alguém julga ser profeta ou inspirado pelo Espírito, reconheça um mandamento do Senhor nas coisas que estou escrevendo para vocês” (PAULO, aos coríntios).

Introdução

A mediunidade é uma faculdade humana que consiste na sintonia espiritual entre dois seres. Normalmente, a usamos para designar a influência de um Espírito desencarnado sobre um encarnado, entretanto, julgamos que, acima de tudo, por se tratar de uma aquisição do Espírito imortal, pouco importa a situação em que se encontram esses dois seres, para que se processe a ligação espiritual entre eles.

É comum que ataques ao Espiritismo ocorram por conta desse “dom”, como se ele viesse a acontecer exclusivamente em nosso meio. Ledo engano, pois, conforme já o dissemos, é uma faculdade humana, e assim sendo, todos a possuem, variando apenas quanto ao seu grau.

Os detratores querem, por todos os meios, fazer com que as pessoas acreditem que isso é coisa nova, mas podemos provar que a mediunidade não é coisa nova e que até mesmo Jesus dela pode nos dar notícias. É o que veremos a seguir.

A mediunidade e Jesus

Quando Jesus recomenda a seus doze discípulos a divulgação de que o “reino do Céu está próximo” fica evidenciado, aos que estudaram ou vivenciam esse fenômeno, que o Mestre estava falando mesmo era da faculdade mediúnica. Entretanto, por conta dos tradutores ou dos teólogos, essa realidade ficou comprometida no texto bíblico. Entretanto, como é impossível “tapar o sol com uma peneira”, podemos perfeitamente identificá-la, apesar de todo o esforço para escondê-la.

O evangelista Mateus narra o seguinte:

Eis que eu envio vocês como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles. Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações. Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer. Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”. (10,16-20).

A primeira observação que faremos é que por ter tentado a Eva, dizem que a serpente seria o próprio satanás, entretanto, isso fica estranho, porquanto o próprio Jesus nos recomenda sermos prudentes como as serpentes. Esse fato demonstra que tal associação é apenas fruto do dogmatismo que só produz o fanatismo religioso.

Essa fala de Jesus é inequívoca quanto ao fenômeno mediúnico: “não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês”, e arremata: “Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”. A tentativa de esconder o fenômeno fica por conta da expressão “o Espírito do Pai”, quando a realidade é “um Espírito do Pai” a mudança do artigo indefinido para o artigo definido tem como objetivo principal desvirtuar a fenomenologia em primeiro plano e em segundo, mais um ajuste de texto bíblico para apoiar a trindade divina copiada dos povos pagãos.

O filósofo e teólogo Carlos Torres Pastorino abordando a questão da mudança do artigo, diz:

“...Novamente sem artigo. Repisamos: a língua grega não possuía artigos indefinidos. Quando a palavra era determinada, empregava-se o artigo definido ‘ho, he, to’. Quando era indeterminada (caso em que nós empregamos o artigo indefinido), o grego deixava a palavra sem artigo. Então quando não aparece em grego o artigo, temos que colocar, em português, o artigo indefinido: UM espírito santo, e nunca traduzir com o definido: O espírito santo”. (Sabedoria do Evangelho, volume 1, pág 43).

Se sustentarmos a expressão “o Espírito do Pai” teremos forçosamente que admitir que o próprio Deus venha a se manifestar num ser humano. Pensamento absurdo como esse só pode ser pela falta de compreensão da grandeza de Deus. Dizem os cientistas que no cosmo há 100 bilhões de galáxias, cada uma delas com cerca de 100 bilhões de estrelas, fazendo do Universo uma coisa fora do alcance de nossa limitada imaginação, mas, mesmo que a custa de um grande esforço, vamos imaginar tamanha grandeza. Bom, façamos agora a pergunta: o que criou tudo isso? Diante disso, admitir que esse ser possa estar pessoalmente inspirando uma pessoa é fora de proposto, coisa aceitável a de povos primitivos, cujos conhecimentos não lhes permitem ir mais longe, por restrição imposta pelo seu hábitat.

