quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

ESTUDO SEQUENCIAL OU SISTEMATIZADO?


Juvan de Souza Neto
Dirigente do C. E. Jesus de
Nazaré, Barra Velha • SC
juvandesouza@gmail.com



35 anos do sistema de ensino apostilado ESDE geram reflexão sobre importância de estudo  das Obras Básicas

 Nestes tempos de reflexão  sobre os 35 anos do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita no Brasil, ousamos, dentro de nossa limitação doutrinária, traçar algumas reflexões. Sem dúvida, o ESDE é uma significativa ferramenta para o Estudo na Casa Espírita. Aqui em Barra Velha, litoral norte de Santa Catarina, já completamos todo o ciclo (apostilas I, II e tomo único) da nova edição da FEB e completamos também algumas apostilas anteriores, também da  FEB, Feparaná e também na Mediunidade, com apostilas igualmente febianas.

Mas na condição de dirigente, ficamos ao mesmo tempo satisfeitos de observar progressos no grupo, e preocupados. Não estamos invertendo a ordem do estudo? Por mais que o ESDE tenha estratégias pedagógicas, planos de aula, propostas de discussão, avaliação final, ele acaba por suprimir o conhecimento DIRETO que o estudioso da Doutrina poderá ter com a Obra Básica em questão. E mais: esse ESDE será sempre o fruto da pesquisa e seleção de um grupo de encarnados- em que pese a boa vontade e conhecimento amplo dos elaboradores da apostila e o fato de eles se basearem nas lições dos Imortais.

Essa sistematização não vem, digamos, diretamente da Espiritualidade Superior (não pelo menos no grau que temos quando nos deparamos com as Obras Básicas), e pode suprimir trechos importantes da Codificação que chegaram para nós justamente como o Codificador queria que chegasse: na mesma ordem metodológica e didática que sabemos que o Senhor Allan Kardec usou, desdobrando sua primeira obra em quatro outros livros, a partir dos livros (ou sublivros) de "O Livro dos Espíritos".

Desde 2009, em Barra Velha, nós apostamos no Estudo Sequencial. Primeiro, o Sequencial: "O Livro dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns" (em andamento), "O Evangelho Segundo o Espiritismo", já completado. Já completamos igualmente "O Céu e o Inferno" e "A Gênese" também. E outras ricas e oportunas obras sequenciais: "O Consolador", "Nosso Lar", "Os Mensageiros” (em andamento), "O Espírito e o Tempo" (recentemente concluído, fantástico livro de Herculano Pires), e agora estamos em "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", Léon Denis. Claro que isso dividido em dias e horários diferentes, com monitores diferentes. E junto disso, o ESDE, nas segundas-feiras, recentemente concluído.

Vejam bem: não estamos minimizando a importância do ESDE ou qualquer outra estratégia de aprendizagem, pois como bem lembrou o confrade Marcelo Henrique Pereira, de São José, Santa Catarina, o Codificador (em “Obras Póstumas”, no “Projeto 1868”, que todos deveriam ler e reler), foi profético ao recomendar a preparação e profusão de “Um curso regular de Espiritismo”, o qual seria “professado com o fim de desenvolver os princípios da Ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios”. Continua Kardec frisando que “este curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as ideias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns”.

Vimos, por nós próprios, que apenas recomendar que o estudioso da Doutrina Espírita leia as Obras Básicas em casa, por si só, não basta. Muitos não chegam nem a "O Que é o Espiritismo?". Absoluta maioria sequer abriu as páginas da Revista Espírita.

Aí, uma casa espírita que oferece apenas a leitura em apostilas durante 5, 10, 15 anos, correrá o risco de ao final perguntar quem conhece a fundo o conteúdo, por exemplo, do "O Livro dos Espíritos", e receber apenas a resposta: "É, conheço, mas trechos dele...". Será um conhecimento fragmentado. "Picotado". 

Chegamos à conclusão que na casa espírita, o primeiro deve ser mesmo o estudo sequencial. A apostila vem depois. É complemento, é imprescindível, vem como referencial teórico, acrescido de excelentes trechos de ótimas obras, vasta bibliografia e todas as vantagens citadas acima. Essa é nossa modesta opinião.

Por hora, rogamos as bênçãos do Cristo aos lutadores, dos Dois Planos, dessa excepcional proposta de estudo e metodologia elaborada nos últimos 35 anos chamada “ESDE”. Mas ousamos dizer: "Em primeiro, Kardec por Inteiro!"