A mediunidade no apostolado

Um fato, que reputamos como de inquestionável ocorrência da mediunidade, aconteceu logo depois da morte de Jesus, quando os discípulos reunidos receberam“como que línguas de fogo” e começaram a falar em línguas, de tal sorte que, apesar da heterogeneidade do povo que os ouvia, cada um entendia o que falavam em sua própria língua. Fato extraordinário registrado no livro Atos dos Apóstolos, desta forma:

“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem”. (Atos 2, 1-6).

Aqui podemos identificar o fenômeno mediúnico conhecido como xenoglossia, que na definição do Aurélio é: A fala espontânea em língua(s) que não fora(m) previamente aprendida(s). Mas, como da vez anterior, tentam mudar o sentido, para isso alteram o artigo indefinido para o definido, quando a realidade seria exatamente que estavam “repletos de um Espírito santo (bom)”.

Fato semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos pagãos:

“Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos. De fato, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza de Deus...” (At 10, 44-46).
Episódio que confirma que “Deus não faz acepção de pessoas” (At 10,34), daí podermos estender à mediunidade como uma faculdade exclusiva a um determinado grupo religioso, mas existindo em todos segmentos em suas expressões de religiosidade.

A mediunidade como era “transmitida”

A bem da verdade não há como ninguém transmitir a mediunidade para outra pessoa, entretanto, pelos relatos bíblicos, a imposição das mãos fazia com que houvesse sua eclosão, óbvio que naqueles que a possuíam em estado latente. Vejamos algumas situações em que isso ocorreu.

Em Atos 8, 17-18:

“Então Pedro e João impuseram as mãos sobre os samaritanos, e eles receberam o Espírito Santo. Simão viu que o Espírito Santo era comunicado através da imposição das mãos. Dêem para mim também esse poder, a fim de que receba o Espírito todo aquele sobre o qual eu impuser as mãos”.

Simão era um mago que, com suas artes mágicas, deixava o povo da região de Samaria maravilhado. Mas, ao ver o “poder” de Pedro e João, ficou impressionado com o que fizeram, daí lhes oferece dinheiro a fim de que dessem a ele esse poder, para que sobre todos os que ele impusesse as mãos, também recebessem o Espírito Santo.

Em Atos 19, 1-7:

“Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões mais altas e chegou a Éfeso. Encontrou aí alguns discípulos, e perguntou-lhes: ‘Quando vocês abraçaram a fé receberam o Espírito Santo?’ Eles responderam: ‘Nós nem sequer ouvimos falar que existe um Espírito Santo’. Paulo perguntou: ‘Que batismo vocês receberam?’ Eles responderam: ‘O batismo de João’. Então Paulo explicou: ‘João batizava como sinal de arrependimento e pedia que o povo acreditasse naquele que devia vir depois dele, isto é, em Jesus’. Ao ouvir isso, eles se fizeram batizar em nome do Senhor Jesus. Logo que Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e começaram a falar em línguas e a profetizar. 

Eram, ao todo, doze homens”.

Será que podemos entender que o batismo de Jesus é “receber o Espírito Santo”, conseguido pela imposição das mãos? A narrativa nos leva a aceitar essa hipótese, apenas mantemos a ressalva feita anteriormente quanto à expressão “o Espírito Santo”.

A mediunidade como os dons do Espírito

Na estrada de Damasco, Paulo, que até então perseguia os cristãos, numa ocorrência transcendente, se encontra com Jesus, passando, a partir daí, a segui-lo. Durante o seu apostolado se comunicava diretamente com o Espírito de Jesus, demonstrando sua incontestável mediunidade.

Aliás, o apóstolo Paulo foi quem mais entendeu do fenômeno mediúnico, tanto que existem recomendações preciosas de sua parte aos agrupamentos cristãos de então. Ele o chamava de “dons do Espírito”“Sobre os dons do Espírito, irmãos, não quero que vocês fiquem na ignorância” (1Cor 12,1), mostrando-se interessado em que todos pudessem conhecer tais fenômenos.
E esclarece o apóstolo dos gentios:
“Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer”. (1 Cor 12,4-11).

Novamente, mudando-se “o Espírito” para “um Espírito”, estaremos diante da faculdade mediúnica, basta “ter olhos de ver”.

Ao que parece, naquela época, os médiuns se preocupavam mais com a xenoglossia Paulo para desfazer esse engano novamente faz outras recomendações aos coríntios (1Cor 14,1-25). Disse ele:

“...aspirem aos dons do Espírito, principalmente à profecia. Pois aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o entende, pois ele, em espírito, diz coisas incompreensíveis. Mas aquele que profetiza fala aos homens: edifica, exorta, consola. Aquele que fala em línguas edifica a si mesmo, ao passo que aquele que profetiza edifica a assembléia. Eu desejo que vocês todos falem em línguas, mas prefiro que profetizem. Aquele que profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a menos que este mesmo as interprete, para que a assembléia seja edificada...”.

Conclusão

Como apregoa a Doutrina Espírita o fenômeno mediúnico nada mais é que uma ocorrência de ordem natural. Podemos identificá-lo desde os mais remotos tempos da humanidade, e não poderia ser diferente, pois, em se tratando de uma manifestação de uma faculdade humana, deverá ser mesmo tão velha quanto a permanência do homem aqui na Terra.

Mas, infelizmente, a intolerância religiosa, a ignorância e, por vezes, a má-vontade, não permitiu que fosse divulgada da forma correta, ficando mais por conta de uma ocorrência sobrenatural, que só acontecia a uns poucos privilegiados. Coube ao Espiritismo a desmistificação desse fenômeno, bem como a sua explicação racional. Kardec nos deixou um legado importantíssimo para todos que possam se interessar pelo assunto, quando lança O Livro dos Médiuns, que recomendamos aos que buscam o conhecimento dessa fenomenologia, ainda muito incompreendida em nossos dias.

Nov/2004.

Referência bibliográfica.

  • PASTORINO, Carlos Torres, Sabedoria do Evangelho, volume 1, Revista Mensal Sabedoria, Rio, 1964.
  • Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, Paulus, São Paulo, 43ª ed. 2001.
Fonte; http://www.espirito.org.br/portal/artigos/paulosns/mediunidade-no-tempo.html

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segunda-feira, 26 de maio de 2014

O ASPECTO FILOSÓFICO DA DOUTRINA ESPÍRITA

Por: Rogério Coelho

Retrocedendo nos séculos vamos encontrar entre os amigos gregos a consciência mítica, cujos vexilários mais expressivos foram Homero e Hesíodo, com seus imortais poemas.

À era da conciência mítica sucedeu a era da consciência racional, e nessa passagem de fase surgiram os primeiros sábios: Sofhos em grego. Foi um desses sábios surgidos nessa fase de transição, famoso até hoje por sua expressiva contribuição na área das matemáticas, chamado Pitágoras (Século VI- a.C.) quem pela primeira vez usou a palavra filosofia (Philos-Sophia), que significa: amor à sabedoria.

No entanto, embora tenha sido Pitágoras a dar-lhe expressão na área do conhecimento humano, é importante realçar que até etimologicamente falando, a filosofia não apresenta fortes conotações do racional (logos), mas em compensação, apresenta-se como insofismável desveladora amorosa da verdade.

Segundo os entendidos, ao contrário da Ciência que tende cada vez mais para a especialização, a Filosofia no sentido inverso, quer superar a fragmentação do real a fim de resgatar o homem de maneira holística. Por isso a Filosofia tem a função de interdisciplinaridade, estabelecendo o elo de ligação entre as mais variegadas formas do saber e do agir.

A precípua função da Filosofia é, pois, projetar – multidirecionalmente – pelos quadrantes do saber, uma ampla rede de interrogações, interrogações essas que irão se transformar em "ganchos" onde nos firmaremos para, finalmente deciframos as incógnitas que nos afligem, isto é, desvelar a verdade consubstanciada em nossas próprias e independentes elucubrações.