O Jornal dos Espíritas Catarinenses  • Ano XI • Nº 38 • Novembro de 2013


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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A FILOSOFIA DO MAGNETISMO 2

Adilson Mota
adilsonmota1@gmail.com


Há quatro meses publicou-se no Vórtice artigo de minha autoria sobre este mesmo título. Outras ideias foram surgindo a partir de então motivando-nos a escrever uma como que continuação sobre o tema. Assim propomo-nos a tecer mais alguns comentários a respeito de como podemos entender o funcionamento do magnetismo e a sua forma de atuação no organismo doente.

Certa vez uma amiga queimou a mão com café e me perguntou: qual a técnica magnética apropriada para tratar esta queimadura? Respondemos meio timidamente que, segundo a literatura a respeito, seria necessário aplicar sopro quente. Isso mesmo! Sopro quente sobre a queimadura. Apesar de achar estranho, assim o fez.
Após fazer a aplicação ela relatou que sentiu um aumento de queimor que depois cessou não deixando marcas, nem bolhas, nem vermelhidão.

Assim como eu e esta minha amiga ficamos surpresos de ser o sopro quente a melhor
técnica para tratar queimaduras, alguns leitores devem estar se perguntando se é isto mesmo. A questão é que dá resultados e esta é a recomendação encontrada nas obras especializadas. Quando pela primeira vez li sobre isto, achei que seria um erro de edição, mas não, esta é a técnica.

Por que a surpresa? Acostumamo-nos a pensar de acordo com a Medicina ocidental, daí que, numa análise rápida somos tentados a achar que a melhor técnica para a queimadura seria o sopro frio. Este é o pensamento médico, cuja ação sobre as doenças ocorre dentro do conceito dos opostos, aplicando substâncias que se contrapõem aos sintomas. Ou seja, o que está quente deve ser esfriado. Assim agem, por exemplo, os medicamentos contra febre.

Como pudemos ler no artigo anterior (Vórtice - agosto/2013), a Homeopatia age de maneira inversa, através dos iguais, utilizando um medicamento químico, porém sutilizado, indo a sua ação além do biologismo físico, atingindo os níveis energéticos mais densos.
O Magnetismo, não utilizando uma substância química nos seus tratamentos, mas sim um elemento fluídico, alcança maior profundidade, ou seja, níveis menos densos do circuito vital.

O Magnetismo age diferentemente da Medicina alopática e da homeopática. Tem a sua filosofia própria, os seus próprios conceitos, interpreta o funcionamento energético dos organismos e deduz a aplicabilidade dos fluidos para a sua harmonização. É desta harmonização no funcionamento vital do doente que surge a cura emocional ou física.

Tem sido hábito dos magnetizadores modernos estudarem a anatomia e a fisiologia humanas a fim de desenvolverem um maior conhecimento a respeito da enfermidade que estão tratando.
Apesar de conscientes dos enormes benefícios que tais conhecimentos trazem, é preciso convir que denotam a forma de interpretar  da Medicina. Não é que esteja errada, mas reflete apenas um ponto de vista, o biológico. Da mesma forma, a ciência médica estuda as diversas patologias observando-as em um único ângulo, ressaltando os processos biológicos sem levar em conta os aspectos emocionais, energéticos e, menos ainda, espirituais.

O magnetizador espírita sabe que o ser humano sofre a influência destes campos diversos e leva em conta todos eles no momento de determinar um programa de tratamento magnético, visando corrigir não apenas sintomas mas, acima de tudo, causas. Bem faz a Medicina Chinesa que, ao estudar a fisiologia do corpo humano o faz através das relações entre todos estes aspectos.

Tornou-se característica da época atual no Ocidente a extrema especialização com vistas a um conhecimento o mais detalhado possível de cada coisa. Assim existe a Medicina que trata o corpo, a Psicologia que cuida da mente e o Espiritismo estudando o espírito. Para um tratamento eficaz, o Magnetismo deve fazer a síntese de todas estas vertentes. Tanto nas obras espíritas quanto nas obras de Magnetismo clássico veem-se referências às influências das disposições íntimas sobre o corpo físico.
Não há por que, então, abdicarmos de algum destes fatores para nos determos apenas nos demais. Espírito, perispírito e corpo formam um sistema complexo em que as partes interagem constantemente entre si, resultando nos aspectos saudáveis ou doentios.

É preciso, portanto, para entendermos a filosofia do Magnetismo, não perdermos de vista a tríade espírito-perispírito-corpo para uma intervenção terapêutica magnética capaz de tornar plena a saúde e fazer com que o equilíbrio volte a vigorar.

Outro aspecto importante que deve ser analisado é quanto às doenças que têm causa física. Estas têm um bom resultado quando tratadas pela Medicina, visto que a química utilizada encontra-se no mesmo grau de densidade da região a ser tratada. O Magnetismo, tanto quanto a Homeopatia, também pode tratar com eficácia este tipo de afecção. Porém, se a causa for energética ou moral, a teoria médica deixa a desejar, visto que não pode alcançar com a sua medicação ou procedimentos o campo mais sutil.