E por causa da caracterísitica iluminadora da Filosofia que vemos sufocada nos Estados totalitários, já que impedir o ensino da filosofia é silenciar a crítica dos livres pensadores, cujas ações causam bulício na massa passiva e ignara dos cidadãos, gerando a desobediência civil e fazendo destruir os grossos e ancestrais muros dogmáticos que "engessavam" as expansões do conhecimento emancipador, esvaziando – conseqüentemente – o poder das classes dominadoras, com substanciais alterações no status quo vigente.

Portanto, o estudo da filosofia é essencial para a vida de relação, uma vez que, gregárias por natureza, as criaturas interagem entre si, e ninguém, sob pena de ser tachado de alienado, está dispensado de refletir e agir em conformidade com a sua própria consciência dentro dos parâmetros e limites eleitos como diretrizes para seus atos e modus vivendi.

No âmbito das mais variadas atividades humanas, quer profissionais, religiosas, etc., sempre haverá o espaço e a necessidade da reflexão filosófica para expansão da consciência crítica, para o exercício da maiêutica socrática tão sábia e amplamente manejada por Allan Kardec na feitura da Codificação Espírita.

A Doutrina Espírita não poderia deixar, portanto, de ter a sua vertente filosófica, para não lhe faltar instrumentação básica com a qual abriria as picadas nas incognoscíveis veredas das transcendentais regiões do Espírito, e mostrar-se empós , como a única Doutrina capaz de responder convenientemente e logicamente às milenares interrogações humanas, guiando as criatura nos intricados dédalos do saber.

O aspecto filosófico do Espiritismo enseja a consciência crítica, essa grande demolidora do mal-alinhavados e ancilosados dogmas medievais que até hoje geram tensão e sufocam o pensamento religioso da Humanidade.

A novel Doutrina do Espíritos com seu tripé de sustentação nos aspectos Científico, Filosófico e Religioso, possui, portanto, todos os componentes necessários para fazer levedar a massa do saber, permitindo ao homem alcandorar-se aos altiplanos da sua definitiva emancipação espiritual.

Destarte, com a Filosofia Espírita o homem poderá "reaprender" a ver o mundo que o cerca, e estamos falando tanto do mundo visível quanto do mundo invisível, obtendo, assim, respostas que até hoje pedia – debalde – aos mais diversificados ismos que existem espalhados por aí...

Ancorada na imarcescível segurança da Ciência e amuniciada com o acerado buril da Filosofia, a Doutrina Espírita desvela-nos ilimitados horizontes, impulsionando-nos da horizontalidade do áspero chão terrestre à transcendental verticalidade dos gloriosos cimos da Espiritualidade, também e principalmente sob a chancela de sua mais importante vertente que é a vertente religiosa, nos re-ligando ao Pai Celestial de quem nos havíamos apartado por mérito e obra da onipresente ignorância humana.

Não existiu na face da Terra maior Filósofo e Psicólogo que Jesus, o meigo Pegureiro, que veio apontar-nos o rumo certo das moradas felizes da Casa do Pai; Ele que é o nosso mais perfeito Guia e Modelo, conforme no-lo revelaram os Benfeitores Espirituais. Portanto, sigamos a Sua Filosofia e a Sua Psicologia a fim de alcançarmos presto o lugar que Ele nos tem preparado desde o princípio dos tempos.

Fonte:
(Revista Reformador. Rio de Janeiro, RJ. Fevereiro de 2002. Nº 2075. ANO 120 - p.62-63)


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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A VONTADE E O PODER DO MAGNETIZADOR

 Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. (...) A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante – Allan Kardec

Quando Jesus caminhou sobre as águas seguindo em direção ao barco onde se encontravam alguns dos seus discípulos, ele exercitava naquele momento o poder da sua fé. Essa fé se baseou em dois aspectos: querer e confiar. Um querer com firmeza não representando um desejo superficial, mas sim um movimento dinâmico que vem de dentro com força e convicção. Já a confiança seria a certeza da realização de algo, sem brechas para dúvidas. Isso pode ser resumido em uma palavra: vontade.

A vontade é um dos principais mecanismos utilizados pelo magnetizador. Sendo atributo da alma, a vontade se desenvolve através da reflexão e do exercício diário. Percebe-se facilmente uma pessoa sem vontade. Nos atos do dia-a-dia geralmente é alguém que não consegue levar adiante aquilo a que se propõe. Se planeja realizar algo, os menores empecilhos que surjem no seu caminho são suficientes para detê-lo, devido à falta de confiança na capacidade de atingi-lo. Muda constantemente de foco, por não conseguir fixar sua atenção em uma só coisa por muito tempo, graças à falta de perseverança e coragem, acabando por se cansar facilmente e deixando sempre os projetos inacabados. Não sustenta os seus planos por não ter um querer treinado para identificar os seus reais objetivos.

O magnetizador poderá desenvolver a sua vontade através do esforço, na realização das diversas atividades cotidianas, mesmo daquelas de pequeno porte, sendo de especial valor as de caráter repetitivo e massante, as quais exigem uma maior cota de
perseverança e de concentração.

Este exercício será de enorme valia no trabalho de magnetização ou de passes onde é exigido do aplicador uma certa dose de concentração, além do desenvolvimento da vontade no sentido de querer atingir a cura e acreditar na possibilidade da mesma.

O poder do magnetizador está na razão direta da sua força de vontade, disse Allan Kardec (O Livro dos Médiuns). A vontade deve ser a impulsionadora das energias curativas. Muitos passistas ainda acham que para emitir os fluidos, basta estender as mãos e que assim se determina a fluidificação, quando na verdade é a nossa mente que dá o comando.

Às vezes as energias fluem de forma automática, entretanto, é preciso cuidado com esse automatismo, pois uma energia não controlada conscientemente pode gerar certas dificuldades tanto para o paciente quanto para o passista. O magnetizador deve assumir uma postura ativa fazendo uso da sua vontade para que a transmissão energética se dê de forma harmoniosa com relação ao momento adequado, ao direcionamento e à quantidade de fluidos.

Além disso, a vontade sincera de auxiliar o paciente, o querer profundo e a confiança na cura, apesar de não poder garanti-la, fazem parte da mente do bom magnetizador.

“Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural.” – Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo. 

SONAMBULISMO E MAGNETISMO

Quando se fala em sonambulismo logo se vem à mente a idéia de pessoas que caminham pela casa, usam o banheiro, conversam, comem ou mesmo saem de casa, tudo isto enquanto dormem. Este fenômeno é tido pela Medicina como “parassonia”, ou seja, fenômeno que acompanha o sono e envolve atividade muscular esquelética ou mudanças do sistema nervoso autônomo, ou ambas (segundo o Dr. José Roberto Pereira Santos, em matéria publicada na Folha Espírita de março de 2005).

Estes são sinais de uma faculdade que pode ir muito mais além. Se o sonambulismo rudimentar, como descrito acima, pode servir de estudo a respeito das possibilidades psicofisiológicas humanas, há outras características do sonâmbulo necessitando de pesquisa como a capacidade de ver à distância ou através de corpos opacos, ler pensamentos, descrever enfermidades suas ou de outras pessoas, receitar medicamentos ou formas de cura, ter premonições, etc

Bem estudada por Allan Kardec na Doutrina Espírita, a faculdade sonambúlica seria ainda uma forma de se comprovar a existência da alma e a sua independência com relação ao corpo. Em matéria veiculada na Revista Espírita de julho de 1863 sob o título “Dualidade do Homem Provada pelo Sonambulismo”, o codificador assim se expressou: “A visão à distância, as impressões que o sonâmbulo sente segundo o meio que vai visitar, provam que uma parte de seu ser é transportada; ora, uma vez que não é seu corpo material, visível, que não muda de lugar, esse não pode ser senão o corpo fluídico, invisível e sensitivo. Não é o fato mais patente da dupla existência corpórea e espiritual?”.