É assim que chamamos a atenção para a necessidade de estudarmos o corpo humano e mais ainda, estudarmos a dinâmica do fluido - combustível dos órgãos físicos e perispirituais -, a fim de desenvolvermos tratamentos magnéticos mais eficientes e que consigam alcançar as causas daquilo que chamamos de doenças.□

JORNAL VORTICE - ANO VI, Nº 08 – JANEIRO 2014

FILOSOFIA DO MAGNETISMO 1
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/search?q=Filosofia+do+Magnetismo

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domingo, 2 de fevereiro de 2014

DOENÇA, CURA E SAÚDE e os resultados variados

 Ana Vargas
anavargas.adv@uol.com.br

Por que dois atendimentos iguais não têm o mesmo resultado?
Essa é uma pergunta comum aos que estão iniciando em Magnetismo. Às vezes, sentem-se culpados e ainda dizem: mas eu fiz tudo direitinho, exatamente como ensinam os livros, o que aconteceu que com “A” foi tudo bem e com “B” o tratamento não anda? Mas a enfermidade é a mesma, a técnica empregada também, então o que deu errado?

É sempre bom lembrar que em Magnetismo não existe padronização, cada paciente é único. Apesar das técnicas terem indicações específicas, isso não significa que se possa desenvolver um procedimento padrão que será aplicado indiscriminadamente e produzirá resultado. Esse é um dos motivos, mas não é no que iremos nos ater nesse texto. O nosso foco será refletir sobre outras questões que passam despercebidas e até inconscientes, mas que permeiam o dia a dia dos magnetizadores: o que é doença, cura e saúde?

Gosto dos conceitos do filósofo Canguilhem quando afirma que “saúde implica poder adoecer e sair do estado patológico.” Ou seja, ser saudável é ser capaz de enfrentar situações novas, pela margem de tolerância ou segurança que se possui para enfrentar e superar as adversidades da vida. Diz ele que a doença “não é apenas o desaparecimento de uma ordem vital, mas o aparecimento de uma nova ordem vital. O patológico implica um sentimento direto e concreto de sofrimento e de impotência, um sentimento de vida contrariada.” Saúde é mais do que a possibilidade de viver em conformidade com o meio externo, ela é a capacidade de instituir novas normas. Não é um conceito científico, exato, é simplesmente humano. É uma potencialidade, é questão de compreensão.

Encontramos pessoas que têm um histórico de diagnósticos, no entanto são saudáveis, vivem bem. São saudáveis porque elas souberam tolerar, enfrentar e superar a enfermidade.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) define saúde como um completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença.

Surge outra pergunta: o que é bem-estar? Será possível usufruir bem-estar completo?

A grosso modo, significa alguém ter tudo o que necessita para viver. Ou ainda, um estado que permita a uma pessoa o bom desempenho de suas atividades psíquicas e físicas. Subjetivo, não é mesmo? Por isso, s.m.j, sou partidária dos que consideram utópico o conceito da OMS. Convenhamos, seria difícil dizer que usufruímos completo bem-estar social na Terra; países desenvolvidos oferecem bem-estar material, mas esse é outro assunto. Quem não enfrenta ou enfrentou uma dor moral, culpa, fracasso, tristeza, luto, nojo, revolta? Seria preciso não errar. E isso é humano, nos pertence e nos é conhecido. Graças a Deus, causam mal-estar. São dores e aflições que gritam pedindo transformações da alma, são típicos do nosso nível evolutivo, contam partes da nossa história. E a nossa saúde não poderá ser pensada como carência de erros e sim como capacidade de enfrentá-los.

A lei de equilíbrio rege a natureza, e sabiamente ela conduz o organismo a compensações, atuando para evitar sofrimento. Sabemos que nossos órgãos físicos, por exemplo, compensam funções uns dos outros, adaptando-se a uma nova ordem trabalhando ao máximo para evitar a dor causada pelo desequilíbrio. Eis o vilão. E de onde vem? Na linha de frente, vem as causas atuais (e não vamos explorar aqui questões relativas a causas reencarnatórias), mas mesmo em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec alinha as causas atuais em primeiro lugar e a lista é bem maior do que a das anteriores. Dentre as causas atuais precisamos reconhecer fontes em maus hábitos alimentares, no meio ambiente, em comportamentos inadequados, em acidentes, no uso indevido ou inadequado de medicamentos, no uso adequado de medicamentos que acarretam efeitos colaterais, nos transtornos psíquicos, em origens ocupacionais, na falta de informação, na irresponsabilidade, na falta de auto-disciplina e bom senso, na ausência de controle de pensamentos e emoções, etc.

Promovemos o desequilíbrio ou lesionamos o organismo (corpo/mente/espírito). E ele reage, desencadeia as defesas necessárias ao equilíbrio, e a dor é a natureza gritando para nos advertir a retornar ou a reformular conceitos e escolhas, enfim a mudar. Esse princípio também atua nas desarmonias energéticas, sabemos que os centros vitais também respondem a essa lei.

Com base nesse princípio podemos questionar se um médico, um remédio, um psicólogo, um terapeuta, um curandeiro, um magnetizador e outros podem, de fato, curar alguém. Parece-me que a resposta é clara: o ser se cura. O princípio vital está no organismo vivo, não nas coisas. Portanto, todos os meios de tratamento acima citados atuam como auxiliares do princípio vital e da capacidade de auto-cura da pessoa.

E, justamente, aqui reside um problema grande: a maioria das pessoas ainda pensa que a cura é um processo de fora para dentro, realizado por alguém (no nosso caso, pelo magnetizador); querem que esse processo seja imediato ou o mais breve e indolor possível, exigem cuidados e atenções, que podem beirar o mimo, em alguns casos, pedindo privilégios e crendo que ninguém tem dor maior que a delas. É comum uma postura passiva, veio receber o passe, com isso fez a sua parte e basta.

Creio que já temos elementos para entender por que, muitas vezes, um tratamento com magnetismo bem feito, da mesma forma que os melhores especialistas da ciência médica, não são capazes de curar todos os casos, embora a doença manifestada e o tratamento sejam os mesmos, o paciente não é. Vê-se magnetizadores darem o melhor de si e o paciente há menos de cinquenta metros e alguns minutos do atendimento entregar-se a seus maus hábitos, tais como: o cigarro, comportamentos irados, etc.

É imprescindível oferecer ao paciente novos conceitos, apontar-lhe o caminho do autoconhecimento, da necessidade de transformação e da compreensão do que significa doença, cura, saúde e bem-estar. Além, é claro, de repetir incansavelmente que a prática do passe magnético não é religiosa, não é bênção aos enfermos, exige compromisso e coparticipação tanto moral quanto material, pois há situações em que seja por ingerir substâncias, seja por desestruturação mental/-emocional, colocamos a perder o procedimento magnético.


Por isso, não esqueçamos que um tratamento magnético exige compromisso e acordo de vontades, no qual o magnetizador participa com 50% e o atendido com 50%. Os resultados serão o somatório das vontades e compromissos.□

JORNAL VORTICE - ANO VI, Nº 08 – JANEIRO 2014

A FORÇA PSÍQUICA. OS FLUIDOS. O MAGNETISMO

O estudo dos fenômenos espíritas nos fez conhecer estados de matéria e condições de vida que a Ciência havia longo tempo ignorado. Ficamos sabendo que, além do estado gasoso e mesmo do estado radiante descoberto por W. Crookes, a matéria, tornada invisível, imponderável, se encontra sob formas cada vez mais sutis, que denominamos “fluidos”. À medida que se rarefaz, adquire  novas propriedades e uma capacidade de irradiação sempre crescente; torna-se uma das formas da energia. E sob esse aspecto que se revela na maior parte das experiências de que falaremos nos capítulos seguintes.

Quando um Espírito se manifesta no meio humano, só o pode fazer com o auxílio de uma força haurida nos médiuns e nos assistentes.

Essa força é gerada pelo corpo fluídico. Tem sido alternativamente designada sob os nomes de força, magnética, nêurica, etérica; chamar-lhe-emos, por nossa parte, força psíquica, pois que obedece à vontade, que é de fato o seu motor; os membros lhe servem de agentes condutores; ela se desprende mais particularmente dos dedos e do cérebro.

Existe em cada um de nós um foco invisível cujas radiações variam de intensidade e amplitude conforme nossas disposições mentais. A vontade lhes pode comunicar propriedades especiais; nisso reside o segredo do poder curativo dos magnetizadores.

A estes, efetivamente, é que em primeiro lugar se revelou essa força, em suas aplicações terapêuticas. Reichenbach a estudou em sua natureza e deu lhe o nome de “od”. William Crookes foi o primeiro a medir-lhe a intensidade. 101

Os médiuns de efeitos físicos exteriorizam essa força em grande abundância; todos nós, porém, a possuímos em diversos graus. Mediante essa força é que se produz a suspensão de mesas ao ar, a mudança de objetos, sem contacto, de um lugar para outro, o fenômeno dos transportes, a escrita direta em ardósia, etc. E constante a sua ação em todas as manifestações espíritas.