Vamos encontrar também as idéias dos Amigos Invisíveis, em O Livro dos Espíritos, os quais nas respostas às questões formuladas por Kardec, nos colocam, de forma lógica, no caminho do entendimento a respeito do assunto. Não nos deteremos em maiores detalhes para não tornar muito longa a nossa dissertação, mas deixamos ao leitor o incentivo para buscar a obra e verificar o tema na íntegra.

O Codificador inseriu o sonambulismo entre os fenômenos de emancipação da alma,
capacidade que todos os encarnados têm de, em certos momentos especiais, libertar-se temporária e parcialmente dos laços que prendem o Espírito à matéria. Isso pode ocorrer durante o sono, um simples cochilo, um estado de transe ou ainda em um coma. Todas as oportunidades que surjam, o Espírito aproveita para aurir de uma certa liberdade fora do corpo que para ele representa uma prisão limitandolhe as faculdades (O Livro dos Espíritos, questão 407).

No sonambulismo natural ou provocado por efeito de emissão magnética, o Espírito consegue deslocar-se a outros lugares, penetrar os pensamentos alheios de encarnados e desencarnados por um contacto dos fluidos que compõem os perispíritos (O Livro dos Espíritos, questão 455) e ainda expressar conhecimentos que podem estar muito além da sua capacidade intelectual na presente encarnação. É que os sonâmbulos, em existências passadas, podem ter adquirido conhecimentos que na atual existência não têm a possibilidade de despertar devido às circunstâncias que se apresentam (influência do meio em que vivem, falta de acesso à educação escolar, etc.).

Entretanto, liberando-se parcialmente do corpo físico, reduzindo as limitações impostas pelo organismo material, encontra o meio para expressar os conhecimentos que se encontram gravados na sua memória perispiritual. De outra sorte, ocorrendo o desprendimento do Espírito do sonâmbulo, este pode sentir a presença, ver e ouvir outros Espíritos transmitindo-lhe mensagens, sendo o sonâmbulo, neste caso, o veículo das comunicações, o que o torna um médium sonâmbulo.

Pouco estudado na atualidade, o sonambulismo serviu muitas vezes aos magnetizadores como forma de diagnóstico e indicação de tratamento de pessoas enfermas. Numerosos exemplos foram descritos por Kardec nas suas obras e, antes dele, esta característica da faculdade já era bastante conhecida e estudada pelos seguidores de Mésmer.

Diversos magnetizadores descrevem em suas obras as experiências realizadas, bem como os procedimentos sonambúlicos levados a efeito durante as magnetizações.

Em “Magnetismo Curativo”, Alphonse Bué relata um caso de cura onde a paciente, de nome Blanche H.,24 anos, era sonâmbula e como tal participou ativamente de todo o tratamento magnético. “...
Não somente a minha sonâmbula tinha seguido passo a passo a marcha da sua moléstia, determinar-lhe a origem e natureza, ver o estado dos órgãos e predizer a época das suas crises, como ainda, embora não tivesse conhecimento algum da medicina homeopática, havia indicado os remédios que convinham ao seu estado e deviam favorecer a cura”.

Na mesma obra, o autor apresenta o tratamento de Luíza C., que há doze anos sofria de atrofia muscular progressiva. Diz Bué: “Luíza, em sono magnético, seguia diariamente este trabalho de reorganização da Natureza, com interesse crescente; como via perfeitamente o interior do corpo, tinha prazer em pôr-me ao corrente das flutuações que o tratamento imprimia ao seu estado; o que lhe chamava principalmente a atenção era o aspecto dos seus músculos. Não possuindo nenhuma noção de anatomia, limitava-se simplesmente a explicar-me a seu modo aquilo que via”.

Pôde também descrever a vida voltando gradativamente aos seus músculos, bem como a crise próxima da qual sairia melhor. Sendo o Magnetismo e o Espiritismo ciências irmãs, como escreveu Allan Kardec, vale a pena estudar mais a respeito do sonambulismo e, quem sabe, utilizando-o junto aos trabalhos de magnetização, aproveitando os diversos recursos que ele oferece, contribuir mais decisivamente para a saúde e o bem estar do próximo.

JORNAL VÓRTICE ANO I, N.º 02 - JULHO – 2008


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