Os eflúvios do corpo humano são luminosos, coloridos de tonalidades diferentes – dizem os sensitivos – que os distinguem na obscuridade. Certos médiuns os vêem, mesmo em plena luz, a escapar se  das mãos dos magnetizadores.
Analisados ao espectroscópio, a extensão de suas ondas tem sido determinada segundo cada uma das cores.

Esses eflúvios formam em torno de nós camadas concêntricas que constituem uma espécie de atmosfera fluídica. É a “aura” dos ocultistas, ou fotosfera humana, pela qual se explica o fenômeno de exteriorização da sensibilidade, estabelecida pelas numerosas experiências do Coronel De Rochas, do Dr. Luys, do Dr. Paul Joire, etc. 102 


Dr. Baraduc

O Dr. Baraduc fabricou um aparelho, denominado biômetro, com o qual conseguiu medir a força psíquica.

Esse aparelho compõe se de uma agulha de cobre suspensa por uni fio de seda, acima de um quadrante numerado, tudo isso disposto sob um globo de vidro, ao abrigo do ar e das influências exteriores. Nessas condições, a agulha pode ser influenciada sem contacto, através do vidro, pelas radiações que se escapam da mão do experimentador, colocado a distância. Por esse processo se obtêm desvios da agulha, que variam entre 40 e 75 graus, nos dois sexos, sendo a agulha atraída ou repelida conforme o estado de saúde ou as disposições mentais das pessoas. Em geral, a mão direita atrai e a esquerda repele. A força invisível pode influenciar a agulha através de um pedaço de vidro de dez centímetros de espessura, através de uma lamina de mica, de alúmen, de colódio isolador, etc.

O Dr. Baraduc 103 efetuou, no espaço de dez anos, mais de duas mil experiências que lhe permitiram estabelecer, com a mais rigorosa exatidão, a existência dessa força e a intensidade de sua emissão ou o grau de atração sobre ela exercida, segundo o vigor ou a debilidade de nossa natureza. 104


William Crookes (1832-1919)
As experiências de W. Crookes ainda são mais demonstrativas. Operando em seu próprio laboratório com o médium Home, serviu-se o eminente sábio de uma balança de grande precisão. A mão do médium chegou a influenciar o aparelho, sem contacto, a ponto de produzir desvios de uma das conchas e aumento de peso até oito libras. As experiências foram repetidas múltiplas vezes, sob as mais rigorosas condições de verificação, em presença de várias testemunhas, com o auxílio de aparelhos construídos com o máximo cuidado e de uma extrema sensibilidade. Todas as precauções foram tomadas para excluir a possibilidade de qualquer fraude. 105

As irradiações da força psíquica podem ser fotografadas. Se, em completa obscuridade, se coloca a mão acima de uma placa sensível imergida no banho revelador, ao fim de alguns minutos de exposição verificase que a placa se acha impressionada. Se a ela aderiram os dedos, da mancha que cada um deles produzir se vê, como de outros tantos focos, desprenderem-se, e irradiarem em todos os sentidos, ondulações, espirais, o que demonstra que a força psíquica, como os raios ultravioleta ou os raios Roentgen, atua sobre os sais de prata.

Esse fenômeno foi posto em evidência, pela primeira vez, em 1872, pelas experiências dos Srs. Beattie 106 , Taylor, Dr. Thompson, professor Wagner, etc. O Sr. De Rochas o obteve no curso de suas experiências com a Sra. Lux. 107

A placa colocada a seco sobre a fronte, o coração ou a mão, lhes reproduz as irradiações conforme a intensidade dos pensamentos, dos sentimentos, das emoções. A cólera, a dor, o êxtase, a prece, o amor têm suas irradiações especiais. 108

Assim, a placa fotográfica, esse “olhar lançado ao invisível”, vem a ser o irrecusável testemunho da irradiação da alma humana.

Negado muito tempo pelas corporações doutas, como negadas foram, por elas, a circulação do sangue, a vacina, o método antiséptico e tantas outras descobertas, o magnetismo, tão antigo quanto o mundo, acabou por penetrar no domínio científico sob o nome de hipnotismo.

É verdade que os processos diferem. No hipnotismo, é pela sugestão que se atua sobre o sensitivo, a princípio para o adormecer, e em seguida para provocar fenômenos. A sugestão é a subordinação de uma vontade a outra. O sensitivo se abandona ao experimentador e executa suas ordens, expressas pela palavra e pelo gesto, ou simplesmente pelo pensamento. Pode obter se o mesmo resultado com as práticas magnéticas. A única diferença consiste nos meios empregados. Os dos hipnotizadores são, antes de tudo, violentos. Se podem curar certas afecções – e não é possível desconhecer que sua aplicação à terapêutica tenha dado resultados apreciáveis –, na maior parte das vezes ocasionam desordens no sistema nervoso e, com a continuação, desequilibram o sensitivo, ao passo que os eflúvios magnéticos, bem dirigidos, quer em estado de vigília, quer no sono, restabelecem com frequência a harmonia nos organismos perturbados.

Vimos que a sugestão pode ser exercida de perto ou de longe, tanto no plano visível quanto no invisível, quer por operadores humanos, quer por agentes ocultos. Permitindo ao indivíduo agir mentalmente sobre outro, sem o concurso dos sentidos, ela nos faz melhor compreender a ação do Espírito sobre o médium. O que, com efeito, pode obter o homem, cuja ação e poder são limitados, mesquinhos, restritos, uma inteligência desembaraçada dos obstáculos da matéria grosseira muito melhor o poderá: conseguirá influenciar o sensitivo, inspirálo, servirse dele para realizar os fins que se propõe.

O magnetismo, considerado em seu aspecto geral, é a utilização, sob o nome de fluido, da força psíquica por aqueles que abundantemente a possuem.

A ação do fluido magnético está demonstrada por exemplos tão numerosos e comprovativos que só a ignorância ou a máfé poderiam hoje lhe negar a existência. Citemos um caso entre mil. 109

“O Sr. Boirac, reitor da Academia de Grenoble, foi vicepresidente  da Sociedade Hipnótica de Paris, e abandonou o hipnotismo pelo magnetismo depois da seguinte experiência: entrando em casa um dia, à tarde, encontrou seu criado a dormir. O Sr. Boirac o avistou desde o patamar da escada em que se achava, e teve a idéia de tentar uma experiência magnética. Do lugar onde estava estendeu a mão direita na direção e à altura dos pés do criado adormecido. Após um ou dois minutos, tendo levantado a mão, viu, com surpresa, elevarem se os pés do criado e acompanharem o movimento ascensional da mão. Renovou diversas vezes a experiência, e de todas elas os resultados foram idênticos”. 

A vontade de aliviar, de curar – dissemos – comunica ao fluido magnético  propriedades curativas. O remédio para os nossos males está em nós. Um homem bom e sadio pode atuar sobre os seres débeis e enfermiços, regenerálos por meio de sopro, pela imposição das mãos e mesmo mediante objetos impregnados da sua energia. Opera-se mais freqüentemente por meio de gestos, denominados passes, rápidos ou lentos, longitudinais ou transversais, conforme o efeito, calmante ou excitante, que se quer produzir nos doentes. Esse tratamento deve ser seguido com regularidade, e as sessões renovadas todos os dias até à cura completa.

Pode assim a pessoa, pela automagnetização, tratar-se  a si mesma, descarregando com o auxílio de passes ou de fricções os órgãos enfraquecidos e impregnando-os das correntes de força desprendidas das mãos.

A fé vivaz, a vontade, a prece e a evocação dos poderes superiores amparam o operador e o sensitivo. Quando ambos se acham unidos pelo pensamento e pelo coração, a ação curativa é mais intensa.

A exaltação da fé, que provoca uma espécie de dilatação do ser psíquico e o torna mais acessível aos influxos do Alto, permite admitir e explicar certas curas extraordinárias operadas nos lugares de peregrinação e nos santuários religiosos. Esses casos de curas são numerosos e baseados em testemunhos muito importantes para que se possa a todos pôr em dúvida. Não são peculiares a tal ou tal religião: encontram se indistintamente nos mais diversos meios: católicos, gregos, muçulmanos, hindus, etc.

Livre de todo acessório teatral, de todo móvel interesseiro, praticado com o fim de caridade, o magnetismo vem a ser a medicina dos humildes e dos crentes, do pai de família, da mãe para seus filhos, de quantos sabem verdadeiramente amar. Sua aplicação está ao alcance dos mais simples. Não exige senão a confiança em si, a fé no Poder Infinito que por toda a parte faz irradiar a vida e a força. Como o Cristo e os apóstolos, como os santos, os profetas e os magos, todos nós podemos impor as mãos e curar, se temos amor aos nossos semelhantes e o desejo ardente de os aliviar.

Quando o paciente se acha adormecido sob a influência magnética e parece oferecer-se à sugestão, não a empregueis senão com palavras de doçura e de bondade. Persuadi, em lugar de intimar. Em todos os casos, recolhei-vos em silêncio, sozinho com o paciente, e apelai para os Espíritos benfazejos que pairam sobre as dores humanas. Então sentireis descer do Alto sobre vós e propagar-se ao sensitivo o poderoso influxo. Uma onda regeneradora penetrará por si mesma até à causa do mal; e demorando, renovando semelhante ação, tereis contribuído para aligeirar o fardo das misérias terrestres.

Quando se observa o grande poder do magnetismo curativo e os serviços que já tem prestado à Humanidade, sente-se que nunca seria demasiado protestar contra as tendências dos poderes públicos, em certos países, no sentido de lhe embaraçar o livre exercício. Assim procedendo, eles violam os mais respeitáveis princípios, calcam aos pés os sagrados direitos do sofrimento. O magnetismo é um dom da Natureza e de Deus. Regular-lhe o uso, coibir os abusos, é justo. Impedir, porém, a sua aplicação seria usurpar a ação divina, atentar contra a liberdade e o progresso da Ciência e fazer obra de obscurantismo.

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O magnetismo não se limita, unicamente à ação terapêutica; tem um alcance muito maior. É um poder que desata os laços constritores da alma e descerra as portas do mundo invisível; é uma força que em nós dormita e que, utilizada, valorizada por uma preparação gradual, por uma vontade enérgica e persistente, nos desprende do pesadume carnal, nos emancipa das leis do tempo e do espaço, nos dá poder sobre a Natureza e sobre as criaturas.


Eugène Auguste Albert de Rochas d'Aiglun

O sono magnético tem diversas graduações, que se desdobram e vão do sono ligeiro até ao êxtase e ao transe. O Coronel De Rochas considera os três primeiros graus como superficiais e constitutivos da hipnose. A sugestão é aplicável a esses estados; desde que, porém, aos processos hipnóticos se acrescentam os dos magnetizadores, fenômenos superiores se apresentam: catalepsia, sonambulismo, transe. No primeiro caso, verifica-se o estado favorável às manifestações espíritas: materializações de Espíritos, aparições de clarões, mãos, fantasmas, etc.; no segundo, apresenta-se a lucidez, o estado de clarividência, que permite ao médium guiar o magnetizador em sua ação curativa, descrevendo a natureza das enfermidades, indicando remédios, etc. 110

Nos estados superiores do sonambulismo, o sensitivo escapa à ação do magnetizador e readquire sua liberdade própria, sua vida espiritual. Quanto mais se acentua o desprendimento do corpo fluídico, mais inerte se torna o corpo físico, em um estado semelhante à morte. Ao mesmo tempo, os pensamentos, as sensações se
apuram, a repulsa à vida terrestre se manifesta. A volta ao organismo provoca cenas pungitivas, acessos de lágrimas, amargos queixumes.

O mundo dos fluidos, mais que qualquer outro, está submetido às leis da atração. Pela vontade, atraímos forças boas ou más, em harmonia com os nossos pensamentos e sentimentos. Delas se pode fazer uso formidável; mas aquele que se serve do poder magnético para o mal, cedo ou tarde o vê contra si próprio voltar-se.
A influência perniciosa exercida sobre os outros, em forma de sortilégios, de feitiçaria, de enguiço, recai fatalmente sobre aquele que a engendrou.

Em hipnotismo, como em magnetismo, se o operador não tem intenções puras, caráter reto, a experimentação será arriscada tanto para ele quanto para o sensitivo.

Não penetreis, pois, nesse domínio sem a pureza de coração e a caridade. Nunca ponhais em ação as forças magnéticas, sem lhes acrescentar o impulso da prece e um pensamento de amor sincero por vossos semelhantes. Assim procedendo, estabelecereis a harmonia de vossos fluidos com o dinamismo divino e tornareis sua ação mais profunda e eficaz.

Pelo magnetismo transcendente – o dos grandes terapeutas e dos iniciados – o pensamento se ilumina; sob o influxo do Alto os nossos sentimentos se exaltam; uma sensação de calma, de vigor, de serenidade nos penetra; a alma sente, pouco a pouco, dissiparem-se todas as mesquinhas subalternidades do “eu” humano e surgirem os aspectos superiores de sua natureza. Ao mesmo tempo em que aprende a esquecer-se de si, em benefício e para salvação dos outros, sente despertaremse-lhe novas e desconhecidas energias.

Possa o magnetismo benfazejo desenvolver-se na Terra, pelas aspirações generosas e pela elevação das almas! Tenhamos bem presente que toda idéia contém no estado potencial sua realização, e saibamos comunicar a nossas vibrações fluídicas a irradiação de nobres e elevados pensamentos. Que uma vigorosa corrente ligue entre si as almas terrestres e as vincule a suas irmãs mais velhas do Espaço! Então as maléficas influências, que retardam a marcha e o progresso da Humanidade, se dispersarão sob os influxos do espírito de amor e sacrifício.
  
101 W. Crookes, RECHERCHES SUR LE SPIRITUALISME, páginas 62 e seguintes; LE FLUIDE DES MAGNETISEURS, tradução de Rochas, passim. “A emissão de radiações pelo sistema nervoso – disse o professor D'Arsonval, do Colégio de França, em sua nota à Academia de Ciências, em 28 de dezembro de 1903 – pode, em certas condições, persistir depois da morte, pelo menos aparente, do organismo e ser aumentada por excitações de origem reflexa." E mais adiante: “Tenho motivos para crer que o pensamento não expresso, a atenção, e o esforço mental produzem uma emissão de raios que agem sobre a fosforescência”.
102 Ver Coronel De Rochas, EXTÉRIORISATION DE IA SENSIBILITÉ, passim; Dr. Luys, PHÉNOMÈNES PRODUITS PAR I'ACTION DES MEDICAMENTS À DISTANCE, passim. Já desde 1860 (REVUE SPIRITE, pág. 81), Allan Kardec afirmava, de acordo com as revelações do Espírito do Dr. Vignal, que os corpos emitem vibrações luminosas, invisíveis aos sentidos materiais, o que mais tarde a Ciência confirmou. O Espiritismo tem, pois, o mérito de haver, em primeiro lugar, sobre esse como sobre tantos outros pontos, apresentado teorias físicas que a Ciência não admitiu senão trinta anos depois, sob a reiterada pressão dos fatos.
103 Ver sua exposição, RESENHA DO CONGRESSO ESPÍRITA E ESPIRITUALISTA, de 1900, pág. 99.
104 Uma objeção tem sido feita no sentido de que os desvios da agulha se podiam explicar pela ação calorífica dos dedos. Essa ação se exerce evidentemente em certo limite; além dessa, porém, existe uma outra ação que se não pode explicar senão pelo dinamismo vital. Suprimida, com efeito, a influência do calor pela interposição de uma lâmina de alúmen ou um pedaço de vidro entre o aparelho e a mão, apesar disso produzemse desvios, sendo estes em sentidos opostos, na mesma extremidade da agulha, conforme se apresenta a mão direita ou a esquerda. Sendo a mesma, nos dois casos, a posição da mão, não poderiam ser as vibrações caloríficas que agissem ora em um sentido ora no outro, pois que irradiam Identicamente do mesmo modo nos dois casos. Além disso, as experiências do Sr. Geoffriault, relatadas em ANNALES PSYCHIQUES de dezembro de 1901, demonstraram que todos os seres vivos, abstração feita do calor animal, exercem ação atrativa.
105 W. Crookes. RECHERCHES SUR LE SPIRITUALISME, pág. 37.
106 Ver Aksakof, ANIMISME ET SPIRITISME, pág. 27 e seguintes. Podese ver, no fim dessa obra, a reprodução de uma série de clichês, que mostram de que modo à força psíquica age sobre a mesa e como pode ela, sob a direção dos Espíritos, revestir as mais variadas formas.
107 Ver De Rochas, EXTERIORIZAÇÃO DA SENSIBILIDADE.
108 Fiz diversas vezes esta experiência: colocada a extremidade dos dedos sobre a placa mergulhada no banho revelador, se, elevando o pensamento, num subitâneo e ardente impulso, fazemos uma prece, verificaremos em seguida que as irradiações adquiriram no vidro uma forma particular – a de uma coluna de chamas que se eleva de um jato. Esse fato demonstra, não somente a ação do nosso pensamento sobre os fluidos, mas também quanto influem as nossas disposições psíquicas sobre o meio em que operamos e lhe podem modificar as condições vibratórias.
109 BULLETIN DE IA SOCIÉTÉ D'ETUDES PSYCHIQUES DE NANCY, fevereiro de 1901, Pág. 60.

110 Ver em Flammarion, O DESCONHECIDO E OS PROBLEMAS PSÍQUICOS, cap. IX, dois exemplos notáveis.

Referencia;
NO INVISÍVEL Léon Denis Lançamento original em 1911, Paris, França


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OS FLUIDOS (A GÊNESE, CAPÍTULO XIV)
OS CORPOS SUTIS NA OBRA DE KARDEC
O FLUIDO VITAL E O DUPLO ETÉRICO
DOS CORPOS ESPIRITUAIS (A VISÃO DE ANDRÉ LUIZ)
FLUIDO MENTAL - MATÉRIA MENTAL
FLUXO DO PENSAMENTO - LEIS DO CAMPO MENTAL
A “FREQÜÊNCIA” DOS PENSAMENTOS – CARLOS TORRES PASTORINO
O PODER DO PENSAMENTO
A VONTADE E O PODER DO MAGNETIZADOR
O CORPO É UM REFLEXO DA MENTE
A DISCIPLINA DO PENSAMENTO E A REFORMA DO CARÁTER
O PENSAMENTO –“As Potências da Alma”
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